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Doenças da gravidez: - Processos infecciosos da placenta/cordão - Gestação ectópica - Doença hipertensiva específica da gestação - Alterações macroscópicas/ mal desenvolvimento placentário - Neoplasias trofoblásticas - Podem levar a morbidade e mortalidade tanto do feto quanto da mãe! Placenta - Histologia: vilosidades coriônicas Patologias da gestação Circulação - Espaço interviloso - Derivado das lacunas - Sangue materno chega ali através das artérias espiraladas Membranas Amniocoriônicas Maturação normal da placenta Importância na avaliação da placenta Infecções Duas vias 1. Ascendente: + comum - Geralmente bacterianas (Mycoplasma, bactérias da flora - Strepto do grupo B e também Candida) - Estão associadas à ruptura prematura das membranas fetais - Afetam mais as membranas → “Corioamnionite” - Pode haver acometimento do cordão → Funisite Corioamnionite - Infiltração neutrofílica associada a edema e congestão Funisite - Vasculite aguda do cordão 2. Disseminação hematogênica (mais rara): - Afetam principalmente as vilosidades placentárias → Vilosite ou Vilite; alguns causadores: sífilis, tuberculose, Listeriose, Toxo, vários vírus (parvovírus, CMV, herpes) - Podem afetar o feto em desenvolvimento - Infecções transplacentárias podem afetar o feto e dar origem ao chamado complexo TORCH (toxoplasmose, outras infecções, rubéola, infecção por citomegalovírus, herpes) TORCHS Gestação ectópica - É a implantação de ovócito fertilizado em qualquer outro local que não o útero - Até 1% das gestações são ectópicas (sendo > 90% ocorre na tuba, menos frequente nos ovários e cavidade abdominal - A gestação no interior da cavidade abdominal ocorre quando o ovo fertilizado implanta-se no peritônio - Fatores predisponentes: Qualquer fator que retarde a passagem do óvulo pelas tubas uterinas predispõe à gravidez ectópica, inflamação crônica ou histórico de inflamação no local (DIP, salpingites), endometriose... Porém em 50% não há nenhuma causa anatômica que justifique - Em todos os locais, o desenvolvimento precoce da gravidez ectópica prossegue normalmente, com formação de tecido placentário, saco amniótico e alterações deciduais Morfologia - Com a gravidez tubária, a placenta invasora subsequentemente penetra através da parede do oviduto, causando hematoma intratubal. A tuba uterina é geralmente distendida por sangue recentemente coagulado que contém pedaços de tecido placentário cinza e partes fetais. O diagnóstico histológico depende da visualização das vilosidades da placenta ou, raramente, do embrião. DHEG / Pré-eclâmpsia Achados patológicos - Infartos placentários (comuns em certa quantidade no final da gestação) - Hemorragias retroplacentárias - Maturação placentária maior que a esperada para a IG + Hipovascularização - Necrose fibrinoide Aumento dos nós sinciciais – maturação Infartos placentários - Resulta de fluxo obstruído ou inadequado de sangue - Em pequena quantidade ao final pode ser normal - Ex de causas: aterose, trombos, condições trombóticas, hematoma retroplacentar, *covid Imagem da direita - necrose Outras alterações – Exame macroscópico Formato normal – Discoide Placenta sucenturiada (lobo acessório) Placenta bilobulada Placenta gemelar, monocoriônica, monoamniótica Dizigotos - 2 placentas separadas Monocoriônica diamniótica Aderência anormal da placenta na parede uterina - Acreta – não está totalmente aderida no útero, vilosidades invadem a superfície miometrial - 75% - Increta - vilosidades inseridas por todo o miométrio - 18% - Percreta - vilosidades ultrapassam o miométrio e atingem a serosa uterina ou órgãos adjacentes - 7% Placenta prévia - Placenta implantada no segmento uterino inferior, ocluindo parcial ou totalmente o OCI - Causa frequente de hemorragia tardia e indicação de cesárea Outras alterações Cordão: 1.Nós verdadeiros 2. Cordão longo e “torcido” - nós falsos Artéria umbilical única 3. Circulares de cordão Normal: Central ou Paracentral Marginal (em raquete) → perfusão pode ser prejudicada, fetos menores Inserção velamentosa (nas membranas) → 1% dos partos → pode causar lesões/ruptura dos vasos, hematomas placentários Doença trofoblástica gestacional Proliferação anormal do trofoblasto - Lesões molares e não molares - Molas hidatiformes completas e incompletas/ parciais, invasivas - Produção de hCG geralmente maior que o normal para a IG → dx e monitorização do tratamento Mola Hidatiforme - Massa volumosa de vilosidades coriônicas edemaciadas, às vezes cisticamente dilatadas, lembrando “cachos de uva” - As vilosidades são revestidas por epitélio coriônico variando de normal até altamente pleomórfico - completa x parcial - Ambos os tipos resultam de fertilização anormal, com excesso de material genético paterno - Incidência da forma completa - 1 a 1,5 por 2 mil gestações nos EUA (maior em países asiáticos) - Mais comuns em mulheres < 20 anos e superior a 40 anos - Histórico de mola prévio predispõe a outras gestações molares - Antes dx entre 12-14 semanas (altura uterina maior que esperada) - US reduziu essa IG de diagnóstico + Altos níveis de hCG, hiperêmese, ausência de BCF Mola completa - Não são compatíveis com embriogênese e nunca contêm partes fetais - Todas as vilosidades coriônicas são anormais, e as células epiteliais coriônicas são diploides (46, XX ou, raramente, 46, XY). - Conteúdo genético fornecido por 2 espermatozoides haploides, ou por 1 espermatozoide diploide (anormal), (óvulo sem material) → formando-se células diploides contendo apenas material genético do pai - Vilosidades edemaciadas, com cistificação - “cisternas” Aspecto “cachos de uva” Proliferação exagerada do trofoblasto Atipias pronunciadas Mola parcial - É compatível com formação precoce de embrião - Quase sempre triploide (69, XXY) - com predominância de genes paternos portanto, pode conter componentes fetais, ter algumas vilosidades coriônicas normais - Um ovócito normal fertilizado por 2 espermatozoides, ou por 1 espermatozoide diploide - Vilosidades normais intercaladas com vilosidades alteradas (parcial) Mola invasiva - São molas completas localmente mais invasivas, mas que não têm o potencial metastático agressivo de um coriocarcinoma - 6-10 x mais frequente que o Coriocarcinoma - Pode dar “metástases”* (vilosidades hidrópicas podem embolizar para órgãos distantes, como pulmões ou cérebro, mas esses êmbolos não constituem verdadeiras metástases e podem mesmo regredir espontaneamente) - Mantém a arquitetura de vilosidades hidrópicas, que penetram profundamente na parede uterina - Quimioterapia é altamente eficaz - 80% cura Coriocarcinoma - Neoplasia maligna muito agressiva - Pode originar-se das células coriônicas gestacionais, ou menos frequentemente das células totipotenciais das gônadas - Cerca de 50% origina-se a partir de molas completas, cerca de 25% após aborto, e restante após gestação normal - Manifestação: corrimento hemorrágico, altos níveis de beta - Massas uterinas hemorrágicas e necróticas, pode predominar a necrose restar pouco ou até nada de tumor primário (somente as metástases contarão a história) - Invasão precoce de miométrio e vasos, metástases geralmente já ao diagnóstico - Não há formação de vilosidades coriônicas - Dx: Cito e sinciciotrofoblasto altamente atípico Apesar da natureza agressiva, responde bem à quimio - 90% (#nas gônadas a resposta é mais pobre - Provavelmente devido à presença de antígenos paternos no tipo gestacional, que gera uma resposta imune contra antígenos “estranhos”) Outros tumores placentários Corioangioma / corioangiose Metástases de outros tumores (neoplasias da mãe ou do feto)
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