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Discromias São doenças provocadas por alteração da pig- mentação. Basicamente, se apresentam com mácu- las (sem relevo) com alteração de cor. Podem ser hereditárias, congênitas ou adquiridas. Podem ser tanto hipercromias (aumento da cor) quanto leucodermias (diminuição da cor). HIPERCROMIAS Melanodermias: aumento da pigmentação de mela- nócitos. São as mais comuns. Não melânicas: alteração da cor por aumento de pigmento sanguíneo (hemossiderina), pigmentações adquiridas (tatuagens, drogas). MELANODERMIAS CONGÊNITAS E HEREDITÁRIAS Efélides (sardas): presença de sardas antes de 15 anos de idade é fator de risco para câncer de pele. O surgimento de sardas está relacionado a menor con- trole da pele contra a radiação. Mancha melânica (café au lait): • Neurofibromatose de Von Recklinghausen: um dos critérios diagnóstico é a presença de 6 ou mais manchas café com leite de 1,5 cm. • Síndrome de Albright. Síndrome de Peutz-Jeghers (hamartomas TGI): faz manchas hipercrômicas em mucosa. Incontinência pigmentar (Bloch-Sulzberger): Lentigos: síndrome de Moynahn – LEOPARD; NAME, LAMB. MELANODERMIAS ADQUIRIDAS Bronzeamento: mais comum. É uma resposta a um estímulo da radiação ultravioleta mais alto do que o necessário. Isso pode lesar o DNA celular. A mela- nina protege o DNA, então, quanto mais sol a pessoa se expõe, mais melanina produz. Melanose solar/actínica: situação mais tardia por uma exposição inadequada. Fitofotodermatose. Melasma – cloasma. Hiperpigmentação pós-inflamatória. Ocorre em qualquer situação de aumento de vascularização com exposição solar no local depois. Fitofotodermatose Dermatose provocada pela exposição solar de- pois do contato com plantas. É mais comumente associada ao limão, mas, na verdade, qualquer fruta cítrica pode levar a fitofoto- dermatose. A orientação que se dá é, sempre que entrar em contato com alguma planta, lavar a área de contato. Às vezes, mesmo com a lavação, pode ocorrer fito- fotodermatose ➜ a lavação tem que ser logo após o contato para evitar a reação. Tende a desaparecer depois de alguns dias/me- ses, dependendo da quantidade e do tempo de ex- posição. Dependendo do grau e da profundidade da queimadura, a pessoa pode ficar com uma hipercro- mia pós-inflamatória definitiva. Melasma/cloasma É mais comum em mulheres. Tem relação com a exposição hormonal = ocorre mais em mulheres jovens e principalmente durante a gestação. O local mais comum de acometimento é a região malar, mas pode ocorrer também nas regiões fron- tal, labial e masseteriana. Pode também se apresen- tar com lesões extrafaciais. Usualmente, não atra- vessa a linha da mandíbula. Tende a desaparecer depois da menopausa. ETIOLOGIA • Predisposição constitucional. • Gravidez. Neurofibromas. Manchas café ao leite. • Uso de ACO: principalmente os de maior concen- tração hormonal. Hoje, possuem concentração bem baixa. Nas pacientes resistentes ao trata- mento, o ideal é trocar a forma de anticoncepção. • Exposição solar: estímulo ao melanócito para produzir o pigmento. • Cosméticos. O melanócito produz a melanina, que fica inici- almente mais restrita à epiderme, por isso, a pig- mentação é mais forte. Com o tempo, pode ocorrer derrame pigmentar ➜ o pigmento cai dentro da derme, é englobado por macrófagos (melanófagos) e fica mantido dentro deles. Quanto mais tempo de lesão, maior a dificul- dade em remover o pigmento. O pigmento mais su- perficial é tratado, em geral, de forma tranquila. Melasma misto: melhora inicialmente com o trata- mento, mas depois de um tempo estabiliza (porque tem pigmento residual mais profundo). Esses melanócitos são bem mais reativos que o normal, então, em uma exposição em excesso, sem proteção solar, pode ocorrer uma repigmentação mais intensa nas áreas acometidas pelo melasma. TRATAMENTO • Fotoproteção: fundamental para evitar repig- mentação. • Suspender ACO. • Hidroquinona e associações (em especial o reti- noico) = com corticoide, é a melhor forma de cla- rear mais rapidamente (mas não pode ser utili- zado em excesso porque provoca atrofia). • Ácido Kojico, Arbutin = para pacientes que não podem usar hidroquinona (por dermatite de con- tato). • Retinoides. • Ácido azeláico. • Ácido tranexâmico: controle da vascularização aumentada. • Peelings e laser: com cuidado, porque o aumento de temperatura aumenta a vascularização e aí es- timula ainda mais o melanócito ➜ faz uma des- pigmentação inicial mas depois uma repigmenta- ção por aumento da vascularização. HIPERCROMIAS NÃO MELÂNICAS Dermatite ocre: pigmentação em pacientes com in- suficiência venosa crônica. Carotenodermia: aumento de beta carotenos por ingesta. Icterícia. Alcaptonúria. Ocronose exógena. Argiria/hidrargiria. Criíase. Quinacrina. Amiodarona. Tatuagens: uma vez que é feita, o pigmento se man- tém na pele porque o macrófago o engloba. Pode ha- ver alteração da profundidade do pigmento, alte- rando a coloração (fica mais profunda). LEUCODERMIAS CONGÊNITAS/HEREDITÁRIAS • Albinismo. • Piebaldismo. • Nevus acrômico: histologicamente, é igual a le- são de vitiligo (mas esse é adquirido). É uma lesão única e não se expande. • Hipomelanose de Ito. • Fenilcetonúria. A leucodermia pode ser tanto pela diminuição de melanócitos quanto por alteração da vasculatura (menos estímulo ao melanócitos) ➜ nevus anêmico. Nevus acrômico: não tem melanócitos no local, as- sim como o que ocorre no vitiligo. LEUCODERMIAS ADQUIRIDAS • Vitiligo. • Pitiríase alba. • Leucodermia gutata. • Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada • Nevus halo. • Hipocromia pós-inflamatória/contato. • Canície. Leucodermia por contato com borracha (fenol) = hipocromia pós-inflamatória. O fenol pode culmi- nar na morte dos melanócitos. Nevus halo: é uma resposta inflamatória a um nevus. Leucodermia gutata = perda de função de melanó- citos por exposição solar crônica. Vitiligo É uma leucodermia adquirida que ocorre em 1% da população e tem ocorrência familiar em 30%. A causa não é esclarecida, mas a teoria imuno- lógica tem força importante. Existe também a teoria citotóxica e a teoria neural. É associado a uma gama de doenças autoimunes que precisam muitas vezes ser investigadas, como artrite reumatóide, DII, psoríase. Diferente de outras doença autoimunes, no vi- tiligo não se vê inflamação (dor, calor, rubor). Teoria imunológica: existem anticorpos anti-mela- nócitos circulantes em pacientes com vitiligo. Teoria citotóxica: presença de LTCD8 e destruição de melanócitos pela resposta imune celular. Teoria neural: alguns pacientes têm vitiligo seg- mentar ➜ despigmentação em apenas um dermá- tomo, como se fosse uma lesão zosteriforme. Doenças associadas: tireoidite de Hashimoto (1/3 dos pacientes), DM1, anemia perniciosa, LES, escle- rose sistêmica, alopecia areata, síndrome de Down e miastenia gravis. No paciente com vitiligo, se encontrarmos pelos brancos, a tendência é que a região não se repig- mente. Na presença de pelos pigmentados (tem me- lanócito no folículo piloso), existe possibilidade de repigmentação. Luz de Wood (luz negra): facilita avaliação da des- pigmentação. TRATAMENTO Fotoprotetores: não tem proteção dos melanócitos. Corticosteróides tópicos/sistêmicos. Melhor forma de pigmentar é com fototerapia: PUVA ou com NB-UVB. A melhor forma é com NB- UVB, que não estimula tanto áreas não acometidas e não tem penetração tão profunda. A UVA atravessa a barreira da epiderme. Crioterapia. Pimecrolimus/tacrolimus: face e genitais (porque é melhor não utilizar corticoide). Inibidores de JAK (tofacitinib): mais recente e tem resposta promissora. Ainda é bem caro. Despigmentação: monobenzilester de hidroqui- nona. É utilizada em pacientes com mais de 80% de acometimento do corpo com vitiligo. Não existe no Brasil. É possívelfazer a repigmentação, mas nem todos os pacientes repigmentam de forma igual e nem sem- pre ela é completa. Tratamento com monobenzilester de hidroquinona. Tratamento cirúrgico (implante de melanócitos): para pacientes com vitiligo segmentar (tende a esta- bilizar).
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