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FECUNDAÇÃO • A fecundação é o encontro do ovócito II com o espermatozóide, geralmente ocorre na ampola da tuba uterina e consiste numa série de eventos moleculares coordenados. • Para que a fecundação possa ocorrer, é necessária a viabilidade dos gametas: 1. Os ovócitos II devem ser fecundados em até 24 horas. 2. Os espermatozóides são viáveis no trato genital feminino durante no máximo 48 horas. 3. Sêmen e ovócitos podem ser armazenados congelados durante vários anos para serem utilizados na reprodução assistida. • Alguns espermatozóides são armazenados nas pregas do colo e gradualmente liberados no canal cervical. Esse curto armazenamento dos espermatozóides proporcional sua liberação gradual, aumentando assim suas chances de fecundação. • Embora a fecundação possa ocorrer em outras partes da tuba, ela nunca ocorre no útero. • Sinais químicos secretados pelo ovócito e pelas células foliculares circundantes guiam os espermatozóides capacitados para o ovócito. • O processo de fecundação leva em torno de 24 horas. • Como dito antes, a fecundação consiste numa série coordenada de fases: 1. CAPACITAÇÃO DOS ESPERMATOZÓIDES: • A capacitação dura em torno de 7 horas e ocorre no útero e nas tubas uterinas. • Consiste em mudanças estruturais e funcionais que tornam o espermatozoide capaz de interagir com moléculas da zona pelúcia. • Os espermatozóides perdem sua capa glicoproteica, o que expõe seu conteúdo enzimático. • Redução do colesterol da membrana plasmática, tornando-a mais fluída. • Ativação da acrosina (principal enzima do acrossoma). 2. ATRAÇÃO DOS GAMETAS: • A atração dos gametas ocorre por dois fatores: • Quimiotaxia: é a atração em curta distância. É o direcionamento químico do espermatozóide capacitado ao encontro do ovócito II pela liberação de sinais químicos pelos ovócitos e pelas células foliculares. • Termotaxia: é a atração em longa distância. É o direcionamento térmico do espermatozóide, uma vez que a ampola que contém o ovócito fica 1 grau mais aquecida que o restante do útero. 3. TRAVESSIA DA CORONA RADIATA: • Para atravessar a corona radiata, os espermatozóides maduros apresentam em sua membrana a enzima hialuronidase, que degrada o ácido hialurônico da corona e facilita a penetração do gameta masculino. • Há também o auxílio do movimento da cauda do espermatozóide e de enzimas da mucosa tubária. 4. TRAVESSIA DA ZONA PELÚCIDA: • Após atravessar a corona radiata, o espermatozóide encontra a zona pelúcida, que é uma membrana composta por glicoproteínas sulfatadas e que exerce várias funções: • Barreira espécie-específica: a composição da zona pelúcida é específica para cada espécie, isso impede a fecundação de gametas de espécies diferentes. • Impede a implementação prematura: a zona pelúcia permanece mesmo após a fecundação, impedindo que o zigoto seja implantado em um local errado. • Impede a polispermia: graças à reação zonal (vista adiante). • Filtração de substâncias: realiza a filtração das substâncias que irão nutrir o embrião. • Ao encontrar a zona pelúcida, o espermatozóide realiza a fusão de sua membrana plasmática com a membrana externa do acrossoma, graças a um influxo de cálcio, isso é denominado reação acrossomal. Essa reação faz a exocitose do conteúdo acrossomal (principalmente acrosina) com a função de degradar a zona pelúcida. • Logo que o espermatozóide penetra zona pelúcida, ocorre a reação zonal, uma mudança na composição da cobertura glicoproteica que a deixa impermeável a outros espermatozóides (impedindo a polispermia). 5. FUSÃO DAS MEMBRANAS DOS GAMETAS: • Em seguida, o espermatozóide entra em contato com a membrana do óvulo, acontecendo a fusão entre as membranas. • A cabeça do espermatozoide entra no citoplasma do ovócito, mas a membrana plasmática do espermatozóide fica para trás. • Hoje sabe-se que todas as organelas do espermatozóide (incluindo suas mitocôndrias) entram no citoplasma do ovócito. No entanto, as organelas paternas são inativadas, apresentando apenas função estrutural, e por isso não existem doenças genéticas paternas relacionadas às mitocôndrias. 6. ATIVAÇÃO DO OVO: • Ocorrendo a entrada do espermatozóide, o ovócito é estimulado a completar a segunda divisão meiótica, formando o ovócito maduro e o segundo glóbulo polar. • Os cromossomos maternos se descondensam e o núcleo do ovócito maduro se torna o pronúcleo feminino. • Dentro do citoplasma do ovócito, os cromossomos dos espermatozóides também se descondensam e origina-se o pronúcleo masculino. • O ovócito com 2 pronúcleos é chamado de óvulo ou oótide. • Quando os dois pronúcleos se fundem, forma-se o zigoto. Bloqueio à polispermia: • Bloqueio rápido: ao ser penetrada, a membrana do ovócito é despolarizada graças à um influxo de sódio, alterando a DDP de membrana. Os outros espermatozóides não aderem a uma membrana de potencial positivo e deixam de tentar a fecundação. • Bloqueio lento (reação zonal): modificação da composição da zona pelúcida, impedindo que novos espermatozóide se ligam.
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