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4. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS E IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS. 2 ❑O exercício do Poder de Tributar não é absoluto, pois é restringido pela própria Constituição Federal ❑ Limitação ao Poder de Tributar é toda e qualquer restrição imposta pela Constituição às entidades dotadas desse poder. • As limitações estão previstas nos arts. 150 a 152 da Constituição Federal. Elas englobam: 1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: 1) Legalidade, 2) Anterioridade, 3) Irretroatividade, 4) Igualdade, 5) Capacidade Contributiva, 6)Vedação de Confisco, 7)Liberdade de Tráfego de Pessoas e Bens, 8) Uniformidade Geográfica e 9) Não Cumulatividade 2. IMUNIDADES Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 3 ❖IMUNIDADES são situações previstas na CONSTITUIÇÃO FEDERAL que não podem sofrer a incidência de certos tributos ❖ISENÇÃO é a dispensa LEGAL (infraconstitucional) de pagamento de tributo ❖NÃO INCIDÊNCIA são situações fáticas que não estão previstas no ordenamento jurídico como tributáveis, mas que a qualquer momento pode- se criar lei para fazer incidir tributos sobre elas 7 Existem 05 espécies de IMUNIDADES com relação a IMPOSTOS, previstas no art.150, VI, da Constituição Federal. IMUNIDADES 1. Imunidade Recíproca ou Intergovernamental 2. Imunidade para Templos 3. Imunidade das (os): ▪ Partidos Políticos ▪ Entidades Sindicais de Trabalhadores ▪ Instituições de Educação (pode ser cobrado mensalidade) ▪ Entidades de Assistência Social (serviço gratuito) 3.1 Ver 14 do CTN. 4. Imunidade para Livros 5. Imunidade Musical IMUNIDADES DAS TAXAS Art. 5º, XXXIV - São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 1. O direito de petição aos poderes públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 2. A obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. Art. 226, §1º - Garantindo a gratuidade do casamento civil, impede a cobrança de taxa pela correspondente celebração. Art. 230, §2º - Serviço de transporte urbano remunerado por taxa, prevalece a imunidade para os maiores de 65 anos. Art. 5º, LXXVI, a e b – Aos reconhecidamente pobres, nos termos da lei, é conferida imunidade de taxas de registro civil de casamento e de certidão de óbito. IMUNIDADES DAS CONTRIBUIÇÕES Art. 197, § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Art. 149 - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico (CIDE) e [ . . . ] § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; 1. Imunidade Recíproca ou Intergovernamental Elemento Teleológico Visa a garantir o pacto federativo: nosso sistema federativo é de equilíbrio, em que as entidades impositoras não são hierarquizadas, mas equilibradas. 1. Imunidade Recíproca ou Intergovernamental 1.1 Art. 150, VI, a da CF/88 1.2 § 2º do Art. 150, VI da CF/88 Seção II - DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; [...] § 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 2. Imunidade para Templos 2.1 Art. 150, VI, b da CF/88 Seção II - DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] VI - instituir impostos sobre: b) templos de qualquer culto; Elemento Teleológico CULTO: manifestação religiosa que veicula valores consonantes com aquilo que se preconiza em um Estado Democrático de Direito. Assim, o culto deve prestigiar a fé e os valores transcendentais que a circundam, sem prejudicar os valores adotados pela CF. 2. Imunidade para Templos 2.1 Art. 150, VI, b da CF/88 2.2 Súmula 724 do STF AINDA QUANDO ALUGADO A TERCEIROS, PERMANECE IMUNE AO IPTU O IMÓVEL PERTENCENTE A QUALQUER DAS ENTIDADES REFERIDAS PELO ART. 150, VI, "C", DA CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS ATIVIDADES ESSENCIAIS DE TAIS ENTIDADES. 3. Imunidade das (os): Partidos Políticos Elemento Teleológico Garantir a liberdade política (art. 17 CF) Elemento Teleológico Proteger a liberdade sindical, com vistas ao fortalecimento do lado mais fragilizado (hipossuficiente) da relação laboral, o empregado. Sindicatos dos trabalhadores Elemento Teleológico visa difundir o ensino e a cultura (arts. 205, 208 e 214, CF) e a proteção à assistência social (art. 203, CF) Instituições de Educação e de Assistência Social 3. Imunidade das (os): ▪ Partidos Políticos ▪ Entidades Sindicais de Trabalhadores ▪ Instituições de Educação (pode ser cobrado mensalidade) ▪ Entidades de Assistência Social (serviço gratuito) Seção II - DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] VI - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 3.1 Ver 14 do CTN c) [...], atendidos os requisitos da lei; Deve ser lei complementar, em virtude da disposição do art. 146, II, CF que determina que as limitações ao poder de tributar somente podem acontecer via lei complementar. . CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm Jurisprudência selecionada ● Entidades beneficentes de assistência social: imunidade do IPTU e aplicação do valor do aluguel nas atividades essenciais 1.O Tribunal de origem não divergiu da orientação da Corte de que a regra imunizante contida no art. 150, VI, c, da Constituição Federal afasta a incidência do IPTU sobre os imóveis de propriedade das instituições de assistência social sem fins lucrativos, mesmo que alugados a terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas suas atividades essenciais (Súmula 724/STF). 2. [...] . Incidência da Súmula 279/STF. [ARE 852.600 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, 2ª T, j. 6-3- 2015, DJE 43 de 5-3-2015.] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula724/false https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/seq-sumula729/false http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7937889 3.1 Ver 14 do CTN c) [...], atendidos os requisitos da lei; Deve ser lei complementar, em virtude da disposição do art. 146, II, CF que determina que as limitações ao poder de tributar somente podem acontecer via lei complementar. . Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividadespara as quais tais entidades foram constituídas. Súmula 730-STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. 4. Imunidade para Livros ou Cultural Seção II - DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] VI - instituir impostos sobre: d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Elemento teleológico difusão da cultura/liberdade de expressão. (art. 5º, IV, IX, XIV, art. 220, § 6º, CF). A imunidade é objetiva, uma vez que exonera os veículos de transmissão de pensamento de impostos. A regra recai sobre BENS e não sobre pessoas, como as imunidades das alíneas a,b e c, que tratam de imunidades subjetivas. ▪ Aspecto prático: a imunidade objetiva afasta a incidência de impostos sobre os bens (ICMS, IPI, II e outros) não alcançando aqueles impostos incidentes sobre o patrimônio/renda da PJ. Ex: incide IR sobre a renda da editora; incide IPVA; incide ITBI etc. ▪ Estende-se a imunidade ao CD-ROM e ao livro- piano. Ex.: dicionário Aurélio em CD-ROM). 4. Imunidade para Livros ou Cultural ▪ O conteúdo da idéia ou pensamento será irrelevante para a ocorrência da imunidade. Portanto, serão imunes os livros que difundem conteúdo leviano ou erótico. ▪ Ao lado dos livros, protegem-se os jornais e as revistas, independentemente do conteúdo. ▪ Para o STF, as listas telefônicas são imunes, como periódicos, independentemente da ausência de caráter noticioso/literário. Foi privilegiado o aspecto de “utilidade pública”. 4. Imunidade para Livros ou Cultural ▪ Quanto ao insumo – “papel destinado à impressão do livro, jornal ou periódico” -, o legislador optou por restringir a benesse a este insumo exclusivamente, sob pena de prejudicar o alcance do dispositivo. Assim, haverá normal incidência sobre outros papéis (guardanapo etc) e sobre outros insumos (tinta, máquinas, insumos em geral utilizados na impressão). ▪ Súmula 657, STF. A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papeis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. 4. Imunidade para Livros ou Cultural 5. Imunidade Musical Seção II - DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] VI - instituir impostos sobre: e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013) Elemento Teleológico visa fomentar a difusão e a produção de conteúdo musical produzido no país de autores e por autores brasileiros. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc75.htm#art1 5. Imunidade Musical Imunidade Tributária Musical: o que isso quer dizer na prática? Com a nova redação da CF/88, fica vedada a cobrança de impostos sobre os fonogramas (produção de som) e videofonogramas (produção de imagem e som) musicais produzidos no Brasil, incluindo os suportes ou arquivos que os contenham. Os suportes materiais, tais como DVDs, CDs, Blu-Rays, também serão objeto de desoneração de impostos. Da mesma forma, a desoneração alcançará os arquivos digitais, v.g., músicas baixadas pela internet ou por meio de aplicativos de música para celular. Desse modo, a obra intelectual do artista musical, em sua inteireza, ficou protegida da tributação. 5. Imunidade Musical Quais tributos incidem? A imunidade musical possui característica objetiva, pois afeta apenas os objetos relacionados à música, a saber, o ICMS, entre outros. Aqueles tributos incidentes sobre a gravadora (IPTU, IPVA, taxas, contribuições) continuarão a incidir normalmente, isso porque a imunidade é clara ao desonerar apenas as obras musicais e os objetos relacionados a ela. Na fase preliminar de produção de CDs, DVDs e BDs (ou Blu-rays discs), por exemplo, contratação de estúdio, músico, mixagem, há a normal incidência de dois impostos: o IR e o ISS (este por força dos subitens 13.02 e 13.03 da lista anexa à LC 116/2003). Quando a matriz (fonograma ou videofonograma) estiver pronta e acabada, deverá ocorrer o processo de replicação da mídia – etapa que não está abrangida pela imunidade (IPI). Na fase de distribuição e comercialização, é comum a incidência do IR e do ICMS. Todavia, o CD/DVD/BD, ao deixar a fábrica e seguir para o lojista, não mais provocará a recolha pelo fabricante do ICMS-ST, uma vez prevalecente a imunidade tributária. Prova: CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG Sobre a jurisprudência do STF em matéria tributária, assinale a alternativa INCORRETA. •A As Caixas de Assistência de Advogados encontram-se tuteladas pela imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal (CF). •B As operadoras de planos de saúde realizam prestação de serviço sujeita ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), previsto no art. 156, III, da Constituição Federal/1988. •C A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se somente ao livro eletrônico (“e- book”), não se estendendo aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. •.D A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido. https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2019-tj-mg-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-remocao Prova: CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG Sobre a jurisprudência do STF em matéria tributária, assinale a alternativa INCORRETA. •A As Caixas de Assistência de Advogados encontram-se tuteladas pela imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal (CF). •B As operadoras de planos de saúde realizam prestação de serviço sujeita ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), previsto no art. 156, III, da Constituição Federal/1988. •C A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se somente ao livro eletrônico (“e- book”), não se estendendo aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. •.D A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido. https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/consulplan-2019-tj-mg-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-remocao Prova: NC-UFPR - 2019 - TJ-PR - Editora Sapiens S.A., especializada na produção e comercialização de livros, jornais e periódicos impressos, contata seu escritório para obter informações relativas à eventual tributação das atividades relacionadas à impressão, editoração e comercialização de livros, jornais e periódicos. A dúvida da Editora Sapiens S.A. refere-se à existência ou não de tributação sobre todas ou parte de suas atividades. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. •A A Editora Sapiens S.A. não precisa pagar quaisquer impostos, já que sua atividade, bem como a própria editora, é imune do pagamento de impostos. •B A Editora Sapiens S.A. possui isenção relativa às suas atividades editoriais, sendo dispensada por lei de qualquer pagamento de impostos. •C A Editora Sapiens S.A. possui imunidadetributária prevista na Constituição Federal referente tão somente aos livros, jornais e periódicos e no que tange aos materiais destinados à impressão destes, além de livros, jornais e revistas eletrônicos, que também são abrangidos pela imunidade. •D A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária prevista na legislação infraconstitucional, referente tão somente aos livros, jornais e periódicos e no que tange aos materiais destinados à impressão. •E A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária estabelecida na Constituição Federal, prevendo inclusive a desobrigação do pagamento de impostos como IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e CSL (Contribuição Social sobre o Lucro), incidentes sobre o lucro da empresa. https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/nc-ufpr-2019-tj-pr-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-remocao Prova: NC-UFPR - 2019 - TJ-PR - Editora Sapiens S.A., especializada na produção e comercialização de livros, jornais e periódicos impressos, contata seu escritório para obter informações relativas à eventual tributação das atividades relacionadas à impressão, editoração e comercialização de livros, jornais e periódicos. A dúvida da Editora Sapiens S.A. refere-se à existência ou não de tributação sobre todas ou parte de suas atividades. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. •A A Editora Sapiens S.A. não precisa pagar quaisquer impostos, já que sua atividade, bem como a própria editora, é imune do pagamento de impostos. •B A Editora Sapiens S.A. possui isenção relativa às suas atividades editoriais, sendo dispensada por lei de qualquer pagamento de impostos. •C A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária prevista na Constituição Federal referente tão somente aos livros, jornais e periódicos e no que tange aos materiais destinados à impressão destes, além de livros, jornais e revistas eletrônicos, que também são abrangidos pela imunidade. •D A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária prevista na legislação infraconstitucional, referente tão somente aos livros, jornais e periódicos e no que tange aos materiais destinados à impressão. •E A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária estabelecida na Constituição Federal, prevendo inclusive a desobrigação do pagamento de impostos como IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e CSL (Contribuição Social sobre o Lucro), incidentes sobre o lucro da empresa. https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/nc-ufpr-2019-tj-pr-titular-de-servicos-de-notas-e-de-registros-remocao PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS Regina Helena Costa entende que “princípios jurídicos são normas de maior hierarquia, autênticas sobrenormas que orientam a aplicação das demais.” Para Jorge Miranda, os princípios constitucionais têm função ordenadora e ação imediata funcionando como critério de interpretação e de integração, dando coerência ao sistema. A importância dos princípios: fragmentos da doutrina Considerações iniciais: - Princípios tributários: arts. 150, 151 e 152 da CF CF/88: Art. 5º, II: “Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; Dois verbos: instituir e majorar (lei) 1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA (ART. 150, I, CF c/c ART. 97, I e II, CTN) Lógica jurídica máxima: “U, E, M e DF só podem instituir e majorar o tributo por meio de lei”. - Que lei é essa que cria e aumenta o tributo? Lei ordinária. Pergunta-se, ainda: E a lei complementar? Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: Ela está explícita na CF como a lei hábil a instituir QUATRO tributos federais: 1. Imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII, CF); 2. Imposto residual (art. 154, I, CF); 3. Empréstimo compulsório (art. 148, caput, CF); 4. Contribuições residuais da seguridade social (art. 195, §4º, CF c/c art. 154, I, CF). VAMOS CONHECER A LEGALIDADE ESTRITA / TIPICIDADE FECHADA, CERRADA ou REGRADA (ART. 97 DO CTN) Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I – a instituição de tributos, ou a sua extinção; II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.[...] O art. 97 do CTN evidencia que a lei tributária deverá conter “elementos estruturantes” indispensáveis: alíquota, base de cálculo, sujeito passivo, multa e fato gerador. (...) Princípio da estrita legalidade (reserva legal ou tipicidade fechada/cerrada/regrada). Exemplo de “vício”: criação de uma taxa por lei, ficando o sujeito passivo a cargo de definição posterior por meio de um decreto. PRAZO PARA PAGAMENTO x RESERVA LEGAL O STF tem entendido que o Poder Executivo detém competência para expedir ato infralegal fixando o prazo de pagamento do tributo, ao fundamento de que a fixação de prazo para recolhimento das exações tributárias não é matéria reservada à lei. - Ver, entre outros, o RE 140.669-PE/98 CORREAÇÃO MONETÁRIA x RESERVA LEGAL Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: [...] § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. ❑ Os tributos federais são corrigidos pela SELIC desde a edição da Lei n.º 9.065/95 e da Lei n.º 9.250/95. Súmula n. 160 do STJ: “É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária”. Julgado importante: RE 648.245/Reperc. geral, rel. Min. Gilmar Mendes, Pleno, j. em 01-08-2013. Perceba que cabe ao Poder Legislativo o domínio completo do fenômeno tributário, uma vez que o tributo depende de LEI, quer ordinária, quer complementar. Por outro lado, uma pergunta deve ser feita: o Poder Executivo não teria algum “espaço” de atuação, ainda que restrito? O Poder Executivo pode, sim, ter uma atuação mitigada ou atenuada (art. 153, §1º, CF): há QUATRO impostos federais cujas alíquotas poderão ser alteradas por ato do Poder Executivo (por exemplo, por portarias, decretos etc.). Foram antes criados por meio de lei, cabendo ao Executivo uma atuação superveniente, apenas quanto à alteração de alíquotas. São eles: LISTA DE IMPOSTOS: II, IE, IPI e IOF. ATENÇÃO: A EC n. 33/01 ampliou o rol, trazendo mais dois tributos à lista – CIDE-Combustível (art. 177, §4º, I, “b”, CF) e ICMS-Combustível (art. 155, §4º, IV, “c”, CF). OBSERVAÇÃO: A alteração para esses dois tributos diz respeito apenas à redução e restabelecimento das alíquotas, portanto, dentro de parâmetros legais. RESUMO: São SEIS tributos (5 federais; 1 estadual) que se enquadram como exemplos de mitigação ou atenuação (“exceção”) do princípio da legalidade tributária: Importação, Exportação, IPI, IOF, CIDE-COMBUSTÍVEL e ICMS- COMBUSTÍVEL Lógica da mitigação (flexibilização) da legalidade tributária: Trata-se de tributos extrafiscais, ou seja, reguladores de mercado. Extrafiscalidade – poderoso instrumento financeiro empregado pelo Estado a fim de estimular ou inibir condutas, tendo em vista a consecução de finalidades não meramente arrecadatórias. Orienta-se para fins outros que não a captação de recursos para o Erário, visando corrigir externalidades. As Medidas Provisórias e o Princípio da Legalidade Tributária Art. 62, §2º, CF O dispositivo prevê,literalmente: “Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos...” Art. 62. (...) § 2º. Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Não obstante as críticas que são feitas ao dispositivo constitucional, temos que aceitar como válidas as assertivas: “Pode ser aumentado o IR por MP?” Resposta: SIM. “Pode ser aumentado o ITR por MP?” Resposta: SIM. Veja a jurisprudência.... STF e a EXTENSÃO A TRIBUTOS EM GERAL EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Medida provisória. Força de lei. 3. A Medida Provisória, tendo força de lei, é instrumento idôneo para instituir e modificar tributos e contribuições sociais. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (STF, 2ª T., AI-AgR 236.976/MG – rel. Min. Néri da Silveira – j. 17-08-1999) O STF e a MP NA ÓRBITA TRIBUTÁRIA NÃO FEDERAL O STF, na ADI n. 425/TO (rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 04-09-2002), ratificou a possibilidade, anteriormente acolhida na ADInMC n. 812-9/TO (rel. Min. Moreira Alves, j. 1º-04-1993), externando que podem os Estados-membros editar medidas provisórias em face do princípio da simetria, (...) O STF e a MP NA ÓRBITA TRIBUTÁRIA NÃO FEDERAL (...) obedecidas as regras básicas do processo legislativo no âmbito da União (CF, art. 62). Portanto, para o STF, o eventual óbice ou limitação imposta às unidades federadas para a edição de medidas provisórias constitui forma de restrição não prevista no vigente sistema constitucional pátrio (CF,§ 1º do art. 25). ❑ Os entes tributantes não podem cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei. Isso foi feito para não pegar contribuinte de surpresa e garantir a Segurança Jurídica. ❑ Exercício Financeiro é o interregno entre 1º janeiro e 31 de dezembro. 2 – ANTERIORIDADE ANUAL OU EFICÁCIA DIFERIDA (Art. 150, III, b,da CF88) Vigência no Tempo A Norma que institui ou aumenta tributo entra em vigor, via de regra, no 1º dia do ano seguinte àquele em que foi publicada a lei, desde que decorrido o prazo mínimo de 90 dias. 1. Imposto de Importação 2. Imposto de Exportação 3. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) 4. Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, II, CF88) 5. Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública (art. 148, I,) 6. LEI REVOGA ISENÇÃO por tempo indeterminado (POSIÇÃO STF) 1. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 2. Contribuições Previdenciárias 3. CIDE – Combustíveis 4. ICMS – Combustíveis • IMPOSTO DE RENDA Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] III - cobrar tributos: a) [...] b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 2 – ANTERIORIDADE ANUAL OU EFICÁCIA DIFERIDA (Art. 150, III, b,da CF88) Súmula Vinculante 50 Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. 2.1 - Anterioridade Nonagesimal (Art. 150, III, “c”) .Veda que o tributo seja cobrado antes de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que o instituiu ou aumentou. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] III - cobrar tributos: a) [...] c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela EC nº 42, de 19.12.2003) 2.2 Exceções à Anterioridade Anual e Nonagesimal Art. 150 (...) § 1º. A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. Matéria/Tributo Segue anterioridade de exercício? Segue anterioridade mínima (90 dias)? Empréstimo compulsório (calamidade, guerra externa) Não Não Imposto de Importação Não Não Imposto de Exportação Não Não Imposto sobre Produtos Industrializados Não Sim Imposto de Renda Sim Não IOF (op. Crédito, Câmbio, Seguros, Títulos e Valores Mobiliários) Não Não Imposto extraordinário de guerra Não Não Fixação Base de Cálculo do IPTU e IPVA Sim Não Redução/restabelecimento alíquotas CIDE Combustíveis Não Sim Redução/restabelecimento das alíquotas do ICMS Monofásico sobre Combustíveis Não Sim Contribuições Sociais para a Seguridade Social Não Sim (somente a anterioridade de 90 dias, também chamada anterioridade nonagesimal). ICMS monofásico Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. CIDE-combustível Art. 177. Constituem monopólio da União: § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I - a alíquota da contribuição poderá ser: b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; 2.3 Anualidade e Anterioridade (diferença) Contribuições Sociais Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". (noventena das contribuições) A Constituição de 1946 dispunha no Art. 141, § 34, dispunha: "Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça; nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvada, porém, a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra.” ❖ Os entes tributantes não podem cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os aumentou ou criou. 3 – IRRETROATIVIDADE (Art. 150, III, a,da CF88 c/c art. 144, CTN) LEI (anterior) Fato Gerador (posterior) Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; 3 – IRRETROATIVIDADE (Art. 150, III, a,da CF88 c/c art. 144, CTN) Súmula 584 Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. 4 – IGUALDADE OU ISONOMIA (Art. 150, II, CF88) ❖ Os entes tributantes não podem instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação funcional ou função por eles exercida. Em razão desse princípio derivam os Princípios da Interpretação Objetiva ou Princípio da Cláusula Non Olet (arts. 118 c/c 126 do CTN) • Todos que realizarem o fato gerador pagarão o Tributo • Não se avalia a nulidade do ato jurídico, a capacidade civil do sujeito passivo ou mesmo a licitude do ato. Art. 150. Sem prejuízo deoutras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; ❖ É um sub-princípio que reforça o princípio da ISONOMIA. Apregoa a graduação de incidência quanto aos impostos pessoais, no tocante à fixação de alíquotas diferenciadas, com o fito de promover a justiça fiscal. ❖ Quanto mais se ganha, mais se paga. ❖ Esse é o fundamento constitucional da progressividade de alíquotas que encontramos, por exemplo, no IPTU e IR. 5 – CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (Art. 145, § 1º,da CF/88) Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 5 – CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (Art. 145, § 1º,da CF/88) • Capacidade tributária passiva: é plena e independe de critérios externos ao fato gerador. • TODOS que realizarem o fato gerador (bicheiros, prostitutas, menores) são chamados a pagar o tributo. • Art. 126 + 118, CTN: TRIBUTO “NON OLET” • Devido à interferência da tributação no patrimônio das pessoas, não se poderão impor ônus maiores que os suportáveis. • Capacidade econômica = capacidade de ter recursos para pagar impostos. • Segundo a CF, trata-se de princípio adstrito tão-somente a IMPOSTOS. Mas, segundo o STF e a doutrina, é possível a extensão do princípio às taxas, p. ex. (art. 5º, LXXIV e LXXVI da CF). Exteriorização do princípio da capacidade contributiva Princípio da capacidade contributiva Progressividade de alíquotas ProporcionalidadeSeletividade Progressividade de alíquotas • Progressividade = técnica de incidência de alíquotas variáveis • “sempre que possível” (art. 145, §1º, parte inicial, CF) •O percentual do imposto cresce à medida que cresce a capacidade contributiva. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 4º O imposto previsto no inciso VI (ITR) do caput: I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: § 6º O imposto previsto no inciso III (IPVA): II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I (IPTU) poderá: I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e Progressividade do IPTU ❑ EC 29/00 e Súmula 668, STF: ❑ Progressividade fiscal ❑ Critérios novos de progressividade: ❑ Localização ❑ Valor ❑ Uso ❑ Função Social (“antigo”) – Art. 182 da CF/88 IR progressividade fiscal cunho arrecadatório IPTU + IPVA progressividade extrafiscal cunho regulatório Proporcionalidade • PROGRESSIVIDADE alíquotas variáveis • PROPORCIONALIDADE alíquotas fixas em bases de cálculo variáveis. Seletividade • Sistema de alíquotas diferenciadas por espécies de mercadorias, como adequação do produto à vida do maior número de habitantes do país. As mercadorias essenciais à existência civilizada devem ser tratadas mais suavemente, ao passo que as maiores alíquotas devem ser reservadas aos produtos de consumo restrito, isto é, o supérfluo das classes de maior poder aquisitivo. • Seletividade→ essencialidade (padrão mínimo) • A essencialidade abrange além do estritamente necessário às necessidades biológicas, as necessidades que sejam pressupostos de um padrão de vida mínimo e decente, de acordo com o conceito vigente entre a maioria. • Observar a seletividade implica respeitar a isonomia, adequando a tributação à capacidade econômica aferida ainda que de maneira indireta. • ICMS = seletividade facultativa (art. 155, §2º, III, CF) • IPI = seletividade obrigatória (ART. 153, §3º, I, CF) 6 – VEDAÇÃO DE CONFISCO (Art. 150, IV, CF88) ❖ É vedado aos entes tributantes utilizar tributo com efeito de confisco. ❖ Confisco é a tributação excessiva ou exacerbada. É o judiciário que irá definir no caso concreto se um tributo está ou não sendo utilizado como meio de confisco. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – [...] IV - utilizar tributo com efeito de confisco; O efeito confiscatório das taxas é aferido mediante análise do custo da atividade estatal e o valor cobrado do contribuinte. Se não houver relação, trata-se de tributo com efeito confiscatório. (STF, ADC 2.551 MCQO/MG) ❖ Multa não é tributo, logo cabe ou não a aplicação do princípio da vedação de confisco? A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua conseqüência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte, em contrariedade ao mencionado dispositivo do texto constitucional federal. (STF, ADI 551/RJ) É aplicável a proibição constitucional do confisco em matéria tributária, ainda que se trate de multa fiscal resultante do inadimplemento pelo contribuinte de suas obrigações tributárias. (STF, AI 482.281-AgR/SP) 6 – VEDAÇÃO DE CONFISCO (Art. 150, IV, CF88) • É o princípio da proporcionalidade razoável previsto no art. 150, IV, CF. • Nenhum ente tributante pode criar tributo com efeito de confisco, o que é contrário ao direito de propriedade garantido no Art. 5º, XXI, CF. • Deve considerar a carga tributária decorrente da totalidade dos tributos. • A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade da carga tributária. (STF, ADC 8-MC/DF) • É confiscatório o tributo que consome grande parte da propriedade ou inviabiliza o exercício da atividade lícita. 6 – VEDAÇÃO DE CONFISCO (Art. 150, IV, CF/88) • Supremo Tribunal Federal – tem se posicionado recentemente no sentido de que há que se estender o princípio da não-confiscabilidade às multas. (AdinMC 1.075, Rel. Min. Celso de Mello / Adin 551-1, Rel.Ministro Ilmar Galvão) • Diz que o caráter de confisco do tributo deve ser avaliado à luz de todo o sistema tributário, incluindo as multas e que deve haver proporcionalidade entre a violação da norma jurídica tributária e sua consequência jurídica, que é a multa. ❖ No que se refere a eventual EXCEÇÃO ao princípio da vedação de confisco, Eduardo Sabbag entende que não se aplica aos tributos extrafiscais, que conforme emergência poderiam ter suas alíquotas exageradamente gravosas. Ex: Imposto de Importação. ❖ Há jurisprudência em alguns casos admitindo alíquotas confiscatórias nesses tipos de tributos. 7 – LIBERDADE AO TRÁFEGO DE PESSOAS E BENS (Art. 150, V, CF88) ❖ É vedado aos entes tributantes estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; E X C E Ç Ã O • A atenuação existe para os incentivos fiscais, que são destinados a promover o equilíbrio sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. Ex: Zona Franca de Manaus (área de livre comércio)8 – UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA (Art. 151, I, c/c art. 19, III, CF88) ❖ Obriga a UNIÃO a instituir tributos federais de forma uniforme no Brasil. ❖ Os tributos federais devem conter a mesma alíquota em todo o território nacional. 9 – Não-cumulatividade (Arts. 155, §2º, I, 153, §3º, II, 154, I, 195, §12 da CF/88) ❖ É aplicado a quatro tributos: ❖ICMS ❖IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) ❖IMPOSTOS RESIDUAIS DA UNIÃO ❖CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ❖ A incidência do imposto ocorre sobre o valor agregado ou acrescido em cada operação, não sobre o valor total, proibindo-se a tributação em cascata. SISTEMÁTICA Produtor borracha Fábrica de pneus MONTADORA ICMS ICMS Compensa-se em cada operação o que foi pago de ICMS na operação anterior, incidindo o imposto somente sobre o valor acrescido ao produto em cada fase.
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