Estudo de caso: Diversidade religiosa e cultura de paz na escola brasileira

Diversidade religiosa implica em tolerância religiosa. Ensinando-se, assim, a tolerância para com a religião do outro, busca-se a promoção de uma cultura de paz. como um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados: No pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais;

O problema é que tal tolerância não raro se confunde com uma mixórdia entre as religiões e um ecumenismo que iguala tais religiões, ignorando as diferenças cruciais entre elas e, assim fazendo, desrespeitando o que é próprio de cada um, o que resulta no exato o oposto da proposta inicial.

2) O não reconhecimento e o desrespeito não raro são etiquetas impostas por certas religiões contra outras. Todas as religiões devem ser respeitadas, mas nenhuma pode ser igualada e imposta.

O Brasil, por exemplo, sendo um dos maiores países católicos do mundo, continuamente segue sendo cenário de brigas e intolerâncias quando tal representação se dá no meio político. Esquece-se que é legítimo representantes de todas as religiões buscarem políticas que favoreçam suas próprias crenças, sempre respeitando a laicidade do Estado.

3) Professores que utilizam a sala de aula como palanque político para fazer militância ideológica não raro, quando se deparam com algum crucifixo - pendurado na sala ou nas mãos de um aluno - acabam por fazer algum chiste, no mínimo, com o fim de ridicularizar a crença alheia. Isto ocorre, notadamente, desde a Revolução Francesa, quando Diderot, visto até hoje como um grande iluminista e progressista no campo do pensamento humano, disse o homem só seria livre quando se enforcasse o último rei nas tripas do último padre.

4) As religiões devem ser respeitadas. Para isso, antes dos alunos, são os professores que devem aprender a respeitá-las, mostrando as diferenças, as histórias e o poder que o lado para o qual a escola é local de estruturação de concepções de mundo, de circulação e consolidação de valores, promoção da diversidade cultural e da formação para a cidadania.espiritual tem na constituição humana. Não há nenhum segredo além do estudoReparar a diferença nos processos educacionais significa combater a mesmice. O que está diante de nós é diverso, paradoxal e imprevisível. Não podemos absolutizar nossas lentes, nossos conceitos, padrões e práticas. É necessário estar aberto à novidade, ao movimento, (re)conhecendo nossa incompletude. Não somos porta-vozes de verdades, mas mediadores da invenção, criação e das possibilidades. Na dinâmica das relações, podemos cuidar e educar, ver e reparar, excluir e dominar, negar e violentar. Por isso, é necessário sempre exercitar o olhar-pensante acolhedor, que questiona o óbvio e o natural, que desvela dominações, preconceitos e discriminações.

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