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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO 1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 2/22 CAPÍTULO 1 – PROPRIEDADES FÍSICAS DO GÁS NATURAL 1. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS 1.1. PRESSÃO DE VAPOR, PONTO DE EBULIÇÃO E VOLATILIDADE Vaporização e condensação, a pressão e temperaturas constantes, são processos em equilíbrio dinâmico, e a pressão de equilíbrio é a pressão de vapor. Numa dada temperatura, há apenas uma única pressão nas quais as fases líquido e vapor de uma substância pura podem existir em equilíbrio (vide ponto A na figura abaixo). Os fatores relevantes que interferem na pressão de vapor de um líquido são: • Temperatura: um aumento na temperatura provocará uma nova condição de equilíbrio e conseqüente aumento da pressão de vapor. (K) A UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 3/22 • natureza do líquido: líquidos com forças de ligações intermoleculares menos intensas evaporam com mais facilidade, ou seja, possuem maior volatilidade (capacidade de evaporar) e, portanto, maior será a pressão de vapor dos mesmos. Com isso podemos afirmar que, quanto mais volátil for um líquido maior será sua pressão de vapor. FORÇAS DE INTERAÇÕES MOLECULARES MAIOR A PRESSÃO DE VAPOR MENOR PONTO DE EBULIÇÃO MAIOR VOLATILIDADE UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 4/22 São importantes características do gás natural: sua densidade sendo inferior à do ar; seu baixo ponto de vaporização; e o limite de inflamabilidade em mistura com o ar superior a outros gases combustíveis. i. Densidade – o gás natural possui densidade relativa inferior à 1,0, sendo portanto mais leve que o ar. Este fato tem importância decisiva para segurança operacional das instalações; ii. Ponto de Vaporização – é o ponto em que ocorre a mudança de fase do estado líquido para o estado gasoso em certas condições de temperatura e pressão. À pressão atmosférica, a vaporização do gás natural ocorre à temperaturas próximas de -161 ºC; iii. Limites de Inflamabilidade – os limites de inflamabilidade podem ser definidos como as percentagens mínima e máxima de gás combustível em composição com o ar, a partir das quais a mistura não irá inflamar-se e permanecer em combustão. O limite inferior representa a menor proporção de gás em mistura com o ar que irá queimar sem a aplicação continua de calor de uma fonte externa. Em proporções menores ao limite inferior a combustão cessa quando interrompida a aplicação de calor. O limite superior é a proporção de gás na mistura a partir da qual o gás age como diluente e a combustão não pode se auto-propagar. Para o Gás Natural, os limites de inflamabilidade inferior (ou Limite inferior de Explosividade - LIE) e superior são, respectivamente, 5% e 15% do volume. Dentro da faixa de concentrações compreendida entre o LIE e o LSE a mistura de gases ou vapores pode propagar chama, bastando para isso a presença de uma fonte de ignição. O gráfico abaixo mostra as faixas de inflamabilidade de algumas substâncias químicas que são utilizadas nas indústrias químicas, petroquímicas, refinarias, biocombustíveis, entre outras. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 5/22 Fonte: http://portalnr33.com.br/index.php/2016/08/12/faixa-de-explosividade/ 1.2. MASSA ESPECÍFICA (OU DENSIDADE) E °API Densidade absoluta ou massa específica é uma propriedade física das substâncias cujo valor se calcula pela relação entre certa massa m de uma substância (ou mistura) e o volume V ocupado por essa massa. V m d Unidades usuais: grama por centímetro cúbico (g/cm3) no Sistema Internacional a unidade é o quilograma por metro cúbico (kg/m3) UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 6/22 Densidade Relativa pode ser obtida pelo quociente entre a massa específica desse material e a massa específica de um padrão. De modo geral, para líquidos, o padrão utilizado é a água destilada a 4 °C, cuja densidade absoluta pode ser considerada como 1,0 g/cm 3 . A densidade relativa dos gases é geralmente medida em relação ao ar seco à uma temperatura de 20 °C e uma pressão de 101,325 kPa absolutos, que tem uma densidade de 1.205 kg/m 3 . A tabela abaixo apresenta a massa específica de algumas substâncias químicas: SUBSTÂNCIA água 1,0 1.000 gelo 0,92 920 álcool 0,79 790 ferro 7,8 7.800 chumbo 11,2 11.200 Grau API: escala desenvolvida pelo American Petroleum Institute – API, juntamente com a National Bureau of Standards, utilizada para medir a densidade relativa dos líquidos. É uma maneira de expressar a densidade de petróleos, definida pela seguinte expressão matemática: 5,131 5,141 )60( Frd API dr (60°F) – densidade relativa da amostra de petróleo (e outros) em relação à água, ambos à temperatura de 60°F (15,5°C). UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 7/22 - A tabela abaixo apresenta a classificação quanto ao °API: PETRÓLEO LEVE dr 0,87 °API 31° PETRÓLEO MEDIANO 0,87 < dr 0,92 22° ° API < 31° PETRÓLEO PESADO 0,92 < dr < 1,00 10° < ° API <22° PETRÓLEO EXTRAPESADO dr 1,00 ° API 10° Perspectivas de disponibilidades de óleos pesados (rendimento volumétrico). Fonte: Petrobras, 2010 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 8/22 1.3. PODER CALORÍFICO: Define-se como a quantidade de energia interna contida no combustível, obtida por unidade de massa ou volume, sendo que quanto mais alto for o poder calorífico, maior será energia contida. É também conhecida como calor padrão de combustão. Um combustível é constituído basicamente de hidrogênio e carbono, tendo o hidrogênio o poder calorífico de 28.700 kcal/kg enquanto que o carbono é de 8.140 kcal/kg, por isso, quanto mais rico em hidrogênio for o combustível maior será o seu poder calorífico. Há dois tipos de poder calorífico: - Poder Calorífico Superior (PCS): É a quantidade de calor produzido por 1 kg de combustível, quando este entra em combustão, em excesso de ar, e os gases da descarga são resfriados de modo que o vapor de água neles seja condensado. Toda a água formada é condensada ao estado líquido. É o calor obtido na bomba calorimétrica para análise de combustíveis. - Poder Calorífico Inferior (PCI): É a quantidade de calor que pode produzir 1kg de combustível, quando este entra em combustão com excesso de ar e gases de descarga são resfriados até o ponto de ebulição da água, evitando assim que a água contida na combustão seja condensada. Toda a água formada permanece no estado vapor. Como a temperatura dos gases de combustão é muito elevada nos motores endotérmicos, a água contida neles se encontra sempre no estado de vapor, portanto, o que deve ser considerado é o Poder Calorífico Inferior e não o superior. Propriedades do gás natural: Tabela de Propriedades Média Poder Calorífico superior (kcal/Nm³) 9.958 Poder Calorífico inferior (Kcal/Nm³) 8.993 Densidade relativa (Ar = 1) 0,602 MassaMolecular Aparente (g/mol) 17,367 Relação gás/ar (m³/m³) 1/9,96 Velocidade de Chama (cm/seg) (H2 = 346 cm/seg) 49,4 Limite de inflamabilidade superior (% gás no ar) 14,9 Limite de inflamabilidade inferior (% gás no ar) 4,8 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 9/22 1.4. VISCOSIDADE É a medida da resistência de um fluido à deformação causada por uma força. Descreve a resistência interna para fluir de um fluido (gás ou líquido) e deve ser pensada como a medida do atrito do fluido. Assim, a água é "fina", tendo uma baixa viscosidade, enquanto óleo vegetal é "grosso", tendo uma alta viscosidade. A viscosidade também depende da temperatura. O óleo de um motor, por exemplo, é muito menos viscoso a temperaturas mais altas do que quando o motor está frio. Em geral, a viscosidade dos gases cresce com a temperatura e a dos líquidos decresce. Escoamento em dutos É uma importante propriedade quando se consideram movimentações de produtos em tubulações devido à perda de carga que se verifica nas mesmas. O fluido em um duto (tubulação) sofre forças de atrito. Existe atrito com as paredes do duto, e com o próprio fluido, convertendo parte da energia cinética em calor. As forças de atrito que impedem as diferentes camadas do fluido de escorregar entre si são chamadas de viscosidade. A viscosidade é uma medida da resistência de movimento do fluido. A velocidade de um fluido real diminui para zero próximo da superfície de um objeto sólido. Uma pequena camada de fluido próximo às paredes de um tubo possui velocidade zero. A velocidade do fluido aumenta com a distância às paredes do tubo. Se a viscosidade de um fluido for pequena, ou o tubo possuir um grande diâmetro, uma grande região central irá fluir com velocidade uniforme. Para um fluido de alta viscosidade a transição acontece ao longo de uma grande distância e em um tubo de pequeno diâmetro a velocidade pode variar através do tubo como mostra a figura acima. - Viscosidade absoluta ou dinâmica: é usada para expressar as forças absolutas que agem entre as camadas de líquidos. A unidade de medida é o Poise sendo mais usado o centipoise (cP). - Viscosidade cinemática: é usada para expressar o movimento dos líquidos viscosos, correspondendo a relação entre a viscosidade absoluta de um líquido e sua densidade, à mesma temperatura. A unidade de medida é o Stokes sendo mais usado o centistokes (cSt). UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 10/22 - A tabela abaixo exemplifica alguns coeficientes de viscosidade LÍQUIDOS (Poise) GASES (10 -4 Poise) glicerina (20 o c) 8,3 ar (0 o C) 1,71 água (0 o c) 0,0179 ar (20 o C) 1,81 água (100 o c) 0,0028 ar (100 o C) 2,18 éter (20 o c) 0,0124 água (100 o C) 1,32 mercúrio (20 o c) 0,0154 CO2 (15 o C) 1,45 1.5. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO GÁS NATURAL A SEREM ESTUDADAS: Poder Calorífico Superior (PCS): Energia na forma de calor (água formada no estado líquido). Poder Calorífico Inferior (PCI): Energia na forma de calor, (água formada no estado gasoso). Diferença: Entalpia de condensação da água. Densidade Relativa (ρ): Massa do gás por massa de ar seco. Índice de Wobbe (IW): IW = PCS / d - energia disponibilizada em um sistema de combustão por um orifício injetor. Dois gases diferentes, com mesmo IW disponibilizarão a mesma quantidade de energia. Poder anti-detonante: Capacidade do combustível resistir a pressão sem detonar (resiste a taxas de compressão de 1:16). Número de octano: Para combustíveis líquidos. Gás natural 115 a 130, C1=140. Número de Metano (NM): Capacidade antidetonante do gás natural (limites: C1=100, H2=0). Ponto de Orvalho: Temperatura que ocorre a formação da primeira gota de líquido quando o gás é resfriado ou comprimido. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 11/22 2. COMPORTAMENTO TERMODINÂMICO DOS GASES IDEAIS E REAIS 2.1. ESTADO DE EQUILÍBRIO P-V-T PARA GASES O estado do sistema é representado por um ponto em um diagrama P -V. Podemos levar o sistema desde um estado inicial a outro final através de uma sucessão de estados de equilíbrio. Diversas equações de estado podem ser compiladas visando obter uma relação f(T,P,V)=0, ou seja, descrição de equações que sejam capazes de explicar quantitativamente o comportamento real dos gases nas perturbações que podem ocorrer nas variáveis p, V, e T. A equação de estado mais simples é a de um gás ideal pV=nRT, onde n representa o número de moles, e R a constante dos gases R=0.082 atm·l/(K mol). Importante variável termodinâmica, a energia interna de um sistema representa a soma das energias de todas as suas partículas. Por exemplo, em um gás ideal há a caracterização de que as moléculas somente têm energia cinética, os choques entre as moléculas são supostos perfeitamente elásticos, a energia interna somente depende da temperatura. 2.2. TRABALHO MECÂNICO FEITO PELO OU SOBRE O SISTEMA Para um gás dentro de um cilindro, as moléculas se chocam contra as paredes variando a direção de sua velocidade, ou de seu momento linear. O efeito do grande número de colisões na unidade de tempo, pode ser representada por uma força F que atua sobre toda a superficie da parede. Se uma das paredes é um pistão móvel de área A, e este tendo um deslocamento dx, a troca de energia do sistema com o ambiente (meio externo a um sistema) pode ser expressa pelo trabalho realizado pela força F ao longo do deslocamento dx, a saber: dW = - F.dx = - p.A.dx = - p.dV Sendo dV a mudança do volume do gás. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 12/22 O trabalho total realizado quando o sistema passa do estado A cujo volume é VA ao estado B cujo volume é VB. 2.3. O CALOR Nos conceitos básicos de transferência de calor, o termo “calor” refere-se a uma transferência de energia entre um sistema e o meio que o rodeia devido aos choques entre as moléculas do sistema e do exterior ao mesmo. Dos conceitos da Termologia, é importante notar distinção entre os conceitos de calor e energia interna de uma substância. O fluxo de energia (calor) só existe quando existir quando há diferenças de temperaturas. Já a energia interna é a energia que tem uma substância devido a sua temperatura, manifestação termodinâmica dos somatórios de energias cinéticas de suas moléculas. Quando n mols de uma substância, de calor específico c, aumenta sua temperatura de TA a TB, o calor absorvido (ou liberado) pode ser obtido da equação: Q = n.c.(TB -TA) 2.4. PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA Para cada estado de um sistema corresponde a uma energia interna U. Quando o sistema passa do estado A ao estado B, sua energia interna varia em: U=UB - UA A equação que descreve a conservação da energia do sistema. U = Q - W Se o estado inicial e o final estão muito próximos entre si, o primeiro princípio é descrito: dU = dQ - pdV UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 13/22 3. NOÇÕES DE MECÂNICA DOS FLUIDOS 3.1. DEFINIÇÕES • A CINEMÁTICA DOS FLUIDOS estuda o movimento do fluido (escoamento) sem se importar com as causas que provocam este efeito. Entende-se por escoamento qualquer simples alteração na forma inicial do fluido, sob ação de esforço tangencial. Também pode ser chamado de “fluidez”. • LINHADE CORRENTE: é uma curva imaginária, tomada através do fluido, para indicar a direção da velocidade em diversos pontos. As linhas de corrente nunca se cruzam pois, se isto ocorrer, a partícula que estiver no ponto de cruzamento terá velocidades diferentes, o que é impossível na prática. • TUBO DE CORRENTE: é um conjunto de linhas de corrente, formando uma figura espacial fechada (tubo) entre si, onde não há escoamento perpendicular às suas paredes. • CLASSIFICAÇÃO DO ESCOAMENTO: I) Quanto à direção da trajetória: - laminar: as linhas de corrente formam como “lâminas” paralelas que escoam em baixa velocidade; - turbulento: as linhas de corrente formam pequenos turbilhões (vórtices) ao longo do escoamento, geralmente em altas velocidades; II) Quanto à variação no tempo: - permanente: as propriedades do fluido e sua velocidade não variam no tempo, num dado ponto do escoamento, podendo variar de ponto a ponto; - transiente: as propriedades do fluido e sua velocidade variam no tempo, num dado ponto do escoamento, podendo variar também de ponto a ponto; III) Quando à variação da trajetória: - uniforme: numa dada trajetória em todos os pontos a velocidade é constante no intervalo de tempo considerado, podendo variar de uma trajetória para outra; - variado: os diversos pontos da trajetória não apresentam velocidade constante no intervalo de tempo considerado; UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 14/22 trajetória uniforme trajetória variada VI) Quanto à compressibilidade: - compressível: as propriedades do fluido variam conforme a posição da partícula; - incompressível: as propriedades do fluido não variam conforme a posição da partícula; 3.2 PRINCIPAIS VARIÁVEIS • VAZÃO VOLUMÉTRICA E VAZÃO MÁSSICA - Define-se VAZÃO VOLUMÉTRICA (Q) como sendo a relação entre o volume de massa deslocado na unidade de tempo. t V Q onde V: volume e t: tempo - VAZÃO MÁSSICA: é a relação entre a massa em escoamento na unidade de tempo. Onde m: massa e t: tempo t m QM UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 15/22 * Outra forma de escrever a equação da vazão volumétrica: V= A . L onde A: área atravessada perpendicularmente pelo fluxo L: distância percorrida pelo fluxo no tempo t Podemos então escrever que: vAQvA t L A t LA t V Q ... . onde t L v : velocidade de escoamento do fluido fluxo A A L • Equação de continuidade Considere uma caixa de água conectada a pedaços de tubos com diâmetros diversos, ao longo do caminho em que a água escoa. Suponha também que exista uma bomba de água no circuito. Um circuito muito simples é mostrado na figura abaixo Fazendo a bomba de água funcionar por uns instantes irá acelerar a água e começar o escoamento. A bomba cria um gradiente de pressão. Se observarmos um dado volume de água em uma seção reta do tubo, a pressão no lado 1 desse volume será diferente da pressão no lado 2. Isto leva a uma força resultante no volume de água naquela seção, e ela irá se acelerar. Se a pressão fosse a mesma em ambos os lados, a força resultante seria nula, e o volume de água continuaria seu movimento com velocidade constante. Depois que a água estiver fluindo a uma UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 16/22 certa velocidade, a bomba tem que realizar um trabalho muito menor. Ela somente terá que trabalhar contra as forças de atrito. A água em diferentes seções do circuito terá diferentes energias potenciais por unidade de volume (por exemplo, por cm 3 ). Ela também deve ter energias cinéticas diferentes por unidade de volume. Nas seções mais estreitas ela deve fluir mais rápido do que nas seções mais largas, já que a mesma quantidade de água deve fluir através de cada seção transversal do tubo na mesma quantidade de tempo. Na figura abaixo mostramos o fluxo de massa (ou vazão) que passa por uma seção transversal de um tubo. Ele é dado por Δm/ Δt, onde Δm é a quantidade de massa que passa pela seção transversal A, por unidade de tempo Δt. A quantidade de volume de fluido que passa pela área A é, ΔV = A Δl . Mas, como Δl = v.Δt , temos que Δm = ρ .ΔV = ρ A.v. Δt. Logo, onde ρ é a densidade (massa específica) do fluido. Mas, e se a área A muda de uma seção para a outra? A figura abaixo mostra os novos parâmetros que entram no cálculo: UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 17/22 Temos que no ponto 1 , Δm1= ρ1.A 1.v1 .Δt , e no ponto 2, Δm2= ρ2.A 2.v2 .Δt . Não estamos criando nem destruindo massa. Logo, a massa Δm1 que flui para uma região deve ser igual à massa Δm2 que sai da região. Isto é, Δm1= Δm2 . Ou seja, ρ1.A1.v1. Δt = ρ 2.A2.v2 .Δt , ou ρ1. A1 .v1 = ρ 2 . A2 .v2 , ou ρ . A . v = constante . No caso em que a densidade do fluido é constante, a equação de continuidade será dada por A . v = constante = k UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 18/22 • Equação de Bernoulli A energia potencial da água muda enquanto ela se move. Enquanto que a água se move, a mudança na energia potencial é a mesma que aquela de um volume V que se movimentou da posição 1 para a posição 2. A energia potencial da água no resto do tubo é a mesma que a energia potencial da água antes do movimento. Logo, temos que: mudança na energia potencial = massa da água em V g mudança na altitude = densidade V g (h2 - h1) = V g (h2 - h1). A energia cinética da água também muda. Novamente, só precisamos achar a mudança na energia cinética em um pequeno volume V, como se a água na posição 1 fosse substituída pela água na posição 2 (veja a figura acima). A energia cinética da água no resto do tubo é a mesma que a energia cinética antes do movimento. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 19/22 Logo, temos que mudança na energia potencial = ½ m v2 2 = ½ m v1 2 = ½ V v2 2 = ½ V v1 2. Se a força sobre a água na posição 1 é diferente do que a força da água na posição 2, existe um trabalho sobre a água à medida que ela se move. A quantidade de trabalho é W = F1 l1 = F2 l2. Mas, força = pressão vezes área, de modo que W = p1 A1 l1 = p2 A2 l2 = p1 V - p2 V . O trabalho deve ser igual à mudança na energia. Logo, p1 V - p2 V = V g (h2 - h1) + ½ V v2 2 + ½ V v1 2 ou p1 V + V g h1+ ½ V v1 2 = p2 V + V g h2 + ½ V v2 2 Dividindo por V, temos que p1 + g h1+ ½ v1 2 = p2 + g h2 + ½ v2 2 ou p + g h+ ½ v2= constante. Esta é a equação de Bernoulli. Ela implica que, se um fluido estiver escoando em um estado defluxo contínuo, então a pressão depende da velocidade do fluido. Quanto mais rápido o fluido estiver se movimentando, tanto menor será a pressão à mesma altura no fluido. Aplicações da equação de Bernoulli - Aviões: A asa de um avião é mais curva na parte de cima. Isto faz com que o ar passe mais rápido na parte de cima do que na de baixo. De acordo com a equação de Bernoulli, a pressão do ar em cima da asa será menor do que na parte de baixo, criando uma força de empuxo que sustenta o avião no ar. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 20/22 - Vaporizadores: Uma bomba de ar faz com que o ar seja empurrado paralelamente ao extremo de um tubo que está imerso em um líquido. A pressão nesse ponto diminui, e a diferença de pressão com o outro extremo do tubo empurra o fluido para cima. O ar rápido também divide o fluido em pequenas gotas, que são empurradas para frente. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 21/22 - Medidores de velocidade de um fluido: 1 - Tubo de Venturi De acordo com a equação da continuidade, ter-se-á v1/v2 = S2/S1. De acordo com Bernoulli, verifica-se também (no caso de z = const), logo: p1 + (/2).v1 2 = p2 + (/2).v2 2 Na região estreita, a velocidade v é maior, sendo, portanto, menor a pressão p. Nisto se baseia a construção da bomba a jato d'água (trompa), como a ilustrada abaixo: Seja, em particular, p2 menor que a pressão barométrica po, de modo que o líquido é impulsionado para cima, mesmo se p1 for maior que po. Pode-se, também, pôr a secção transversal S2 em comunicação com um recipiente, no qual se deseja obter o vácuo. O conteúdo fluido desse recipiente escoa, então, para o trecho onde reina a pequena pressão p2, até que a pressão, no interior do recipiente considerado, se iguale a p2. De acordo com Bernoulli, será: UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF°. JOHNY 22/22
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