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Bruna Rocha

O juiz das garantias é responsável pela guarda dos direitos individuais do investigado e pelo controle da legalidade da investigação criminal e subsidiariamente pela resguarda de uma maior imparcialidade do juiz que participará da fase processual.

O juiz das garantias é uma figura bem conhecida em diversos ordenamentos jurídicos pelo mundo como por exemplo a Alemanha conhecido como Ermittlungsrichter (juiz-instrutor), a França tratado como Juge des libertés et de la détention (juiz das liberdades e da detenção), a Itália chamado de Giudice per le indagini prelimanari (garantidor da investigação preliminar) e Portugal.

Não é a primeira vez que tentam introduzir o juiz das garantias no ordenamento jurídico brasileiro. Tudo começou com o Anteprojeto de Reforma do Código de Processo Penal que se transformou no Projeto de Lei do Senado nº 156 de 2009. Após aprovação no Plenário, a proposta foi destinada a Câmara dos Deputados e convertida no Projeto de Lei nº 8.045 de 2010.  Além da Proposta de Emenda Constitucional n. 89 de 2015 que foi apensada à PEC 423/2014. Por fim, a lein. 13.64/2019, mais conhecida como Pacote Anticrime.

À luz do sistema processual penal acusatório, instituir o juiz das garantias é uma melhoria bem vinda pela maioria dos doutrinadores que já adotavam o pensamento da necessidade de um julgador que existisse apenas durante a investigação e outro julgador diferente que trataria da fase processual e do mérito da causa não tendo nenhum vínculo ou contato com as provas durante a investigação. Dessa forma, o juiz da fase processual não é contaminado pela investigação e sua imparcialidade é preservada.

O juiz das garantias assegura os direitos do investigado durante a fase pré-processual, momento em que muitos direitos lhes são privados como o do contraditório e da ampla defesa. O juiz da investigação - ao contrário do que muitos pensam - não dará mais direitos ou benefícios ao investigado, apenas irá garantir que os direitos dele não sejam violados, salvo dispositivo em lei contrário.

A outra função é controlar a legalidade de toda a fase pré-processual, um direito básico do Estado Democrático. Nesse sentido, o juiz irá observar os direitos do investigado e o devido cumprimento dos trâmites processuais estabelecidos pela Constituição.

Apesar de alguns pecados cometidos pelo Pacote Anticrime ao introduzir essa "nova" figura, que podem ser corrigidos, trata-se de uma necessidade para o sistema processual penal e um ganho para a sociedade.


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