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Materiais ondotologicos II - CIV

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Cimento Ionômero de Vidro (CIV)
O Cimento de polialquenoato, conforme a international organizations for stardization (ISO), é o nome correto para tal material. É um material de natureza ceramica porque contem oxidos, sendo apresentado na forma de liquido e pó – o liquido é colocado perpendicularmente sobre a placa de vidro, com uma porção do pó para uma de liquido, aglutinando-o. O CIV é uma evolução dos cimentos de silicato e policarbocilato. O cimento de silicato também é utilizado em pó e liquido, sendo selecionado o pó pelas propriedades de liberação de fluor e coeficiente termico linear, mas excluido o liquido por sua acidez. O pó deste foi unido ao liquido do cimento de policarboxilato (acido poliacrilico e polimaleico) por biocompatibilidade, adesao e alta resistencia.
O primeiro desenvolvido, ASPA I, nao possuia propriedades esteticas boas, tinha tempo de trabalho reduzido e um endurecimento final demorado. O ASPA II veio com uma adição de acido tartarico 5% e água, de modo a prolongar o tempo de trabalho e reduzir o tempo de presa, também aumentando a resistencia desse material.
A sinérese e a embebição é comum nesse material, portanto a proteção do cimento da água pela primeira hora tem os mesmos beneficios de protegê-los por 48 horas – protegido por vaselina sólida, na maioria das vezes.
Por terem sofrido constantes modificações com o passar dos anos, são materiais complexos e nao há dois sistemas que sejam quimicamente identicos.
No liquido temos o acido e agua – acido aquoso polimerico é colocado como a porção ácida (acidos poliacrilicos e polimaleicos com acido tartarico e itaconico). No pó temos particulas de vidro – fluoroaluminosilicato (porção basica). A fase 1 de reação envolve encontro do acido aquoso com o vidro, levando a um deslocamento de ions – o poliacido remove os ions (aspecto turvo, assim se faz necessaria a proteção). A presença de brilho mostra que ainda tem grupamentos carboxilicos do cimento ainda livres para união. A Fase II mostra a formação de uma matriz, precipitação de ions que dá um aspecto borrachoide, com sais de policarboxilato de calcio e policarboxilato de aluminio formando uma matriz de polissais. A Fase III forma uma matriz de gel de silica (silica é a ultima a ser dissolvida) ao redor das particulas de vidro, ocorrendo uma geleificação. Portanto, dentro da matriz de polissais e cadeias de poliacrilico, com particulas de vidro recobertas por gel.
Esse material tem boa adesao com a estrutura dentaria, além de liberar fluor, tendo uma importancia grande dentro do campo de pesquisa odontologica.
As propriedades dos CIV são: adesividade à estrutura dental; liberação do fluor; coeficiente de expansão termica similar ao dente. As propriedades desvantajosas do material são: limitadas propriedades mecanicas; sensibilidade à agua; estética limitada. 
A adesao ocorre por quelação de grupos carboxilicos do acido com o calcio da estrutura dentaria. 80% da uniao quimica do material com a estrutura dentaria ocorre nos primeiros 20 min. A relação quantidade de calcio do substrato dentario/resistencia de uniao – esmalte, dentina, dentina esclerosada (quanto mais calcio, maior uniao). Para que isso ocorra, é necessaria a limpeza do substrato com o acido poliacrilico.
O fluor liberado tem uma inibição da acidez cariogenica e da formação de biofilme.
As propriedades mecanicas sao: resiliencia (absorção de energia até o limite elastico, não se deformando permanentemente). Qyanto mais rigido, maior o modulo de GPa e menor a resiliencia.
Além da conformação pó e liquido, o CIV pode vir em capsulas e seringas (pastas). A espatulação do pó e liquido começa com a homogeinização do pó, com o uso da colher fornecida pelo produto para medir o volume. A quantidade correta de liquido é dosada com a aplicação do frasco a 90° da placa de vidro, de modo a evitar bolhas de ar. A mistura é feita por aglutinação. A aplicação é feita com uma seringa centrix.
A conservação e armazenamento deve seguir as instruçoes do fabricante, em abrigo da luz e em temperatura ambiente. O proporcionamento também segue instruçoes do fabricante, sendo o maior volume de pó reduz o tempo de trabalho, mas com menor adesividade ou translucidez pela menor liberação de acidos. O menor volume de pó aumenta a solubilidade e diminui a resistencia.
A aplicação em seringas Pasta-pasta é feita com a liberação de um volume limitado de cada pasta, com uma mistura dos dois com espatulação. As capsulas possuem compartimentos que separam liquido e pó, sendo misturados ao ativar a capsula, misturando os dois componentes para aplicação.
Sua classificação quanto composição pode ser convencional (ácido poliacrilico, tartarico e itaconico com agua no liquido e pó com fragmentos de vidro), possuindo baixo tempo de trabalho e longo tempo de presa e baixa resistencia, alem de ter pouca estetica. O anidro é um convencional com acido liofilizado no pó (liquido não tem acido, o acido está no po) e o liquido é apenas agua destilada. Existem algum com limalhas de amalgama e particulas de prata, propostas como mistura milagrosa na melhora de propriedades mecanicas. Contudo, as margens eram escurecidas. O Cermet buscou a melhora desse anterior, com sinterização da prata ao pó do CIV. A vantagem dos metais buscam a melhora da resistencia e radiopacidade, com desvantagens em menor liberação de fluor, menor adesao e menor estetica.
Exitem alguns modificados por resinas, com acido poliacrilico e fotoiniciadores no pó e particulas vitreas, pigmentos, monomeros resinosos e agua no liquido – simultaneamente tem as partes quimicamente ativadas e fotoativadas. Tem maior resistencia inicial, menos suscetivel à sinerese e embebição, maior resistencia e estetica. Suas desvantagens envolvem contração de polimerização, menor estabilidade de cor e menor biocompatibilidade.
Os tipos sao classificações quanto à indicação. O tipo I é indicado para cimentação de peças proteticas (particulas menores de 20 micrometros – sufixo chem ou cem / C). O tipo II é utilizado para restauração (particulas maiores – 45 micrometros; sufixo fil / R). O tipo III é utilizado para forramento de cavidades profundas (25 a 35 micrometros – sufixo bond, lin / F). Os Tipo IV são dificilmente encontrados no mercado – sao os modificados por resina (mesmo que seja classificado por composição e não por indicação).
A técnica de ART – tratamento restaurador atraumatico. Retira a lesão cariosa com materiais cortantes, colocando o CIV. Essa tecnica trouxe o desenvolvimento dos materiais, levando a um aumento da viscosidade (CIV de alta viscosidade), com um aumento de proporção pó e liquido, da concentração do acido ou peso molecular do acido, com maior resistencia, estetica e liberação de fluor. 
Esse material é indicado para classe 1 conservativa, classe 2, 3 e 4, lesoes cervicais nao cariosas. É utilizado como material de proteção, em dentes deciduos, nucleos de preenchimento quando há pouca estrutura dentinaria, cimentação de peças proteticas, cimentação de acessorios ortodonticos, adequação do meio bucal, selamento de cicatriculas e fissuras, restauração provisoria, selador apical e finalmente a tecnica de ART.
As contraindicaçoes estao nas classe II com envolvimento de crista marginal, classe IV, grande perda de esmalte vestibular, areas de cuspide e areas de grandes esforços mastigatorios.
Novos sistemas surgiram, com particulas de Zn e nanoparticulas, com cobertura de resina, dando alta resistencia mecanica – Coat de resina evita a liberação de particulas vitreas.
Novas indicaçoes podem surgir, com aplicação em cuspides, classe II com crista e etc. Com a convenção de Minamata aprovou a diminuiçao do uso de mercurio, fazendo com que o amalgama caia em desuso com o tempo, buscando-se assim uma melhora nos outros materiais para que substitua o amalgama. Todo o avanço no CIV é fruto do desenvolvimento da tecnica de ART.
Há seculos, o maior desafio da odontologia é encontrar materiais biocompativeis capazes de suportar as condiçoes adversas da cavidade oral, reponto a estrutura dentalperdida. Dessa forma, surgiram inumoras pesquisas na area de materiais dentarios.

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