Mediante a leitura de um texto como Voo, de Cecília Meireles, a pergunta “ Por que ensinar literatura?” não é necessária. No entanto, dependendo da análise, a leitura do poema tem efeito prejudicial para a formação do leitor de texto literário. Que tipo de análise o professor precisa evitar para que esse efeito não ocorra?
Voo
Alheias e nossas
as palavras voam.
Bando de borboletas multicolores,
as palavras voam.
Bando azul de andorinhas,
bando de gaivotas brancas,
as palavras voam.
Voam as palavras
como águias imensas.
Como escuros morcegos
como negros abutres,
as palavras voam.
Oh! alto e baixo
em círculos e retas
acima de nós, em redor de nós
as palavras voam.
E às vezes pousam.
(MEIRELES, 1986, p. 627)
A) O poema “Voo”, de Cecília Meireles, faz referência ao poder da palavra e demonstra a polissemia da linguagem poética e sua recorrência a imagens sensoriais.
B) Os leitores vivenciam a musicalidade do poema por meio do apelo sonoro estrato fônico, seleção e distribuição das palavras, repetição como fator decisivo, cadência rítmica dos versos, somos, também, sensibilizados pelas imagens visuais; movimentos e ação das palavras, transfiguradas em seres alados.
C) As comparações enriquecem-se de conotações decorridas das significações simbólicas, advindas do imaginário coletivo e inerentes a ‘borboletas’, ‘andorinhas’, ‘gaivotas’, ‘águias’, ‘morcegos’, ‘abutres’.
D) A gradação das cores das aves e a peculiaridade de seus vôos traduzem efeitos provocados pelas palavras quando estas ‘pousam’ no poema.
E) Os versos ‘Alheias e nossas/ as palavras voam’ estão em ordem indireta, causando dificuldade na interpretação do texto. Há necessidade, então de colocar na ordem S+V+C, reescrevendo os versos. “As palavras alheias e nossas/ voam”.
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