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1 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI HEMORRAGIA DIGESTIVA ROTEIRO CLASSIFICAÇÃO QUANTO A LOCALIZAÇÃO HEMORRAGIA DIGESTIVA: sangramento ao longo do TGI. o Alta: TGI acima do ângulo de Treitz o Baixa o Média: Delgado Ângulo de Treitz: Parâmetro anatômico. Marco anatômico → denominado alça fixa em cirurgias. Porção final do duodeno, da terceira porção. É onde passa a veia e a artéria mesentérica inferior, Divide HDA/HDB. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A APRESENTAÇÃO o Ajuda a suspeitar de onde vem o sangramento. o Hematoquezia: sangue de PEQUENA MONTA misturado as fezes. Associado a dç orificial, hemorroida, ou porção final do trato digestivo. o Melena: sangue digerido pelo TGI. Tipo borra de café. Coloração e odor → relação com a digestão do sangue ao longo do TGI. Tem que dar tempo de passar por um trajeto. Trato gastrointestinal alto. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA o Hematemese → Vomitar sangue; associação com varizes esofágicas, neoplasias do esôfago ou gástricas ou síndrome de mallory Weiss, laceração esofágica após esforços para vomitar. o Sangramento oculto; tumor de estomago em estagio inicial. Da para visualizar: hematêmese, melena e hematoquezia. Ulcera gástrica e duodenal: causa + comum (20-25%). → Para PCT que NÃO TEM HIPERTENSÃO PORTAL. o Determinar, descrever qual o status da ulcera. o AV. risco de ressangramento. 2 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI A única coisa que vem antes de endoscopia é a ESTABILIZAÇÃO do PCT. o Historia clinica, tempo, como foi o aspecto do sangramento, cor, cheiro, dçs de base, cirurgia, internamento, cirurgia ortopédico, anti- inflamatório >5D. o ABCDE + estratificação de risco. o Alto risco: sinais de que sangrou muito, sinais de choque hemorrágico. o AV. gravidade e definir necessidade de internamento por aquele sangramento ou se o TTO pode ser ambulatorial. o ESTÁVEL: Lucido, responsivo, PA normal, normocardico, eupneico. Iniciar busca do sitio do sangramento. Historia, exame e endoscopia. o INSTÁVEL: ñ adianta procurar sitio. Estratificar gravidade e estabilizar, MOV + cateter nasal de O2, acesso calibroso, hidratação, ABCDE. A endoscopia deve ser feita apenas na estabilidade hemodinâmica. Sangrou → endoscopia com ausência de sangue no trajeto examinado (esôfago, estomago e porção inicial do duodeno). PCT fica internado para fazer colonoscopia. Se mesmo assim não detectar de onde sangrou, avalia intestino delgado através de enteroscopia, cintilografia, arteriografia para determinar o sitio do sangramento. 3 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI TTO medicamento e não medicamentoso. o IBP para todos → OMEPRAZOL, PANTOPRAZOL Venoso (bolus + manutenção). PQ a MAIOR CAUSA É A DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA. o TERLEPRESSINA: análogo da epinefrina, vasoconstrictor. Age na hipertensão portal (varises). o PCT em uso de anticoagulantes → REVERTER, SUSPENDER. o Cirroticos: ATB, SOMATOSTATINA, OCTEOTRIDE. BALÃO DE SENGSTAKEN BLAKEMORE: balão para HDA maçica com história de varizes esofágicas ou fundo gástrico. É um balão de 3 VIAS. Tem 2 balões (um fica dentro do estômago e um no esôfago). Mesma técnica de passagem de sonda nasogástrica. Insufla o balão no estomago e traciona puxando para fora. Promove uma COMPRESSÃO DOS VASOS DO FUNDO GÁSTRICO. Depois insufla o 2º balão, o esofágico, principal sitio das varizes esofágicas. o FAZ UMA COMPRESSÃO MECÂNICA QUE INTERROMPE O SANGRAMENTO. DESVANTAGEM: TTO TEMPORARIO, PALIATIVO. Evita que o PCT morra sangrando. Pode causar isquemia da parede. Melhora a performance para que a endoscopia possa ser realizada. HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TEMPO o Após ângulo de Treitz. o Aguda ou crônica (angiodisplasia, tumor). CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO VOLUME Normalmente, associada a Doença diverticular Idoso: ANGIODISPLASIA ou ECTASIAS VASCULARES. Homens: Colite actínica associado a radioterapia por neoplasia de próstata. Mulher: associado a radioterapia por neoplasia de colo de útero. 4 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI SANGRAMENTO PELO RETO → TEM QUE FAZER TOQUE RETAL. CONDUTA o MESMO O SANGRAMENTO SENDO NO RETO, HDB → A CONDUTA É FAZER ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA. + fácil de realizar, + fácil preparo, tem hemorragias que não dá tempo de digerir e se transformar em melena, expelindo sangue vivo nas fezes. Colonoscopia: se a endoscopia não localizar o sitio de sangramento. Tem que ter preparo, limpar intestino, usar manitol. É terapêutico, pode tratar, clipar, colocar adrenalina. o O sangramento precisa estar ATIVO. o Localiza onde tem extravasamento de contraste, onde há o sangramento. o Embolização → embolos que vão obstruir os vasos sangrantes. o Vasopressina: vasoconstricção. ROTEIRO DE ESTUDO • DEFINA HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA E BAIXA. HDA: subclassificação em Varicosa e Não-varicosa: • Varicosa: são aquelas decorrentes de varizes esofágicas, varizes gástricas e varizes duodenais consequentes ao esquema de Hipertensão Portal que é desenvolvido em determinadas patologias hepáticas. 15% do total. 1. Sangramento de Varizes de Esôfago 2. Gástricas 3. Duodenais. Hipertensão Portal – a formação de varizes esofágicas decorrem do Sistema da Hipertensão Portal que se desenvolve nos pacientes que tem patologia hepática (seja patologia intra, pré ou pós – hepática). • Não-Varicosa: 5 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI sítio de sangramento da HDA é esôfago, estomago e duodeno (até a 2ª porção do duodeno), que é onde consegue acessar via endoscópica. 1. Doença Ulcerosa Péptica (acomete 55% dos pacientes) 2. Má Formação Arteriovenosa (é 6%) 3. Mallory-Weiss (5%) 4. Tumores (4%) 5. Erosões (4%) - gastrite erosiva, que é uma causa de sangramento. 6. E Outras Causas (somam 11%) DEFINIÇÃO: originada próxima ao ligamento de Treitz, ligamento responsável pela fixação do intestino e que limita anatomicamente o tubo digestivo alto, de onde surgem as principais etiologias desse tipo de hemorragia. É importante salientar que a HDA é mais frequente, na proporção 2:1, em homens do que em mulheres. HDB: classifica em Aguda e Crônica: • Aguda: a apresentação na forma de Hematoquezia e Enterorragia • Crônica: Pesquisa de sangue oculto em fezes (PSOF) positivo. sítio de sangramento da HDB: cabe para aqueles sangramentos oriundos do colón, reto e ânus. DEFINIÇÃO: todo sangramento que ocorre a partir do ângulo de Treitz, ou seja, da flexura duodenojejunal. A principal manifestação clínica desse quadro é a hematoquezia, que corresponde a eliminação de sangue vivo nas fezes. Dentre as principais causas de sangramento, temos a doença diverticular, angiodisplasia, câncer colorretal e as doenças inflamatórias intestinais, como a Retoculite Ulcerativa e doença de Crohn. Para HDA: hematêmese e melena, OCULTA (ENTERORRAGIA)Para HDB: hematoquezia (OCULTA/EVIDENTE) e enterorragia. Se HDA é acima do ângulo de TREITZ, e a HDB é abaixo do ângulo de TREITZ, essa hemorragia baixa vai passar a ser subclassificada agora em Hemorragia Digestiva Média (HDM) e HDB. HDM o sangramento é oriundo entre o ângulo de TREITZ e a válvula ileocecal. É suspeitada quando a hemorragia é desconhecida mesmo depois da realização da endoscopia e colonoscopia. Tem sangramento →faz EDA para fazer investigação se esse sangramento é alto → faz a colonoscopia para fazer investigação se o sangramento é baixo → não encontra vestígio do motivo daquele sangramento → suspeita-se que a origem do sangramento seja no intestino delgado →HDM. 6 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI • DEFINA ÂNGULO DE TREITZ.• Formado pelo angulo do duodeno e o jejuno. • É um pinçamento diafragmático que gera um ligamento → LIGAMENTO DE TREITZ. • Divide o trato gastrointestinal em alto e baixo. • Importante para afastar hemorragias que sejam de origem alta. • Importante para: Saber se o sangramento é uma hemorragia de origem alta ou baixa. • DESCREVE A ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA PORTA HEPÁTICO. A função do sistema venoso portal hepático é o de receber todo o sangue proveniente do trato digestivo, do baço , do pâncreas e da vesícula biliar e transportá- lo para o fígado . Ou seja, o sangue que circula por ela está carregado de substâncias que foram ingeridas recentemente A veia porta hepática é formada pela união das veias mesentérica superior e esplênica. ... A veia mesentérica inferior, que deságua na veia esplênica, drena partes do intestino grosso. O fígado recebe sangue arterial (artéria hepática própria) e venoso (veia porta hepática) ao mesmo tempo. • DESCREVA A VASCULARIZAÇÃO DO: o ESTÔMAGO Vascularização Arterial O estômago é um órgão ricamente vascularizado, inúmeras anastomoses são formadas entre as artérias, gerando uma abundante vascularização que é originada no tronco celíaco e em seus ramos. O tronco celíaco origina 3 ramos, sendo eles: a artéria gástrica esquerda, artéria esplênica e artéria hepática comum. A vascularização arterial da curvatura menor se dá por anastomose da artéria gástrica esquerda, e da artéria gástrica direita, ramo da artéria hepática comum. A 7 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI vascularização arterial da curvatura maior se dá por anastomose da artéria gastromental direita, ramo da artéria gastroduodenal (que é ramo da artéria hepática comum), e pela artéria gastromental esquerda, ramo da artéria esplênica. E, a vascularização arterial do fundo se dá por artérias gástricas curtas e posteriores, que são ramos da artéria esplênica. Vascularização Venosa A vascularização venosa acompanha a vascularização arterial. As veias gástricas direita e esquerda, na região da curvatura menor, drenam para a veia porta. Na região da curvatura maior, as veias gastromentais esquerdas drenam para a veia esplênica que se une a veia mesentérica superior, para formar a veia porta; e as veias gastromentais direitas drenam para a veia mesentérica superior. E na região do fundo, a drenagem venosa se dá pelas veias gástricas curtas que drenam para a veia esplênica. Também há uma veia pré-pilórica que ascende sobre o piloro e segue até a veia gástrica direita, sendo esta uma veia importante para os cirurgiões pois é facilmente visível, auxiliando na identificação do piloro. Vascularização Linfática Há também a vascularização linfática, na qual os vasos linfáticos acompanham as artérias ao longo das curvaturas maior e menor. A porção que inclui a curvatura menor e grande parte do corpo gástrico é drenada para os linfonodos gástricos esquerdos. A parte direita da curvatura maior drena para linfonodos gastromentais ou linfonodos pilóricos. A parte esquerda da curvatura maior drena para linfonodos gastromentais ou linfonodos pancreaticoesplênicos. Uma porção da curvatura menor, correspondente a parte pilórica, drena para linfonodos gástricos direitos. Esses linfonodos principais drenam para os linfonodos celíacos, que por sua vez drenam para o ducto torácico. o ESÔFAGO o DUODENO o INTESTINO GROSSO o RETO • DEFINA: oHEMATOQUEZIA: sangue oriundo principalmente de região perianal. Doenças anorretais: doença hemorroidária, a fístula anal, a fissura anal, trombose por conta de hemorroida. →Melena. oMELENA: Fezes muito escuras (semelhantes a alcatrão) e mal cheirosas, que contêm sangue digerido na sua composição. Dessa forma, este tipo de cocô é muito comum em pessoas que têm algum tipo de sangramento no sistema digestivo alto, ou seja, no esôfago ou no estômago. oHEMATÊMESE: Alterações gastrointestinais e corresponde ao termo científico para vômito com sangue, que pode acontecer devido a situações pouco graves como por exemplo devido ao sangramento nasal ou irritação do esôfago. oENTERORRAGIA: maior volume, sangue cor de vermelho rutilante, pode evoluir com instabilidade hemodinâmica ou não. • DESCREVA O QUADRO CLÍNICO DAS SEGUINTES PATOLOGIAS: o SÍNDROME DE MALLORY-WEISS SÍNDROME DE MALLORY-WEISS 2ª causa importante de HDA. Essa síndrome tem uma apresentação clássica: ingestão abusiva de álcool e que, por conta da gastrite/mal-estar que aquele excesso de álcool provocou, ele vai sofrer com vômitos sucessivos que vão promover laceração da mucosa esofágica no terço distal. Cessa espontaneamente, na maioria. Quando não cessar → esclerose. Hiperêmese gravídica? gestantes que vomitam demais, pode provocar lesão por Mallory Weiss, sangramento digestivo provocado por esse tipo de laceração. o ÚLCERA PÉPTICA ÚLCERA PÉPTICA Quando sintomática, apresenta geralmente dor abdominal no hipocôndrio direito ou esquerdo. Classicamente, na úlcera duodenal, a dor ocorre 2 a 5 horas após a refeição e à noite. Outros sintomas são empachamento pós-prandial, saciedade precoce, náuseas, pirose e regurgitação. O diagnóstico é feito a 8 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI partir da suspeita clínica e estabelecido com a visualização da úlcera na endoscopia digestiva alta. o DOENÇA DIVERTICULAR DOENÇA DIVERTICULAR Causa muito comum, principalmente no paciente acima de 50 anos. Os divertículos são formações que tem em “dedo de luva” que acontece em toda a parede da mucosa, acontecem em áreas de fraqueza, não é qualquer área da parede que vai desenvolver o divertículo. A maioria localizada no lado esquerdo. A maioria das apresentações clínicas é no cólon descendente e no sigmoide. E você pode ter um paciente com doença diverticular e passar a vida inteira sem que ter que tenha complicação. complicação: perfuração, sangramento ou obstrução. Maioria → de obstrução desse canal que se forma do divertículo, um fecalito, que a gente tem um sangramento, um divertículo que está sangrando. Diagnóstico: tomografia e a conduta é clínica, você vai fazer o tratamento clínico desse paciente, se houver uma enterorragia importante o tratamento vai ser cirúrgico. Não é indicado, porque a gente precisa insuflar e a insuflação durante a realização do exame endoscópico pode contribuir para a perfuração, para a translocação bacteriana e para a peritonite. O risco de perfuração é grande. o ADENOCARCINOMA DE CÓLON E RETO ADENOCARCINOMA DE CÓLON E RETO No estágio inicial, o câncer colorretal não costuma apresentar sinais e sintomas, o que dificulta sua detecção precoce. Sinais: • Mudança injustificada de hábito intestinal; • Diarreia ou prisão de ventre recorrentes; • Sangue nas fezes (pode ser de coloração clara ou escura); • Evacuações dolorosas; • Afinamento das fezes; • Constante flatulência (gases); • Desconforto gástrico; • Sensação de constipação intestinal; • Perda injustificada de peso; • Cansaço constante. o DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL Os sintomas da DII variam, dependendo da gravidade da inflamação e onde ela ocorre. Os sintomas podem variar de leve a grave. É provável que a pessoa tenha períodos de doença ativa seguidos por períodos de remissão. Sinais e sintomas comuns à doença de Crohn e à colite ulcerativa incluem: • Diarreia • Febre • Fadiga • Dor abdominal e cólicas • Sangue nas fezes • Apetite reduzido • Perda de peso não intencional CURSO DE MEDICINA / EMERGÊNCIAS CIRÚRGIOF. FELIPE GÓIS QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO E RESUMO • DESCREVA O PASSO À PASSO DO MANEJO DE UMA HEMORRAGIA DIGESTIVA. Assim, depois de assegurada uma via aérea pérvia, e uma ventilação adequada, nos deparamos com o principal escopo do atendimento do paciente com HDA: o estado hemodinâmico.Paraconsiderarmos umpaciente estável hemodinamicamente: • CITE AS DROGAS UTILIZADAS NO MANEJO DE UMA HEMORRAGIA DIGESTIVA. O uso de bloqueadores de bombas de prótons é associado à diminuição da recorrência do sangramento, sendo o seu uso mandatório. Os IBP EV 9 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI (omeprazol ou pantoprazol) diminuem o período de internação e a necessidade de transfusão de sangue. Os IBP trazem benefícios pré e pós endoscopia, estando associados a menor classificação de risco no pré e redução do risco de ressangramento no pós. Doses recomendadas:omeprazol ou pantoprazol 80 mg em bolus intravenoso, seguido da infusão contínua de 8 mg/h. Se confirmada a origem ulcerosa da hemorragia, o IBP deverá ser mantido em dose contínua ou intermitente intravenosa por 72h após a terapia endoscópica, sendo modificada para 40 mg/dia, por via oral, posteriormente. Drogas vasoativas, como somatostatina e seu análogo octreotide, apesar de sucesso em tratamento do sangramento varicoso e benefícios teóricos no não varicoso, o uso rotineiro não é recomendado em HDA não varicosa. Contudo, pode ser útil em casos de sangramentos incontroláveis, enquanto se aguarda a realização da endoscopia ou cirurgia, quando ambas são contraindicadas. Drogas vasoativas: o uso dessas drogas serve para diminuir a pressão portal e devem ser administradas até mesmo antes da realização da endoscopia e mantida por um período de dois a cinco dias ou até 48 horas após o fim do sangramento. As principais drogas aceitas e utilizadas são Terlipressina, Somatostatina e Octreotide. Betabloqueadores: Após o fim do uso de drogas vasoativas, deve-se iniciar na terceira ou quarta hora após sangramento o uso de betabloqueadores não-seletivos para evitar uma possível ruptura varicosa. Os principais betabloqueadores usados são o Propranolol ou Nadolol, que devem ter suas doses ajustadas para que se atinja diminuição de 20% da frequência cardíaca basal. Antibiótico: O uso de antibiótico deve ser determinado no momento do diagnóstico, sendo considerado uma medida obrigatória. A duração do seu uso deve ser por pelo menos uma semana após o começo do quadro, com a intenção de diminuir as taxas de infecção no local da lesão ou por embolia séptica, ressangramento e mortalidade. Os principais antibióticos utilizados são as Quinolonas e as Cefalosporinas. Os esquemas como administração de Norfloxacino 400 mg a cada 12 horas, por via oral, ou Ceftriaxona 1 g a cada 12 horas, por via intravenosa, são bastante utilizados e aceitos. • DEFINA ENDOSCOPIA DIGESTIVA. CITE SEUS TIPOS, SUAS DIFERENÇAS. A EDA, além de ser o exame considerado fundamental para a investigação da hemorragia digestiva alta, também demonstrou eficácia como tratamento em alguns casos, devendo ser realizada após a estabilização do paciente e, de preferência, até 24h após o início do sangramento. A análise quanto à classificação de Forrest é essencial para a escolha da terapêutica endoscópica. Exame capaz de analisar a mucosa do esôfago, estômago e duodeno (primeira parte do intestino delgado). É feita através de um tubo flexível (conhecido por endoscópio) que possui um chip responsável por capturar as imagens do sistema digestivo através de uma câmera. 1. Broncoscopia Esse exame é exclusivo para analisar com detalhes toda a região da traqueia, dos brônquios e uma parte dos pulmões. O procedimento é realizado de maneira simples: com a introdução do broncoscópio na boca ou no nariz. Esse equipamento, bastante flexível, apresenta, em sua extremidade, uma fonte de luz e uma minúscula câmera para que o profissional consiga ter uma visualização melhor e guiar o tubo durante o processo. O médico pode solicitar a broncoscopia em diferentes situações — tudo dependerá do tipo de queixa ou quadro clínico do paciente. Na maioria dos casos, a técnica é solicitada quando: • o indivíduo expele sangue pelas vias respiratórias; • há alteração no exame de radiografia; • há tosse frequente sem causa aparente; • há suspeita de tuberculose; • ou outras infecções pulmonares, como a bronquite ou a bronquilite. 2. Cistoscopia Constantemente indicada por um urologista, a cistoscopia é um exame no qual é inserido um cistoscópio na região da uretra. Uma vez introduzido o equipamento, o especialista injeta uma determinada https://blog.maconequi.com.br/dicas-como-tratar-bronquite?utm_source=blog&utm_medium=link&utm_campaign=blog-tipos-de-endoscopia https://blog.maconequi.com.br/bronquiolite?utm_source=blog&utm_medium=link&utm_campaign=blog-tipos-de-endoscopia 10 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI quantidade de soro fisiológico para que a bexiga seja expandida e, com isso, haja uma visualização melhor do órgão. Caso exista qualquer alteração no local, será necessário fazer uma biópsia — removendo parte do tecido e, posteriormente, encaminhando o material para um laboratório capacitado em análise. O procedimento tem a finalidade de auxiliar no diagnóstico de uma série de complicações. Esse é o caso de inflamações ou cálculos, tumores, alterações no trato urinário, endometriose ou infecções urinárias. 3. Colonoscopia A colonoscopia é mais um dos tipos de endoscopia feitos na atualidade. A princípio, o procedimento pode ser sinônimo de vergonha para boa parte dos pacientes, no entanto, a sua realização é importantíssima e capaz de contornar diversas doenças graves — e o câncer de cólon é uma delas. Em um panorama geral, a técnica serve para que o médico confira como está a região interna do cólon do paciente. Para tanto, é utilizado o famoso colonoscópio, uma sonda flexível similar ao broncoscópio que apresenta uma pequena câmera em sua ponta. Esse equipamento é inserido no ânus do paciente e direcionado até o intestino delgado. Dessa maneira, é possível checar se há qualquer alteração no local. Em situações suspeitas, é realizada uma biópsia da mucosa para que um laboratório de patologia consiga prosseguir com a análise do material. O exame é capaz de identificar variadas condições, que vão desde pólipos e inflamações a úlceras, tumores e lesões. 4. Gastroscopia A gastroscopia nada mais é do que a popular endoscopia, que serve para avaliar os órgãos do sistema digestivo, como o esôfago, estômago e duodeno. O exame é baseado na introdução do endoscópio através da boca do indivíduo. Esse equipamento, que possui uma microcâmera, deverá seguir pelo esôfago até a parte do estômago, permitindo que o médico consiga ter uma ampla visualização de todos os órgãos. Em alguns casos, também é possível analisar o duodeno, que diz respeito ao início do intestino delgado. A gastroscopia é recomendada quando o especialista suspeita de alterações nas regiões citadas. Isso acontece entre os pacientes que apresentam dificuldade para engolir, sofrem com dores abdominais e por aí em diante. Fora isso, o procedimento também reserve para contornar outras situações, como: • realizar a reparação de úlceras ou veias; • ajudar o paciente a se alimentar; • remover pólipos e tumores benignos em fase inicial; • proporcionar a dilatação do estômago, em caso de obstrução. Para o conforto do paciente, todos os exames de endoscopia são feitos com sedação. Há também algumas recomendações que ajudam na obtenção de melhores resultados, como permanecer em jejum absoluto de 12 horas antes do exame e não ingerir medicamentos, principalmente os antiácidos e anticoagulantes. • FALE SOBRE O BALÃO DE SENGSTAKEN-BLAKEMORE, SUA ESTRUTURA E FUNÇÃO. É uma sonda que possui um cateter de três lúmens e dois balonetes. Um dos balonetes será insuflado no lúmen do estômago fazendo pressão sobre a cárdia e outro será insuflado no lúmen do esôfago para pressionar as varizes. O terceiro lúmen serve para fazer a irrigação e drenagem do estômago. Como a sonda de Sengstaken-Blakemore não possui 4lúmens, onde o quarto lúmen seria para aspiração de secreções esofágicas, é necessário então que juntamente se coloque uma sonda nasogástrica para que assim haja aspiração de conteúdo esofágico. 11 EMERGÊNCIAS CIRÚRGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA VERENA FACCHINI Quando usar? Em sangramentos maciços por ruptura de Varizes esofagogástricas (VEG) em que houve impossibilidade de estabilização hemodinâmica, seja por ausência de serviço de endoscopia na unidade de atendimento, falha na escleroterapia endoscópica, ou impossibilidade de tratamento definitivo com TIPS (Tansjugular Intrahepatic Portasystemic Shunt) / cirurgia. Mas, atenção! O uso do balão de Sengstaken- Blakemore é de no MÁXIMO 24 horas. Quais são as contraindicações? Cirurgias prévias no esôfago e quando existe a possibilidade imediata de terapia endoscópica ou cirúrgica. Qual a efetividade do balão de Sengstaken- Blakemore? A efetividade no controle do sangramento dessa terapia é de 80-90%, porém a recidiva é alta (>50%). Quais são as possíveis complicações pós-inserção da sonda? Podem ocorrer: ruptura esofágica (insuflação indevida do balonete gástrico no esôfago), obstrução de vias aéreas superiores, necrose de asa de nariz, boca e mucosa gastroesofágica por pressão, pneumonia aspirativa, entre outras complicações. Quem pode realizar esse procedimento? É um procedimento médico, podendo o profissional de enfermagem ou técnico acompanhar, auxiliar, realizar os cuidados e a retirada da sonda com prescrição médica, quando capacitado e bem treinado.
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