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MODELO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO CRIMINAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DO JÚRI DA COMARCA DE xxxx - UF
Processo nº XXXXX
NOME, já qualificado nos autos da Ação Penal Pública, promovida pelo Ministério Público do Estado de XXX, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, interpor com fulcro no artigo 581, IV do Código de Processo Penal, o presente
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Visando a modificação da r. decisão, que pronunciou o acusado pelo crime previsto no art. 121, § 2º, incisos I e IV, cc. o artigo 61, II, "f", e 211, todos do Código Penal.
Requer que o presente recurso seja recebido e processado e, caso Vossa Excelência entenda que deva ser mantida a respeitável decisão, que seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça com as inclusas razões.
Termos em que,
Pede Deferimento.
São Paulo, 07 de junho de 2017.
Advogado
OAB/UF... Nº...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Recorrente: NOME RECORRENTE
Recorrido: Ministério Público
Vara de Origem: 1ª Vara Criminal do Juri da Comarca de XXXX
Autos do processo nº XXXXXX
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Ínclitos Julgadores,
	Douto Procurador de Justiça.
DOS FATOS
No período entre 22h00 do dia 23 de setembro de 2013 e 09h30 do dia 24 de setembro de 2013, na rua XX, nº XX, bairro XXX, na cidade de XXXX, supostamente prevalecendo-se de relações domésticas e familiares contra a mulher na forma da Lei 11.340/06, supostamente agindo com intenção homicida, por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, teria causado a morte de Juliana Adriano da Silva.
Consta ainda que, nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar, o recorrente ocultou o cadáver de Juliana Adriano da Silva.
Assim, o recorrente foi denunciado como incurso no artigo 121, § 2º, incisos I e IV, c.c. o artigo 61, inciso II, alínea “f” e artigo 211, na forma do artigo 69, todos do Código Penal.
DO DIREITO
É cediço que o recorrente confessou ter matado a vítima e ocultado seu cadáver, bem como as testemunhas corroboraram os fatos.
Porém, também é fato que os autos dão conta de homicídio preterdoloso, na medida que ausente o animus necandi do recorrente.
Logo, malgrado houvesse precedentes de desentendimento entre o recorrente e a vítima, nunca houve agressão física que partisse do recorrente até a data dos fatos e, como este mesmo relatou em juízo, “deu um soco na vítima” sem a intenção de matá-la.
Nossos tribunais assim tem decidido:
Ementa
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - TENTATIVA DE HOMICÍDIO - NÃO EVIDENCIADO O ANIMUS NECANDI - DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE LESÕES CORPORAIS LEVE - MANUTENÇÃO DO DECISUM – UNÂNIME.- Não evidenciado o animus necandi, correta a desclassificação de tentativa de homicídio para lesões corporais, fato delituoso este que restou consumado. Recurso improvido. Votação Unânime. (RSE 2008310805 –TJSE. Relator Des. Edson Ulisses de Melo)
No que concerne às qualificadoras, a r. decisão não merece melhor sorte.
Nesse sentido:
"(...) Finalizando, as qualificadoras atribuídas ao delito de homicídio deverão ser analisadas pelo Conselho de Sentença. A motivação torpe do crime estaria caracterizada pelo fato do homicídio ter ocorrido em razão de desavença conjugal e pelo fato de não aceitar o pedido de separação. E o emprego de recurso que impossibilitou a defesa do ofendido estaria caracterizado pelo fato de que o acusado teria praticado o homicídio em momento no qual a vítima não poderia prever que seria golpeada.(...)". (RSE 2008310805 –TJSE. Relator Des. Edson Ulisses de Melo)
Ensina Luis Régis Prado que:
"Torpe é o motivo abjeto, indigno e desprezível, que provoca acentuada repulsão, sobretudo pela ausência de sensibilidade moral do executor. Exemplos emblemáticos são o homicídio praticado com o propósito de receber herança ou por vingança. Atualmente refere-se também a dívida decorrente do comércio de drogas como motivo torpe para qualificar o crime de homicídio. O Código Penal expressamente consigna como motivo torpe o homicídio praticado mediante paga ou promessa de recompensa" (PRADO, Luiz Regis, Comentários ao Código Penal, 2015, 10ª edição, Revista dos Tribunais, São Paulo, pag. 516)
Na mesma linha Roberto Bittencourt leciona:
"O ciúme, por si só, como um sentimento comum à maioria da coletividade, não se equipara ao motivo torpe. Na verdade, o ciúme patológico tem a intensidade exagerada de um sentimento natural do ser humano que, não serve para justificar a ação criminosa, tampouco serve para qualificá-la." (BITTENCOURT, Cezar Roberto, Código Penal Comentado, 2004, Editora Saraiva, São Paulo, pag. 392)
No caso em tela, o motivo da conduta do recorrente foi a desavença com a vítima que, se não justifica a agressão que a levou à morte, mas de outro lado também não qualifica a conduta como torpe, repugnante ou abjeta. 
Ora, manter a torpeza como qualificadora neste caso sub judice é reduzi-la ao lugar comum, posto que, se assim for, qualquer homicídio será sempre torpe.
De fato, o recorrente golpeou a vítima com seu punho, logo ambos estavam em pé e discutindo.
Assim, é nítido que a vítima não foi surpreendida como alega o Ministério Público.
Ex positis, requer que Vossas Excelências dêem provimento ao presente recurso para desclassificar a conduta inserta na denúncia pela prevista no art. 129, § 3º, do Código Penal e, não sendo esse o entendimento desta Col. Câmara Criminal, que seja provido o recurso para afastar as qualificadoras mantidas pela r. decisão de pronúncia, quais sejam, as dos incisos I (motivo torpe) e IV (circunstância que impossibilitou a defesa da vítima) do art. 121, § 2º, do Código Penal.
Termos em que,
Pede deferimento.
UF, DIA de MÊS de 20XX.
ADVOGADO
OAB/UF... Nº...

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