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Lipídios: Funções e Tipos

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Os lipídeos são moléculas de gordura altamente 
calóricas. Eles possuem duas regiões: uma 
hidrofílica (polar) e outra hidrofóbica (apolar). Por 
isso são consideradas moléculas anfipáticas. São 
os principais constituintes da membrana 
plasmática. 
Os lipídios são fisicamente caracterizados por 
serem insolúveis em água. Porém, eles são 
solúveis em outros solventes orgânicos como o 
álcool, querosene, éter e benzina. 
Os lipídeos constituem a segunda opção 
energética da célula. A primeira fonte são os 
carboidratos. Porém, gorduras geram o dobro de 
energia. 
 
 
FUNÇÕES 
OS LIPÍDEOS TÊM PRINCIPALMENTE FUNÇÃO 
ENERGÉTICA E ESTRUTURAL 
 Reserva de energia 
 Isolante térmico: em geral, as células que 
armazenam gordura se situam logo abaixo da 
pele, na hipoderme. Assim, alguns seres vivos, 
utilizam essa camada de gordura para resistirem 
a períodos de frio, uma vez que a gordura 
funciona como um isolante térmico diminuindo a 
perda de calor do organismo para o ambiente; 
 Absorção de vitaminas: auxiliam a absorção 
das vitaminas A, D, E e K que são lipossolúveis 
e se dissolvem nos óleos. Como essas 
moléculas não são produzidas no corpo humano 
é importante o consumo desses óleos na 
alimentação. 
TIPOS DE LIPÍDEOS 
ÁCIDOS GRAXOS (FATTY ACIDS) – OS MAIS SIMPLES 
Ácidos graxos são componentes estruturais dos 
fosfolipídios das membranas celulares. 
Quando os átomos de carbono apresentam 
ligações simples entre si, o ácido graxo é 
saturado. Se houver ligações duplas entre um ou 
mais pares de carbonos, a molécula é chamada de 
insaturada. 
Os ácidos graxos comumente possuem cadeia 
longa. Lipídios estruturais e triglicerídios contém 
AG de cadeia longa, com pelo menos 16 
carbonos, como é o caso do ácido araquidônico, 
um AG essenciais do tipo omega- 6 com 20 
carbonos e 4 ligações duplas. 
 
 
Os ácidos graxos (AG) são compostos por cadeias 
de carbono com uma carboxila na extremidade. É 
uma molécula de natureza anfipática, ou seja, 
contém uma cadeia hidrocarbonada hidrofóbica, 
enquanto o grupo carboxila terminal é hidrofílico. 
Os AG de cadeia longa são predominantemente 
hidrofóbicos, sendo altamente insolúveis em água. 
Alguns lipídeos, como a gordura animal, são 
sólidos à temperatura ambiente, enquanto outros, 
como os óleos, são líquidos. Esta característica 
tem relação direta com o ponto de fusão da 
substância. No caso dos ácidos graxos, o ponto de 
fusão está diretamente relacionado a dois fatores: 
o grau de insaturação e o comprimento da cadeia. 
Ácidos graxos insaturados têm um ponto de fusão 
mais baixo do que os ácidos graxos saturados. Ou 
seja, quanto maior o número de insaturações, 
menor o ponto de fusão. 
No entanto, o número de insaturações não é o 
único aspecto que influencia o ponto de fusão de 
um ácido graxo. Além do grau de saturação, o 
comprimento da cadeia também afeta o ponto de 
fusão. Quanto maior a cadeia do ácido graxo, 
maior é o seu ponto de fusão. 
Cadeias saturadas empacotam mais firmemente e 
formam agregados mais rígidos e organizados. 
Cadeias insaturadas curvam e empacotam de 
uma forma menos ordenada, com grande 
potencial de movimentação. 
Nós não produzimos todos os ácidos graxos de 
que precisamos. Como no caso dos aminoácidos, 
existem também ácidos graxos considerados 
essenciais à dieta porque não podem ser 
sintetizados pelo organismo humano. 
Principalmente o ácido linoléico (ômega-6) e o 
ácido a-linolênico (ômega-3), são ácidos graxos 
que previnem deficiências e, por não poderem ser 
sintetizados pelo organismo humano, são 
considerados essenciais na dieta. 
BIOSSÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS 
 Produção de acetilCoA (que vem da 
glicose); 
 Produção do melanilCoA, molécula 
iniciadora de ácido graxo 
 Elongamento da cadeia, adição de 
acetil(2c) CoA 
 Formação completa do ácido graxo 
TRIGLICERÍDEOS (TRIAGLICERÓIS) – AS GORDURAS 
Os triacilgliceróis ou triglicerídeos tem como 
principal função a reserva energética. 
Os triacilgliceróis, por definição, são moléculas 
compostas por três ácidos graxos, unidos por 
ligação éster (é aquela que liga o oxigênio de um 
ácido carboxílico a um outro radical R) a uma 
molécula de glicerol. 
A função dos TAGs no nosso organismo tem 
relação direta com duas características químicas 
que essas moléculas apresentam: 
 Ligações químicas que podem ser convertidas 
em energia (a partir de uma série de reações). 
 Hidrofobicidade dos ácidos graxos que, em 
ambientes aquosos como o citoplasma de uma 
célula, tendem a se compactar. 
Por causa destas duas características, os TAGs 
são uma boa reserva energética. Ao estocá-los, 
temos uma reserva maior de energia ocupando um 
espaço menor dentro das células. Essa é a função 
dos triacilgliceróis: serem nossa reserva 
energética, que pode ser mobilizada, quebrada e 
sua energia utilizada para diversas funções do 
organismo quando, por qualquer motivo, não nos 
alimentarmos. 
As TAGs auxiliam no transporte e absorção das 
vitaminas lipossolúveis, como as vitaminas A, D, E 
e K. Elas também adicionam sabor à dieta e 
produzem uma sensação de saciedade após a 
refeição. Isso acontece porque as gorduras 
diminuem a produção de secreções gástricas e 
tornam mais lento o esvaziamento do estômago. 
Todo o excesso de energia deve, 
necessariamente, ser modificado e transformado 
em energia química potencial, para sua 
armazenagem. Como a principal forma de estoque 
de energia no nosso corpo é a gordura (na forma 
de TAG), o excesso de energia disponível causa 
um aumento do tecido adiposo e, 
consequentemente, um aumento da massa 
corporal. 
O excedente de peso que caracteriza a obesidade 
é resultante do aumento do tamanho e do número 
das células que estocam lipídeos no corpo, os 
adipócitos. Normalmente uma pessoa tem entre 30 
a 35 bilhões dessas células. Quando ganha peso, 
os adipócitos de uma pessoa aumentam primeiro 
em tamanho e depois em número; já quando uma 
pessoa perde peso, essas células diminuem de 
tamanho, mas o número geralmente permanece o 
mesmo. Isso explica porque é tão difícil reverter um 
quadro de obesidade. Somente quando se passa 
um tempo sem utilizar este excesso de adipócitos 
é que essas células morrem; no entanto, este 
processo ocorre lentamente. 
BIOSSÍNTESE DO TRIACIGLICERÓIS 
 Glicerol é fosforilado (adição de fosfato 
para preparar para receber o ácido graxo) 
para ser ativado para a próxima etapa da 
reação 
 O glicerol recebe o ácido graxo recém-
sintetizado e produz um monoacilglicerol, 
depois + acil = diaglicerol e por mim + acil 
= triacilglicerol 
 Ácido fosfatidico é o intermediário da 
síntese dos triacilgliceróis e fosfolipídeos 
de membrana 
FOSFOLIPÍDIOS – LIPÍDEO DE MEMBRANA 
Os fosfolipídios são formados por dois ácidos 
graxos unidos a uma molécula de glicerol ou 
esfingosina, além de fosfato e álcool. São os 
principais componentes das membranas 
celulares. 
As caudas da maior parte dos fosfolipídeos são 
ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerol. 
Os triacilgliceróis apresentam três caudas 
hidrofóbicas, enquanto os fosfolipídeos 
apresentam somente duas. Outra diferença é a 
presença de um fosfato. 
Nos glicerofosfolipídeos, os dois ácidos graxos 
são ligados ao primeiro e segundo carbonos do 
glicerol através de uma ligação éster. O terceiro 
carbono do glicerol recebe um grupo polar. Esse 
grupo polar carregado substitui a terceira cauda de 
ácido graxo e é sempre composto por um fosfato 
ligado a um radical R, o qual pode variar. A ligação 
entre esse grupo polar e o terceiro carbono do 
glicerol é uma ligação chamada fosfodiéster. 
BIOSSÍNTESE DOS FOSFOLIPÍDEOS 
 Glicerol é fosforilado (adição de fosfato 
para preparar para receber o ácido graxo) 
para ser ativado para a próxima etapa da 
reação 
 O glicerol recebe o ácido graxo recém-
sintetizado e produz um monoacilglicerol, 
depois + acil = diaglicerole por fim + 
fosfolipideo = fosfolipideo 
DEGRADAÇÃO DOS FOSFOLIPIDEOS 
Feito por enzimas específicas parcial dessas 
moléculas, fosfolipases 1,2 (removem ácidos 
graxos do tipo éster, mas não éter). Os 
fosfolipídeos de membrana precisam ser 
degradados e reconstruídos constantemente. 
Quando a degradação falha, há o acúmulo de 
tecidos dos produtos de degradação dos 
fosfolipideos de membrana, cujo resultado é o 
retardo no crescimento, paralisias etc. 
ESFINGOLIPÍDEOS – LIPÍDEO DE MEMBRANA 
Os esfingolipídios são derivados de ceramidas. 
Estão presentes em todas as membranas do 
corpo; compõem a camada externa da membrana 
plasmática, participam da regulação de 
interações, são fontes de antígenos dos grupos 
sanguíneos, atuam como receptores de certas 
toxinas e fazem parte da composição da bainha de 
mielina. 
Os esfingolipídeos são compostos de um 
aminoálcool de cadeia longa (18 carbonos), 
chamado esfingosina 
ESTERÓIDES – HORMÔNIOS, SAIS BILIARES 
Os esteroides compõem uma classe de lipídeos 
importantes, eles conferem maior rigidez à 
membrana plasmática e funcionam como 
precursores de hormônios esteroides, sais biliares 
e vitamina D. Um exemplo de esteroide é o 
colesterol, cuja molécula apresenta a função 
álcool que é a porção polar. 
São compostos por 4 anéis de carbonos 
interligados, unidos a hidroxilas, oxigênio e 
cadeias carbônicas. 
Esteróides são lipídeos estruturais presentes nas 
membranas da maior parte das células 
eucarióticas, como é o caso do colesterol. 
Este grupo de lipídeos caracteriza-se pela 
presença do núcleo esteróide constituído de 
quatro anéis fundidos; três deles com seis 
carbonos e um com cinco carbonos. O núcleo 
esteróide é planar e o fato de os anéis serem 
fundidos não permite a rotação das ligações C-C, 
fazendo com que a molécula de esteróide seja 
relativamente rígida. 
 
 
Existem dois tipos de esteroides naturais: 
Corticosteróides – hormônios que controlam o 
metabolismo de proteínas e carboidratos, 
inflamação, crescimento, resposta ao estresse; 
Esteróides sexuais – hormônios que controlam as 
características sexuais primárias e secundárias. 
LIPOPROTEÍNAS 
Lipopotreínas transportam o colesterol e TAG 
exógenos do intestino para os tecidos. As 
lipoproteínas são classificadas de acordo com sua 
densidade. O HDL conhecido como "bom 
colesterol" é aquele que retira o LDL "colesterol 
ruim" da corrente sanguínea a fim de ser 
excretado do organismo, protegendo-o. O 
desequilíbrio na quantidade de lipoproteínas pode 
gerar um quadro de dislipidemia. Dislipidemia: é a 
elevação da taxa de gorduras na corrente 
sanguínea. 
 LDL (Constituem um grupo de partículas 
relacionadas que transportam colesterol e 
TAG endógenos do fígado para os 
tecidos.) 
 HDL (Realizam o transporte reverso do 
colesterol, levando-o dos tecidos para o 
fígado) 
Uma particularidade do colesterol é o fato de ele 
ser exclusivo de animais. Esteróides similares são 
encontrados em fungos (ergosterol) e em plantas 
(stigmasterol), mas nunca o colesterol. 
CERAS – IMPERMEABILIZAÇÃO, PROTEÇÃO 
Estão presentes nas superfícies das folhas de 
plantas, no corpo de alguns insetos, nas ceras de 
abelhas e até mesmo aquela que há dentro do 
ouvido humano. 
Esse tipo de lipídeo é altamente insolúvel e evita a 
perda de água por transpiração. São constituídas 
por uma molécula de álcool (diferente do glicerol) 
e 1 ou mais ácidos graxos. 
Pode ser encontrada em: pele de animais, folhas 
de muitas plantas e penas de pássaros. 
Algumas aplicações: 
 Cera de abelha era usada por egípcios por 
suas propriedades adesivas e selante e na 
produção de barcos. 
 Nos dias de hoje a cera de abelhas é usada 
como material de modelagem, como 
selante, polimento, coberturas e velas. 
 A produção mundial é de cerca de 700 
toneladas por ano e 60% disso é usado na 
indústria cosmética e farmacêutica 
MEMBRANAS 
Existem, na composição das membranas 
biológicas, três tipos principais de lipídeos, os 
quais possuem particularidades nas suas 
estruturas. São eles os fosfolipídeos, os 
esfingolipídeos e os esteróides. A função mais 
importante da membrana é a 
compartimentalização dos processos biológicos. 
A estrutura de uma membrana biológica é mantida 
por interações entre a água e dois dos 
componentes lipídicos das membranas, os 
fosfolipídeos e os esfingolipídeos. Estas 
moléculas apresentam uma cauda apolar formada 
geralmente por dois ácidos graxos e um grupo 
polar na sua estrutura. É a interação dessas 
moléculas com moléculas de água que possibilita 
a estabilidade das membranas biológicas. 
A membrana é formada por uma matriz lipídica 
fluida. Essa fluidez da membrana é importante 
para o tráfego de substâncias para dentro e para 
fora da célula, que depende, muitas vezes, da 
ligação destas substâncias em proteínas 
presentes na membrana. 
Quanto mais fluida a membrana mais fácil o 
trânsito através dessa membrana, de substâncias 
que sejam necessárias dentro da célula ou que 
precisem ser secretadas dela. 
A fluidez de uma membrana é uma propriedade 
dessa estrutura que pode ser alterada. Na 
verdade, os fosfolipídeos em uma bicamada 
podem ser encontrados em uma de duas fases ou 
estados possíveis: cristalino ou fluido. Estes 
estados são diretamente influenciados pela 
temperatura. 
RAFTS 
A membrana plasmática é um mosaico fluído. A 
membrana não é fluída em junções celulares e em 
regiões de micro-domínios de membrana (rafts). 
Micro-dominios de mebrana (rafts) são regiões 
especializadas ricas em colesterol e 
esfingolipídeos. As cadeias de ácidos graxos são 
mais longas na rafts do que fora delas. Isso 
restringe o movimento dos fosfolipideos em cada 
camada e faz com que as rafts se movam como 
uma unidade. 
As funções dos rafts de membrana (que é onde há 
concentração proteica) são: 
 Endocitose; 
 Fusão de vírus com célula hospedeira; 
 Fusão de espermatozoide com célula ovo. 
 
 
 
 1. Região não raft da membrana 
 2. Região raft membranar 
 3. Proteína integral de uma raft; 
 4. Proteína integral de uma região não raft; 
 5. Glicosilação em lipídeos e em proteínas 
de uma raft; 
 6. Proteínas ancoradas a GPI; 
 7. Colesterol; 
 8. Esfingolipídeo. 
 
TRANSPORTE DE LIPÍDEOS PELO SANGUE 
Após a absorção no intestino, lipídeos da dieta têm 
um novo dilema: como passar pela barreira 
aquosa que é o sangue até chegarem nas células? 
Como são moléculas insolúveis em água e o 
plasma sanguíneo é um ambiente aquoso, o 
transporte de lipídeos torna-se difícil. Para 
resolver este problema os lipídeos associam-se 
com outras moléculas formando um complexo 
solúvel em água. Nesse complexo, lipídeos 
apolares, lipídeos polares e proteínas formam uma 
partícula hidrofílica, chamada lipoproteína.

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