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Estrutura e funções do tálamo, subtálamo e epitálamo ESTRUTURA E FUNÇÕES DO TÁLAMO GENERALIDADES Tálamo faz parte do diencéfalo Acima do sulco hipotalâmico 2 massas ovoides, com uma extremidade anterior pontuda, o tubérculo anterior do tálamo, e outra posterior, o pulvinar do tálamo Os 2 ovoides estão unidos pela aderência intertalâmica e relacionam-se medialmente com o III ventrículo 2 corpos geniculados: lateral e medial Constituído por substância cinzenta (possui vários núcleos) Superfície dorsal revestida por uma lâmina de substância branca: lâmina medular externa Verdadeiro septo que percorre o tálamo: lâmina medular interna No interior da lâmina medular interna há massas de substância cinzenta: núcleos intralaminares do tálamo NÚCLEOS DO TÁLAMO Mais de 50 núcleos Principais: anterior, posterior, mediano, medial e lateral Grupo anterior: núcleos situados no tubérculo anterior Grupo posterior: - Pulvinar: maior núcleo do tálamo; atenção seletiva - Corpo geniculado medial: faz parte da via auditiva - Corpo geniculado lateral: faz parte da via óptica Grupo mediano: conexão com o hipotálamo e com funções viscerais Grupo medial: papel ativador sobre o córtex cerebral integrando o SARA; conexões com a área pré-frontal Grupo lateral: o mais importante - Núcleo ventral anterior: recebe fibras do globo pálido; função ligada ao planejamento e execução da motricidade somática - Núcleo ventral lateral: recebe as fibras do cerebelo e projeta-se para as áreas motoras do córtex - Núcleo ventral posterolateral: recebendo fibras dos lemniscos medial e espinhal; projeta fibras para o córtex do giro pós-central (área somestésica) - Núcleo ventral posteromedial: recebe fibras do lemnisco trigeminal (sensibilidade somática geral de parte da cabeça e fibras gustativas); Projeta fibras para a área somestésica e para a área gustativa da ínsula - Núcleo reticular: difere dos demais núcleos talâmicos por utilizar como neurotransmissor o GABA, que é inibidor, enquanto a maioria dos outros usa glutamato; difere também por não ter conexões diretas com o córtex e sim com os outros núcleos talâmicos; modula a atividade dos núcleos talâmicos, atuando como um porteiro que barra ou deixa passar informações para o córtex; nível de vigília e alerta; no início do sono as fibras gabaérgicas do núcleo reticular inibem os núcleos talâmicos de retransmissão, como o núcleo ventral posterolateral, o que impede a chegada de impulsos sensitivos ao córtex cerebral durante o sono RELAÇÕES TALAMOCORTICAIS O tálamo é um elo essencial entre os receptores sensoriais e o córtex cerebral para todas as modalidades sensoriais, exceto a olfação Todos os núcleos talâmicos, com exceção do núcleo reticular, têm conexões com o córtex. Essas conexões são recíprocas, ou seja, fazem-se através de fibras talamocorticais e corticotalâmicas. Núcleos talâmicos inespecíficos: estimulação modifica os potenciais elétricos de territórios muito grandes do córtex cerebral e não apenas de áreas específicas deste córtex → sistema talâmico de projeção difusa FUNÇÕES DO TÁLAMO Sensibilidade: - Todos os impulsos sensitivos, antes de chegar ao córtex, param em um núcleo talâmico, fazendo exceção apenas os impulsos olfatórios - O tálamo tem, assim, papel de distribuir às áreas específicas do córtex impulsos que recebe das vias sensoriais (além de integrá-los e modificá-los) - Alguns destes impulsos, como os relacionados com a dor, temperatura e o tato protopático, tomam-se conscientes já em nível talâmico - A sensibilidade talâmica, ao contrário da cortical, não é discriminativa Motricidade Comportamento emocional Memória Ativação do córtex CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS Síndrome talâmica: alterações da sensibilidade; dor central, dor espontânea e pouco localizada, que frequentemente se irradia a toda a metade do corpo situada do lado oposto ao tálamo comprometido ESTRUTURA E FUNÇÕES DO SUBTÁLAMO Situado na parte posterior do diencéfalo na transição com o mesencéfalo, limitando-se superiormente com o tálamo Algumas estruturas mesencefálicas estendem-se até o subtálamo, como o núcleo rubro Apresenta algumas formações cinzentas e brancas que lhe são próprias, sendo a mais importante o núcleo subtalâmico → a regulação da motricidade somática Lesões: hemibalismo → movimentos anormais das extremidades ESTRUTURA E FUNÇÕES DO EPITÁLAMO GENERALIDADES Localizado na parte superior e posterior do diencéfalo e contém formações importantes: a habênula e a glândula pineal Habênula: participa da regulação dos níveis de dopamina na via mesolímbica, principal área do prazer do cérebro GLÂNDULA PINEAL Melatonina: hormônio da pineal Embora a principal fonte de melatonina seja a pineal, ela é sintetizada também na retina, no intestino, nas células do sistema imunitário e na placenta É uma glândula endócrina compacta constituída de um estroma de tecido conjuntivo contendo também neuróglia e de células secretoras denominadas pinealócitos (ricos em serotonina) Concreções calcárias que aumentam com a idade → não impedem a produção de melatonina Muito vascularizada e seus capilares têm fenestrações. Devido a isto ela não possui barreira hematoencefálica, enquadrando-se entre os órgãos circuventriculares A inervação da pineal se dá por fibras simpáticas pós-ganglionares Melatonina: - Sintetizada pelos pinealócitos a partir da serotonina e o processo de síntese é ativado pela noradrenalina liberada pelas fibras simpáticas - Durante o dia, essas fibras têm pouca atividade e os níveis de melatonina na pineal e na circulação são muito baixos. Entretanto, durante a noite, a inervação simpática da pineal é ativada, liberando noradrenalina, e os níveis de melatonina circulante aumentam cerca de 10 vezes → ritmo circadiano Funções: - Função antigonadotrópica: a pineal tem um efeito inibidor sobre as gônadas via hipotálamo; certas alterações da época de aparecimento da puberdade em meninas cegas de nascença poderiam ser explicadas pela ausência da luz - Sincronização do ritmo circadiano de vigília-sono - Regulação da glicemia: inibindo a secreção de insulina nas células beta das ilhotas pancreáticas; como os pinealócitos têm receptores de insulina, postulou-se a existência de uma alça de retroalimentação entre pinealócitos e células-beta - Regulação da morte celular por apoptose - Ação antioxidante - Regulação do sistema imunitário: a melatonina aumenta as respostas imunitárias agindo sobre as células do baço, timo, medula óssea, macrófagos, neutrófilos e células T
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