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Gerenciamento e Transporte de Valores

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Simone Quedas Moreno
Colaboradores: Prof. Fabio Ricardo Brandão dos Santos 
 Profa. Christiane Mazur Doi
 Prof. José Carlos Morilla
 Prof. Mauro Kiehn
Gerenciamento e 
Transporte de Valores
Professora conteudista: Simone Quedas Moreno
Graduada em Zootecnia pela Unesp (1994), com especialização em Licenciatura do Ensino Profissionalizante pela 
Unimes (1998). Possui mestrado em Engenharia da Produção pela UNIP (2005).
Após alguns anos de carreira, aperfeiçoou-se em Gestão e Negócios, fazendo uma segunda graduação de Ensino 
Superior Tecnológico em Logística, pela Universidade de Santo Amaro (2012). Atualmente é coordenadora dos cursos 
superiores tecnológicos e de pós-graduação da UNIP na Baixada Santista, além de possuir uma empresa de treinamento, 
assessoria e desenvolvimento de software.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M843g Moreno, Simone Quedas.
Gerenciamento e Transporte de Valores / Simone Quedas 
Moreno. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
164 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Armazenagem. 2. Transporte. 3. Segurança. I. Título.
CDU 658.5
U512.85 – 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Unip Interativa
Profa. Dra. Cláudia Andreatini
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Kleber Souza
 Vitor Andrade
Sumário
Gerenciamento e Transporte de Valores
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 TRANSPORTE DE CARGAS ...............................................................................................................................9
1.1 Evolução do transporte na humanidade .......................................................................................9
1.2 Gerenciamento de transporte na era da globalização .......................................................... 12
1.2.1 Eficiência, eficácia e geração de lucro em uma empresa de transporte de valores ..............15
1.2.2 Custos da criminalidade ....................................................................................................................... 16
2 VANTAGEM COMPETITIVA ATRAVÉS DOS TRANSPORTES ............................................................... 18
2.1 Transporte de cargas e de valores ................................................................................................. 21
2.2 Transporte de valores .......................................................................................................................... 29
3 PLANEJAMENTO DO NEGÓCIO ................................................................................................................... 35
3.1 Planejamento estratégico das operações ................................................................................... 41
3.1.1 Análise de risco nas operações de transporte de valor ........................................................... 41
3.1.2 Prevenção ao risco ................................................................................................................................. 43
3.2 O papel do gestor de transporte .................................................................................................... 44
3.3 Segurança (ou falta de) no transporte de valores e de cargas de valor ........................ 46
3.4 Características dos bens transportados ...................................................................................... 49
3.5 Roteiros, movimentação de cargas e administração de frota ........................................... 50
4 ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO DE VALORES ................................................................................. 53
4.1 Armazenagem de carga em geral e de valores numerários ................................................ 53
4.1.1 Armazenagem no fornecedor com remessa direta ................................................................... 54
4.1.2 Armazenagem em fornecedor com remessa direta e consolidação de carga 
em trânsito ........................................................................................................................................................... 57
4.1.3 Armazenagem no distribuidor próprio com remessa indireta por 
encomenda expressa ........................................................................................................................................ 59
4.1.4 Armazenagem na transportadora com remessa indireta e entrega expressa ......................61
4.1.5 Armazenagem no distribuidor com remessa indireta pura ................................................... 64
4.2 Operação e acondicionamento do produto............................................................................... 68
Unidade II
5 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ....................................................................................................................... 74
5.1 Sistemas e tecnologias da informação nos transportes ....................................................... 74
5.1.1 Roteirizadores .......................................................................................................................................... 80
5.1.2 A troca de informação em uma cadeia de suprimentos ........................................................ 82
5.1.3 Tipos de softwares usados no gerenciamento de transportes ............................................. 83
5.2 Sistema de roteirização de frotas e cobrança de fretes ....................................................... 85
6 GERENCIAMENTO DE RISCOS NOS TRANSPORTES ............................................................................ 93
6.1 Gerenciamento de riscos da entrega da encomenda ............................................................ 93
6.2 Graus de risco ........................................................................................................................................ 97
6.3 Riscos e sua classificação .................................................................................................................. 97
6.3.1 Riscos operacionais ................................................................................................................................ 98
6.4 Aplicação do Sistema de Gerenciamento de Risco (SGR) ..................................................101
6.5 Risco, segurança e tipo de operação ..........................................................................................106
6.5.1 Ações frente ao risco ............................................................................................................................111
7 SEGURANÇA CORPORATIVA .....................................................................................................................113
7.1 Segurança corporativa no transporte de valores ..................................................................1137.2 Segurança da Gestão das Áreas e Instalações (SGAI) ..........................................................114
7.2.1 Escolha do local das instalações da empresa ............................................................................ 115
8 SEGURANÇA CORPORATIVA NO TRANSPORTE .................................................................................121
8.1 Segurança de gestão de pessoas .................................................................................................122
8.1.1 Seleção de pessoal nas empresas de transporte de valores ............................................... 124
8.2 Segurança dos sistemas de informação ....................................................................................127
8.3 Segurança nas telecomunicações ...............................................................................................130
8.4 Segurança nas instalações ..............................................................................................................132
8.5 Segurança de rotas ............................................................................................................................136
8.6 Segurança das empresas com segurança corporativa ........................................................137
8.7 Serviço de escolta para cargas e veículos especiais .............................................................141
7
APRESENTAÇÃO
Este livro-texto trata do transporte de valores, no qual se discutem aspectos básicos dessa atividade 
e se mostra sua importância operacional, tática e estratégica para o cotidiano das pessoas.
Nosso principal objetivo é introduzir os conceitos básicos que norteiam a atividade de gestor 
profissional da área. A proposta é apresentar os tipos de veículos adequados ao transporte de valores, 
o sistema de gerenciamento de transporte, bem como a legislação relativa à operação do segmento. 
Nosso intuito é despertar no aluno o interesse em se aprofundar no estudo desse assunto.
O presente material exibe os tipos de transporte de valores, os cuidados relacionados a essa operação, 
os sistemas de roteirização e de rastreamento existentes, as tecnologias envolvidas, os riscos pertinentes 
à atividade e o seu gerenciamento, as principais áreas existentes em uma empresa transportadora de 
valores, a importância da capacitação e do treinamento do pessoal envolvido e a legislação pertinente 
ao campo de segurança privada.
Espera-se, assim, que o aluno vivencie o cotidiano de um gestor de transporte de valores. Essa gestão 
é uma atividade que exige disciplina, capacitação periódica e, acima de tudo, acompanhamento dos 
procedimentos utilizados, que variam de acordo com a natureza da carga transportada, o valor dela e a 
rota utilizada.
As unidades são desenvolvidas para atender aos objetivos da disciplina. É feita uma síntese sobre a 
história dos transportes de carga de valor e são apresentados os conceitos, a legislação e os instrumentos 
de planejamento do negócio e da operação de transporte.
São estudados, também, as ferramentas administrativas usadas no gerenciamento de transporte de 
valor, os diversos formatos de armazenagem e de distribuição da carga, os sistemas de informação que 
tratam da roteirização de frota e frete e os sistemas de gerenciamento de riscos da carga e do negócio.
O que se pode ressaltar é que o gerenciamento e o transporte de valores devem ser eficientes 
e eficazes.
INTRODUÇÃO
Esta introdução pretende dar ao leitor uma visão ampla dos assuntos aqui abordados. É conveniente, 
antes de tudo, fazermos uma observação quanto ao uso dos termos “valores”, “carga de valores” e 
“carga de alto valor”, que são muito presentes nesse campo de atuação. O uso incorreto deles provoca 
incompreensão dos fatos, causando confusões. Por isso, é dada ênfase nas formas e nos costumes do 
emprego deles.
Utilizamos “valores” para fazer referência a bens, haveres e riquezas. “Carga de valores” é um termo 
relativo às cargas de numerários em moedas. Finalmente, usamos “carga de alto valor” para fazermos 
alusão às cargas de grande valor para o mercado consumidor comercial. Essas cargas podem ser 
transportadas tanto em carro-forte quanto em outro tipo de transporte.
8
Reforçamos que, quando for feita referência às cargas de alto valor, os bens transportados são de 
grande interesse para o mercado consumidor, e isso indica que o transporte exige mais cuidados do que 
aqueles normalmente usados para o transporte de mercadorias comuns, pois se trata de cargas visadas 
para roubos ou furtos.
Em relação ao transporte de cargas de valores, que é o transporte de numerários, joias ou relíquias, 
ele deve ser feito em carro-forte, também conhecido como VETC, com profissionais da área da 
segurança privada.
No quesito segurança, há dois aspectos a serem observados: a segurança do ponto de vista da carga 
e a segurança do ponto de vista das pessoas. Por isso, a segurança corporativa, na área da segurança 
patrimonial, é algo a ser bem trabalhado, a fim de que os colaboradores permaneçam seguros e protegidos 
das adversidades oriundas de riscos previstos.
Conhecer as legislações atinentes a esse tipo de atividade é indispensável para um gestor de 
transporte de valores.
Os procedimentos profissionais realizados por empresas de transporte de valores são fatores de 
redução dos riscos inerentes à movimentação das cargas de valor. Tais instituições proporcionam 
segurança ao cliente e às pessoas em geral e fazem com que a entrega seja realizada em seu destino 
com o menor risco possível.
Assim, para que o estudante tenha acesso a esses assuntos, o presente livro-texto foi estruturado 
em duas unidades.
Na unidade I, conceituaremos o transporte de valores, faremos um histórico do desenvolvimento dessa 
atividade, apresentaremos os veículos utilizados e mostraremos como são efetuadas a armazenagem e 
a distribuição de valores.
Na unidade II, estudaremos os sistemas de informação aplicados ao transporte de valores, faremos 
uma análise do gerenciamento dos riscos envolvidos no transporte e apresentaremos os sistemas de 
segurança que têm como objetivo a proteção das pessoas e das cargas.
Bom estudo!
9
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
Unidade I
1 TRANSPORTE DE CARGAS
1.1 Evolução do transporte na humanidade
A história dos transportes é antiga, podemos dizer que ela iniciou-se nos primórdios da humanidade, 
quando todos os pesos (mercadorias) eram transportados pelo homem. Nessa época, a capacidade de 
transporte estava vinculada, de modo preponderante, à sua força física. Isso restringia o comércio 
às trocas de pequenas quantidades de mercadorias, que eram feitas em locais próximos às regiões 
de obtenção.
A domesticação de animais e a invenção da roda foram as razões do desenvolvimento do comércio 
na Antiguidade. Com tais invenções, foi aumentada a capacidade de transporte, o que possibilitou que 
mais mercadorias fossem transportadas para mais longe.
As cargas comuns somente começaram a ser transportadas a longas distâncias com a evolução dos 
meios de transporte, a partir de 1760, quando ocorreu a Primeira Revolução Industrial.
O transporte de valores começou a ser diferente das cargas comuns com a corrida do ouro na 
América, em meados do século XIX.
 Observação
Escambo é uma forma de compra e venda realizada sem o uso de ouro 
ou de moeda cunhada de valor efetivo. Esse procedimento é executado por 
meio da troca de mercadoria entre os envolvidos.
 Saiba mais
A fim de conhecer melhor sobre o início da história dos transportes e o 
aparecimento das primeiras cidades, acesse:
A HISTÓRIA da civilização: a invenção da roda e o início das civilizações. 
2018. 1 vídeo (3:33). Publicado por Foca na História. 
Disponível em: https://bit.ly/3shvLG8. Acesso em: 30 ago. 2021.
10
Unidade I
Durante a corrida pelo ouro, a procura por proteção no transporte de lingotes e de pepitas de ouro 
fez com que Henry Wells e William G. Fargo, em 1852, se reunissem para realizar taltipo de transporte, 
fundando a Wells Fargo & Company, primeira transportadora de valores americana que, além de prover 
um meio de transporte seguro, oferecia um local para a guarda deles.
Com o passar do tempo, o local para a guarda de valores passou a se chamar banco.
De acordo com Anderson (1981), em seus relatos sobre a história do carro-forte, o veículo utilizado 
para o transporte de valores em 1850 era uma carroça. Os numerários ou as cargas de alto valor eram 
levados em caixas com cadeados, no formato de cofres, sendo que nem todo transporte tinha uma 
salvaguarda para proteger os valores. A figura a seguir mostra como era feito o procedimento na época.
Figura 1 – Transporte de valores em meados do século XIX
Disponível em: https://bit.ly/3Cxkerq. Acesso em: 30 ago. 2021.
Na figura 1, podemos ver uma charrete, que era o veículo de transporte para o responsável levar os 
valores. Podemos observar que o “cofre” com os valores está sendo carregado pelo responsável.
Ainda para Anderson (1981), Henry Wells e William G. Fargo perceberam que era necessário um 
serviço de proteção ao transporte de valores e, por isso, decidiram investir na contratação de pessoas 
habilitadas para lidar com as contingências durante o trajeto. Na época, esse serviço era chamado 
de salvaguarda.
Com o passar do tempo, houve a necessidade da criação e do aperfeiçoamento de veículos com 
diferentes capacidades de carga e de velocidade, a fim de adequá-los ao tipo de mercadoria e à distância 
transportada. Isso fez com que surgisse o carro-forte.
11
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
O primeiro carro-forte de que se tem conhecimento surgiu em 1918, tratava-se de um caminhão 
com blindagem de aço usado para o transporte de valores. A figura 2 mostra como era tal veículo, 
construído a pedido da Brink’s City Express.
Figura 2 – Carro-forte de 1918
Disponível em: https://bit.ly/3nWZg18. Acesso em: 30 ago. 2021.
Anderson (1981) cita que a empresa Wells & Fargo enfrentou competição em diversos campos, mas 
que foi precursora no desenvolvimento dos transportes de valores. Sua grande concorrente era a Brink’s 
City Express, fundada em 1850, na cidade de Chicago, que iniciou suas atividades como transportadora 
de carga em geral.
Desde então, o serviço de transporte de valores difunde-se por todo o território dos Estados Unidos, 
e novos veículos são desenvolvidos para atender à demanda e às novas necessidades de transporte. 
A figura 3 mostra um carro-forte de 1923, usado pela Brink’s City Express.
Figura 3 – Veículo usado para o transporte de valores na Califórnia em 1923
Adaptada de: Anderson (1981, p. 27).
12
Unidade I
Comparando as duas últimas figuras, observa-se o grau de evolução nos veículos de transporte de 
valores, o que demonstra claramente como os prestadores de serviços desejavam aperfeiçoar as práticas 
ao produzir carrocerias diferenciadas. A substituição da madeira por aço possibilitou a construção 
de carrocerias maiores e mais seguras. Com isso, houve diminuição de perdas e avarias e aumento 
da segurança.
 Observação
Conforme Sugawara (2016, p. 8), “cofres de carga são caixas com fechos 
para acondicionamento de carga geral, perigosa ou não, com a finalidade 
de segregar durante o transporte produtos incompatíveis”.
 Saiba mais
Com o objetivo de aprender acerca da história do transporte de 
valores, assista:
COMO SURGIU o carro-forte? História e evolução. 2020. 1 vídeo (10:07). 
Publicado por QRA volantão. Disponível em: https://bit.ly/3DIyQpp. Acesso em: 
30 ago. 2021.
1.2 Gerenciamento de transporte na era da globalização
Castro (2003) explica que, até o final da Segunda Guerra Mundial, o gerenciamento dos transportes 
esteve associado apenas às atividades militares e às operações de guerra. Após o referido período, o 
avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais destruídos pelas guerras, que eram de difícil 
acesso e estavam privados de suprimentos, auxiliaram nas melhorias das estratégias operacionais.
O gerenciamento de transporte está diretamente relacionado ao desenvolvimento da civilização e 
serve como base para o crescimento econômico de qualquer região.
 Observação
Como exemplo de gerenciamento de transporte utilizado em guerra, 
temos o conflito do Golfo Pérsico, em 1991, conhecido como Guerra do 
Kuwait. Atenção especial deve ser dada ao que foi desenvolvido pelos 
VII e XVIII Corpos do Exército (CEx) dos EUA no que se refere ao planejamento 
e à execução do apoio logístico às operações de abastecimento.
13
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
 Saiba mais
Por meio da leitura do texto indicado a seguir, pode-se saber melhor 
como a logística militar funcionava na época da Guerra do Golfo.
CASTRO, F. B. A logística na Guerra do Golfo. Segurança & Defesa, 2003. 
Disponível em: https://bit.ly/3d7JDyf. Acesso em: 30 ago. 2021.
Bertaglia (2009) afirma que os meios de transporte e as atividades a eles associadas têm efeitos 
na infraestrutura e no desenvolvimento da economia de uma região. O fator gerador de lucro é 
a eficiência do sistema produtivo, que está associada à eficiência logística de distribuição e de 
armazenagem de mercadorias.
Com o remodelamento logístico no Brasil em 1990 e a privatização da infraestrutura nacional, as 
empresas de transportes, em virtude da precariedade das infraestruturas logísticas em todos os modais 
e, em especial, no modal rodoviário (de uso majoritário no Brasil), passaram a ter prejuízo (NTC & 
LOGÍSTICA, 2019). Isso foi agravado pelo aumento de custos que ocorreu em função da instalação dos 
pedágios nas rodovias brasileiras.
Levando em consideração que o transporte aproxima os centros produtores dos centros consumidores, 
ele é parte importante no desenvolvimento das empresas de um país, na evolução econômica e na 
expansão de mercados.
 Observação
A fim de impulsionar determinadas atividades, como a comercial, o 
vendedor que for capaz de enxergar na atividade de transporte um aliado 
para o escoamento de suas mercadorias e de seus valores com certeza 
terá mais vantagens. A segurança no carregamento, no transporte e no 
descarregamento, feita para evitar roubos, furtos ou avarias de mercadorias, 
é grande aliada do sucesso e do desenvolvimento econômico.
Além dos transportes, conforme já citado, aproximarem os centros produtores dos centros 
consumidores, eles integram regiões produtivas dos mais variados tipos de mercadorias e valores, 
proporcionando melhor escoamento da produção e acesso superior aos bens oriundos de locais distantes.
Para Marques (1996), a importância dos transportes como função social pode ser observada em 
diversos momentos. Isso pode ser verificado quando estudamos, por exemplo, o período 1980-1994, 
caracterizado pela redução do sistema ferroviário no Brasil. Nessa época, muitas cidades que antes eram 
economicamente ativas tiveram o seu desenvolvimento econômico estagnado devido à dificuldade de 
14
Unidade I
mobilidade das pessoas, uma vez que as empresas que compraram as linhas férreas não tinham interesse 
em transportar passageiros, pois elas eram de transporte de carga.
Com a globalização, muitas empresas aperfeiçoaram os meios de transportes usados em toda a 
cadeia logística, o que tornou o transporte mais eficaz.
É importante ressaltar que, no Brasil, o modal mais utilizado para o transporte de cargas é o rodoviário 
e que, nele, deve-se estar atento à rota que será percorrida nas entregas em virtude da precariedade na 
conservação da malha rodoviária. Isso mostra que a prevenção de riscos é uma vantagem competitiva.
 Observação
O bom gerenciamento de transporte evita colocar um carro-forte ou 
um caminhão-tanque com carga perigosa em uma situação de risco, por 
exemplo, engarrafamentos, greves, alagamentos ou manifestações.
As condições de risco associadas à logística podem ser monitoradas pela resposta a algumas questões 
expostas a seguir.
• Quais são os períodos de engarrafamento ou de locomoção mais lenta?
• Quais são as condições de conservaçãode pavimentos de ruas, avenidas e estradas na rota 
especificada e em seu entorno?
• Quais são os locais com histórico de alagamento ou desmoronamento?
• Existe sincronismo dos semáforos? Em caso afirmativo, qual é o tempo dele?
• Quais são os pontos de abastecimento e quanto tempo leva para a execução do serviço?
• Qual é a distância dos postos de combustível ao local de destino? (Análise do retorno).
• Quais são os possíveis fatores a serem monitorados para determinada operação?
• Quais são os possíveis riscos evitáveis em uma entrega?
Conhecer as respostas a essas indagações é de importância vital para o sucesso dos negócios de 
transporte, principalmente para o transporte de valores, pois se trata de uma operação que envolve 
grandes riscos, independentemente da quantia a ser transportada e do cliente que contratou o serviço.
15
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
1.2.1 Eficiência, eficácia e geração de lucro em uma empresa de transporte de valores
Atualmente, existem empresas especializadas nos mais variados tipos de transportes de mercadorias. 
As empresas de transporte de valores pertencem a uma categoria de corporações que permite programar 
práticas de gerenciamento de frete e de frota com tecnologias de ponta.
Deve-se levar em conta, entretanto, que os serviços oferecidos precisam estar de acordo com as 
necessidades do cliente e as metas de obtenção de lucro da empresa transportadora. À medida que 
o ponto de equilíbrio em custos e benefícios sofre alterações, a posição da instituição também o faz. 
Vejamos, por exemplo, as situações a seguir.
• Se há redução da relação custo-benefício, o valor da empresa sobe e há grande tendência de 
aumento de atividade da companhia pela presença de novos clientes.
• Se há aumento na qualidade do serviço prestado sem a devida remuneração do serviço, isso 
provoca elevação dos custos relativos e pode levar a corporação à situação de insolvência.
De acordo com a figura a seguir, a eficácia de uma empresa está atrelada ao seu lucro e ao seu 
valor de mercado.
Lucro como medida da eficácia da empresa
Planejamento e controle com enfoque em resultados
Valor da empresa
Figura 4 – Eficácia, planejamento e valor da empresa
Segundo Ludovico (2013), se a empresa que atua em um mercado competitivo não identificar 
claramente as necessidades básicas de sua operação, não tiver como objetivo prioritário a eliminação 
das dificuldades para que uma mercadoria possa ser entregue no destino e não implantar estratégias 
que somente o gerenciamento pode oferecer, estará oferecendo um serviço comum, sem valor agregado 
para o cliente.
 Observação
Uma empresa prestadora de serviço de transporte de valor necessita 
priorizar operações de gestão, eliminar dificuldades e analisar as 
características da carga na implantação de estratégias, proporcionando 
um serviço diferenciado.
16
Unidade I
As estratégias, os planos, as metas e as ações que a empresa implementa devem objetivar, em última 
instância, a otimização do lucro (CATELLI; GUERREIRO, 1993). Logo, pode-se dizer que o lucro é a melhor 
e a mais consistente medida da eficácia da organização (PADOVEZ; BERTOLUCCI, 2013). Portanto, para 
que uma companhia se torne eficaz, observar a relação entre os custos e os lucros é a melhor estratégia.
Ao analisarmos as instituições bancárias, verificamos a relação entre os custos investidos nas 
seguranças privada e patrimonial e na contratação de empresas prestadoras de serviços em segurança 
patrimonial e nos lucros obtidos (FEBRABAN, 2017).
 Observação
As empresas bancárias investem cada vez mais em itens de segurança 
patrimonial de seus estabelecimentos, como: portas giratórias, sistemas 
de identificação de objetos perigosos à instituição, e contratação de 
pessoal para a segurança patrimonial e de empresas especializadas em 
segurança bancária.
Essa informação é confirmada nos relatórios anuais da Febraban (2017), nos quais estão publicados 
os dados do setor bancário de 2015, que são comentados por Nascimento et al. (2018, p. 3), que 
citam o seguinte:
 
os investimentos com segurança no setor bancário saltaram de 3 bilhões, 
em 2003, para 9 bilhões, em 2015. Esse montante refere-se, principalmente, 
à contratação de pessoal de segurança, além da aquisição de equipamentos, 
como câmeras e portas giratórias.
Segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP (2017), foram registrados 
1.750 roubos a instituições financeiras no ano de 2015, um acréscimo de 9,92% em relação ao ano 
anterior, o que mostra a necessidade de investimentos crescentes em segurança privada.
Diante desses dados, observa-se que a contratação de uma empresa prestadora de serviços em 
segurança patrimonial justifica-se não apenas pela análise de seu resultado global, mas pelo estudo de 
sua composição.
1.2.2 Custos da criminalidade
É pertinente para a sociedade conhecer quais são as principais formas de perda econômica que a 
violência lhe impõe.
Cabe ressaltar que os gastos públicos e privados destinados à provisão da segurança estão associados 
ao nível de criminalidade de uma sociedade (RONDON; ANDRADE, 2003 apud NASCIMENTO et al., 2018). 
Esses custos podem ser agrupados em duas grandes categorias, mostradas a seguir.
17
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
• Custos exógenos: gastos feitos diretamente por governantes, famílias e empresas. Trata-se das 
despesas com segurança pública, segurança privada, equipamentos e seguros etc.
• Gastos endógenos: são decorrentes do nível de criminalidade local, incluindo os dispêndios 
efetuados no sistema de saúde, as perdas de anos de vida saudável, o volume de bens roubados e 
furtados etc.
Para Nascimento et al. (2018), os custos da violência podem ser classificados em:
• Preventivos e curativos.
• Diretos e indiretos.
• De perdas materiais e de perdas humanas.
• Tangíveis e intangíveis.
• Econômicos e financeiros.
• Para a sociedade ou para o cidadão.
• De curto ou de longo prazo.
• De perdas pelo que se gasta ou pelo que se deixa de ganhar.
Os custos com segurança privada e transporte de valores podem ser entendidos como provenientes 
da contratação de prestadores de serviços privados de segurança e, também, oriundos da aquisição de 
materiais e equipamentos utilizados para a garantia da segurança e do bem-estar individual e coletivo.
Após perceber quais procedimentos apresentam maior grau de impacto e risco, algumas decisões 
estratégicas têm de ser tomadas pelo gestor (CAETANO; SAMPAIO, 2016). Elas envolvem:
• identificar as estratégias que devem ter continuidade;
• verificar as alternativas possíveis;
• analisar a relação custo-benefício da adoção das estratégias;
• comunicar às instâncias decisórias da organização para aprovação das ações a serem tomadas.
Quanto à decisão de alteração de estratégia, as ações podem ser as seguintes.
• Não agir: não fazer nada quando o risco for aceitável.
18
Unidade I
• Mudar ou finalizar o procedimento: alinhar o processo a outros procedimentos já existentes 
na organização.
• Garantir um seguro: providenciar recursos suficientes mediante a contratação de apólices de 
seguro para haver garantias quanto a possível perda.
• Baixar a mitigação: realizar ações para mitigar o risco.
• Desenvolver um plano de continuidade de negócios: modo mais eficaz de prover resiliência à 
organização em caso de interrupção nos negócios.
Para os processos de maior grau de impacto e risco aos negócios da empresa, as estratégias mais 
apropriadas dependem de uma série de fatores, como:
• O período máximo de interrupção tolerável.
• Os custos de implementação de uma ou mais estratégias.
• As consequências de não agir.
Em cada caso, o gestor deve evitar programar uma solução de continuidade que possa ser afetada 
pelo mesmo incidente que causou a interrupção no procedimento anterior do negócio.
2 VANTAGEM COMPETITIVA ATRAVÉS DOS TRANSPORTES
Segundo o Council of Logistics Management – CLM (2000) apud Chopra e Meindl (2011), das muitas 
mudanças queocorreram no pensamento gerencial nos últimos 20 anos, talvez a mais significativa tenha 
sido a ênfase dada à procura de estratégias que proporcionassem um valor superior aos olhos do cliente.
De acordo com Padoveze e Bertolucci (2013), a vantagem competitiva deriva das muitas atividades 
discretas que uma organização desempenha projetando, produzindo, comercializando, entregando e 
apoiando seu produto. Cada uma dessas práticas pode contribuir para a posição de custo relativo baixo 
da instituição e para criar a base para a diferenciação. A vantagem competitiva surge da maneira como 
as empresas desempenham as atividades discretas dentro da cadeia de valor.
Uma organização ganha vantagem competitiva executando práticas estrategicamente importantes 
de maneira mais barata ou atuando melhor do que seus concorrentes. Para obter tal privilégio, ela deve 
proporcionar valor aos seus clientes, desempenhando práticas de modo mais eficiente do que terceiros, 
de forma a criar maior valor percebido pelo consumidor.
A importância estratégica da gestão empresarial não permite que um bom serviço se venda somente 
por si nem que o sucesso de hoje seja a garantia para que ele ocorra amanhã. A qualidade na prestação 
de serviço, que no passado constituía um instrumento de competitividade, atualmente é um pressuposto 
assumido e exigido e deve ser mantida a cada serviço, com a melhoria em sua execução.
19
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
Pode-se citar a vantagem de custo como fonte de diferencial competitivo duradouro; ela pode 
ser obtida por meio da administração estratégica, que permite a racionalização e a otimização dos 
custos operacionais e administrativos, o aumento de produtividade por diversos meios e a elevação da 
economia em escala, que leva à diluição dos custos fixos.
 Saiba mais
No capítulo “Otimização da estrutura da rede logística” do livro a 
seguir, é demonstrado como fazer os cálculos dos custos operacionais e 
administrativos em uma empresa de transporte.
MARTEL, A.; VIEIRA, D. R. Análise e projeto de redes logísticas. São Paulo: 
Saraiva, 2010.
O gerenciamento de custos e riscos é outro fator diferencial de vantagem competitiva, já que, 
em decorrência da necessidade de redução de custos, entre outras ações, as empresas têm pensado em 
investir em tecnologias da informação, a fim de diminuir frotas e mão de obra, algo que pode acarretar 
riscos ao serviço prestado.
Como consequência da concentração das atividades de gestão e da utilização da tecnologia como 
ferramenta para ações, pode-se elevar os custos de distribuição, por causa do aumento das distâncias e 
da redução do nível de atendimento ao cliente.
Exemplo de aplicação
Segue exemplo de importação de mercadoria.
Comprei uma câmera digital em uma loja virtual da China. De acordo com a previsão de entrega, 
ela chegaria a tempo de ser utilizada em uma conferência virtual. Próximo à data da conferência, fui 
verificar a entrega e o prazo para recebimento e não obtive resposta, pois a rastreabilidade da carga 
sinalizava que ela estava em trânsito.
A conferência ocorreu e tive que comprar uma câmera digital às pressas. Após 15 dias da realização 
da conferência, a câmera da China chegou e tive que pagar os custos de alfândega, os quais não 
estavam previstos no ato da compra.
Liguei para a empresa e reclamei, dizendo que iria devolver o produto e queria meu reembolso. 
A atendente alegou que houve imprevistos com a carga e, por isso, ocorreu o atraso na entrega.
A câmera foi devolvida e solicitei o reembolso.
20
Unidade I
Conclusão
Houve a devolução, o reembolso e a perda para o cliente. Isso ocorreu pela ausência de comunicação 
entre a empresa e o cliente. Caso alguém da companhia tivesse ligado e comunicado o evento, o cliente 
poderia ter cancelado a compra da câmera, trocado por outra mercadoria e mantido a confiança na 
instituição. Agora, ele não confia nessa loja.
Reflita a respeito!
O exemplo anterior mostra a necessidade do oferecimento de um serviço eficiente no gerenciamento 
de transporte, que respeite os prazos e os custos estabelecidos no momento da compra. Caso o serviço 
não possa ser oferecido no prazo previsto, deve ser feita a comunicação ao cliente da nova previsão de 
entrega ou, ainda, o oferecimento de outro produto (similar) disponível.
Essas atitudes constituem um diferencial competitivo, que pode ser obtido por meio do gerenciamento 
da entrega da mercadoria e da otimização da estrutura física, administrativa e operacional da empresa.
Pode-se afirmar que o gerenciamento de transporte de carga tem grande potencial para auxiliar a 
organização a alcançar tanto a vantagem em custo e produtividade quanto em valor.
A missão do gerenciamento do transporte de valores é planejar e coordenar todas as atividades 
necessárias para alcançar níveis desejáveis dos serviços e qualidade a custos baixos. Portanto, o transporte 
deve ser visto como o elo entre o mercado e a atividade operacional da empresa. O raio de ação da 
estratégia estende-se sobre todas as fases na organização, desde o gerenciamento do transporte 
de carga até a entrega ao cliente final.
Mandarini (2005) diz que a segurança no transporte está intimamente relacionada ao suporte 
estratégico utilizado antes da operação. Esse planejamento consiste no planejamento e no controle 
de todas as etapas e na escolha da forma de transmissão das mensagens (transmissões feitas com 
equipamentos especiais e aquelas que são criptografadas ou por fio permitem maior controle e 
prevenção de interceptações).
As formas eficazes de transmissão das mensagens podem conferir níveis excepcionais de segurança 
na fase de transporte, em especial quando aliadas a medidas de controle, como as sugeridas a seguir.
• Prospecção e varreduras sistemáticas de linha, cabos, telecomunicações e sistemas de Tecnologia 
de Informação (TI).
• Utilização de equipamentos de interferência diversos.
• Meio de transporte mais adequado, não necessariamente o mais seguro ou rápido.
• Estabelecimento de pontos de controle, itinerários, horários, senhas etc.
21
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
• Estipulação de medidas de comunicações sigilosas.
• Troca de mensageiros e/ou de meios de transporte.
• Transmissões compartimentadas e/ou por meios diversos.
• Rastreamento por satélite.
• Combinações de várias das medidas ou procedimentos previstos.
2.1 Transporte de cargas e de valores
No caso específico do transporte de valores, deve-se verificar a regulamentação existente para a 
realização da atividade. Isso inclui saber qual é o órgão regulamentador e como ser credenciado.
Quando nos referimos à definição de transportador, recorremos à descrição feita pela Agência 
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) (2016), que explica que o termo inclui tanto os transportadores 
comerciais quanto os transportadores de carga própria. A partir daí, pode-se concluir que, no universo 
de distribuição de bens e mercadorias, o que não é comércio é transporte.
O transporte de carga de valor tem regulamentação específica, que segue normativas descritas em 
resoluções da ANTT.
É importante ressaltar que carregar um veículo e transitar em uma via pública é caracterizado 
como uma atividade de transporte. Quando se trata de um veículo utilizado na atividade de 
transporte em vias públicas, com qualquer mercadoria, o art. 6º da Resolução n. 5.832 (2016), atualizado 
pela ANTT 5.849 (2019b), preceitua o que segue:
 
O transporte de produtos perigosos somente pode ser realizado por veículos e 
equipamentos de transporte cujas características técnicas e operacionais, 
bem como o estado de conservação, limpeza e descontaminação, garantam 
condições de segurança compatíveis com os riscos correspondentes aos 
produtos transportados, conforme estabelecido pelas autoridades competentes.
O transporte de carga configura-se como um serviço fundamental, que contribui para todos os 
demais setores da economia. Sem ele, produtos não chegariam aos consumidores finais, as indústriasnão produziriam e os fornecedores não entregariam.
Almeida (2020) disponibiliza um manual sobre o serviço de transporte de pequenas cargas e fretes. 
Esse serviço é realizado por meio de veículos de pequeno porte, como motos, utilitários e pequenos 
caminhões. Geralmente, eles movimentam cargas fracionadas dos mais diversos tipos de mercadorias, 
sejam elas perecíveis ou de outros tipos, como dinheiro em espécie ou documentos.
22
Unidade I
 Saiba mais
Com o objetivo de conhecer melhor sobre custo e frete de empresa 
transportadora de cargas fracionadas, consulte o seguinte manual:
ALMEIDA, L. M. Como montar um serviço de frete de pequenas cargas. 
São Paulo: Sebrae, 2020.
Acesse o site da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) 
para visualizar como funciona a regulação das atividades de exploração da 
infraestrutura ferroviária e rodoviária federal e de prestação de serviços 
de transporte terrestre:
Disponível em: https://www.gov.br/antt/pt-br. Acesso em: 30 ago. 2021.
Conforme Almeida (2020), no contexto de cargas urbanas, os principais diferenciais são a rapidez da 
entrega e a segurança do transporte. Isso, muitas vezes, corresponde a características de empresas que 
fazem o transporte conhecido como entrega expressa.
Entrega expressa refere-se à prestação de serviço realizada por empresas que movimentam cargas 
fracionadas, ou seja, mercadorias divididas em pequenas partes. Tais instituições diferenciam-se das 
outras do setor em decorrência do baixo volume transportado, das variadas distâncias percorridas e da 
rapidez na operação.
Exemplo de aplicação
Consta na sequência, exemplo de necessidade básica.
Imagine que a Rede Magazine necessite retirar uma grande quantia de numerários de uma agência 
bancária e realizar a distribuição deles em trocos para seis filiais no centro de São Paulo. Sabe-se que 
o estacionamento no local é complicado, o trânsito é intenso e o cliente precisa de um transporte ágil 
para as cargas de valores.
Análise da situação
A empresa D’Ouro tem o moto express, que pode auxiliar na distribuição dos numerários fracionados, 
além de prestar o serviço de recolhimento dos valores totais, na agência bancária, com o carro-forte.
Essa pode ser a solução do problema em foco.
23
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
O exemplo anterior mostra que a empresa de transporte de valores deve disponibilizar diversos 
modelos de meios de transportes, adequando-se às cargas e necessidades do cliente.
A atividade econômica do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), que é realizado em vias públicas, 
no território nacional, por conta de terceiros e mediante remuneração, exercido por pessoa física ou 
jurídica em regime de livre concorrência, conforme estabelecido na Lei n. 11.442 (BRASIL, 2007), depende 
de prévia inscrição no RNTRC (Registro Nacional de Transporte de Carga).
Para se tornar uma transportadora de carga, de acordo com a Lei n. 11.442, de 2007, a empresa 
precisa obter o RNTC e dispor de motoristas profissionais em seu quadro de funcionários, conforme 
indica a Lei n. 13.103 (BRASIL, 2015a). 
 Observação
As instituições legalmente credenciadas podem ser consultadas na ANTT.
O RNTRC é constituído por três categorias de transportadores rodoviários remunerados de cargas 
(ANTT, 2015). São elas:
• Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas (ETC).
• Cooperativas de Transporte Rodoviário de Cargas (CTC).
• Transportadores Autônomos de Cargas (TAC).
A tabela 1 mostra a evolução do número de registros nas três categorias entre 2010 e 2019.
Tabela 1 – Histórico de registros de TRC vigentes no RNTRC (2010-2019)
Ano TAC ETC CTC
2010 1.079.094 206.524 736
2011 540.388 100.934 278
2012 650.450 119.230 320
2013 756.867 145.621 368
2014 848.772 168.450 405
2015 918.391 187.784 436
2016 622.328 161.264 355
2017 434.992 132.730 304
2018 519.296 152.165 339
2019 550.240 156.415 349
Fonte: Instituto Modal (2019, p. 26).
24
Unidade I
 Saiba mais
A diferença entre os atributos de ETC, CTC e TAC é fornecida pela ANTT 
e pode ser conferida, entre outros, nos links a seguir:
BRASIL. Lei n. 11.442, de 5 janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte 
rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e 
revoga a Lei n. 6.813, de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: 
https://bit.ly/3skttWN. Acesso em: 30 ago. 2021.
BRASIL. Lei n. 13.103, de 2 março de 2015. Dispõe sobre o exercício 
da profissão de motorista; altera a Consolidação das Leis do Trabalho – 
CLT [...]. Brasília, 2015a. Disponível em: https://bit.ly/2RoPKpj. Acesso em: 
30 ago. 2021.
Quando se analisa o histórico de registro da RNTC na tabela anterior, percebe-se que, entre 2010 
e 2019, houve declínio nos números de registros nas três categorias. Ocorreu decréscimo de 49% no 
número de TAC, redução de 25% em ETC e diminuição de 53% nos registros de CTC.
Porém, quando se verifica a quantidade de veículos de transportes de carga, mostrada na tabela 2, 
observa-se que os TAC diminuíram em 62%, que o número de veículos pertencentes à ETC aumentou 
80% e que as CTC apresentaram crescimento de 121% no número de veículos.
Conclui-se, daí, que os profissionais autônomos migraram para as empresas ou cooperativas. Veja a 
tabela 2 a seguir.
Tabela 2 – Histórico de registros de veículos no RNTRC (2010-2019)
Ano TAC ETC CTC
2010 1.141.952 973.335 11.839
2011 749.400 854.315 11.496
2012 838.600 971.653 13.000
2013 926.437 1.116.722 15.707
2014 1.009.860 1.211.601 17.697
2015 1.068.092 1.252.811 18.800
2016 783.656 1.170.378 21.837
2017 608.745 1.038.971 22.383
2018 695.177 1.141.644 24.177
2019 704.053 1.212.898 26.265
Fonte: Instituto Modal (2019, p. 26).
25
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
 Saiba mais
A fim de conhecer a série histórica do Registro Nacional de Transporte 
de Carga (RNTRC) iniciada no último dia do ano de 2010, leia:
INSTITUTO MODAL. Panorama do transporte rodoviário de cargas no 
Brasil. Relatório Técnico. Brasília, 2019. (Série Estudos Setoriais). Disponível em: 
https://bit.ly/2WGQycp. Acesso em: 30 ago. 2021.
 Observação
A inscrição do transportador no RNTRC tem validade de 5 anos. Após 
esse período, o registro deve ser renovado. Dessa forma, não é possível 
utilizar os dados históricos com o objetivo de inferir qualquer tipo de 
comparação temporal ou afirmar que eles representam a quantidade 
de transportadores ou de frotas em atividade em determinado período.
 Saiba mais
A ANTT promoveu dois momentos de recadastramento compulsório, um 
em 2009 e outro em 2015. Para visualizá-los, acesse:
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES (ANTT). Resolução 
ANTT/DC n. 3.336 de 8 de dezembro de 2009. Altera a Resolução ANTT 
n. 3.056/2009, que dispõe sobre o exercício da atividade de transporte 
rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, 
estabelece procedimentos para inscrição e manutenção no Registro 
Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas – RNTRC e dá outras 
providências. Brasília, 2009. Disponível em: https://bit.ly/3tek6ZE. Acesso em: 
30 ago. 2021.
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES (ANTT). Resolução 
ANTT/DC n. 4.799 de 27 de julho de 2015. Regulamenta procedimentos 
para inscrição e manutenção no Registro Nacional de Transportadores 
Rodoviários de Cargas, RNTRC; e dá outras providências. Brasília, 2015. 
Disponível em: https://bit.ly/3wPzjms. Acesso em: 30 ago. 2021.
26
Unidade I
O processo de inscrição e de manutenção de transportadores no RNTRC é regulamentado pela 
Resolução ANTT n. 4799, em conjunto com a Gerência de Registro e Acompanhamento do Transporte 
Rodoviário e Multimodal de Cargas (GERAR), que é vinculada à Superintendência de Serviços de 
Transporte Rodoviário e Multimodal de Cargas (SUROC), da ANTT.
 Observação
Em uma operação comercial em que o custo do transporte é de 
responsabilidade do fornecedor (Custo Incluindo o Frete – CIF), ele é o 
responsável pela entrega da mercadoria, independentemente de usar 
transporte próprio ou de terceiros.Nas operações em que a responsabilidade do transporte é do comprador 
(FOB), cabe a ele executar o transporte da mercadoria.
De acordo com dados da tabela 2, existiam no país, em 2019, por volta de 1.950.000 veículos 
transportadores de carga registrados, dos quais 63% eram veículos que pertenciam às ETC, 36% eram de 
TAC e apenas 1% constituía o conjunto de veículos de CTC.
A figura 5 é um gráfico que mostra a participação percentual dos veículos registrados na ANTT.
TAC
704.053
36%
ETC
1.212.898
63%
CTC
26.265
1%
Figura 5 – Quantidade de registros de transportadores de carga separada por categoria
Observa-se hoje no Brasil a oferta de serviços com pouca diferenciação e distribuída por um grande 
número de empresas de micro e de pequeno porte, o que resulta em um mercado desconcentrado.
27
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
O transporte de cargas de pequenos volumes é feito em utilitários comuns, com capacidade de carga 
inferior a 1,49 T, em reboques com até 3,4 T de capacidade ou em caminhões leves com capacidade entre 
3,5 T e 7,9 T. As empresas de transporte que operam nesse mercado possuem como clientes principais as 
pessoas físicas e jurídicas que desejam fazer mudanças residenciais ou comerciais e transportes de bens 
e de valores monetários.
As pessoas jurídicas desse universo normalmente incluem empresas do setor varejista, distribuidores, 
indústrias de autopeças, confecções, distribuidores de pneus, indústria farmacêutica e de cosméticos, 
lojas de materiais de construção, bancos monetários, companhias que operam caixas eletrônicos e 
agências financeiras, entre outros. Esses tipos de instituição frequentemente não têm veículos próprios 
para a operação de transporte e necessitam fazer entregas localizadas com rapidez e segurança.
Geralmente, as transportadoras que movimentam cargas fracionadas apresentam aumento 
significativo na movimentação de mercadorias no período de outubro a novembro, em função do 
crescimento da atividade econômica existente nessa época do ano. Com relação ao transporte de valores, 
o período de maior movimento é o compreendido entre novembro e março, fruto das férias escolares.
O mercado de transporte de carga é caracterizado por apresentar baixa barreira de entrada para 
novas empresas. Basicamente, exige-se do prestador de serviços um veículo adequado, os registros 
necessários e a carteira de habilitação específica para o tipo de veículo e carga.
A idade média da frota das transportadoras de carga é um índice considerado importante na 
prestação de serviço com qualidade, pois tal dado pode configurar a garantia da entrega, já que as boas 
condições dos veículos são indicadores de que o serviço será executado com a qualidade esperada e no 
prazo necessário.
É importante salientar que, qualquer que seja a modalidade de registro – TAC, ETC ou CTC, a idade 
média da frota não deve ultrapassar 10 anos. A razão para isso é que, a partir desse tempo de uso, há 
aumento nos problemas mecânicos dos veículos e elevação no valor do seguro veicular. O objetivo é 
evitar que tal patrimônio se torne economicamente inviável.
 Lembrete
TAC refere-se ao transportador autônomo de cargas. Nele, o proprietário 
do veículo é remunerado por frete e por entrega. ETC significa empresa 
de transportes de cargas, que é uma prestadora de serviço a terceiros 
e remunerada pelos fretes. Por fim, CTC diz respeito aos prestadores de 
serviços de transporte de carga que cooperam na execução de serviços e 
que são remunerados conforme a liquidez da instituição.
Na tabela 3 encontramos a idade média dos veículos registrados até abril de 2020.
28
Unidade I
Tabela 3 – Idade média da frota de veículos registrados 
na ANTT até abril de 2020
Tipo de veículo Autônomo Empresa Cooperativa Total
Caminhão leve (3,5 T a 7,99 T) 21,6 10,9 9,1 13,9
Caminhão simples (8 T a 29 T) 25,3 8,7 11,9 15,3
Caminhão trator 20,0 5,8 10,7 12,2
Caminhão trator especial 17,9 7,6 9,0 11,5
Caminhoneta 19,0 10,5 14,2 14,6
Caminhonete/furgão (1,5 T a 3,49 T) 11,7 6,2 8,8 8,9
Reb/mimado IRM NB 9,3 5,6 0,0 5,0
Reboque 21,0 8,7 12,0 13,9
Semirreboque 17,1 9,0 8,7 11,6
Semirreboque com 5ª roda/bitrem 13,2 8,2 6,9 9,4
Semirreboque especial 14,9 14,4 10,8 13,4
Utilitário leve (0,5 T a 1,49 T) 15,5 8,0 11,3 11,6
Veículo operacional de apoio 26,8 20,2 24,9 24,0
Total 17,9 9,5 10,6 12,7
Fonte: Instituto Modal (2019, p. 27).
Observando a tabela anterior, podemos verificar que a idade média dos veículos dos prestadores 
autônomos é muito maior do que aquela dos automóveis das empresas e cooperativas. Talvez, as baixas 
rentabilidades de operação e os elevados valores dos veículos justifiquem a redução do número de 
registros ao longo dos anos e o fato de a idade média de autos ser tão alta.
Com relação à frota dos veículos utilizados em operações de apoio (escolta), segundo o Instituto 
Modal (2019), a idade média fica em torno de 23 anos. Trata-se de um fator preocupante, pois ele se refere 
aos profissionais que acompanham a carga para proporcionar a segurança na operação de transporte.
A idade da frota de veículos furgão (1,5 T a 3,49 T), que são os mais utilizados no transporte de cargas 
de valores, é, em média, 6,2 anos nas empresas transportadoras. Esse fato decorre da preocupação das 
empresas de que os veículos estejam em bom estado, o que evita transtornos no transporte da carga.
Para a análise de uma frota, é necessário avaliar as seguintes cinco características essenciais:
• Tipo de carga a ser transportada.
• Distância a ser percorrida.
• Grau de risco da carga.
29
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
• Valor do seguro da carga.
• Atividades de apoio exigidas no transporte da carga.
Somente após analisar esses pontos é que se deve levar em consideração a idade da frota.
Conforme Transportadores de Carga de Valores (TCV), a idade média recomendada é de 10 anos, 
desde que a manutenção esteja em dia. Já para as atividades de apoio, recomenda-se 5 anos, sendo que 
esses veículos precisam estar adaptados ao serviço de agentes operacionais especializados.
2.2 Transporte de valores
Independentemente de tratar de uma empresa de transporte de valores, de um vigilante patrimonial 
ou de uma escolta armada, a atividade de transporte de valores é regulamentada pela Portaria n. 3.233, 
de 10 de dezembro de 2012, que dispõe sobre as práticas de segurança privada.
Em sua apresentação, atualizada pela Portaria n. 3.258, de 2 de janeiro de 2013, encontramos a 
redação a seguir.
 
Art. 1º A presente Portaria disciplina as atividades de segurança privada, 
armada ou desarmada, desenvolvidas pelas empresas especializadas, pelas 
empresas que possuem serviço orgânico de segurança e pelos profissionais 
que nelas atuam, bem como regula a fiscalização dos planos de segurança 
dos estabelecimentos financeiros (BRASIL, 2012).
Essa portaria define o que segue.
 
I – Empresa especializada: pessoa jurídica de direito privado autorizada a 
exercer as atividades de vigilância patrimonial, transporte de valores, escolta 
armada, segurança pessoal e cursos de formação.
II – Empresa possuidora de serviço orgânico de segurança: pessoa jurídica 
de direito privado autorizada a constituir um setor próprio de vigilância 
patrimonial ou de transporte de valores, nos termos do art. 10, § 4º da Lei n. 
7.102, de 20 de junho de 1983 (BRASIL, 2012).
Todo estabelecimento deve seguir um plano de segurança definido no item IV do art. 2º, que precisa 
conter a documentação das informações que detalham os elementos e as condições de segurança dos 
estabelecimentos referidos no capítulo V.
Ainda segundo a Portaria n. 3.233, temos o que segue.
 
II – transporte de valores: atividade de transporte de numerário, bens ou 
valores, mediante a utilização de veículos, comuns ou especiais;
30
Unidade I
III – escolta armada: atividade que visa garantir o transporte de qualquer 
tipo de carga ou de valor, incluindo o retorno da equipe com o respectivo 
armamento e demais equipamentos, com os pernoitesestritamente 
necessários (BRASIL, 2012).
O profissional empregado na atividade de transporte de valores é o vigilante de carro-forte, 
assim descrito:
 
Profissional capacitado em curso de formação, empregado de empresa 
especializada ou empresa possuidora de serviço orgânico de segurança, 
registrado no DPF, e responsável pela execução de atividades de segurança 
privada (BRASIL, 2012).
O curso exigido para formação dos profissionais de apoio é o Curso de Formação de Vigilante (CFV). 
Para os profissionais em exercício da atividade de transporte de valores, solicita-se o Curso de Extensão 
em Transporte de Valores (CTV), que tem o objetivo de dotar o aluno de conhecimentos, técnicas, 
habilidades e atitudes que o capacitem para o exercício da prática de transporte de valores, adotando 
medidas preventivas e repressivas, antecedendo possíveis ataques ao transporte e à carga. O CTV somente 
pode ser realizado após a formação no CFV.
O exercício da atividade das empresas de transporte de valores depende de autorização prévia do 
Departamento da Polícia Federal, mediante o preenchimento dos requisitos previstos na Portaria 
n. 3.233, em seu art. 20, conforme reproduzido a seguir:
 
I – Possuir capital social integralizado mínimo de 100.000 (cem mil) UFIR;
II – Provar que os sócios, administradores, diretores e gerentes da empresa 
de segurança privada não tenham condenação criminal registrada;
III – contratar, e manter sob contrato, o mínimo de dezesseis vigilantes com 
extensão em transporte de valores;
IV – Comprovar a posse ou propriedade de, no mínimo, dois veículos especiais;
V – Possuir instalações físicas adequadas, comprovadas mediante certificado 
de segurança [...] (BRASIL, 2012). 
 Observação
A propriedade e a administração das empresas de transporte de valores 
são vedadas a estrangeiros.
31
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
Ainda de acordo com o art. 49, a autorização e o funcionamento das empresas de transporte de 
valores devem respeitar as determinações indicadas a seguir:
 
§ 1º A autorização para o funcionamento de empresa de transporte de 
valores inclui a possibilidade de realização da vigilância patrimonial de sua 
matriz, de suas filiais e de suas outras instalações, além de outros serviços 
correlatos ao de transporte de valores.
§ 2º As empresas de transporte de valores poderão prestar serviços 
de abastecimento e manutenção de caixas eletrônicos, sendo vedada 
a manutenção de caixas eletrônicos não relacionados no contrato 
de abastecimento.
§ 3º As atividades de manutenção de caixas eletrônicos, de instalação, 
vistoria e atendimento técnico de acionamento de alarmes não poderão 
ser realizadas por vigilante, o qual é responsável, apenas, pelas atividades 
previstas no art. 10 da Lei n. 7.102, de 1983 (BRASIL, 2012).
O transporte de valores, como já visto, é caracterizado pelo tipo de carga a ser transportada, sendo 
enquadrado como transporte específico. Com relação às condições dos veículos usados e à forma de 
movimentação das cargas, existe regulamentação própria, conforme se vê a seguir.
 
Poderão ser utilizados como veículos especiais de transporte de valores, 
depois de adaptados segundo as especificações desta Portaria, os seguintes 
tipos de veículos automotores previstos no Código de Trânsito Brasileiro, 
e em suas regulamentações: I – caminhão; II – camioneta; e III – unidade 
tratora de veículo articulado – cavalo mecânico (BRASIL, 2012).
Ou seja, dependendo do valor e da carga transportada, as empresas podem utilizar veículos comuns 
ou veículos especiais adaptados ao transporte de valores (VETV). Isso está regulamento no art. 51, 
reproduzido a seguir.
 
No transporte de valores de instituições financeiras, as empresas de 
transporte de valores deverão utilizar veículos especiais, de sua posse ou 
propriedade, nos casos em que o numerário a ser transportado seja igual 
ou superior a 20.000 (vinte mil) UFIR.
§ 1º Nos casos em que o numerário a ser transportado for maior que 7.000 
(sete mil) e inferior a 20.000 (vinte mil) UFIR, poderá ser utilizado veículo 
comum, de posse ou propriedade das empresas de transporte de valores, 
sempre com a presença de, no mínimo, dois vigilantes especialmente 
habilitados (BRASIL, 2012).
32
Unidade I
O VETV, popularmente conhecido como carro-forte, é um veículo projetado e construído com 
tecnologia e blindagens especiais, adequadas às necessidades da sua guarnição e dos valores a serem 
transportados. Sua construção deve proporcionar proteção aos ocupantes e à carga frente às investidas 
do crime organizado e deve atender aos requisitos técnicos básicos expostos a seguir.
 
I – Cabine e compartimento da equipe, dotados de blindagem opaca com 
blindagem nível III, mesmo que resultante da sobreposição de blindagens 
diversas, desde que comprovado o atingimento do nível adequado nos 
termos do disposto no art. 32;
II – Compartimento do cofre dotado de blindagem opaca, no mínimo 
nível II-A;
III – Para-brisa, dotado de blindagem transparente nível III;
IV – Visores dotados de blindagem transparente nível III em ambos os lados 
da cabine, que permitam à equipe ver com segurança;
V – Sistema de escotilha que permita o tiro do interior, com um mínimo 
de quatro seteiras e com aberturas que possibilitem ângulos de tiro 
mergulhantes de no máximo quarenta e cinco graus;
VI – Portas com o mesmo padrão de blindagem referido no inciso I, equipadas 
com fechaduras sem comando externo para os trincos;
VII – Para-choques que não contenham dispositivos externos que facilitem 
o atrelamento;
VIII – Sistema de ar-condicionado ou climatizador;
IX – Sistema de comunicação em ligação permanente com a base da empresa;
X – Compartimento do cofre dotado de fechadura randômica, por acionamento 
remoto ou outra prevista nos termos do art. 30, parágrafo único; e
XI – Sistema de comunicação que permita ligação entre os vigilantes 
componentes da equipe quando em deslocamento externo ao veículo, nos 
termos do art. 20, § 4º (BRASIL, 2012).
Os veículos devem ser identificados e padronizados, apresentando o nome e o logotipo da empresa. 
Além disso, precisam ser dotados de um sistema que permita a comunicação ininterrupta com a sede da 
companhia e atender às especificações técnicas de segurança contidas na Portaria n. 3.233.
33
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
 Saiba mais
Com o objetivo de conhecer mais a fundo a descrição das empresas de 
transportes de valores e os veículos que elas utilizam, acesse:
BRASIL. Portaria n. 3.233/2012-DG/DPF, de 10 de dezembro de 2012. 
Dispõe sobre as normas relacionadas às atividades de segurança privada. 
Brasília, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3kLxfqq. Acesso em: 30 ago. 2021.
Constam a seguir algumas características e especificações de carro-forte, de acordo com a 
Portaria n. 3.233:
• Contém um cofre em seu interior e uma série de combinações na fechadura e é utilizado no 
transporte especial, a fim de garantir a segurança do produto transportado e do próprio veículo.
• Prioriza as acomodações dos funcionários que farão o transporte dos valores.
• Precisa ter ar-condicionado no teto.
• Deve apresentar suportes para as armas dos tripulantes.
• É um meio de transporte com câmera na parte traseira, ligada diretamente a um display 
visível aos tripulantes.
• Tem de ser totalmente blindado e passar por testes de manutenção e de segurança em períodos 
determinados, em órgãos públicos, de acordo com a portaria vigente.
 Saiba mais
A fim de entender melhor como é o interior de um carro-forte, acesse:
REINALDO GOTTINO mostra como é um carro-forte por dentro. 2018. 
1 vídeo (9:16). Publicado por R7 (SP no ar). 
Disponível em: https://bit.ly/3a7xmrL. Acesso em: 30 ago. 2021.
A construção dos VETV, de acordo com a Portaria n. 3.233, não garante que o veículo esteja apto 
a ser usado no transporte de valores. O veículo deve ser vistoriado regularmente a fim de que seja 
verificado se ele está em condições de atender às necessidades de segurança dos ocupantese da carga.
34
Unidade I
De acordo com a Polícia Federal (2019), temos o que segue.
 
A vistoria de veículos especiais de transporte de valores, em um órgão 
público, é exigida por lei e possui validade de 1 ano, para veículos acima 
de 5 anos de uso. Após a vistoria o veículo recebe um certificado de 
conformidade de acordo com a portaria vigente.
Os VETV não podem ser usados em atividades que não as de transporte de valores. Além disso, eles 
somente devem ser adquiridos por empresas cujas práticas estão ligadas à segurança privada.
Da mesma forma que os VETV, as empresas de transporte de valores não podem desenvolver 
atividades econômicas distintas daquelas para as quais estão autorizadas.
A autorização para o funcionamento de uma empresa de transporte de valores, além da autorização 
para o transporte de valores, inclui a permissão de realização da vigilância patrimonial de suas instalações. 
Conforme a Polícia Federal (2020):
 
As autorizações para o exercício de atividades relativas à segurança privada 
são expedidas pela Polícia Federal e devem ser requeridas pelas empresas 
especializadas na prestação de serviços de segurança privada e outras 
empresas que desejarem constituir serviço orgânico de segurança privada 
(segurança da própria empresa).
As empresas autorizadas podem desenvolver suas atividades, seja na 
prestação de serviços especializados a terceiros (vigilância patrimonial, 
transporte de valores, escolta armada, segurança pessoal e curso de 
formação), seja na constituição de segurança orgânica da própria empresa 
(vigilância patrimonial e transporte de valores).
 Saiba mais
A fim de entender melhor como obter as autorizações para empresas 
especializadas de segurança privada e aquelas com serviço orgânico de 
segurança privada, leia:
POLÍCIA FEDERAL. Autorizações para empresas especializadas de 
segurança privada e empresas com serviço orgânico de segurança privada. 
Polícia Federal, 2020.
35
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
 Lembrete
Em conformidade com a Portaria n. 3.233, as empresas autorizadas 
poderão prestar serviços de abastecimento e de manutenção de caixas 
eletrônicos, sendo vedada a manutenção de caixas eletrônicos não 
relacionados no contrato de abastecimento.
A empresa que realiza o transporte de valores pode ser a mesma que abastece os caixas eletrônicos, 
sendo a segunda uma das atividades da vigilância privada na qual há mais riscos em função da violência 
nos casos de tentativas de roubo ou assalto. Por esse motivo, os profissionais da área têm que estar 
treinados e capacitados.
3 PLANEJAMENTO DO NEGÓCIO
Cabe aos administradores de uma empresa a função de elaborar toda a estrutura organizacional e 
mostrar como será o funcionamento dela, bem como organizar e alocar o trabalho. Nessa estrutura, 
um gerente pode delegar autoridade e compartilhar responsabilidades desde que isso tenha sido 
planejado previamente.
 Observação
O administrador não é o executor das tarefas, mas o responsável por elas. 
É o gerente que espera que sejam executados os procedimentos planejados 
para as atividades. Cabe ao administrador o estudo de alternativas para os 
planos de ação, bem como a previsão de ações destinadas à correção de 
eventuais desvios.
A administração da empresa tem como tarefa fazer com que a companhia atinja seus objetivos 
com maior eficiência. Uma das formas de fazê-lo é por meio do uso do ciclo PODC (Planejamento, 
Organização, Direção e Controle), que foi proposto por Henri Fayol, no final da década de 1910. Nele, as 
quatro funções administrativas básicas são: planejar, organizar, comandar/coordenar e controlar (FAYOL, 
1978 apud BERTAGLIA, 2009).
A figura 6 a seguir mostra o referido ciclo.
36
Unidade I
Planejar
Controlar Dirigir
Organizar
Figura 6 – Ciclo das funções do administrador
 Observação
Outras funções importantes contribuem para a realização desses 
quatro processos básicos, como: coordenação, participação, comunicação, 
motivação, recrutamento e avaliação.
A metodologia requer o levantamento de todas as operações envolvidas no processo, bem como a 
sua execução adequada, além da necessidade de elaboração acerca de quais são os índices que devem 
ser levados em consideração durante cada procedimento.
O ciclo PODC, também conhecido como ciclo das funções do administrador, inicia com o planejamento, 
em que são definidas as metas e as estratégias da organização e são elaborados os planos de integração 
das atividades.
Na etapa da organização, são determinadas as formas com que devem ser realizadas as 
tarefas planejadas.
O ato de dirigir e/ou coordenar as pessoas para o alcance dos objetivos organizacionais é realizado 
para verificar se são necessárias correções de eventuais desvios.
Em seguida, temos o controle, etapa de monitoramento de tudo que está sendo feito para verificar 
se os objetivos foram alcançados com sucesso ou se são necessários ajustes.
No gerenciamento das operações, deve-se realizar a análise do ciclo administrativo e verificar se as 
metas e as estratégias predefinidas foram alcançadas de acordo com o quadro apresentado. Ou seja, é 
necessário buscar saber se, durante a execução das tarefas, foram alcançados os resultados esperados 
ou se a solução de problemas gerou o acerto da operação proposta.
37
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
 Saiba mais
A fim de entender em detalhes sobre o ciclo PODC, assista:
FUNÇÕES DO administrador: conheça 4 funções do modelo PODC. 2019. 
1 vídeo (6:04). Publicado por Mundo da Administração. Disponível em: 
https://bit.ly/3t9AfR3. Acesso em: 30 ago. 2021.
O administrador tem de ser eficiente e eficaz nas suas atitudes e nos seus procedimentos, buscando 
sempre capacitar seus colaboradores de forma que as operações sejam executadas corretamente, a fim 
de atingir os objetivos propostos.
Um ponto importante é saber diferenciar eficiência de eficácia. Para Toncovitch (2020), a eficiência 
consiste basicamente em fazer algo utilizando a menor quantidade de recursos possível, já a eficácia 
está ligada a alcançar os objetivos sem poupar recursos.
O quadro 1 mostra as diferenças principais entre eficiência e eficácia.
Quadro 1 – Eficiência e eficácia
Eficiência Eficácia
Ênfase nos meios Ênfase nos resultados
Realização de tarefas Atingimento dos objetivos
Solução de problemas Acerto na solução proposta
Treinamento Operações corretas
Fonte: Chiavenato (2015, p. 28).
 Observação
Para a movimentação de uma carga, é necessário verificar o peso e a 
capacidade do recurso físico usado para movimentá-la.
Já para o transporte de numerários, são utilizadas sacolas, conhecidas 
como bag de valor (bolsa de numerários). O tamanho delas deve ser 
adequado à quantidade e ao peso da carga transportada e estar de acordo 
com a capacidade de transporte das pessoas que farão a movimentação.
A adequação do tamanho da bolsa às necessidades do transporte é um 
exemplo em que se buscam a eficiência e a eficácia ao mesmo tempo.
38
Unidade I
A busca constante por eficiência e eficácia em cada atividade executada é sempre necessária. 
Devemos lembrar que as tarefas executadas precisam propiciar os resultados que foram planejados.
Para Chiavenato (2015), o planejamento cumpre quatro funções importantes:
• Compensar incertezas e mudanças.
• Focalizar a atenção em objetivos.
• Conseguir economicidade operacional.
• Facilitar a execução do controle.
Alterar os arranjos físicos, a capacidade de estocagem, o modo de aquisição de máquinas ou a 
maneira de chegada e de saída de cargas é uma questão que demanda tempo de operação e pode gerar 
insegurança ao negócio em caso de falta de planejamento prévio. Por esse motivo, o planejamento, antes 
da proposição de tomada de decisão, deve verificar os impactos que podem ocorrer durante a operação.
Chiavenato (2015) afirma que para planejar é necessário idealizar o desejado e tomar as decisões 
adequadas que levem ao efeito esperado. Planejar é projetar no presente um futuro diferente do que 
foi o passado.Para planejar, é preciso entender como a consideração conjunta da situação atual e da visão do 
futuro influenciam as decisões tomadas no presente, a fim de que se atinjam determinados objetivos 
no futuro. Consequentemente, o processo de planejamento depende de uma visão adequada do futuro, 
alinhado à realidade da organização.
Enfim, para planejar, é necessário o entendimento da situação em que a empresa se encontra, a fim 
de que possam ser adotadas as medidas cabíveis para a obtenção dos resultados esperados no futuro. 
A partir desse referencial, estabelece-se como e onde os esforços devem ser concentrados para que os 
objetivos sejam alcançados.
Segundo Mandarini (2005), um bom planejamento apresenta elementos essenciais, como os 
mostrados a seguir.
• Estudo sucinto dos objetivos, dos métodos, das responsabilidades, dos recursos e dos meios 
(recursos humanos e materiais, inclusive os orçamentos).
• Esboço de um calendário inicial e de um calendário das ações imediatas.
• Estabelecimento de medidas e de procedimentos de segurança, confidenciais e de 
compartilhamento.
• Esboço de critérios genéricos de avaliação.
39
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
Ao final do planejamento estratégico, deve ser possível responder às indagações colocadas a seguir.
• Houve o planejamento das necessidades de capacidade futura da organização?
• Houve o planejamento dos equipamentos necessários para a capacidade atual e para a 
capacidade futura?
• Houve o planejamento dos níveis de estoques de acordo com os tipos de produtos da empresa 
tanto para a situação atual quanto para a futura?
• Houve o planejamento das atividades e dos procedimentos para diversos tipos de produtos e 
prioridades tanto para a situação atual quanto para a futura?
• Houve a informação correta dos recursos, das pessoas, dos equipamentos, da capacidade da 
instalação, dos materiais e de outros envolvidos, bem como as ordens de entrada e de saída 
de todos os produtos?
• Houve o planejamento de como mensurar os menores tempos de execução de serviços de acordo 
com cada cliente?
• Houve o planejamento da capacidade de resposta rápida a qualquer imprevisto na organização?
O planejamento estratégico faz parte do planejamento empresarial, sendo composto de:
• Planejamento estratégico.
• Planejamento tático.
• Planejamento operacional.
A figura 7 é um diagrama em que é possível observarmos a composição de um planejamento empresarial.
Plano de desenvolvimento 
de novos serviços
Plano financeiro 
(orçamento)
Planejamento estratégico 
de negócio
Plano de clientes 
detalhado
Plano de serviços 
com valor agregado
Plano de clientes agregado Plano de serviços com diferencial
Planejamento 
estratégico
Planejamento operacional
Planejamento tático
Planejamento empresarial
Figura 7 – Planejamento empresarial do negócio
40
Unidade I
Conforme a figura anterior, a partir do planejamento estratégico do negócio, devem ser desenvolvidos 
o plano de desenvolvimento de novos serviços e o plano financeiro. Esses novos serviços visam agregar 
valor ao cliente por meio do oferecimento de serviços diferenciados, que são detalhados no plano de 
clientes e no plano de serviços com valor agregado. Tais atitudes permitem que a empresa possa ser 
reconhecida como possuidora de um diferencial.
Todo o processo de coordenar, planejar e implementar segue um fluxo de informações e de materiais 
que busca atender às necessidades dos clientes com o máximo de eficiência e eficácia.
A figura 8 é um diagrama que mostra a relação entre as necessidades dos clientes, o fluxo de 
informações e de materiais e o processo de coordenar, planejar e implementar.
Fluxo 
material
e de
informações
Consumidor final
Processo de coordenar, 
planejar e implementar
De acordo com as 
necessidades dos 
clientes
Eficiente e eficaz
Fornecedor
Figura 8 – Processo de gerenciamento
Fonte: Moura e Banzato (1998, p. 36).
No caso da programação na prestação de serviço, assim como durante a operação de sua realização, 
os resultados operacionais devem ser alinhados com os planos da organização. Para o gerenciamento 
de transporte, destacam-se:
• a visão integrada e sistêmica de todos os processos da empresa;
• a consideração de toda a cadeia de suprimentos como parte importante do seu processo;
• o estabelecimento de constante avaliação de desempenho, por meio de indicadores, nos 
planejamentos estratégico, tático e operacional;
• a utilização do sistema de informação para fornecimento de suporte às decisões;
• a colaboração entre fornecedores e consumidores, que precisa ser vista como item estratégico.
Diante dos pontos apresentados, observa-se que o planejamento tem que verificar os aspectos 
internos da empresa (como calendários, recursos humanos e materiais), bem como as circunstâncias 
externas inerentes à operação da corporação.
41
GERENCIAMENTO E TRANSPORTE DE VALORES
No caso dos transportes de valores, quando se deseja implementar modelos de gestão para um 
planejamento de longo prazo, deve-se conhecer em detalhes os clientes, a execução do transporte 
(se é próprio e/ou terceirizado) e como são feitos o recebimento, a movimentação interna e a 
distribuição da carga.
3.1 Planejamento estratégico das operações
A fase inicial do planejamento estratégico das operações é constituída pela análise prévia da situação 
atual e da situação pretendida. Para isso, usamos ferramentas administrativas que possibilitam traçar 
o caminho mais provável para se chegar a determinado resultado, como o diagrama de causa e efeito.
O diagrama de causa e efeito, criado na década de 1960 por Kaoru Ishikawa, procura abarcar todos 
os aspectos que possam ter levado à ocorrência de um problema.
Mandarini (2005) sugere que o referido diagrama seja utilizado no planejamento estratégico das 
operações, de forma que permita o estabelecimento das relações entre os efeitos dos eventos e todo 
o espectro de suas causas prováveis. Essa ferramenta possibilita o agrupamento das causas em várias 
categorias, o que facilita o processo de levantamento dos motivos. O diagrama de causa e efeito também 
é conhecido como diagrama espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa.
Moura e Banzato (1998) sugerem a utilização do diagrama citado para minimizar o tempo de 
operação, já Mandarini (2005) recomenda-o para a análise de riscos, enquanto Padoveze e Bertolucci 
(2013) propõem seu emprego na seleção de recursos para determinada operação. Entretanto, a técnica 
inicial do diagrama é efetuar a análise a partir de um dado evento.
3.1.1 Análise de risco nas operações de transporte de valor
A figura a seguir é um diagrama de causa e efeito usado na análise de risco de transporte de valores.
Meios técnicos 
passivos
Recursos 
humanos de 
segurança
Meios 
operacionais
Perigo
Meios técnicos 
ativos
Ambiente 
externo
Ambiente 
interno
Diagrama de espinha de peixe
6 macrofatores de causas de riscos
Causas Efeito
Figura 9 – Diagrama de causa e efeito
Fonte: Padoveze e Bertolucci (2013, p. 115).
42
Unidade I
A figura anterior mostra que, na análise de risco, o perigo é a consequência de falha em um dos seis 
macrofatores: meios técnicos passivos, meios técnicos ativos, recursos humanos de segurança, meios 
operacionais, ambiente externo e ambiente interno.
A seguir, são apresentados exemplos de falha nos macrofatores que podem originar situações 
de risco.
• Meios técnicos passivos: locais sem a presença de meios que representem barreiras físicas, isto 
é, trata-se dos recursos presentes no local 24 horas por dia, independentemente da presença do 
homem. Como exemplo, temos a não existência de muros, salas, resistência de paredes, layout da 
portaria, estruturas metálicas, concreto, vidros e ofendículos (lanças, arame farpado e vidros).
• Meios técnicos ativos: locais que não contêm meios eletrônicos de segurança que auxiliem o 
homem no desenvolvimento da segurança. Como exemplos, temos a não existência de sistemas 
eletrônicos, a ausência de controle de frota de

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