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1 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS . MDD 4. HEMOSTASIA: Termo que se refere a coagulação sanguínea. São os mecanismos que são ativados (plaquetas e fatores de coagulação) para evitar o extravasamento sanguíneo quando o vaso é rompido. FATORES QUE IRÃO CONTRIBUIR PARA A HEMOSTASIA: o Vasos sanguíneos; - a integridade que quando rompida vai ativar todos os mecanismos de cascata e coagulação do sangue. o Plaquetas; fundamental para fazer o tamponamento na hemostasia primaria. o Fatores de coagulação; fazem parte da cascata de coagulação que tem como finalidade produzir fibrina. o Anticoagulantes naturais; controle da coagulação sanguínea. o Proteínas de fibrinólise; o Inibidores. Dos mecanismos de controle. HEMOSTASIA: Primeiro a parede do vaso tem que ser rompida. O fator tecidual que está nos tecidos – extravaso (fora do vaso sanguíneo) vai entrar no plasma e isso vaia ativar a cascata de coagulação sanguínea, vai ativar a formação de fibrina. As plaquetas quando identificam a ruptura do vaso vão aderir sobre a superfície lesada do vaso formando um tampão primário, que não é muito forte, mas resolve o problema ate que o fator tecidual ative a cascata de coagulação no qual vai iniciar a agregação plaquetária com a formação do coagulo de fibrina causando a consolidação dessa coagulo evitando a perda sanguínea. A hemostasia vai esta muito relacionada com a integridade dos vasos e também a fluidez do sangue. Se o sangue reduz fluidez aumenta a chance de o sangue coagular. A síndrome pluri metabólica, HAS, obesidade e diabetes induz lesão vascular, aumentando a presença do fator tecidual – causando coagulação. Essas doenças induzem um estado inflamatório nos seus pacientes que ativa coagulação sanguínea. 2 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS Quando as plaquetas forem ativadas eles vão secretar o conteúdo dos seus grânulos, fosfolipídeos, fator 5, liberação de substancias vasoconstrictoras (serotonina, tromboxano). As plaquetas ativadas vão passar a expor alguns receptores – receptores de glicoproteínas Gp 2b e 3a que são essenciais para que as plaquetas entrem em agregação com outras plaquetas que estão presentes ao seu redor. Essa agregação vai formar o tampão hemostático primário que vai conter a saída de sangue. Ao mesmo tempo que as plaquetas estão se ativando, se aderindo e se agregando temos a ativação da cascata de coagulação. A cascata tem por objetivo converter a protrombina (que já está presente no sangue) em trombina e esta vai converter o fibrinogênio (esta presente no sangue e também é produzido pelo fígado) em fibrina. Essa fibrina e trombina dentre outras das suas funções vão ter papel muito importante na agregação das plaquetas. Elas vão se ligar aos receptores 2b e 3a permitindo a conexão entre essas plaquetas. A fibrina também vai se polimerizar e evolver todo o coagulo plaquetário gerando a formação do tampão hemostático estável. PLAQUETAS: A produção das plaquetas é realizada na medula óssea – os megacariócitos. Estrutura discoides, arredondadas. Quando as plaquetas estão ativadas elas passam a emitir prolongamentos que vão ajudar a interação com outras plaquetas. Hormônios que estimulam a produção de plaquetas IL 3 e IL 11 megacarioblastos; IL 6 e trombopoetina formação de megacariócitos e trombopoetina (TPO) produzida no fígado, rins e musculo esquelético. 3 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS → ESTRUTURA DAS PLAQUETAS: As plaquetas são fragmentos do citoplasma dos megacariócitos. As plaquetas possuem grânulos: os eletrodensos que possuem ADP, cálcio, serotonina e os grânulos específicos alfa que vão conter fibrinogênio, fator 5, fator de von Willebrand, fatores procoagulantes. Grânulos só serão liberados quando a plaqueta for ativada. As plaquetas possuem filamentos de actina em torno de toda a plaqueta que da sua característica discoide, quando ativada a estrutura da plaqueta muda emitindo pseudópodes que tem por objetivo aumentar as interações entre as plaquetas. Tem uma grande massa de glicocálice e na superfície dessa plaqueta tem uma serie de receptores chamados de Gp – receptores de glicoproteínas que serão ativados quando as plaquetas estão ativadas. Uns vão interagir com o fator de von Willebrand outros vão interagir com o colágeno. ADESÃO E AGREFAÇÃO: Quando a parede é lesada tem a exposição de proteínas de colágeno que estão logo abaixo do vaso sanguíneo. Essa exposição de colágeno vai ativar o mecanismo de coagulação ADESÃO PLAQUETARIA. As plaquetas iram aderir a essas superfícies do vaso formando um tampão para evitar a perda sanguínea. Essas plaquetas podem aderir as proteínas de colágeno e também vão aderir ao fator de von Willebrand (FVW) que vai estar aderido ao colágeno (ver na figura). 4 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS As glicoproteínas de superfície dessa plaqueta 1b, 5 e 9 são as que vão aderir e interagir com o FVW. O FVW esta presente no nosso plasma, produzido pelo fígado e liberado pelos grânulos alfa das plaquetas. Quando há um dano na parede vascular o FVW se liga as proteínas de colágeno e o receptor Gp 1b, 5 e 9 irão se ligar de maneira muito forte ao fator de von Willebrand contribuído para a ADESÃO inicial dessa plaqueta a região danificada. Essa adesão inicial ao FVW mediado pelas Gp 1b, 5 e 9 vai gerar a ativação do receptor Gp 1e 2a que vai se ligar ao colágeno localizado nessa região subendotelial. Quando a plaqueta fica ligada tanto ao colágeno quanto ao FVW ela fica ativada e vai liberar seus grânulos que vai induzir a ativação de outras plaquetas e essas plaquetas irão passar a ativar outros dois receptores Gp 2b e 3a. Os Gp 2b e 3a são expressos por plaquetas ativadas pelo mecanismo de adesão ou pela liberação do conteúdo dos grânulos das plaquetas que aderiram a parede lesada. Isso vai dar inicio ao processo de AGREGAÇÃO PLAQUETARIA. O mecanismo de agregação plaquetária não ocorre apenas com a expressão dos receptores 2b e 3a, é preciso que a cascata de coagulação também seja ativada, produzindo trombina e produzindo a fibrina e o fibrinogênio. A trombina e o fibrinogênio vão contribuir para a conexão entre as plaquetas na agregação. O dano a parede vai liberar o fator tecidual que vai ativar a cascata de coagulação produzindo a trombina que vai gerar a fibrina que vai ter papel importante na agregação das plaquetas – vai interagir com as plaquetas formando o tampão plaquetário estável, formando o trombo. : FATOR TECIDUAL: o Não está expresso constitutivamente nas células endoteliais, mas está presente nas membranas das células ao redor do leito vascular, como células do músculo liso e fibroblastos. 5 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS o É exposto na circulação sanguínea pela lesão endotelial e de células vizinhas ou pela ativação de células endoteliais ou monócitos. (vai ter seu efeito quando a célula é lesionada ou quando as células endoteliais do vaso sanguíneo são ativadas em consequência de um estado inflamatório). o O F5a / FT ativa não somente o F10, mas também o F9 e é fundamental para iniciar a coagulação in vivo. TEORIA ATUAL DA COAGULAÇÃO: → INICIAÇÃO: o Tudo começa com o dano vascular e exposição do subendotélio; o Seguidopela adesão plaquetária; o FVW se liga ao colágeno e as glicoproteínas plaquetárias; o Fator tecidual é liberado; - vai ativar o fator 7 da coagulação que vai desencadear a cascata da coagulação. A trombina gerada inicialmente é insuficiente para formação do coagulo, mas é suficiente para retroalimentação positiva na formação do coagulo. A trombina além de converter o fibrinogênio em fibrina vai ter um papel importante na ativação do fator 5 (vai ativar mais fator 5. Vai ativar o fator 8 e o 9). 6 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS → AMPLIFICAÇÃO: Trombina vai atuar na ativação das plaquetas fazendo com que essas plaquetas liberem mais fatores de coagulação, mais fator 5, mais fator 8 que vai se ligar ao fator 9 que vai ativar o fator 10. (fator 10 que vai se ligar ao fator 5 ativado convertendo mais protrombina em trombina que vai converter fibrinogênio em fibrina). o Mudança no citoesqueleto das plaquetas; o Aumento da expressão de fosfatidilserina; o Degranulação alfa das plaquetas; Isso vai ocorrer nos pseudópodes das plaquetas. → PROPAGAÇÃO: Quando começa a ter a formação do coagulo de fibrina, quando começa a ter a estabilização desse coagulo sanguíneo. Plaquetas começaram a degranular e agregar, aumento da produção de trombina, aumento da conversão de fibrinogênio em fibrinas. Quando a coagulação atinge seu patamar mais alto. As plaquetas começam a intensificar a expressão das glicoproteínas Gp 2b e 3a que são receptores de fibrinogênio – vai formar conexão entra as plaquetas formando a AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA. Em paralelo a esse mecanismo a cascata está acontecendo. FUNÇÕES DA TROMBINA; o Converter o fibrinogênio em fibrina; o Ativar o fator 13; - papel importante na estabilização da fibrina com ligações cruzadas. o Ativar o fator 5, 7, 8, 11; o Liberar os grânulos, promover a agregação plaquetária e liberar micropartículas derivadas de plaquetas. o Pode ativar mecanismos anticoagulantes. → FINALIZAÇÃO: Processo da coagulação é limitado para evitar oclusão trombótica ao redor das áreas integras dos vasos. FATORES ANTI-COAGULANTES: o Prostaglandina (PGI2); - produzida pelo endotélio. Inibição da agregação plaquetária e liberação dos grânulos. o Antitrombina 3; o Proteína C e S; o Inibidor de via do fator tecidual; o Ativador de plasminogênio. – Convertido em plasmina que quebra o coagulo de fibrina. 7 Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS Heparina vai ter papel com a antitrombina a inativar a trombina, o fator 10 e outros fatores de coagulação. EXCESSO DE TROMBINA: trombina se liga na superfície da Trombomodulina (já está na membrana endotelial) isso vai ativar a proteína C que ativada vai se unir a proteína S que vão destruir os fatores 5 e 8. FIBRINÓLISE: Mecanismo de quebra do coagulo de fibrina. Sistema fibrinolítico (plasminogênio / plasmina): proteases séricas que regulam a formação de plasmina, para degradar: fibrina, fibrinogênio, fator 5 e fator 8 além de ativar metaloproteinases de matriz extracelular. ATIVADORES Fisiológicos de plasminogênio: o Ativador de plasminogênio do tipo tecidual (t-PA); - converte o plasminogênio em plasmina. o Ativador de plasminogênio do tipo uroquinase (u-PA). Plasmina é responsável pela formação de dímero D – marcador utilizado para formação de trombo. Quanto mais dímero D mais coagulo está sendo quebrado assim pelo visto está sendo formado muito. INIBIDORES: o PAI -1: inibidor da atividade do plasminogênio; inibe (t-PA) o TAFI: inibidor da fibrinólise, ativado pela trombina; o Carboxipeptidase B, procarboxipeptidase U, procarboxipeptidase R.