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1 Aula 1 – 11/10/2021 Exame físico em cardiologia - 2021 Semiologia ou Propedêutica Semiologia ou Propedêutica é a parte da medicina relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças humanas e animais. Vem do grego σημειολογία (semeîon, sinal + lógos, tratado, estudo). Estamos falando do exame físico. Exame Físico do Precórdio Coração está no precórdio, atras do esterno. Inspeção Palpação Ausculta Inspeção e palpação Examinar o paciente sempre do lado direito do paciente. A posição da mão dependendo do tipo de exame físico, usa- se parte da mão. Ao palpar o ictus deve-se usar a base da mão Movimento abaixo do esterno, pede-se ao paciente para inspirar profundamente (aumenta o retorno venosos), assim o VD fica mais evidente. A caixa torácica faz uma pressão negativa proporcionada pelos pulmões, promove o aumento do retorno venoso, mais volume vai para ao lado direito. Quando se expira, aumenta-se o volume de sangue do lado esquerdo. Pensar no pulmão como uma esponja. O sangue tem fluxo laminar, naturalmente. Quando o sangue tem a alteração do seu fluxo, ou seja, passa a ter um fluxo turbilhonar. Esse fluxo turbilhonar propagam um som, tendo o aparecimento do frêmito. O frêmito corresponde a sensação tátil do sopro. O sopro pode ser auscultado também, o sopro pode produzir um frêmito quando ele é muito intenso. Examinar o tipo de tórax. Pectus escavado Para se palpar o ictus pode-se colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo. O ictus ocorre no momento da sístole, simultaneamente à onda de pulso, que gera o pulso carotídeo. Então, pode-se palpar o ictus simultaneamente à uma artéria. Pacientes muito taquicardíacos é muito difícil saber quem é B1 quem é B2. A bulha que antecede a o pulso artéria é a primeira bulha. Valva – todo o conjunto do anel, do arcabouço e folhetos. Válvula – são os folhetos. Base cardíaca- 2º espaço intercostal à Direita e esquerda Ápice cardíaco- extremidade inferior do ventrículo esquerdo Vasos da base: aorta, artéria pulmonar, veia cava superior Ictus localiza-se no 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular. Os vasos da base passam pelo 2º espaço intercostal. O átrio esquerdo é mais posterior e horizontal, tendo contato com o esôfago. O ventrículo direito é a cavidade mais anterior, por isso quando o VD cresce ele empurra a região do apêndice xifoide. Ictus Cordis Investigar: Localização Extensão Mobilidade Intensidade e forma de impulsão Ritmo Frequência Semiologia cardiovascular 2 Invisível e impalpável: portadores de enfisema, obesidade, musculatura muito desenvolvida, grandes mamas. Deslocado: dilatação e/ou hipertrofia VE Miocardiopatias Insuficiência aórtica: só compromete o átrio esquerdo quando pelo aumento da cavidade do VE (ficando esférico), dilata o anel da valva mitral. Então, tem-se uma insuficiência mitral devido a insuficiência aórtica. Insuficiência mitral: leva a uma sobrecarga de volume devido a regurgitação. Insuficiência mitral e aórtica vai gerar uma sobrecarga de volume, ictus desvia para a esquerda, ocupando uma área maior de ictus. Hipertensão arterial: vence a resistência para poder ejetar o sangue. Estenose aórtica: VE trabalha com uma resistência de ejeção. a) Localização normal do ictus cordis b) Hipertrofia ventricular direita – levantamento da região precordial, próximo ao esterno, não corresponde ao ictus c) Hipertrofia ventricular esquerda sem dilatação – deslocamento mínimo ictus ou não aparece d) Hipertrofia e dilatação ventricular esquerda – ictus desviado para baixo e fora mais amplo Tipos de Ictus do VE Patológicos 1. Ictus Propulsivo e Sustentado: hipertrofia de ventrículo esquerdo (HVE), estenose aórtica (E Ao) e miocardiopatia (MCP) Hipertrófica. 2. Ictus Hipercinético: Exercício, Febre, anemia, etc. 3. Ictus Hipercinético e Difuso: Sobrecarga de volume (IAO, IM e CIV) 4. Ictus Hipocinético e Difuso: Sobrecarga de volume com Insuficiência sistólica, em fase avançada, a musculatura tem uma cinesia aumentada, difuso porque engloba mais que 2 polpas digitais. 5. Movimento Duplo: Pré-sistólico (B4, ruído pré-sistólico, último ruído da diástole) ou Protodiastólico (B3, ruído que acontece na fase inicial da diástole, fase de enchimento rápido, a B3 acontece quando há um volume residual aumentado). 6. Retração Sistólica (Sinal de Broabent): Pericardite Constrictiva crônica. Ruídos cardíacos Para entender as bulhas devemos voltar a observar o diagrama de Wiggers. Curva de volume ventricular Curva de pressão no átrio Curva de pessoa no ventrículo Curva de pressão da valva aórtica Eletrocardiograma Fonocardiograma Vamos entrar no fechamento das valvas átrio ventriculares. No momento em que a valva mitral se fecha. Esse momento acontece porque é o início da nossa sístole. Porque ele receber o estimulo do QRS (evento elétrico que precede o evento mecânico), um pouco antes do fechamento da valva mitral (pressão do ventrículo > pressão do átrio). Contração isovolumétrica até a abertura da valva aórtica. A partir do momento que a valva aórtica abre tem-se o período de ejeção. Percebe-se que as duas curvas são praticamente iguais, porque são vasos comunicantes, então a pressão inicial fica igual. Até que o ventrículo começa a ejetar todo seu sangue, fica com menos pressão, e a valva aórtica fecha. Quando a pressão do átrio esquerdo fica maior que a do ventrículo esquerdo, assim a valva mitral vai abrir novamente, mantendo o ciclo. Relaxamento isovolumétrico, primeira fase da diástole, ocorre o enchimento rápido, em seguida o enchimento lento. Depois ocorre a contração atrial que é antecedida da onda P. Incisura dicrótica: fechamento da valva aórtica. Quando observar a curva da PAM, o entrave corresponde a incisura dicrótica. E, onda dicrótica. 3 No momento do fechamento das valvas atrioventriculares tem-se a formação da primeira bulha, que representa o início da sístole. A onda de percussão acompanha B1, B1 antecede a onda de percussão (pulso arterial). Logo em seguida da B1, tem-se B2. B2 ocorre pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar, como o lado esquerdo trabalha com mais pressão que o lado direito primeiro se fecha a valva aórtica. Ruídos diastólicos: B3 e B4. B3 e B4 só se tornam audíveis pelo estetoscópio quando estão afetadas, patológicas. B3: quando maior o volume residual, maior o ruído. Correlacionada com disfunção sistólica, não se consegue ejetar todo o volume de sangue, assim o volume residual fica maior, acumulado dentro do ventrículo. E, quando ocorre o enchimento rápido do ventrículo se dá B3 (ruído mais grave). A B3 dá a sensação do galope de cavalo. A B4 depende de uma contração atrial efetiva (30% do volume residual) e um ventrículo esquerdo com pouca complacência, fazendo vibrar as paredes, gerando o ruido pré-sistólico, antecedendo a primeira bulha. B4 é um ruído mais grave que contamina a B1. Na hipertensão arterial o VE fica pouco complacente, vai ficando forte com pouca elasticidade com contração atrial efetiva em cima dele. Ninguém tem B4 se não tem contração atrial efetiva. Bulhas cardíacas Origem: 1º ruído – (65Hz) a) Fator valvular – fechamento mitral e tricúspide b) Fator muscular – contração isométrica c) Fator vascular – distensão dos vasos durante a ejeção d) Fator sanguíneo – turbulência do sangue 2º ruído - fechamento da a e p (55 Hz) 3º ruído – enchimento rápido ventrículo (início diástole) 4º ruído - pré-sístole – contração atrial Focos de ausculta – não correspondem à projeção anatômica das válvulas, mas às zonas onde se ausculta com maior frequência os ruídos - Foco pulmonar – 2º espaço intercostal esquerdo - Foco aórtico – 2º espaço intercostal direito -Foco mitral – 5º espaço intercostal c/ linha m clavicular (ápice) - Foco tricúspide – apêndice xifoide do esterno Fibrilaçãoatrial: caos elétrico. Focos ectópicos Ritmo irregular Em ritmo de fibrilação atrial, a frequência cardíaca vai ser maior que a frequência de pulso (isso indica que a onda de pulso não foi capaz de perpetuar até a extremidade). Porque nem toda sístole é capaz de gerar uma onda de pulso. Então, a frequência de pulso palpável pode ser diferente da frequência cardíaca em ritmos irregulares. O coração para ser efetivo não basta ele contrair, ele tem que ter o tempo de diástole normal. Cliques e estalidos: é a mesma coisa!! Clique é o ruido que acontece no movimento amplo de abertura das valvas espessadas, mas que possuem mobilidade. Clique é quando a valva espessada abre e gera um clique. O espessamento pode ocorrer em uma febre reumática, num processo degenerativo da idade. Aqui no Brasil consideramos os cliques para ruído de abertura aórtico e estalido para ruído de abertura da valva mitral para folhetos que estão espessados, mas com mobilidade. Lembrando que esses dois ruídos são gerados pelo movimento de abertura, devido ao enrijecimento e espessamento dos folhetos valvares. Ruídos das próteses: valvas mecânicas fazem um ruído metálico. 4 Qual a vantagem da valva biológica? Não precisa usar anticoagulante (marevan, anti vitamina K) pro resto da vida, só precisa usar nos primeiros três meses após o transplante, durante o período de epitelização. Depois só mantém o anti- agregante, no caso o AAS. Quando se coloca a valva mecânica é necessário anticoagular para o resto da vida. A valva mecânica dura o resto da vida. A valva biológica dura em média 10 a 15 anos. Em quem nós indicamos? Indivíduo mais jovem: valva mecânica, desde que não queira engravidar. Mulher que quer engravidar é mais fácil prescrever valva biológica, pelo fato de ter menos complicações, não precisa usar anticoagulantes por toda a vida, só nos primeiros três meses após o transplante. Sopros cardíacos Exemplo: o sopro da insuficiência mitral é holossistólico, dura por toda a sístole. O folheto anterior, normalmente, é o mais insuficiente, jogando o sangue posteriormente, irradiando mais para a esquerda e para a região dorsal. Já quando o folheto posterior está insuficiente, o que é mais raro, ele joga o fluxo de sangue para cima para a região pericárdica. Atritos Desdobramentos de bulhas cardíacas (B2)
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