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Em que consiste a incapacidade, a indignidade e deserdação?

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Júnior Oliveira

Segundo Carlos Roberto Gonçalves (in Direito das Sucessões, Série Sinopes), não se deve confundir indignidade com deserdação, embora ambas tenham a mesma finalidade, qual seja, a de excluir da sucessão quem praticou atos condenáveis contra o de cujus.

A primeira decorre da lei, que prevê a pena somente nos casos do art. 1.814: O herdeiro ou legatário pode ser privado do direito sucessório se praticar contra o de cujus atos considerados ofensivos, de indignidade. Não é qualquer ato ofensivo, entretanto, que a lei considera capaz de acarretar tal exclusão, mas somente os expressamente consignados no art. 1.814, que podem ser assim resumidos: atentado contra a vida, contra a honra e contra a liberdade de testar do de cujus.

A indignidade é, portanto, uma sanção civil, que acarreta a perda do direito sucessório. O inciso I do aludido art. 1.814 considera indignos os que “houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente”. Não mais se fala em “cúmplices”, como o fazia o inciso I do art. 1.595 do Código Civil de 1916, mas em “coautores ou partícipes”, nem em “homicídio voluntário”, mas em “homicídio doloso”. A

mpliou-se, ainda, a configuração da indignidade capaz de excluir da sucessão o herdeiro, para também contemplar a ofensa a “cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente”. Não se exige que tenha havido condenação criminal, mas a absolvição em razão do expresso reconhecimento da inexistência do fato ou da autoria afasta a pena de indignidade no cível (CC, art. 935), assim como o reconhecimento da legítima defesa e do estado de necessidade (CPP, art. 65). O homicídio há de ser doloso; se culposo, não acarreta a exclusão. O inciso II do art. 1.814 menciona os que “houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro”. A ofensa à honra de ascendente ou descendente do de cujus não foi considerada causa de exclusão de herdeiro ou legatário. A jurisprudência restringe o conceito de denunciação caluniosa, exigindo que tenha sido praticada não apenas em juízo, mas em juízo criminal. Logo, se feita no juízo cível, não fica configurada a indignidade. Quanto à segunda parte, que se refere a crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria), entendem alguns que o verbo “incorrerem” conduz à conclusão de que o reconhecimento da indignidade, nesses casos, depende de prévia condenação no juízo criminal. Outros, no entanto, com maior razão, a dispensam, com fundamento no art. 935 do Código Civil, bem como por não possuir o termo o alcance mencionado. O inciso III do art. 1.814 afasta da sucessão os que, “por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade”

Na deserdação, é o autor da herança quem pune o responsável, em testamento, nos casos previstos no aludido dispositivo, bem como nos constantes do art. 1.962. A indignidade é instituto da sucessão legítima, malgrado possa alcançar também o legatário, enquanto a deserdação só pode ocorrer na sucessão testamentária, pois depende de testamento, com expressa declaração de causa (art. 1.964). Aquela pode atingir todos os sucessores, legítimos e testamentários, inclusive legatários, enquanto esta é utilizada pelo testador para afastar de sua sucessão os herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge), aos quais a lei assegura o direito à legítima. Somente a deserdação pode priválos desse direito.

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IVANÉSIO JOSÉ ALVES

      Exclusão de Sucessão

Em nosso direito sucessório, é possível que o herdeiro seja excluido da sucessão na qual vinha a ter direitos. Usa-se o termo exclusão partindo do pressuposto de que o herdeiro já tenha aceitado a herança. A exclusão se dá pela indignidade e deserdação, pois nos dois casos há uma prática de atos inequívocos de desapreço e menospreso contra o autor da herança, como nos diz Carlos Roberto Gonçalves:  "A sucessão hereditária assenta em uma razão de ordem ética: a afeição real ou presumida do defunto ou herdeiro ou legatário. Tal afeição deve despertar e manter neste o sentimento de gratidão ou, pelo menos, do acatamento e respeito à pessoa do de cujus e as suas vontades e disposições. A quebra dessa afetividade, mediante a prática de atos inequívocos de desapreço e menosprezopara o autor da herança, e mesmo de atos reprováveis ou delituoso contra a sua pessoa, torna o herdeiro ou legatário indignos de recolher os bens hereditários. (Carlos Roberto Gonçalves, 2013).

     Indignidade: atos contra a vida, atos contra a honra e contra a liberdade para testar

A indignidade é a exclusão do sucessor devido ao fato do mesmo ter práticado um ato contra a Vida, contra a honra e contra a liberdade de testar do autor da herança sendo então punido com a perda do direito hereditário. A indignidade é uma sanção civil que acarreta a perda do direito sucessório. Para que ocorra a indignidade, é mister que o herdeiro excluído, tenha práticado em síntese, Atos contra a vida, contra a honra e contra a liberdade de testar do autor da herança, conforme o artigo 1814 do Código civil.

     Ação (vou continua dépois, agora tenho aula - 11/08/2017) Ivanésio.

 

 

 

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