Contestação
Paulo Oliveira
Acontece que a contestação é regida pelo princípio da eventualidade, isso significa que toda defesa deve ser apresentada na contestação, sob pena de preclusão. Também se aplica a regra do ônus da impugnação especificada dos fatos, pois o art. 302 caput “Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:”. Não se admite a chamada contestação genérica, isto é, aquela que não traga uma impugnação especificada dos fatos (fato a fato). Há exceções, e as hipóteses estão tratadas no art. 302 do CPC: I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão. Art. 351. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis. II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato. Art. 366. Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta; III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. O que leva a conclusão de que a presunção de veracidade que pode decorrer da contestação genérica é relativa, pois poderá ser afastada pela analise do conjunto da defesa apresentada pelo réu. Obs.: deve ser apresentada via de regra pela forma escrita, pode ser apresentada de forma verbal art. 275 CPC, rito sumário nos juizados especiais também.
Pelo princípio da eventualidade a parte deve praticar o ato no momento oportuno, sob pena de não mais poder agir. Sendo assim, a preclusão é a perda da faculdade de praticar um ato processual ou a perda dos poderes do juiz.
Espero ter ajudado, se gostou não esqueça de aprovar a resposta!
Boa Sorte!
Vinicius Gomes
Segundo o princípio da eventualidade acolhido pela Lei Processual, compete ao réu alegar, na defesa, com caráter preclusivo, toda matéria de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor (art. 300).
Preleciona José Frederico Marques que "o princípio da eventualidade consiste em alegar a parte, de uma só vez, todos os meios de ataque e defesa como medida de previsão in eventum para o caso de não dar resultado o primeiro. Isso significa, como acentua Millar, que as partes, nas fases apropriadas, devem apresentar, simultânea e não sucessivamente, todas as suas deduções, sejam ou não compatíveis entre si, e ainda que o pronunciamento sobre uma delas torne prescindível considerar as subseqüentes.
Por força do princípio da eventualidade, devem as partes produzir suas alegações, nos períodos correspondentes, para a eventualidade de que mais tarde lhes possam ser úteis, ainda que por momento não o sejam.
Sobre o assunto, é escólio de Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery: Princípio da Eventualidade. Por este princípio, o réu deve alegar, na contestação, todas as defesas que tiver contra o pedido do autor, ainda que sejam incompatíveis entre si, pois na eventualidade de o juiz não acolher uma delas passa a examinar a outra. Caso o réu não alegue, na contestação, tudo o que poderia, terá havido preclusão consumativa, estando impedido de deduzir qualquer outra matéria de defesa depois da contestação, salvo o disposto no CPC 303. A oportunidade, o evento processual para que ele possa se defender é a contestação.
O princípio da eventualidade está muito ligado à preclusão. Se a parte não alegou tudo o que lhe era lícito aduzir, no instante processual adequado, pode ficar impedida de suscitar uma questão relevante, em outra oportunidade, por ter ocorrido a preclusão. Esta última, aliás, como lembra Enrico Tullio Liebman, serve para garantir justamente a regra da eventualidade"
Láurea Assessoria Acadêmica
Bom dia, Loana
De acordo com Colombo e Silva (in Manual de Prática Civil - Teoria e Prática, Verbo Jurídico, 2013, p. 62), competirá ao réu, na contestação, manifestar-se precisamente sobre todos os pontos de fato indicados pelo autor em sua causa de pedir, impugnando-os precisamente (art. 302 do CPC). Todos os pontos de fato, que constituem a causa petendi da ação do autor, que não forem impugnados pelo réu em sua contestação, serão tidos como verdadeiros, incidindo sobre eles presunção legal, a torná-los indiscutíveis no processo (e, portanto, não sujeitos a prova). Tem assim, o réu o ônus de impugnação específica de todos os fatos apontados pelo autorem sua petição inicial, imcumbindo-lhe manifestar-se precisamente sobre cada um dos fatos da causa.
Vigora, assim, nmo direito brasileiro o princípio da eventualidade, segundo o qual toda e qualquer defesa que o réu tiver a opor à pretensão do autor, deverá ser deduzida na ocasião da contestação, sob pena de preclusão.
Bons estudos!
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Teoria Geral do Estado
•ESTÁCIO
Camila Ribeiro
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