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GABARITO PROVA DE ESTÁGIO - 3.ª Promotoria de Justiça de Unaí Questão 1 a) Princípio da Individualização da Pena Positivado pelo artigo 5º, inciso XLVI da Constituição Federativa, esse princípio possui três momentos delimitados, quais sejam: (i) a cominação da reprimentda, onde “a individualização nada mais é que um exercício de proporcionalidade entre o fato a ser punido e a pena que lhe será atribuída” seguido pela (ii) aplicação da pena, momento em que o magistrado deve levar em conta os critérios para dosimetria, contidos no artigo 59 do Código Penale, (iii) a execução da pena, “[...] durante a qual o sexo, a idade, as condições de saúde, bem como o comportamento do apenado podem fazer com que duas penas idênticas sejam cumpridas de maneira totalmente desigual, mas nem por isso injusta”. Princípio da Legalidade Tal princípio tem como escopo limitar o poder estatal para evitar sua utilização de forma arbitrária, protegendo o particular de possíveis exageros do Executivo e do Judiciário, exigindo desse, para sua concretização integral, a plena vinculação à lei em sentido estrito. A adoção do presente princípio decorre da análise conjugada dos artigos 5º, 24 e 28 do Código do Processo Penal, normas que se impõem em face da mencionada natureza pública do interesse repressivo. Sua observância indica que as penas se executarão em estrita conformidade com as leis e os regulamentos de regência da execução penal. Não se admite a utilização da analogia ou da interpretação extensiva in malam partem. Princípio da Pessoalidade da Pena Conhecido também como princípio da intranscendência penal, a doutrina entende como a garantia constitucional da responsabilização penal subjetiva do agente. Com fundamento no artigo 5º, inciso XLV da Carta Magna, tal http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729020/inciso-xlvi-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633383/artigo-59-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729058/inciso-xlv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 princípio estabelece que a pena não pode passar da pessoa do condenado, ou dos autores e partícipes do delito. Renato Brasileiro o excetua em caso de responsabilidade não penal, elucidando a hipótese de reparação de dano causado quando o condenado veio a falecer. Nesse cenário, com a transferência dos bens aos herdeiros, consoante o disposto na legislação vigente, o dano é transferido aos sucessores até as forças da herança. Princípio da Individualidade Igualmente relevante é o processo de individualização da pena que se desenvolve em três momentos, quais sejam, a cominação, a aplicação e a execução dessa. A cominação é tarefa destinada ao legislador quando, ao eleger os fatos penalmente relevantes, fixa a modalidade e os limites da reprimenda aplicável. Na aplicação da pena, tarefa do juízo criminal, devem ser sopesadas as circunstâncias do caso concreto e, consequentemente, será fixada uma pena proporcional e justa. Por sua vez, a execução, tarefa destinada ao juízo da execução penal, tem como finalidades a reparação pelo mal praticado e a ressocialização do infrator. Princípio da Inderrogabilidade ou Inevitabilidade Desde que presentes os pressupostos da pena – fato típico, ilicitude, culpabilidade, punibilidade, prova da materialidade, prova da autoria e devido processo legal - ela deve ser aplicada e executada, não podendo haver extinção da reprimenda por generosidade do julgador. Há exceções cabíveis à presente norma, como a hipótese de perdão judicial, pois a pena não é cumprida em razão de sua desnecessidade. A essas exceções a doutrina nomeia de Princípio da bagatela imprópria que, segundo o Superior Tribunal de Justiça, quando reconhecido, “permite que o julgador, mesmo diante de um fato típico, deixe de aplicar a pena em razão desta ter se tornado desnecessária, diante da verificação de determinados requisitos”. b) Funções da pena. No âmbito dogmático (teórico), com certa tradição, (quase) sempre nossos doutrinadores mantiveram-se filiados às teorias ecléticas (ou mistas ou de união ou unitárias), que unificam as ideias de retribuição (ao mal do crime o mal da pena) e prevenção, tanto geral (ameaça a todos para que não venham a delinquir) como especial (evitar que o criminoso volte a delinquir). Esse posicionamento doutrinário acabou tendo influência no Código Penal brasileiro vigente que parte − como não podia ser de outro modo − de um elementar retribucionismo, ao estabelecer como critério punitivo reitor do sistema a imposição da pena justa e merecida, isto é, da pena proporcional à gravidade objetiva do fato e à culpabilidade do seu autor. Sem esquecer, desde logo, que a proporcionalidade da reação ao delito acomoda-se, também, às exigências preventivo-gerais (a pena mais eficaz é, precisamente, a pena proporcionada): justiça e proporção constituem os pilares de uma concepção retributiva. De qualquer forma, não é válida a conclusão de que nosso Código siga o sistema retributivo puro. Admite-o como ponto de partida, mas não se orienta pelo retribucionismo inflexível (ou kantiano). O juiz conta com relativa maleabilidade no momento da fixação da pena (CP, art. 59) (embora flexibilidade ou discricionariedade não signifique arbitrariedade) e numerosas instituições desmentem as exigências lógicas derivadas das teorias absolutas ou retribucionistas. Isso significa, por conseguinte, que a resposta penal nem sempre pretende ajustar-se exclusivamente à gravidade objetiva do fato e à culpabilidade do seu autor. A Constituição brasileira de 1988 não se posicionou expressamente sobre o tema. Mas como contemplou as vigas mestras de um modelo de Estado que se caracteriza por ser constituicional e democrático de Direito, não há dúvida que dos seus princípios, regras e valores (justiça, liberdade, segurança, dignidade da pessoa etc.) podemos inferir importantes limites à intervenção penal. O artigo 59 do Código assumiu expressamente um duplo sentido para a pena: retribuição e prevenção. Diz textualmente: "O juiz, atendendo à culpabilidade.. ., estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime: as penas aplicáveis dentre as cominadas.. .". O artigo 1º da lei de execução penal, por sua vez, sublinha que "A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado ou do internado". No momento da sentença, como se vê, a pena deve ser aplicada com o sentido retributivo e preventivo. No momento da execução, firmou-se a orientação primordial da integração social (prevenção especial). De qualquer modo, o sentido da pena em um determinado momento (da sentença) não se exclui quando ela passa para a fase seguinte (executiva). c) Art. 5.° da CF XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; Código Penal Art. 32 - As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos eIII - de multa. SEÇÃO I DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE Reclusãoe detenção https://jus.com.br/tudo/penas https://jus.com.br/tudo/execucao-penal Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi- aberto ou aberto. A de detenção em regime semi-aberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. A espécie privativa de liberdade, que está prevista no Código Penal para os crimes ou delitos, são as de reclusão ou detenção. Assim, trata-se de prisão simples. Para Rogério Greco (2005, p.600), a pena privativa de liberdade é: “A pena privativa de liberdade vem prevista no preceito secundário de cada tipo penal incriminador, servindo a sua individualização, que permitirá a aferição da proporcionalidade entre a sanção que é cominada em comparação com o bem jurídico por ele protegido”. O Art. 1º da Lei de Introdução do Código Penal confirma o exposto acima, apontando o seguinte: Art. 1º. Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, penas de prisão simples ou multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”. Neste momento, optou-se por trazer algumas informações importantes do Código Penal Brasileiro a respeito das penas de reclusão e de detenção, que são nada menos do que a própria espécie de penas privativas de liberdade conforme descritas abaixo: “Art. 33, caput, do CP (2013, p. 526), que relata que a pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. Já a detenção deve ser em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado; “SEÇÃO II DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS Penas restritivas de direitos Art. 43 (2013, p. 527) - As penas restritivas de direitos são: (redação dada pela Lei nº 9714, de 1998) I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714 de 1998 II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714 de 1998) III – limitação de fim de semana; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) IV- prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas(Incluído pela Lei nº 9.714 de 1998) V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714 de1998) VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714 de 1998). Por fim, a pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Sobre isso, Vera Regina de Almeida Braga, se manifesta em seu livro seguinte forma: A pena de multa constitui uma modalidade de pena pecuniária, impostas pelo Estado ás pessoas condenadas pela prática de infrações penais. Trata-se de uma retribuição não correspondente ao valor do dano causado, considerada como sanção de natureza patrimonial, por representar pagamento em dinheiro por determinação judicial, em virtude de sentença condenatória. Questão 2 É a impossibilidade de praticar um ato processual. É a perda de uma faculdade ou direito processual, que, por haver esgotado ou por não ter sido exercido em tempo e momento oportunos, fica praticamente extinto. Existem três tipos de preclusão, que são: temporal, lógica e consumativa. Preclusão temporal: É a perda da faculdade de praticar algum ato processual, pelo decurso do prazo. Preclusão lógica: Opera-se com a incompatibilidade de praticar o ato em razão da impossibilidade existente entre aquilo que a parte pretende e sua própria conduta processual anterior. A preclusão lógica se liga a coisa julgada. Preclusão consumativa: Ocorre quando uma determinada faculdade processual já foi realizada no momento adequado tornando-se impossível o exercício da mesma faculdade. Não se opera preclusão consumativa contra os despachos judiciais, já que estes não ferem direitos ou interesse das partes, e podem ser revistos ou revogados livremente pelo juiz. Não aceita duplicação do fato. Há uma vedação do bis in idem. Questão 3 a) Conceito: direitos subjetivos que tem por objeto os bens e valores essenciais da pessoa no seu aspecto físico, moral e intelectual. Os direitos da personalidade são ínsitos à pessoa, em todas as suas projeções, sendo que são dotados de certas características peculiares, quais sejam: A) são absolutos, isto é, são oponíveis contra todos (erga omnes), impondo à coletividade o dever de respeitá-los; B) generalidade, os direitos da personalidade são outorgados a todas as pessoas, pelo simples fatos de existirem; C) extrapatrimonialidade, os direitos da personalidade não possuem conteúdo patrimonial direto, aferível objetivamente; D) indisponibilidade, nem por vontade própria do indivíduo o direito da personalidade pode mudar de titular; E) imprescritibilidade, inexiste um prazo para seu exercício, não se extinguindo pelo seu não-uso; F) impenhorabilidade, os direitos da personalidade não são passíveis de penhora; e, G) vitaliciedade, os direitos da personalidade são inatos e permanentes, acompanhando a pessoa desde seu nascimento até sua morte. b) A construção legislativa foi realizada de forma a levar em consideração esta iniciativa da doutrina, em legalizar e reconhecer os direitos da personalidade, afirmando a importância do ser humano, fundamentando, assim, legislações com base do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, originando assim uma base fortíssima para a construção de nossa Carta Magna de 1988. O direito brasileiro absorve plenamente estas lições, tendo em vista que os incisos III e II, do art. 1º da CF de 1988, expressamente consagram como fundamento da nação brasileira, o princípio matriz da dignidade da pessoa http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731879/inciso-iii-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731920/inciso-ii-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 humana e da cidadania, que se apresentam como uma verdadeira cláusula geral de proteção da personalidade humana, incluindo a Constituição, em seu § 2º, do art. 5º, os direitos e garantias fundamentais oriundos de tratados internacionais em que Brasil seja parte. Assim, a prioridade que fora conferida à direitos e princípios, tais quais à cidadania e à dignidade da pessoa humana, previstos no art. 1º, incisos I e II da Constituição Federal, como fundamentos da República e a adoção do princípio da igualdade substancial, conforme previsão na Constituição Federal, no art. 3º, inciso III, bem como a isonomia formal do art. 5º, condicionam o intérprete e as demais pessoas, ocasionando um molde legislativo infraconstitucional, á que o constituinte deve se ater. Com base nestes argumentos, percebe-se que a escolha da dignidade da pessoa humana como fundamento basilar da Constituição Federal, associada as demais prerrogativas do Estado e seus princípios fundamentadores, juntamente com a previsão do art. 5º, parágrafo 2º, da Carta Magna, configura o que muitos autores denominam de cláusula geral de tutela e promoção da pessoa humana, que deve ser tomada como valor máximo pelo ordenamento jurídico. c) Ronald Dworkin, filósofo do Direito Americano, classificou as normas jurídicas em duas espécies, a saber: regras e princípios. As regras orientam- se pelo critério da aplicabilidade à moda tudo-ou-nada (all-or-nothing-fashion). Os princípios, a seu turno, situam-se na dimensão do peso (dimension of weight), isto é, são avaliadospara se definir qual deles merece prevalência sobre outro (M. Borowski. Grundrechte als Prinzipien, p. 64; link para download: http://tocs.ulb.tu-darmstadt.de/184938295.pdf). Nesse passo, se duas regras apresentam incompatibilidade de convivência no ordenamento jurídico, este se vale de outras regras para superá-la. São as conhecidas normas de sobredireito. Assim, por exemplo, a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, art. 2º, § 1º). Na colisão, ocorre um fenômeno diverso, visto inexistir hierarquia entre http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641425/par%C3%A1grafo-2-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731963/inciso-i-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731920/inciso-ii-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641719/artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731614/inciso-iii-do-artigo-3-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641425/par%C3%A1grafo-2-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://tocs.ulb.tu-darmstadt.de/184938295.pdf) normas constitucionais (posição do STF no julgamento da ADI 815/DF). Impõe-se, pois, no seu trato, optar por uma delas quando, numa situação objetiva, dois ou mais normas condutoras de princípios se mostrem colidentes. Destarte, a colisão de princípios é superada por meio de um esquema de ponderação, isto é, atribui-se, em face de uma situação objetiva, peso maior a determinado princípio em relação a outro (ALEXY, Robert. Ponderacion, control de constitucionalidade y representacion - disponível para download na Inernet no link http://biblio.juridicas.unam.mx/libros/5/2196/4.pdf). Isto se explica porque em um Estado Democrático de Direito as normas previstas na constituição podem se mostrar contraditórias, dada a diversidade ideológica própria das democracias, a qual se reflete no texto constitucional. A contradição entre princípios não é, portanto, estranha nas constituições, à vista do que, diante de um caso concreto, o órgão jurisdicional se socorre não raro do método da ponderação para afastá-la (ALEXY, Robert. Teoria de los derechos fundamentales. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1993). Conforme expõe Ana Paula de Barcellos, “a ponderação é a técnica jurídica de solução de conflitos normativos que envolvem valores ou opções políticas em tensão, insuperáveis pelas formas hermenêuticas tradicionais” (Ponderação, Racionalidade e Atividade Jurisdicional. Rio de Janeiro: Renovar, 2005, p. 23). A ponderação implica que, se dois princípios entrarem em rota de colisão, o de maior peso prepondera sobre aquele a que o órgão jurisdicional competente atribuir peso menor. Note-se que Ana Paula de Barcellos não fala em regras ou princípios constitucionais, mas em conflitos normativos envolvendo valores ou opções políticas. Segundo essa concepção, até leis infraconstitucionais podem ser objeto de ponderação, desde que abriguem valores ou opções políticas em confronto. Como, entretanto, os princípios regentes da vida de uma nação são instituídos com base em valores e opções políticas, nada mais natural habitem predominantemente o texto da Constituição, espraiando, a partir dela, sua força por todo o sistema normativo (CANOTILHO, J. J. G. — Direito Constitucional, 6ª ed., Coimbra). http://www.jusbrasil.com.br/busca?s=jurisprudencia&q=titulo:ADI%20815%20/%20DF http://biblio.juridicas.unam.mx/libros/5/2196/4.pdf) http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 Questão 4 Controle difuso: É o controle que ocorre incidentalmente, em regra, em casos concretos. Por isso, pode ser chamado de incider tantum, controle concreto, via de exceção. Teve origem no famoso caso Marbury X Madson, em 1803, nos Estados Unidos. No Brasil, por sua vez, surgiu com a CF de 1891. Qualquer juiz pode declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo público. No âmbito dos tribunais, entretanto, deve-se observar a cláusula de reserva do plenário (artigo 97, CF), ou seja, a princípio somente o plenário (ou órgão especial) de um tribunal poderia exercer esse controle. Em regra, os órgãos fracionários (seção, turma ou câmara) não poderão exercer esse controle. Caso queiram, deverão remeter a questão ao plenário, sob pena de violação da súmula vinculante nº 10, STF. Observem que os órgãos fracionários somente podem declarar a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo. A sua inconstitucionalidade não. Os órgãos fracionários só estarão dispensados de suscitar ao plenário esse controle, se e quando, o plenário do tribunal ou o STF já houver se pronunciado sobre a questão (art. 949, parágrafo único, CPC/15). Por lógica, os efeitos da decisão nesse controle, em regra, são: Inter partes (já que é em um caso concreto, só se aplicará, a princípio, entre as partes da ação); Ex tunc (retroage, anulando as consequências jurídicas da lei ou ato inconstitucional); Não vinculante (não vincula os demais órgãos, como ocorre no controle concentrado). Mas atenção, há exceção ao efeito inter partes, quando, por meio de resolução senatorial, o Senado Federal suspender a execução de lei ou ato normativo declarado inconstitucional, permitindo efeitos erga omnes às decisões proferidas pelo STF. Essa suspensão é facultativa, ou seja, o Senado Federal não é obrigado a realizá-la. Por isso, surgiu a Teoria da Transcêdencia dos Motivos determinantes ou abstrativização do controle difuso, que é mera tendência do STF em poder, por si próprio, atribuir efeito erga omnes às suas decisões, não dependendo mais do Senado Federal, a quem caberia, nesse caso, apenas dar publicidade à decisão. Questão 5 A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF/88). Em outras palavras, é possível o início da execução da pena privativa de liberdade após a prolação de acórdão condenatório em 2º grau e isso não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência. STF. Plenário. HC 126292/SP, Rel. Min. Teori Zavascki,julgado em 17/2/2016 (Info 814). STF. Plenário virtual. ARE 964246 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 10/11/2016 (repercussão geral). Não é possível a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito em julgado da condenação. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, julgado em 14/6/2017 (Info 609). Entende-se que, até que seja prolatada a sentença penal, confirmada em segundo grau, deve-se presumir a inocência do réu. Mas, após esse momento, exaure-se o princípio da não culpabilidade, até porque os recursos cabíveis da decisão de segundo grau, ao STJ ou STF, não se prestam a discutir fatos e provas, mas apenas matéria de direito. Ressalvada a estreita via da revisão criminal, é no âmbito das instâncias ordinárias que se exaure a possibilidade de exame dos fatos e das provas, e, sob esse aspecto, a própria fixação da responsabilidade criminal do acusado .
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