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1 Keyse Mirelle – 5° Período Obstetrícia - 19/10/2021 IST NA GESTAÇÃO: SÍFILIS E HIV SÍFILIS - A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) de caráter sistêmico; - Doença de notificação compulsória (=aquela doença que notificamos para o MS para que ele possa quantificar o número de casos); Obs: Temos uma taxa de grávidas infectadas muito grande. Então, temos uma percussão muito grande de pacientes com infecção com uma doença que traz repercussão grave para o bebê. - A OMS estima em 2 milhões o número de gestantes infectadas pela sífilis anualmente no mundo; INTRODUÇÃO Agente etiológico: Treponema Pallidum (bactéria gram- negativa do grupo das espiroquetas); Obs: dá o mesmo sintoma na mulher e no homem, que é uma úlcera genital. - Transmissão: ▪ Sexual ▪ Vertical ✓ Risco de transmissão transplacentária para o feto, causando a chamada sífilis congênita. Trazendo repercussão depois que nasce o bebê até mesmo até a vida adulta. ✓ A contaminação do concepto é maior com o avançar da idade gestacional. A medida que essa idade gestacional avança, logo se a mulher pegar sífilis no 1° trimestre é melhor que pegar no 3° trimestre, a taxa de transmissão para o bebê é maior. FORMAS CLÍNICAS - Sífilis primária: ▪ Úlcera única indolor (cancro duro) no local da inoculação, logo ela não coça, não arde, muita das vezes passando despercebido pela paciente e acaba não tratando, aí depois terá repercussão na vida dela. ▪ Surge em média 3 semanas após a infecção ▪ Regridem espontaneamente após 30-90 dias do surgimento Obs: é aquela mulher que pegou essa doença, ou seja, a bactéria uma ou duas ou três semanas atrás. - Sífilis secundária: É aquela paciente que teve a sífilis primária, mas não tratou e ai acabou evoluindo para secundária. ▪ Sintomas sistêmicos: febre, mal-estar, linfoadenomegalia generalizada e cefaleia; ▪ Lesões de pele e mucosa difusas, com variáveis apresentação, destacando-se o condiloma plano e as lesões palmo-plantares; ▪ Pode ocorrer alopecia (=queda de cabelo) e madarose (=queda de sobrancelha); ▪ Regridem espontaneamente em 2 a 6 semanas, mesmo sem tratamento, o problema é se não tratar vai regredir e quando regride depois vai causar repercussões futuras como as infecções cardiovasculares e neurológicas, que são graves e pode trazer malefícios grande para paciente, sendo que ela poderia tratar com medicações de baixo custo e resolver o problema. Vale ressaltar que também existe aqueles casos de sífilis primária, depois secundária e não tratou, logo depois ela 2 Keyse Mirelle – 5° Período Obstetrícia - 19/10/2021 evoluiu para um quadro assintomático, porque ela teve infecção e nunca foi tratada, mas não sente nada. Se tiver: - Sífilis latente recente: período assintomático, no primeiro ano após a infecção (= menos que 1 ano); - Sífilis latente tardia: período assintomático após 1 ano da infecção (OMS: 02 anos) Obs: Fala latente porque a paciente está assintomática. OBS: O MS considera 1 ano e a OMS 2 anos. - Sífilis terciária: o quadro do paciente é sintomático, caracteriza-se pelo acometimento do sistema nervoso e cardiovascular (OMS: 02 anos) Fazemos durante o pré-natal o rastreio de sífilis na gestante. Gestante com diagnóstico confirmado em que não é possível inferir a duração da infecção é classificada como sífilis latente tardia (>1 ano). Isso é importante para fazermos um tratamento adequado para paciente, pois muda o tratamento a depender do tempo e do tipo da síflis. - Sífilis congênita: ▪ Recente: manifestações até 02 anos de idade ✓ Rash maculopapular: descamação cutânea ✓ Rinite sifilítica (=rinorreia acentuada) /lesões em mucosa oral ✓ Hematomegalia ✓ Pseudoparalisia de Parrot (deformidade nos ossos e fica com aquela curvatura) ▪ Tardia: manifestações clínicas após 02 anos de idade ✓ Dentes de Hutchinson (dente pontudo) ✓ Surdez/nariz em sela ✓ Tíbia em lâmina de sabre ✓ Manifestações neurológicas (movimentos involuntários e epilepsia) A sífilis é uma doença fácil de identificar e tratar que traz repercussões graves para o bebê e para mãe também. Revisando: Temos a sífilis adquirida recente quando é até um ano de evolução após contágio. Vamos ter a sífilis primária quando tem uma lesão na vulva ou no pênis (ulcera), a secundária quando tem lesão na pele e a latente recente que é quando pega e o paciente é assintomático no período até um ano desde o contágio. Obs: Nem sempre terá a lesão porque ela regride. E temos também a sífilis tardia após um ano de contágio. Ela é dividida em latente tardia que é aquele depois de um ano até a paciente apresentar algum sintoma, podendo demorar 2,3,4, 20 anos. E a terciária quando tem uma infecção com alterações neurológicas, cardiovasculares e cutâneo- mucosas isso não tem um período definido, podendo acontecer a qualquer momento após os 3 anos de infecção. INVESTIGAÇÃO - Alterações ultrassonográficas na gestação: ▪ Surgem após 20 semanas de gestação ▪ Achados: Hepatomegalia, placentomegalia, polidramnia (=aumento do líquido amniótico), anemia e hidrópsia fetal (bebê tem edema generalizado, logo tem edema na pele associado a oms://2 3 Keyse Mirelle – 5° Período Obstetrícia - 19/10/2021 derrame em duas cavidades, por exemplo derrame pericárdico, ascite). - Sífilis congênita – COMPLICAÇÕES: ▪ Crescimento intrauterino restrito ▪ Óbito fetal ▪ Óbito neonatal ▪ Hidropsia fetal não imune (é chamada de não imune porque não está ligada ao grupo sanguíneo da mãe, mas sim por conta da infecção) ▪ Parto prematura ▪ Anomalias congênitas RASTREAMENTO MATERNO Pré natal VDRL (teste para diagnóstico de sífilis, teste de sangue, ele é um teste não treponêmico) ▪ 1º consulta de pré-natal (idealmente no 1º trimestre) ▪ Início do 3º trimestre (a partir da 28º semana) Parto, Aborto, Exposição de risco e violência Teste rápido para sífilis (teste treponêmico, ‘’furadinha no dedo’’, ele é disponível na unidade básica de saúde) Obs: Podemos fazer o teste rápido na primeira consulta da paciente também, de acordo com o MS. DIAGNÓSTICO - Treponêmicos: identifica o treponema, ou seja, a bactéria. ▪ Os primeiros a se tornarem positivos, assim permanecem por toda a vida o paciente acometido, mesmo após de tratar, pois continuaremos identificando os anticorpos que são específicos do treponema. 1. FTA-Abs (o mais utilizado é esse de sangue) 2. ELISA 3. Teste rápido (também é o mais utilizado) - Não treponêmicos: ▪ São anticorpos não específicos, importantes para o diagnóstico e monitoramento da resposta ao tratamento (EX: 1:2 / 1:4 / 1:8 / 1:16), conseguimos identificar o anticorpo anticardiolipina, mas é um teste que não é específico para sífilis, pois é utilizado em outras doenças como lúpus, doença autoimune, esse teste é utilizado para ver o seguimento, pois com o tempo vai caindo a titulação de acordo com o tratamento. Então, ele é útil para acompanharmos o tratamento da paciente. 1. VDRL (o mais prático e encontrado em todo lugar) 2. PRP 3. USR - Exames diretos: ▪ Identificam o T. pallidum em amostras das lesões 1. Exame em campo 2. Pesquisa direta em lâmina Obs: Eles são padrão ouro, mas é difícil de ser feito porque depende de microscópio e de um amparado maior para diagnóstico. - Quando considerar um VDRL sugestivo de infecção: é um teste feito por titulação, então ele dilui o soro da paciente. ▪ Títulos maiores que 1:4 (geralmente é infecção, pode ser cicatriz sorológica e vai sumir com o tempo), 1:8, 1:16, 1:32, 1:64 (quer dizer que dilui bastante o soro da paciente e identifiquei o anticorpo anticardiolipina, isso sugere infecção por sífilis)... ▪ Aumento dos títulos em quatro vezes em sorologias sequenciais (EX: 1:41:16) ▪ Positivação dos títulos em paciente com sorologia prévia negativa - Fenômeno PROZONA: é quando a paciente chega com sugestiva de sífilis com sintomas clássicos, aquela ulcera ou lesão palmo-plantar e quando fazemos o exame VDRL ele dar negativo. Então, quando tem muito treponema o anticorpo não consegue se ligar e aí por isso o teste da negativo, por isso é importante diluir bastante o soro para evitar o efeito prozona que é o falso negativo. ▪ Paciente com sífilis que tem VDRL negativo Se houver excesso de treponemas pode não ocorrer a ligação do antígeno com o anticorpo dando um resultado aparentemente negativo - Para o diagnóstico de sífilis deve ser realizado um Teste treponêmico + um teste não treponêmico. No pré-natal vamos pedir: Primeiro teste (Treponêmico ou não treponêmico (VDRL ou teste rápido, ai se der positivo vou fazer um teste complementar) + Teste complementar (Treponêmico ou não treponêmico). Obs: Se o primeiro teste a gente fizer o treponêmico o segundo será não treponêmico, e vice e versa. INTERPRETAÇÃO: Primeiro, se o teste de sífilis (teste treponêmico) for reagente e o VDRL der reagente vamos considerar como uma 4 Keyse Mirelle – 5° Período Obstetrícia - 19/10/2021 sífilis não tratada e ai vamos tratar, a não ser que a paciente tratou na semana passada, pois pela história clínica da paciente vamos diferenciar, pois o teste volta positivo. Se o teste de sífilis e VDRL der não reagente não é sífilis ou está na janela imunológica, e aí no 3° trimestre repito o exame e vou saber realmente. Se o teste de sífilis der reagente e o VDRL não reagente temos duas opções, a primeira é uma sífilis precoce (é aquela paciente que nunca teve diagnóstico de sífilis e nem nunca tratou, então ela é aquela paciente que teve quadro assintomático ou teve a lesão e não percebeu, então vamos tratar) e a segunda uma sífilis curada (visto que o teste de sífilis sempre ficará positivo, ai vamos perguntar a paciente se ela já tratou alguma vez na vida, e ela responde sim). Se for um teste de sífilis não reagente e o VDRL reagente podemos ter um falso positivo, se fosse uma paciente sem estar gravida não iriamos tratar, mas considerando que ela está grávida vamos tratar, pois a sífilis tem uma grande percussão intraútero, pós natal. OBS: Devemos lembrar que essa paciente pode dar um teste falso positivo, VDRL positivo por uma outra doença, por exemplo autoimune. De acordo com o MS devemos tratar a paciente mesmo que ela tenha apenas um exame positivo. Se for uma sífilis primária, secundária ou latente recente vamos tratar com uma dose de penicilina G em cada uma das nádegas, dose única. Se for uma latente tardia, latente com duração ignorada ou terciária, iremos tratar com penicilina G Benzatina por 3 semanas e cada semana uso uma ampola em cada nádega da paciente. LEMBRANDO: Grávida que não sabe o tempo da doença, tratamos como latente tardia. Se for um paciente com neurossífilis, o diagnóstico é feito pelo líquor, e fazemos tratamento com penicilina cristalina dose de 4/4h por 14 dias, intravenosa. OBS: Para tratar sífilis não precisa internar, ela fica em tratamento ambulatorial. TRATAMENTO ATENÇÃO: Reiniciar o tratamento em caso de interrupção do tratamento ou em caso de intervalo maior do que 14 dias entre as doses, lembrando que são 3 doses. - Os parceiros/parceiras sexuais de gestantes com sífilis podem estar infectadas: ▪ Realizar busca ativa para rastreio ▪ Tratamento adequado - Reação de Jarish-Herxheimer: IMPORTANTE ▪ Após a primeira dose da penicilina benzatina, a paciente pode apresentar: ✓ Exacerbação das lesões cutâneas (eritema, dor e prurido) ✓ Sintomas sistêmicos (febre, mialgia e artralgia) – ‘’quadro de infecção’’ ▪ Duração de 12 a 24 hs regressão espontânea ▪ Não se trata de um quadro alérgico, não sendo, portanto, descontinuado o tratamento, devendo ser prescrito apenas sintomático. OBS: Isso é por conta da grande quantidade de treponemas que se rompe ali e faz uma reação inflamatória mais grave. Se resolveu, depois de 12- 24hs pode continuar a medicação, mas se não resolveu podemos estar diante de um quadro alérgico mesmo. - Em caso de alergia aos betalactâmicos: ▪ Realizar dessensibilização à penicilina (vamos dar em uma dose mais baixa, aumentando a dose aos poucos até tolerar a dose de tratamento); ▪ Deve ser realizada sob supervisão médica, via oral; ▪ Iniciar dessensibilização com Fenoximetilpenicilina potássica (80.000 UI/mL); ▪ O intervalo entre as doses deve ser de 15 minutos; 5 Keyse Mirelle – 5° Período Obstetrícia - 19/10/2021 ▪ Uma vez finalizada a dessenbilização, observar a paciente por 30 minutos e a seguir aplicar a dose terapêutica da penicilina Benzatina; Essa tabela acima não precisa gravar, pois temos ela disponível. - Em locais onde a dessensibilização não é possível, a OMS sugere um dos seguintes regimes de tratamento: OBS: Devemos fazer em um hospital a aplicação da penicilina, porque a paciente pode ter reação alérgica e aí vamos fazer corticoide + anti-histamínico venoso. ▪ Sífilis primária, secundária ou latente precoce: ✓ Eritromicina 500mg VO 6/6h por 14 OU ✓ Ceftriaxona 1g IM, 01 vez ao dia por 10-14 dias OU ✓ Azitromicina 2g VO dose única. ▪ Sífilis latente tardia ou terciária: ✓ Eritromicina 500mg VO de 6/6h por 30 dias OBS: Na grávida, não consideramos que ela teve um tratamento efetivo, só é considerada com tratamento efetivo se ela tiver utilizado a penicilina benzatina, então a gravida mesmo tratando deve ser realizado após o nascimento do bebê ele deve tratar também, porque provavelmente ela passou para ele. SEGUIMENTO PÓS-TRATAMENTO ▪ VDRL deve ser realizado mensalmente até o termo; após o parto, seguimento trimestral até 12° mês. ▪ Orientar uso de preservativos. ▪ Oferecer testagem para HIV e hepatites virais. ▪ Se lesões em genitália ou mamas, contraindicado parto normal e amamentação, respectivamente. CRITÉRIOS PARA TRATAMENTO ADEQUADA ▪ Administração de penicilina benzatina, dose correta que são 3 doses com intervalo de 1 semana. ▪ Início do tratamento até 30 dias antes do parto, mas o término pode ser até mesmo depois. ▪ Documentação de queda do título do teste não- treponêmica (VDRL): ✓ Resultado não reagente ✓ Sífilis recente: queda de duas diluições em 6 meses ✓ Sífilis tardia: queda de duas diluições em 12 meses OBS: Queda do VDRL – Duas diluições (ex: 1:64 1:16) CRITÉRIOS PARA RETRATAMENTO ▪ Ausência de redução da titulação em duas diluições em 6 meses (sífilis recente) e 12 meses (sífilis tardia) ▪ Aumento da titulação em duas diluições (Ex: 1:16 1:64) ▪ Persistência ou recorrência de sinais e sintomas clínicos Se a paciente apresentar critério para retratamento e não suspeita de reinfecção, deve-se realizar investigação para neurossífilis, porque nessa fica com VDRL positivo com titulação baixa, mesmo tendo tratado, então vamos fazer um liquor e depois tratar com penicilina cristalina. HIV INTRODUÇÃO - Vírus RNA (HIV-1 e HIV-2) - Risco de transmissão vertical <2% se intervenções adequadas, com tratamento / 15-45% sem adequado planejamento e seguimento, sem tratamento correto, logo aumenta a taxa de complicação neonatal, infância. - Complicações: ▪ Infecções oportunistas maternas ▪ Restrição do crescimento intrauterino ▪ Prematuridade ▪ Óbito perinatal OBS: Não faz mal formação fetal não. DIAGNÓSTICO - Quando realizados os testes? ▪ 1° trimestre: teste rápido ou laboratorial de HIV ▪ 3° trimestre: teste rápido ou laboratorial de HIV ▪ Parto: teste rápido para HIV ▪ História de exposição de risco/violência sexual - Se positivo Repetir o teste com outro método para confirmar, porque pode ser um falsopositivo. 6 Keyse Mirelle – 5° Período Obstetrícia - 19/10/2021 - Confirmação do resultado Solicitação de carga viral e contagem de CD4 (o HIV ele destrói o linfócito T CD4 que é um dos principais responsáveis pela nossa imunidade, levando um quadro de infecção oportunista) + rastreamento de infecção oportunistas. Por conta disso, que o HIV é grave quando não é tratado. PRÉ-NATAL No pre-natal todas as gestantes vão na atenção básica, se ela tiver HIV ela vai ser classificada com um pré-natal de alto risco e se ela tiver HIV com imunossupressão ela vai para o serviço especializada porque tem infectologista, outras especialidades médicas e obstetra. - Carga viral (CV) ▪ 1° consulta do pré-natal para estabelecer a magnitude da viremia ▪ 2-4 semanas após a introdução da TARV avaliar a resposta ▪ A partir da 34º semana para indicação da via de parto - Linfócito CD4 (LT-CD4) ▪ 1º consulta de pré-natal ▪ Pelo menos a cada três meses durante a gestação para gestantes em início de tratamento ▪ Se carga viral (CV) indetectável já em uso de TARV (medicação): farei CD4 na 1º consulta e com 34 semanas OBS: Devemos acompanhar até mesmo para orientar vacina e também para acompanhar o tratamento, fazer o procedimento, porque CD4 baixo temos que ter cuidado para infecção oportunista. OBS: Hoje a genotipagem antes do início do tratamento é indicado para toda paciente que tem HIV, para saber qual medicação ela responde, mas muita das vezes não temos disponível isso e fazemos um tratamento de amplo espectro, se for uma paciente grávida deve não ter risco para o bebê, então veremos quais medicações trazem risco e não vamos utiliza-las. De laboratório vamos pedir os exames de rotina no 1°, 2° e 3° trimestre. Vamos pedir as dosagens para avaliar os rins e fígado do paciente, porque essa paciente utiliza TARV, e esse pode fazer hepatotoxicidade e causar lesão renal. Vamos pedir também anti-HAV para ver se a paciente é imunizada ou não para hepatite A, porque se não for devemos fazer a vacina para ela. - PPD na 1º consulta ▪ Se assintomática com PPD>5mm investigar TB ativa ▪ Se descartada TB ativa iniciar profilaxia (Isoniazida + Piridoxina) PPD é uma prova tuberculínica que a gente faz o teste no antebraço da paciente e bota o antígeno da tuberculose e aí ele faz uma reação e consequentemente medimos essa reação. - Vacinação (se CD4>200) ▪ Pneumococo (02 doses com intervalo de 5 anos) ▪ Hepatite A (02 doses, nas susceptíveis- naquelas pessoas com a sorologia negativa) ▪ 04 doses da Hepatite B (dose dobrada /0,1,2 e 6 ou 12 meses) ▪ Haemophilus influenza tipo B (se <19 anos) ▪ Meningocócica conjugada Obs: todas essas vacinas são aplicadas em pacientes gestantes que tem HIV. TRATAMENTO - Idealmente realizar Genotipagem antes do início do tratamento, mas nem sempre é possível. - Gestantes que não faziam uso de TARV: ▪ Início de tratamento antes de 13 semanas: ✓ Com genotipagem: Tenofovir+Lamivudina+Efavirez 7 Keyse Mirelle – 5° Período Obstetrícia - 19/10/2021 Não podemos usar o DOLUTEGRAVIR Defeito de fechamento do tubo neural até 8 semanas ✓ Sem genotipagem: Tenofovir+Lamivudina+Atarzanavir/Riton avir ▪ Início de tratamento após 13 semanas: ✓ Tenofovir+Lamivudina+Dolutegravir (1° opção para o tratamento de HIV) - Gestantes que já faziam uso de TARV: ▪ Se CV baixa (<50 cópias): manter esquema anterior ATENÇÃO ao DOLUTEGRAVIR: ✓ Se IG>8 semanas: manter a medicação ✓ Se IG<8 semanas: trocar por Atarzanavir/Ritonavir PARTO A via de parto do paciente é necessária ser definida. O grande problema é que aumenta o sangramento e a taxa de infecção da mãe para o bebê, transmissão vertical. É por isso que é necessário ver a carga viral depois de 34 semanas, para saber se a carga viral está alta, baixa ou indetectável, e aí vamos decidir a via do parto. Além disso, precisamos de uma medicação venosa chamada Zidovudina (AZT), é um antirretroviral que reduz a taxa de transmissão vertical. Então, CV >34 semanas se for indetectável a via de parto será vaginal e não faz uso de AZT. Se a CV<1000 copias a via de parto será vaginal e será necessário o uso de AZT. Se a CV >1000 ou CV desconhecida o parto será cesariano eletivo, empelicado, IG de 38 semanas com uso de AZT no parto. Então, é necessário conhecer a carga viral para definirmos a via de parto e a conduta necessária a ser seguida. - O AZT (é um antirretroviral que previne a transmissão vertical) endovenoso deve ser administrado: ▪ Durante início do trabalho de parto (Se PSNV) ▪ Pelo menos 3 horas antes da cesariana eletiva ▪ Manter até o clampeamento do cordão umbilical (após clampear vamos suspender a medicação) ✓ Dose de ataque: 2mg/kg na primeira hora ✓ Manutenção: 1mg/kg diluído em 100mL de SG (soro glicosado) 5% Clampeamento do Cordão? ▪ OMS Clampeamento tardio do cordão ▪ MS Clampeamento imediato; não realizar ordenha do cordão umbilical. Parto empelicado: é quando o bebê nasce dentro da bolsa e o ideal é que não rompa a bolsa, porque ao romper aumenta a chance de infecção de transmissão. - Sempre que possível, proceder ao parto empelicado; - Taxa de transmissão aumenta após 4h de bolsa rota: se a mulher já está em trabalho de parto avançado ou ruptura de membranas prolongada, o benefício da cesariana é perdido e deve-se considerar parto vaginal. Obs: A bolsa rota é importante até 4 hs, porque depois de 4 horas aumenta a taxa de transmissão, vamos perder o parâmetro de benefício de fazer o parto dela tanto por cima quanto por baixo. PUÉRPERIO - Contraindicada amamentação: ▪ Cabergolina 0,5mg, 02 compromidos, via oral, dose única; ▪ Direito a receber fórmula láctea infantil pelo menos até completar 6 meses de vida 8 Keyse Mirelle – 5° Período Obstetrícia - 19/10/2021 A prolactina aumenta quando a dopamina diminui, então quer dizer que a dopamina inibe a prolactina, sendo assim temos que dar um agonista da dopamina para que a prolactina seja inibida e cessada, por isso damos a cabergolina. Se a cabergolina não resolver pode enfaixar a mama para diminuir a produção também. - Contracepção: Pode utilizar qualquer método contraceptivos. REFERÊNCIAS
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