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Como se dá a digestão de carboidratos proteínas e lipídios?

💡 1 Resposta

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Eliza Maria

1)Carboidratos:
O processo de digestão dos carboidratos tem início na boca (exceto em aves) por ação da enzima α-amilase salivar, que realiza a hidrolise do amido; esse processo não libera glicose livre, somente diminui o tamanho da molécula de amido.

No estômago a digestão de carboidratos é interrompida devido o pH ácido e é retomada no duodeno, onde há a liberação do bicarbonato pelo pâncreas, a fim de aumentar o pH do bolo alimentar, e liberação de sais biliares pela vesícula biliar. Já com pH básico as enzimas sacarases, maltases, dextrinases e outras irão atuar na digestão desses carboidratos, que posteriormente passarão pelas vilosidades intestinais (ou células de borda em escova) liberando a glicose.

No IG será digerido o que não foi digerido anteriormente, como resultado teremos a produção de AGCC (butirato, propionato e acetato).

2) Lipídeos:

De forma geral os principais locais de digestão dos lipídeos são a boca e o intestino delgado. Nos leitões a ação lipolítica das enzimas inicia-se na boca com a ação da lipase salivar, que mantém relativa atividade hidrolítica em pH 3,5 e atua também no pro ventrículo, no caso das aves. A lipase gástrica tem mais atividade do que a lipase pancreática nos leitões, atuando além dos triacilgliceróis do leite, agindo primeiro nos AGCC e AGCM na posição 3 do triacilgliceróis bastante presentes no leite, sua atividade ocorre em pH ácido que varia entre 2,5 a 3,5.  

A presença da fração gordurosa do alimento no duodeno vai estimular a secreção do hormônio CCK (Colecistoquinina) pela mucosa gastrointestinal, que irá atuar na diminuição da motilidade gástrica, na estimulação da secreção de lipase pelo pâncreas e na contração da vesícula biliar, para que a bile chegue até o lúmen do duodeno. A lipase pancreática atua nas células de borda de escova do ID e do IG em pH básico, que varia de 6 a 6,5, e o seu substrato de atuação são os ácidos graxos de cadeia linear (AGCL). 

Nos hepatócitos do fígado são sintetizados os ácidos biliares, que conjugados com glicina ou taurina formarão os sais biliares, principais componentes da bile. A gastrina, produzida na mucosa duodenal, eleva a secreção de íons na bile, e os sais biliares emulsificam os lipídeos, impedindo que as pequenas gotículas se reagrupem, o que dificultaria a ação digestiva das lipases.

A hidrólise ocorre somente na interseção entre a fração lipídica e a aquosa do alimento, com a ação da colipase, que é um polipeptídeo que interage com a lipase formando um complexo, permitindo assim que esta enzima se fixe de forma ativa à superfície da gotícula de gordura, onde irá ocorrer a hidrólise. Na ausência da colipase a lipase seria desnaturada rapidamente.

Os produtos resultantes desse processo são solubilizados pelos sais biliares através da formação de micelas, que são formadas por uma mistura de ácidos graxos, mono e diassilgliceróis, vitaminas lipossolúveis, colesterol e fosfolipídeos, o que facilita a absorção dos produtos da digestão pelas células da mucosa do intestino delgado (ID). Esse processo ocorre por transporte passivo, pois no interior das células da mucosa intestinal há síntese de triacilgliceróis (reesterificação dos produtos a triacilglicerol), que ocorre continuamente, deixando a concentração no interior da célula muito baixa. Esses triacilglicerois são então incorporados aos quilomicrons e mandados para a circulação linfática intestinal.

Os quilomícrons são compostos de 80% de triacilglicerois e o restante é composto de fosfolipídios, colesterol, proteína e ésteres de colesterol. Nas aves são absorvidos no mesentério e nos suínos e em outros mamíferos a absorção se da pelos vasos linfáticos e retornam ao sistema sanguíneo pelo ducto torácico, ambas as circulações vão para o fígado onde ocorre maior parte do metabolismo dos lipídeos. A partir daí o fígado irá distribuir para as células gerais (oxidação), para a síntese de gorduras modificadas e para formação de lipídeos de reserva, como, por exemplo, o toucinho nos suínos e e a gema do ovo nas aves.

A lipase presente no suco pancreático é responsável pelas hidrólises específicas dos ácidos graxos nas posições 1 e 3 do glicerol. A velocidade de catalização dessa enzima ocorre em duas fases não micíveis, já os substratos (os triacilgliceróis) encontram-se na fase lipídica e a água necessária para a hidrólise está na forma aquosa. A presença dos sais biliares e da colipase contida no suco pancreático facilitam essa reação por meio da alteração do pH ótimo da lipase de 8,5 para 6,0, aumentando assim a atividade enzimática, já que o pH da porção superior do ID é 6,0 a 6,5.   

3) Proteínas:

 

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