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Obesidade na Infância 1. Definição: obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de tecido adiposo no organismo em relação a massa magra, trazendo cenas de comorbidades e elevada morbimortalidade. 1.1. Gordura subcutanea: forma o panículo adiposo 1.2. Gordura visceral: entremeada as visceras toracoabdominais, é a mais importante associada a eventos cardiovasculares. 2. Fisiopatologia: é complexa e decorre da interação de (1) fatores genéticos, (2) fatores ambientais psicológicos OU socioeconômicos. Mais de 400 genes já foram associados 2.1. Causas Monogênicas 2.1.1. Leptina: secretadas em proporção a gordura corporal, agem no hipotálamo inibindo a fome. Obeses tem níveis séricos elevados e níveis baixos no LCR. 2.1.2. MCR4 2.1.3. PC1 2.1.4. Síndrome de Prader-Willi: afeta principalmente a Grelina, um hormônio produzido pelo estômago que promove a hiperfagia. 3. Classificação e Avaliação: primariamente avaliada pelo IMC e outros índices como P/I 3.1. Obesidade Primária ou Exógena: peso e IMC elevados, estatura e idade ósseas elevadas/avançadas 3.2. Obesidade Secundária ou Endógena: peso e IMC elevados, porém estatura e velocidade de crescimentos reduzidos, além de atraso puberal. 4. Síndrome Metabólica: estado que predispoe ao aparecimento de DM2 e doenças cardiovasculares. É caracterizada pela presença da gordura visceral e resistência insulínica 4.1. Critérios Diagnósticos: além da obesidade na cintura abdominal (circunferência > p90) associado a 2 ou mais. 4.1.1. Hipertrigliceridemia = TGC > 150 4.1.2. HDL baixo = < 40 4.1.3. Hipertensão arterial = PAS > 130 ou PAD > 85 4.1.4. Intolerância a Glicose = glicemia de jejum > 100 ou presença confirmada de DM2 4.2. Sinais e Sintomas: obesidade central, acantose nigricans, estrias violáceas ou brancas, alta estatura, hiperandrogenismo e hirsustismo. 4.3. Tratamento: dieta + exercício. Metformina é opção para pacientes > 10 anos de idade 5. Prevenção: deve ser feita desde antes do nascimento devido a intensa associação da obesidade com doenças crônicas. 5.1. Pré-Natal: identificar fatores como DMG, doenças cardiovasculares, HAS, dislipidemias, tabagismo e estado nutricional da gestante. Orientar sobre a alimentação e estilos de vida adequados. 5.2. Puericultura: acompanhar o IMC, estlimar o AME até o 6m e o AMC até os 2 anos 5.2.1. Se não houver possibilidade de amamentação, sugerir fórmulas com menos índice de proteínas. 5.2.2. Orientar a mãe sobre os sinais de saciedade: parar de mamar, fechar a boca, desviar a face, morder e brincar com o mamilo e dormir. 5.2.3. Nem sempre choro é fome. Estimular alimentação balanceada com exuberância de frutas, verduras e legumes. 6. Tratamento da Obesidade 6.1. Abordagem dietética 6.2. Mudanças no estilo de vida e na dinâmica familiar 6.3. Incentivo a prática de exercícios físicos 6.4. Medicamentos 6.4.1. Sibutramina: inibidor do apetite, apenas para uso adulto 6.4.2. Orlistate 6.4.3. Fluoxetina 6.4.4. Sertralina 6.4.5. Metformina 7. Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono 7.1. Acomete 0,7 a 3% das crianças obesas. A SAOS é caracterizada por pausas respiratórias devido a obstrução das vias aéreas. Causa distúrbios neurocognitivos agudos e crônicos e aumentam o risco cardiovascular. 7.2. Sinais e Sintomas: sonolência diurna, déficit de aprendizado, respiração oral, hipotonia do labio inferior, má oclusão dentária, HAS e alterações de comportamento. 7.3. Exames: polissonografia 7.4. Tratamento: orientação nutricional, psicoterapia 8. Síndrome dos Ovários Policísticos 8.1. Hirsustimo associado a obesidade, hiperandrogenismo e elevação do LH em relação ao FSH 8.2. Sinais e Sintomas: hirsustimo, acne, alopecia e irregularidade menstrual. Resistência insulínica se manifesta com obesidade centrípeda e acantose nigricans. 8.3. Achados Laboratoriais: elevação do LH frente ao FSH, elevação da testosterona livre, redução do SHBG e elevação dos andrógenos DHEA e DHEA-S. 8.4. Achados de Imagem: cistos múltiplos 9. Doença Gordurosa Hepática Não-Alcoolica 9.1. Infiltração gordurosa no fígado decorrente da resistência a insulina. Os casos inicias são estato-hepatites que podem progredir para cirrose. Biópsia é padrão-ouro para diagnóstico. 9.2. Avaliação deve incluir palpação abdominal que revela hepatomegalia (75% dos casos) e também dosagem de AST, ALT, gama-GT e fosfatase alcalina. Relação AST/ALT < 1 indica doença gordurosa hepática não-alcoolica. 9.3. Conduta: perda de peso, atividade física, incentivo a alimentação com antioxidantes e ricos em vitamina A, E e C. 10. Hipertensão Arterial Sistêmica 10.1. Redução do peso, exercícios físicos, restrição de sal, restrição de alimentos industrializados, encaminhamento aos especialistas e tratamento farmacológico 11. Diagnóstico 11.1. História clínica e nutricional do lactante associado ao exame físico. Uso de medicamentos no 1° ano de vida (anti-histamínicos, CTC, imunossupressores e psicotrópicos) 11.1.1. Antecedentes familiares de doenças cardiovasculares, tentativas prévias de tratamento da obesidade e fatores psicológicos associados. 11.2. Descrever e destrinchar os hábitos alimentares, atentando para quantidade, frequência, técnica de preparo, ambiente de alimentação, uso de aparelhos eletrônicos, forma de mastigação 11.3. Investigar sobretudo a existência do bullying e quanto ao uso de alcool ou outras substâncias (maconha). 1g de alcool equivale a 7kcal. 11.4. Exame físico: medir estatura e peso, calcular IMC, circunferência do braço (CB) e prega tricipital (deve ser < p90). Circunferência abdominal avalia indiretamente a gordura visceral 11.4.1. Achados Dermatológicos: acantose nigricans, infecções fúngicas, estrias, acne, hirsustimo e celulite 11.4.2. Achados Hepatointestinais: colelitíase, doença gordurosa não-alcolica, DRGE, SOP. 11.5. Exames Complementares: bioquímica, lipidograma, dosagem de FSH, LH, estrogênio e progesterona.
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