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3 - Fecundação

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FECUNDAÇÃO 
• A fecundação é o encontro do ovócito II com o espermatozóide, geralmente ocorre na 
ampola da tuba uterina e consiste numa série de eventos moleculares coordenados.
• Para que a fecundação possa ocorrer, é necessária a viabilidade dos gametas: 
1. Os ovócitos II devem ser fecundados em até 24 horas.
2. Os espermatozóides são viáveis no trato genital feminino durante no máximo 
48 horas.
3. Sêmen e ovócitos podem ser armazenados congelados durante vários anos 
para serem utilizados na reprodução assistida. 
• Alguns espermatozóides são armazenados nas pregas do colo e gradualmente 
liberados no canal cervical. Esse curto armazenamento dos espermatozóides 
proporcional sua liberação gradual, aumentando assim suas chances de fecundação. 
• Embora a fecundação possa ocorrer em outras partes da tuba, ela nunca ocorre no 
útero.
• Sinais químicos secretados pelo ovócito e pelas células foliculares circundantes guiam 
os espermatozóides capacitados para o ovócito. 
• O processo de fecundação leva em torno de 24 horas. 
• Como dito antes, a fecundação consiste numa série coordenada de fases: 
1. CAPACITAÇÃO DOS ESPERMATOZÓIDES: 
• A capacitação dura em torno de 7 horas e ocorre no útero e nas tubas uterinas.
• Consiste em mudanças estruturais e funcionais que tornam o espermatozoide capaz de 
interagir com moléculas da zona pelúcia. 
• Os espermatozóides perdem sua capa glicoproteica, o que expõe seu conteúdo 
enzimático.
• Redução do colesterol da membrana plasmática, tornando-a mais fluída. 
• Ativação da acrosina (principal enzima do acrossoma).
2. ATRAÇÃO DOS GAMETAS: 
• A atração dos gametas ocorre por dois fatores: 
• Quimiotaxia: é a atração em curta distância. É o direcionamento químico do 
espermatozóide capacitado ao encontro do ovócito II pela liberação de sinais 
químicos pelos ovócitos e pelas células foliculares.
• Termotaxia: é a atração em longa distância. É o direcionamento térmico do 
espermatozóide, uma vez que a ampola que contém o ovócito fica 1 grau mais 
aquecida que o restante do útero. 
3. TRAVESSIA DA CORONA RADIATA: 
• Para atravessar a corona radiata, os espermatozóides maduros apresentam em sua 
membrana a enzima hialuronidase, que degrada o ácido hialurônico da corona e 
facilita a penetração do gameta masculino.
• Há também o auxílio do movimento da cauda do espermatozóide e de enzimas da 
mucosa tubária.
4. TRAVESSIA DA ZONA PELÚCIDA: 
• Após atravessar a corona radiata, o espermatozóide encontra a zona pelúcida, que é 
uma membrana composta por glicoproteínas sulfatadas e que exerce várias funções: 
• Barreira espécie-específica: a composição da zona pelúcida é específica para 
cada espécie, isso impede a fecundação de gametas de espécies diferentes.
• Impede a implementação prematura: a zona pelúcia permanece mesmo após a 
fecundação, impedindo que o zigoto seja implantado em um local errado.
• Impede a polispermia: graças à reação zonal (vista adiante).
• Filtração de substâncias: realiza a filtração das substâncias que irão nutrir o 
embrião. 
• Ao encontrar a zona pelúcida, o espermatozóide realiza a fusão de sua membrana 
plasmática com a membrana externa do acrossoma, graças a um influxo de cálcio, isso 
é denominado reação acrossomal. Essa reação faz a exocitose do conteúdo 
acrossomal (principalmente acrosina) com a função de degradar a zona pelúcida. 
• Logo que o espermatozóide penetra zona pelúcida, ocorre a reação zonal, uma 
mudança na composição da cobertura glicoproteica que a deixa impermeável a outros 
espermatozóides (impedindo a polispermia). 
5. FUSÃO DAS MEMBRANAS DOS GAMETAS: 
• Em seguida, o espermatozóide entra em contato com a membrana do óvulo, 
acontecendo a fusão entre as membranas. 
• A cabeça do espermatozoide entra no citoplasma do ovócito, mas a membrana 
plasmática do espermatozóide fica para trás. 
• Hoje sabe-se que todas as organelas do espermatozóide (incluindo suas mitocôndrias) 
entram no citoplasma do ovócito. No entanto, as organelas paternas são inativadas, 
apresentando apenas função estrutural, e por isso não existem doenças genéticas 
paternas relacionadas às mitocôndrias. 
6. ATIVAÇÃO DO OVO: 
• Ocorrendo a entrada do espermatozóide, o ovócito é estimulado a completar a 
segunda divisão meiótica, formando o ovócito maduro e o segundo glóbulo polar. 
• Os cromossomos maternos se descondensam e o núcleo do ovócito maduro se torna o 
pronúcleo feminino. 
• Dentro do citoplasma do ovócito, os cromossomos dos espermatozóides também se 
descondensam e origina-se o pronúcleo masculino. 
• O ovócito com 2 pronúcleos é chamado de óvulo ou oótide. 
• Quando os dois pronúcleos se fundem, forma-se o zigoto. 
Bloqueio à polispermia: 
• Bloqueio rápido: ao ser penetrada, a membrana do ovócito é despolarizada graças à 
um influxo de sódio, alterando a DDP de membrana. Os outros espermatozóides não 
aderem a uma membrana de potencial positivo e deixam de tentar a fecundação.
• Bloqueio lento (reação zonal): modificação da composição da zona pelúcida, 
impedindo que novos espermatozóide se ligam.

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