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Resistência Tipos de resistência do Mycobacterium tuberculosis: • Resistência natural - por mutação genética ocorrida ao acaso. • Resistência adquirida - por seleção de germes resistentes por quimioterapia de baixa potência, por irregularidade ou por abandono. • Resistência primária - por transmissão. Modelo RIPE Orais de primeira linha: • Rifampicina: inibi a RNA polimerase no momento da replicação do DNA; • Isoniazida: inibi a biossíntese dos ácidos micólicos na parede celular da bactéria; • Pirazinamida: age em pH ácido e mostra-se eficaz contra microrganismos intracelulares em macrófagos; • Etambutol: inibi a síntese de RNA, impedindo multiplicação. Crescimento bacilar e fases do crescimento Tem que saber qual a condição do paciente, como está, para saber iniciar o tratamento. Normalmente começa em 2 meses chamado de Fase de Ataque, é exatamente nessa em que o RIPE são indicados para reduzir a morbidade, transmissibilidade e resistência adquirida pela população bacilífera. Existem alguns pacientes que o RIPE não irá funcionar, isso porque vê uma diminuição na carga microbiana e nota que ainda existe, com isso tem que ir para um tratamento prolongado e bifásico, pode demorar até 6 meses dentro dessa janela que seria uma Fase de Manutenção e não usaria mais o RIPE, apenas RI, ou seja, rifampicina e isoniazida. Esquema de tratamento A determinação da dose diária vai ser baseado no peso do paciente. Por exemplo, paciente possui 36kg - 50kg será 3 comprimidos de RIPE. A forma e a quantidade da dose de ataque são pelo peso. Na fase de manutenção (rifampicina e isoniazida) será determinado pelo peso do paciente. R: rifampicina; H: isoniazida; Z: pirazinamida: e E: etambutol. Os medicamentos são em comprimidos com dose fixa combinada. O número que antecede a sigla indica o número de meses do tratamento. Dose respectiva em mg de cada comprimido abaixo da sigla de cada medicamento. Fatores associados - Idade; - Dependência química ao álcool, pode potencializar a ação dos antibióticos e sobrecarregar; - Desnutrição, perda de peso de mais de 15% do peso corporal; - História de doença hepática, todas as drogas sobre ação metabólica da enzimas do citocromo (CYP) P450, ocorre uma ESQUEMA TERAPÊUTICO da TUBERCULOSE @julioostudies descarga muito grande no fígado (pirazinamida é a que mais afeta o fígado). Reações adversas Existem reações que não são tão comuns, que podem ocorrer por causa de um dos medicamentos específicos (RIPE). Com mais incidência são as seguintes: ➢ Mudança da coloração da urina por causa dos antibióticos (ocorre universalmente); ➢ Intolerância gástrica, irritação no trato gastrointestinal (em 40% dos pacientes); ➢ Alterações cutâneas (em 20%); ➢ Icterícia (em 15%); ➢ Dores articulares (em 4%). Tuberculose e Gravidez O esquema RIPE pode ser administrado nas doses habituais. A maioria dos estudos clínicos que foram feitos com os protocolos RIPE não mostrou teratogenia fetal, mas ao utilizar o RIPE as experiências em grávidas demonstram segurança usando a vitamina B6 durante a gravidez junto ao RIPE, seria uma suplementação (principalmente nos 3 primeiros meses da gestação). Ocorrerá casos em que é necessário retirar medicações de manutenção e ir para outras classes de medicamentos, por exemplo, amicacina, bedaquilina, estreptomicina, etionamida, fluoroquinolonas, (levofloxacino e moxifloxacino), rifabutina. No protocolo cita as multirresistências que ocorrem com determinados medicamentos, seja por isoniazida, seja por rifampica e entre os demais, isso vai depender do bacilo, do processo de mutação e resistência que terá em cada indivíduo. Gestantes com multirresistência é necessário testar alternativas, como: antibióticos, testes de sensibilidades com outros fármacos, mas é muito delicado essa relação de gravidez com tuberculose, mas os estudos dizem que o protocolo RIPE em associação com a vitamina B6 tem dado certo. Nesses casos de multirresistência, em que o tratamento pode durar 1 ano, deve levar em consideração que alguns antibióticos, principalmente na fase inicial da gravidez, não poderão ser utilizados. Biodisponibilidade A isoniazida e a rifampicina são os de melhor difusão tecidual, alcançando concentração sérica máxima (pico sérico) 2 a 4 horas depois de ingeridas. Para a eliminação dos germes persistente e para a esterilização das lesões. A pirazinamida, cujo componente ativo é o ácido pirazinoico, tem uma boa atuação em pH ácido (interior do macrófago e nas zonas acidificadas de inflamação das lesões fechadas). Três fatores importantes nos esquemas de tratamento 1. Associar pelo menos três medicamentos que combinem a ação sobre diferentes sítios de lesão, ou seja, cada um dos medicamentos do RIPE vai agir em uma fase de metabolismo bacteriana diferente, pelo menos na fase de ataque e fase de replicação desses bacilos. 2. Tempo prolongado de tratamento, visando atingir bacilos em crescimento lento/intermitente. Apenas esquemas que contenham a rifampicina podem ser usados por 6 meses, qualquer outro implica tempo de tratamento de 12 meses. Rifampicina age no RNA polimerase. Resistência a Rifampicina, tem que analisar outras formas, nos protocolos tem outros esquemas, se desconfiar que nos 6 meses foi muito pouco, pode ter certeza que está tendo resistência. 3. Regularidade na tomada de medicação para manter as concentrações necessárias sobre a população bacilar. Tem que orientar o paciente muito bem, as reações adversas são fortes e muitos abandonam. Quando começar o tratamento, explicar muito bem para o paciente, alertar que no início é difícil, de forma que ele tente levar o tratamento. Recidiva de tuberculose Antes de começar a terapêutica de RIPE, é muito bom solicitar a subpopulação linfocitária desse indivíduo, para saber como está a resposta imunológica. Dentro do protocolo existe uma aba específica para esses pacientes. A recidiva pode ocorrer por causa de: 1. Pessoas com peso abaixo de 10% do ideal e que não ganham mais de 5% de peso na fase intensiva do tratamento; 2. Fumantes; 3. Portadores de diabetes insulino- dependente, HIV ou outra condição imunossupressora. O tratamento é muito demorado em pessoas que possuem AIDS, ao invés de ser 4 meses na manutenção, será mais 8 meses e em alguns pacientes pode chegar a 12 meses. Dependendo da condição do paciente, em caso de recidiva, a fase de manutenção pode prolongar, o que vai determinar são os acompanhamentos e exames. Para o tratamento desses casos, é necessário o uso de medicamentos injetáveis e de fármacos de reserva, com duração de 18 a 24 meses, cuja a efetividade é de aproximadamente 66%. Monitoramento do tratamento de TB O médico tem que monitorar, é uma doença de notificação pública, exige acom- panhamento, exige condutas clínicas. Esse quadro que vai fazer com que tenha uma terapêutica de qualidade, acompanhamento de qualidade de um paciente que está em tratamento de tuberculose. Na atenção básica pode pegar informações sobre o paciente e a comunidade. QUIZ 1.Age em pH ácido e mostra-se eficaz contra microrganismos intracelulares em macrófagos. a) Etambutol b) Rifampicina c) Isoniazida d) Pirazinamida 2.Inibe a RNA polimerase no momento da replicação de DNA. a) Isoniazida b) Pirazinamida c) Etambutol d) Rifampicina 3.Inibe a biossíntese dos ácidos micólicos na parede celular da bactéria a) Isoniazida b) Pirazinamida c) Etambutol d) Rifampicina Preencha os espaços em branco: A maioria dos casos de multirresistência no mundo é adquirida por tratamentos___________e ____________. “Três regras básicas dos esquemas de tratamento” Primeira – associar pelo menos três medicamentos que combinem _____________ sítios de lesão e sobre diferentes fases do metabolismo bacteriano, pelo menos na fase de ataque. A__________ cujo componente ativo é o ácido pirazinóico, tem uma boa atuação em pH ácido (interior do macrófago e nas zonas acidificadas de inflamação aguda das lesões fechadas). Gabarito 1 – C 2 – D 3 – C A maioria dos casos de multirresistência no mundo é adquirida por tratamentos inadequados e abandono. Primeira - Associar pelo menos três medicamentos que combinem a ação sobre diferentes sítios de lesão e sobre diferentes fases do metabolismo bacteriano, pelo menos na fase de ataque. A pirazinamida cujo componente ativo é o ácido pirazinóico, tem uma boa atuação em pH ácido (interior do macrófago e nas zonas acidificadas de inflamação aguda das lesões fechadas).