Buscar

Gabarito 241 Pos 3PJ Unai 12072018

Prévia do material em texto

GABARITO PROVA DE ESTÁGIO - 3.ª Promotoria de Justiça de Unaí 
Questão 1 
a) Princípio da Individualização da Pena 
Positivado pelo artigo 5º, inciso XLVI da Constituição Federativa, esse 
princípio possui três momentos delimitados, quais sejam: (i) a cominação da 
reprimentda, onde “a individualização nada mais é que um exercício de 
proporcionalidade entre o fato a ser punido e a pena que lhe será atribuída” 
seguido pela (ii) aplicação da pena, momento em que o magistrado deve 
levar em conta os critérios para dosimetria, contidos no 
artigo 59 do Código Penale, (iii) a execução da pena, “[...] durante a qual o 
sexo, a idade, as condições de saúde, bem como o comportamento do 
apenado podem fazer com que duas penas idênticas sejam cumpridas de 
maneira totalmente desigual, mas nem por isso injusta”. 
Princípio da Legalidade 
Tal princípio tem como escopo limitar o poder estatal para evitar sua 
utilização de forma arbitrária, protegendo o particular de possíveis exageros 
do Executivo e do Judiciário, exigindo desse, para sua concretização 
integral, a plena vinculação à lei em sentido estrito. 
A adoção do presente princípio decorre da análise conjugada dos artigos 5º, 
24 e 28 do Código do Processo Penal, normas que se impõem em face da 
mencionada natureza pública do interesse repressivo. 
Sua observância indica que as penas se executarão em estrita conformidade 
com as leis e os regulamentos de regência da execução penal. Não se admite 
a utilização da analogia ou da interpretação extensiva in malam partem. 
Princípio da Pessoalidade da Pena 
Conhecido também como princípio da intranscendência penal, a doutrina 
entende como a garantia constitucional da responsabilização penal subjetiva 
do agente. Com fundamento no artigo 5º, inciso XLV da Carta Magna, tal 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729020/inciso-xlvi-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633383/artigo-59-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729058/inciso-xlv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
princípio estabelece que a pena não pode passar da pessoa do condenado, 
ou dos autores e partícipes do delito. 
Renato Brasileiro o excetua em caso de responsabilidade não penal, 
elucidando a hipótese de reparação de dano causado quando o condenado 
veio a falecer. Nesse cenário, com a transferência dos bens aos herdeiros, 
consoante o disposto na legislação vigente, o dano é transferido aos 
sucessores até as forças da herança. 
Princípio da Individualidade 
Igualmente relevante é o processo de individualização da pena que se 
desenvolve em três momentos, quais sejam, a cominação, a aplicação e a 
execução dessa. 
A cominação é tarefa destinada ao legislador quando, ao eleger os fatos 
penalmente relevantes, fixa a modalidade e os limites da reprimenda 
aplicável. 
Na aplicação da pena, tarefa do juízo criminal, devem ser sopesadas as 
circunstâncias do caso concreto e, consequentemente, será fixada uma pena 
proporcional e justa. 
Por sua vez, a execução, tarefa destinada ao juízo da execução penal, tem 
como finalidades a reparação pelo mal praticado e a ressocialização do 
infrator. 
Princípio da Inderrogabilidade ou Inevitabilidade 
Desde que presentes os pressupostos da pena – fato típico, ilicitude, 
culpabilidade, punibilidade, prova da materialidade, prova da autoria e 
devido processo legal - ela deve ser aplicada e executada, não podendo 
haver extinção da reprimenda por generosidade do julgador. 
Há exceções cabíveis à presente norma, como a hipótese de perdão judicial, 
pois a pena não é cumprida em razão de sua desnecessidade. A essas 
exceções a doutrina nomeia de Princípio da bagatela imprópria que, 
segundo o Superior Tribunal de Justiça, quando reconhecido, “permite que 
o julgador, mesmo diante de um fato típico, deixe de aplicar a pena em 
razão desta ter se tornado desnecessária, diante da verificação de 
determinados requisitos”. 
b) Funções da pena. No âmbito dogmático (teórico), com certa tradição, 
(quase) sempre nossos doutrinadores mantiveram-se filiados às teorias 
ecléticas (ou mistas ou de união ou unitárias), que unificam as ideias de 
retribuição (ao mal do crime o mal da pena) e prevenção, tanto geral (ameaça 
a todos para que não venham a delinquir) como especial (evitar que o 
criminoso volte a delinquir). Esse posicionamento doutrinário acabou tendo 
influência no Código Penal brasileiro vigente que parte − como não podia 
ser de outro modo − de um elementar retribucionismo, ao estabelecer como 
critério punitivo reitor do sistema a imposição da pena justa e merecida, isto é, 
da pena proporcional à gravidade objetiva do fato e à culpabilidade do seu 
autor. 
 Sem esquecer, desde logo, que a proporcionalidade da reação ao delito 
acomoda-se, também, às exigências preventivo-gerais (a pena mais eficaz é, 
precisamente, a pena proporcionada): justiça e proporção constituem os 
pilares de uma concepção retributiva. De qualquer forma, não é válida a 
conclusão de que nosso Código siga o sistema retributivo puro. Admite-o 
como ponto de partida, mas não se orienta pelo retribucionismo inflexível 
(ou kantiano). O juiz conta com relativa maleabilidade no momento da 
fixação da pena (CP, art. 59) (embora flexibilidade ou discricionariedade não 
signifique arbitrariedade) e numerosas instituições desmentem as exigências 
lógicas derivadas das teorias absolutas ou retribucionistas. Isso significa, por 
conseguinte, que a resposta penal nem sempre pretende ajustar-se 
exclusivamente à gravidade objetiva do fato e à culpabilidade do seu autor. A 
Constituição brasileira de 1988 não se posicionou expressamente sobre o 
tema. Mas como contemplou as vigas mestras de um modelo de Estado que 
se caracteriza por ser constituicional e democrático de Direito, não há dúvida que 
dos seus princípios, regras e valores (justiça, liberdade, segurança, dignidade 
da pessoa etc.) podemos inferir importantes limites à intervenção penal. O 
artigo 59 do Código assumiu expressamente um duplo sentido para a pena: 
retribuição e prevenção. Diz textualmente: "O juiz, atendendo à culpabilidade.. ., 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime: 
as penas aplicáveis dentre as cominadas.. .". O artigo 1º da lei de execução penal, 
por sua vez, sublinha que "A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de 
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do 
condenado ou do internado". No momento da sentença, como se vê, a pena deve 
ser aplicada com o sentido retributivo e preventivo. No momento da 
execução, firmou-se a orientação primordial da integração social (prevenção 
especial). De qualquer modo, o sentido da pena em um determinado 
momento (da sentença) não se exclui quando ela passa para a fase seguinte 
(executiva). 
c) Art. 5.° da CF 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as 
seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
Código Penal 
Art. 32 - As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos 
eIII - de multa. 
SEÇÃO I 
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE 
Reclusãoe detenção 
https://jus.com.br/tudo/penas
https://jus.com.br/tudo/execucao-penal
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-
aberto ou aberto. A de detenção em regime semi-aberto ou aberto, salvo 
necessidade de transferência a regime fechado. 
A espécie privativa de liberdade, que está prevista no Código Penal para os 
crimes ou delitos, são as de reclusão ou detenção. Assim, trata-se de prisão 
simples. Para Rogério Greco (2005, p.600), a pena privativa de liberdade é: 
“A pena privativa de liberdade vem prevista no preceito secundário de cada 
tipo penal incriminador, servindo a sua individualização, que permitirá a 
aferição da proporcionalidade entre a sanção que é cominada em comparação 
com o bem jurídico por ele protegido”. 
O Art. 1º da Lei de Introdução do Código Penal confirma o exposto acima, 
apontando o seguinte: 
Art. 1º. Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de 
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou 
cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que 
a lei comina, isoladamente, penas de prisão simples ou multa, ou ambas, 
alternativa ou cumulativamente”. 
Neste momento, optou-se por trazer algumas informações importantes do 
Código Penal Brasileiro a respeito das penas de reclusão e de detenção, que 
são nada menos do que a própria espécie de penas privativas de liberdade 
conforme descritas abaixo: 
“Art. 33, caput, do CP (2013, p. 526), que relata que a pena de reclusão deve 
ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. Já a detenção deve 
ser em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a 
regime fechado; 
“SEÇÃO II 
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Penas restritivas de direitos 
Art. 43 (2013, p. 527) - As penas restritivas de direitos são: (redação dada 
pela Lei nº 9714, de 1998) 
I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714 de 1998 
II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714 de 1998) 
III – limitação de fim de semana; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 
IV- prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas(Incluído pela 
Lei nº 9.714 de 1998) 
V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714 de1998) 
VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714 de 1998). 
 Por fim, a pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da 
quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Sobre isso, Vera Regina 
de Almeida Braga, se manifesta em seu livro seguinte forma: A pena de multa 
constitui uma modalidade de pena pecuniária, impostas pelo Estado ás 
pessoas condenadas pela prática de infrações penais. Trata-se de uma 
retribuição não correspondente ao valor do dano causado, considerada como 
sanção de natureza patrimonial, por representar pagamento em dinheiro por 
determinação judicial, em virtude de sentença condenatória. 
Questão 2 
É a impossibilidade de praticar um ato processual. É a perda de uma faculdade ou 
direito processual, que, por haver esgotado ou por não ter sido exercido em tempo e 
momento oportunos, fica praticamente extinto. Existem três tipos de preclusão, que 
são: temporal, lógica e consumativa. 
Preclusão temporal: É a perda da faculdade de praticar algum ato processual, pelo 
decurso do prazo. 
Preclusão lógica: Opera-se com a incompatibilidade de praticar o ato em razão da 
impossibilidade existente entre aquilo que a parte pretende e sua própria conduta 
processual anterior. A preclusão lógica se liga a coisa julgada. 
Preclusão consumativa: Ocorre quando uma determinada faculdade processual já foi 
realizada no momento adequado tornando-se impossível o exercício da mesma 
faculdade. Não se opera preclusão consumativa contra os despachos judiciais, já que 
estes não ferem direitos ou interesse das partes, e podem ser revistos ou revogados 
livremente pelo juiz. Não aceita duplicação do fato. Há uma vedação do bis in idem. 
 
Questão 3 
a) Conceito: direitos subjetivos que tem por objeto os bens e valores 
essenciais da pessoa no seu aspecto físico, moral e intelectual. 
Os direitos da personalidade são ínsitos à pessoa, em todas as suas 
projeções, sendo que são dotados de certas características peculiares, quais 
sejam: A) são absolutos, isto é, são oponíveis contra todos (erga omnes), 
impondo à coletividade o dever de respeitá-los; B) generalidade, os direitos 
da personalidade são outorgados a todas as pessoas, pelo simples fatos de 
existirem; C) extrapatrimonialidade, os direitos da personalidade não 
possuem conteúdo patrimonial direto, aferível objetivamente; D) 
indisponibilidade, nem por vontade própria do indivíduo o direito da 
personalidade pode mudar de titular; E) imprescritibilidade, inexiste um 
prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo seu não-uso; F) 
impenhorabilidade, os direitos da personalidade não são passíveis de 
penhora; e, G) vitaliciedade, os direitos da personalidade são inatos e 
permanentes, acompanhando a pessoa desde seu nascimento até sua morte. 
b) A construção legislativa foi realizada de forma a levar em consideração esta 
iniciativa da doutrina, em legalizar e reconhecer os direitos da 
personalidade, afirmando a importância do ser humano, fundamentando, 
assim, legislações com base do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, 
originando assim uma base fortíssima para a construção de nossa Carta 
Magna de 1988. 
O direito brasileiro absorve plenamente estas lições, tendo em vista que os 
incisos III e II, do art. 1º da CF de 1988, expressamente consagram como 
fundamento da nação brasileira, o princípio matriz da dignidade da pessoa 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731879/inciso-iii-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731920/inciso-ii-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
humana e da cidadania, que se apresentam como uma verdadeira cláusula 
geral de proteção da personalidade humana, incluindo a Constituição, em 
seu § 2º, do art. 5º, os direitos e garantias fundamentais oriundos de 
tratados internacionais em que Brasil seja parte. Assim, a prioridade que 
fora conferida à direitos e princípios, tais quais à cidadania e à dignidade da 
pessoa humana, previstos no art. 1º, incisos I e II da Constituição Federal, 
como fundamentos da República e a adoção do princípio da igualdade 
substancial, conforme previsão na Constituição Federal, no art. 3º, 
inciso III, bem como a isonomia formal do art. 5º, condicionam o 
intérprete e as demais pessoas, ocasionando um molde legislativo 
infraconstitucional, á que o constituinte deve se ater. Com base nestes 
argumentos, percebe-se que a escolha da dignidade da pessoa humana 
como fundamento basilar da Constituição Federal, associada as demais 
prerrogativas do Estado e seus princípios fundamentadores, juntamente 
com a previsão do art. 5º, parágrafo 2º, da Carta Magna, configura o que 
muitos autores denominam de cláusula geral de tutela e promoção da 
pessoa humana, que deve ser tomada como valor máximo pelo 
ordenamento jurídico. 
c) Ronald Dworkin, filósofo do Direito Americano, classificou as normas 
jurídicas em duas espécies, a saber: regras e princípios. As regras orientam-
se pelo critério da aplicabilidade à moda tudo-ou-nada (all-or-nothing-fashion). 
Os princípios, a seu turno, situam-se na dimensão do peso (dimension of 
weight), isto é, são avaliadospara se definir qual deles merece prevalência 
sobre outro (M. Borowski. Grundrechte als Prinzipien, p. 64; link para 
download: http://tocs.ulb.tu-darmstadt.de/184938295.pdf). Nesse passo, 
se duas regras apresentam incompatibilidade de convivência no 
ordenamento jurídico, este se vale de outras regras para superá-la. São as 
conhecidas normas de sobredireito. Assim, por exemplo, a lei posterior 
revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela 
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei 
anterior (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, art. 2º, § 1º). 
Na colisão, ocorre um fenômeno diverso, visto inexistir hierarquia entre 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641425/par%C3%A1grafo-2-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731963/inciso-i-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731920/inciso-ii-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641719/artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731614/inciso-iii-do-artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641425/par%C3%A1grafo-2-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://tocs.ulb.tu-darmstadt.de/184938295.pdf)
normas constitucionais (posição do STF no julgamento da ADI 815/DF). 
Impõe-se, pois, no seu trato, optar por uma delas quando, numa situação 
objetiva, dois ou mais normas condutoras de princípios se mostrem 
colidentes. Destarte, a colisão de princípios é superada por meio de um 
esquema de ponderação, isto é, atribui-se, em face de uma situação objetiva, 
peso maior a determinado princípio em relação a outro (ALEXY, 
Robert. Ponderacion, control de constitucionalidade y representacion 
- disponível para download na Inernet no 
link http://biblio.juridicas.unam.mx/libros/5/2196/4.pdf). Isto se explica 
porque em um Estado Democrático de Direito as normas previstas 
na constituição podem se mostrar contraditórias, dada a diversidade 
ideológica própria das democracias, a qual se reflete no texto constitucional. 
A contradição entre princípios não é, portanto, estranha nas constituições, 
à vista do que, diante de um caso concreto, o órgão jurisdicional se socorre 
não raro do método da ponderação para afastá-la (ALEXY, Robert. Teoria 
de los derechos fundamentales. Madrid: Centro de Estudios 
Constitucionales, 1993). Conforme expõe Ana Paula de Barcellos, “a 
ponderação é a técnica jurídica de solução de conflitos normativos que envolvem valores 
ou opções políticas em tensão, insuperáveis pelas formas hermenêuticas 
tradicionais” (Ponderação, Racionalidade e Atividade Jurisdicional. Rio 
de Janeiro: Renovar, 2005, p. 23). A ponderação implica que, se dois 
princípios entrarem em rota de colisão, o de maior peso prepondera sobre 
aquele a que o órgão jurisdicional competente atribuir peso menor. Note-se 
que Ana Paula de Barcellos não fala em regras ou princípios 
constitucionais, mas em conflitos normativos envolvendo valores ou 
opções políticas. Segundo essa concepção, até leis infraconstitucionais 
podem ser objeto de ponderação, desde que abriguem valores ou opções 
políticas em confronto. Como, entretanto, os princípios regentes da vida de 
uma nação são instituídos com base em valores e opções políticas, nada 
mais natural habitem predominantemente o texto da Constituição, 
espraiando, a partir dela, sua força por todo o sistema normativo 
(CANOTILHO, J. J. G. — Direito Constitucional, 6ª ed., Coimbra). 
http://www.jusbrasil.com.br/busca?s=jurisprudencia&q=titulo:ADI%20815%20/%20DF
http://biblio.juridicas.unam.mx/libros/5/2196/4.pdf)
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
 
Questão 4 
Controle difuso: É o controle que ocorre incidentalmente, em regra, em 
casos concretos. Por isso, pode ser chamado de incider tantum, controle concreto, 
via de exceção. Teve origem no famoso caso Marbury X Madson, em 1803, nos 
Estados Unidos. No Brasil, por sua vez, surgiu com a CF de 1891. Qualquer 
juiz pode declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo público. 
No âmbito dos tribunais, entretanto, deve-se observar a cláusula de reserva 
do plenário (artigo 97, CF), ou seja, a princípio somente o plenário (ou órgão 
especial) de um tribunal poderia exercer esse controle. Em regra, os órgãos 
fracionários (seção, turma ou câmara) não poderão exercer esse 
controle. Caso queiram, deverão remeter a questão ao plenário, sob pena de 
violação da súmula vinculante nº 10, STF. Observem que os órgãos 
fracionários somente podem declarar a constitucionalidade de uma lei ou ato 
normativo. A sua inconstitucionalidade não. Os órgãos fracionários só 
estarão dispensados de suscitar ao plenário esse controle, se e quando, o 
plenário do tribunal ou o STF já houver se pronunciado sobre a questão (art. 
949, parágrafo único, CPC/15). Por lógica, os efeitos da decisão nesse 
controle, em regra, são: Inter partes (já que é em um caso concreto, só se 
aplicará, a princípio, entre as partes da ação); Ex tunc (retroage, anulando as 
consequências jurídicas da lei ou ato inconstitucional); Não vinculante (não 
vincula os demais órgãos, como ocorre no controle concentrado). Mas 
atenção, há exceção ao efeito inter partes, quando, por meio de resolução 
senatorial, o Senado Federal suspender a execução de lei ou ato normativo 
declarado inconstitucional, permitindo efeitos erga omnes às decisões 
proferidas pelo STF. Essa suspensão é facultativa, ou seja, o Senado Federal 
não é obrigado a realizá-la. Por isso, surgiu a Teoria da Transcêdencia dos 
Motivos determinantes ou abstrativização do controle difuso, que é 
mera tendência do STF em poder, por si próprio, atribuir efeito erga omnes às 
suas decisões, não dependendo mais do Senado Federal, a quem caberia, 
nesse caso, apenas dar publicidade à decisão. 
 
Questão 5 
A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de 
apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não compromete o 
princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF/88). 
Em outras palavras, é possível o início da execução da pena privativa de 
liberdade após a prolação de acórdão condenatório em 2º grau e isso não ofende o 
princípio constitucional da presunção da inocência. 
STF. Plenário. HC 126292/SP, Rel. Min. Teori Zavascki,julgado em 
17/2/2016 (Info 814). 
STF. Plenário virtual. ARE 964246 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 
10/11/2016 (repercussão geral). 
Não é possível a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito em 
julgado da condenação. 
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, julgado em 14/6/2017 (Info 609). 
Entende-se que, até que seja prolatada a sentença penal, confirmada em 
segundo grau, deve-se presumir a inocência do réu. Mas, após esse momento, 
exaure-se o princípio da não culpabilidade, até porque os recursos cabíveis da 
decisão de segundo grau, ao STJ ou STF, não se prestam a discutir fatos e provas, 
mas apenas matéria de direito. Ressalvada a estreita via da revisão criminal, é no 
âmbito das instâncias ordinárias que se exaure a possibilidade de exame dos fatos e 
das provas, e, sob esse aspecto, a própria fixação da responsabilidade criminal do 
acusado .

Continue navegando