A PPP intercorrente, ou superveniente à sentença condenatória, é calculada com base na pena in concreto, isto é, na pena efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória. Determina o art. 11, CP que:
Art. 110. A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se
pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se
aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.
§ 1º. A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a
acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada.
Já a PPP retroativa também leva em consideração a pena aplicada in concreto, na sentença condenatória, contudo, a contagem da prescrição ocorre da sentença para trás. Segundo Damásio de Jesus “por fundamento o princípio da pena justa”, significando que, ausente recurso da acusação ou improvido este, a pena aplicada na sentença era, desde a prática do fato, a necessária e suficiente para aquele caso concreto. Por isso, deve servir de parâmetro para a prescrição, desde a consumação do fato, inclusive. Nesses termos, a prescrição retroativa pode ser considerada entre a consumação do crime e o recebimento da denúncia, ou entre este e a sentença condenatória (art. 110, § 2º, do CP). A pronúncia, nos crimes contra a vida, também cria um novo marco interruptivo para a prescrição retroativa."
Assim, após fixada a sentença, e tendo ela transitado em julgado para o MP ou para o querelante ou ainda, sendo improvido o recurso da acusação, "o cálculo prescricional é refeito, retroagindo-se, partindo-se do primeiro momento para sua contagem" [Greco, Rogério, Curso de Direito Penal], ocorrendo a PPP retroativa, se entre os marcos interruptivos se verificar a aplicabilidade do prazo prescricional baseado na pena in concreto.
"A prescrição intercorrente, a exemplo da prescrição retroativa, leva em consideração a pena aplicada in concreto na sentença condenatória. As prescrições retroativa e intercorrente assemelham-se, com a diferença de que a retroativa volta-se para o passado, isto é, para períodos anteriores à sentença, e a intercorrente dirige-se para o futuro, ou seja, para períodos posteriores à sentença condenatória recorrível." [Bitencourt, Cezar Roberto
Tratado de direito penal : parte geral, 1]
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