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Curso Ed. Especial-Autismo Ananda-

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1
2
https://bit.ly/2UM6BlR
https://curso.professorizando.com.br/autismo
https://api.whatsapp.com/send?phone=5561996098844
https://bit.ly/2UM6BlR
3
Agradecimentos
Juntos, expressamos nossa gratidão aos mais de 3 milhões de professores e 
professoras do nosso país. Essa apostila é dedicada aos verdadeiros heróis e heroínas que atuam 
todos os dias mudando as gerações e transformando o Brasil.
Vocês são nossos maiores Mestres. E é por cada um de vocês que sempre nos 
dedicamos a aprimorar nosso trabalho!
“Não temos que ser perfeitos hoje. Não temos de ser melhores do que outra 
pessoa. Tudo o que precisamos fazer é ser o melhor que pudermos.” Joseph B. Wirthlin
Podemos mudar a educação do nosso país se dermos o primeiro passo, 
transformando um coração, um aluno de cada vez!
Bons Estudos!
4
Sumário
Agradecimentos ............................................................................................................... 3
Introdução ........................................................................................................................ 6
Capítulo 01 ....................................................................................................................... 8
Contexto Histórico ..........................................................................................................................................8
História do Autismo ........................................................................................................................................9
Capítulo 02 ..................................................................................................................... 11
Mas Afinal, O Que é o TEA (Transtorno do Espectro Autista)? ..............................................................11
Quais São as Causas do Autismo? ................................................................................................................12
Sintomas e Características ............................................................................................................................14
Sinais de Alertas Para Cada Idade: ...............................................................................................................16
Capítulo 03 ..................................................................................................................... 18
Diagnostico .....................................................................................................................................................18
Níveis do Autismo .........................................................................................................................................19
Capítulo 04 ..................................................................................................................... 22
Tratamentos ....................................................................................................................................................22
Autismo e Dieta .............................................................................................................................................26
Capítulo 05 ..................................................................................................................... 28
Desenvolvimento da Linguagem ..................................................................................................................28
Como Brincar com a Criança com Autismo ..............................................................................................29
Posso Chamar Outras Crianças? ..................................................................................................................29
Como Falar Com a Escola? ...........................................................................................................................30
Capítulo 06 ..................................................................................................................... 31
O Que a Escola Tem que Fazer para Acolher esse Aluno? ........................................................................31
Características do Estudante com TEA .......................................................................................................32
Como é Feita a Avaliação do Aluno? ...........................................................................................................34
5
Aluno com Autismo: Como Vencer os Desafios na Escola? .....................................................................34
Criança com Autismo na Escola Regular é Adequado? .............................................................................35
Dicas Para o Dia a Dia em Sala de Aula ......................................................................................................36
Brincadeiras e Estímulos na Sala de Aula ...................................................................................................40
Capítulo 07 ..................................................................................................................... 43
Família: Como Lidar Com Autista ...............................................................................................................43
Do Que as Crianças Precisam? .....................................................................................................................44
A Importância da Família na Aceitação do Autismo .................................................................................45
Autonomia ......................................................................................................................................................45
Capítulo 08 ..................................................................................................................... 46
Birra X Crise ...................................................................................................................................................46
O Que é Birra? ................................................................................................................................................46
O Que é Crise (no autismo)? ........................................................................................................................46
O Que Pode Ser Feito Para Evitar ou Controlar Crises .............................................................................47
Capítulo 09 ..................................................................................................................... 48
Direitos e Legislação ......................................................................................................................................48
Capítulo 10 ..................................................................................................................... 52
Mitos e Verdades Sobre Autismo .................................................................................................................52
Autismo em Adultos ......................................................................................................................................56
Autistas no Ensino Superior .........................................................................................................................57
Mercado de Trabalho .....................................................................................................................................58
Sobre a Autora................................................................................................................ 60
Quem Somos .................................................................................................................. 61
Referências Bibliográficas .............................................................................................................................62
6
Introdução
Muito já se ouviu falar sobre o Autismo. E muitas vezes o que ouvimos falar é 
algo velado,de muito preconceito por quem não conhece e nem estuda a área. A expressão 
“nem parece que é autista” é uma frase que ouvimos muito e que deve ser banida, pois autismo 
não tem cura.
 Quando falamos em autismo pensamos logo em comportamentos descontrola-
dos, que vão desde se bater, bater no outro, não olhar no olho e até não ter empatia. Mas, na 
verdade, o autismo tem características diversas que podem ou não ser iguais ao que a sociedade 
tornou padrão.
Crianças são todas iguais? Não! Principalmente quando falamos do comporta-
mento delas - o que não seria diferente quando falamos de autistas, em quem as diferenças são 
mais evidentes. Todos nós somos indivíduos com particularidades únicas, por isso devemos ter 
um olhar individual para cada um.
Todo mundo já ouviu falar ou conhece alguém que possui esse transtorno. É in-
crível como, em cinco anos, o que era praticamente desconhecido tomou uma proporção muito 
grande. Uma em cada cinquenta e nove crianças apresenta algum Transtorno do Espectro Au-
tista, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos. 
A incidência é maior em homens - a cada cinco crianças com autismo apenas uma é menina. 
Muitas pessoas pensam que está ocorrendo uma epidemia.
Mas será que antigamente não existiam tantos autistas assim? Existiam, só que 
muitas vezes eram diagnosticados de forma errônea, até mesmo por haver poucos estudos e 
conhecimento na área. Ainda hoje o autismo é de difícil diagnóstico por se parecer com muitos 
outros transtornos.
Foi apenas em 1993 que o Transtorno do Espectro Autista passou a integrar a 
Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial de Saúde). Isso é muito 
recente - imagine quantas centenas ou até mesmo milhares de pessoas ao redor do mundo que 
possuíam ou possuem esse transtorno foram diagnosticadas erroneamente.
7
Atualmente quando falamos sobre autismo e sobre a importância da inclusão dos 
autistas na sociedade, incluindo as salas de aulas regulares, nos esquecemos de que foi percor-
rido um longo e atribulado caminho para a educação inclusiva ser o que é hoje. Contudo, por 
mais que as mudanças e procedimentos tenham conquistado grandes avanços, é necessário ter 
consciência de que ainda há muito a se aprender e desenvolver.
Esse E-book tem como finalidade explicar de forma simples e clara o mundo das 
pessoas que convivem com o Transtorno do Espectro Autista, para que possamos auxiliar e dar 
suporte de forma prática e didática aos seus familiares e professores.
8
Capítulo 01
Contexto Histórico
A abordagem e a percepção da sociedade em relação às pessoas com deficiências 
tem se modificado gradualmente durante os anos, no meio social, filosófico e científico. Por 
mais que as mudanças e procedimentos de melhorias para a inclusão ainda não sejam perfeitos, 
é importante ter consciência de que foi percorrido um longo caminho para ela ser o que é hoje.
No passado algumas sociedades utilizavam-se apenas da força braçal para pro-
mover a agricultura, guerra, pecuária e artesanato. Dessa forma, os indivíduos com deficiências 
físicas eram inaceitáveis para a sociedade - tanto que não havia nenhum problema, ético ou 
moral, em se descartar bebês com deficiências logo após seu nascimento. Devido a tudo isso os 
deficientes intelectuais, mesmo não apresentando nenhuma característica física aparente que 
os sujeitassem a morte, eram escondidos e muitas vezes tornavam-se algo inoportuno para as 
famílias.
Com o fortalecimento do cristianismo na Idade Média, todas as pessoas passa-
ram a serem consideradas filhas de Deus. As deficiências eram atribuídas a causas divinas. Com 
isso algumas pessoas com deficiência eram objetos de caridades e outras, na tentativa de a Igreja 
se proteger de manifestações sobre o poder abusivo do clero, eram consideradas possessões 
demoníacas, sendo caçadas e exterminadas.
A deficiência passou a ser vista como um infortúnio e improdutiva do ponto de 
vista econômico, e pela primeira vez houve a tentativa de tratamento em hospital psiquiátrico 
com uso de alquimia, magia e astrologia, de forma institucional que servia tanto para tratar 
como para confinar e esconder pessoas que não apresentavam comportamentos dentro dos 
padrões ditos normais.
Dessa forma começa-se a questionar a institucionalização de pessoas com neces-
sidades especiais, pois há o reconhecimento de que a vida nas instituições era de certa forma 
desumana, tornando assim seus pacientes incapazes de viver novamente em sociedade.
A luta agora era para acabar com a institucionalização de pacientes, em uma 
9
tentativa de integração de pessoas com necessidades especiais na sociedade, colocando-as assim 
em um sistema mais próximo do que é considerado uma vida normal.
História do Autismo
O autismo é tão antigo quanto possamos imaginar. Sempre existiram crianças 
com modos diferentes e mais fechadas no seu próprio mundo. Como o próprio termo grego de 
autismo diz, “autós” significa “escondidos de si mesmo”.
Durante muito tempo, o autismo foi confundido erroneamente com uma forma 
de esquizofrenia e considerada de difícil diagnóstico. As crianças autistas por muitos anos esti-
veram à mercê de condutas pouco claras de avaliação. Os problemas encontrados na definição 
de autismo refletiram-se também na dificuldade da construção de instrumentos adequados, que 
pudessem ser utilizados na avaliação e diagnóstico desses casos.
O autismo foi identificado pelos médicos Leo Kanner e Hans Asperger. Inúmeros 
autores dedicaram-se à tarefa de estudar o autismo, baseados em várias teorias e percorren-
do caminhos diferentes. Algumas teorias psicogênicas acreditavam que a origem do autismo 
estava relacionada à falta de afetividade dos familiares com a criança, o que hoje em dia foi 
comprovado que não tem relação. Acredita-se, atualmente, que autistas tenham uma disfunção 
biológica estrutural ou funcional que altere gravemente o desenvolvimento e a maturação do 
sistema nervoso central.
O psiquiatra Leo Kanner (1943), publicou um artigo intitulado Distúrbios Autís-
ticos de Contato Afetivo na revista NervousChild, que relatava onze casos clínicos de crianças 
que possuíam uma condição diferente. Kanner identificava nos autistas as dificuldades com 
linguagem, alimentação, sono e desenvolvimento psicomotor, além do exagerado isolamento, 
considerado por ele uma das características mais marcantes.
Alguns pesquisadores concluirão que a culpa dos sintomas de falta de interação 
social era da mãe, que não demonstrava afeto suficiente - conhecida como mãe geladeira. Ten-
taram solucionar e curar o autismo de várias maneiras com tratamentos psicanalistas intensos e 
muito caros, o que não estava disponível para toda a sociedade. Muitas famílias vendiam tudo 
10
que podiam com a esperança de curar o filho e podendo assim corrigir os erros que acreditavam 
que eles mesmos haviam causado.
Com o passar do tempo, mais especificamente na década de 60, o psicólogo Ivair 
Lovaas começou a ganhar espaço com seus tratamentos comportamentais, já que seus métodos 
demonstravam surtir mais efeitos que os métodos tradicionais psicodinâmicos.
11
Capítulo 02
Mas Afinal, O Que é o TEA (Transtorno do Espectro Autista)?
É um distúrbio que compromete o desenvolvimento cerebral na área da comu-
nicação e da interação social - uma alteração comportamental que apresenta dificuldades na 
comunicação tanto verbal quanto a não-verbal, de forma que a interação social fica compro-
metida. Os portadores de TEA mantêm interesses restritos e estereotipados. Esses sinais perma-
necem por toda a vida da pessoa.
O autismo é considerado um Transtorno Mental e de Comportamento. Entretan-
to, algumas pessoas com autismo podem possuir também uma deficiência intelectual. Não são 
todas que apresentam alterações intelectuais - algumas inclusive possuem inteligência acima do 
normal.
O TEA (Transtorno do Espectro Autista) é o termo quefoi implementado desde 
2013 para englobar todos os antigos transtornos que possuíam as mesmas características só 
que com diagnósticos diferentes, conhecido também pelo termo “guarda-chuva”. Hoje em dia 
tudo é uma coisa só: o Autismo, só que em graus diferentes.
Devido às dificuldades de lidar com o ambiente social, algumas pessoas que pos-
suem esse transtorno podem apresentar um comportamento diferente. Seu comportamento in-
comum se deve a uma tentativa de se expressar sobre algo ou uma situação. Os problemas com-
portamentais que podem ocorrer derivam em sua maioria da sensibilidade aos sons, ou algo 
que viu ou sentiu. Por isso eles precisam tanto de uma rotina rígida no dia a dia, para reduzir 
as incertezas e conseguir entender melhor o mundo que os cerca.
Nós seres humanos somos totalmente sociais e isso faz parte da sobrevivência da 
nossa espécie. Afinal, precisamos nos comunicar e lidar com o outro desde sempre. 
É cientificamente comprovado que já dentro da barriga o bebê cria laços afetivos 
com a mãe a partir do que ele é capaz de ouvir na gestação. Quando nasce precisa automati-
camente de cuidados externos, procura o colo e o olhar e passa a ter um vínculo de confiança 
com o qual ele se sente seguro e acolhido.
12
Quando falamos da dificuldade comportamental social, estamos nos referindo 
aos marcos evolutivos esperados para cada faixa etária. A cada momento que a criança cresce 
passa a ter mais demandas sociais, de forma a ficar mais evidente a dificuldade dos portadores 
de TEA de se relacionarem com as outras pessoas.
Quais São as Causas do Autismo?
Como já sabemos, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. Isso sig-
nifica que quando o cérebro começa a se desenvolver e formar ligações, ocorre uma cadeia de 
reações químicas, fazendo com que haja modificações nas células e na transmissão neural que 
causam vários prejuízos na área de comportamento e interação social, levando a um conjunto 
de sintomas específicos.
O portador de TEA é caracterizado por alterações presentes em seu desenvol-
vimento desde muito cedo, normalmente antes mesmo dos três anos de idade, sendo também 
mais comum em crianças do sexo masculino. Possui um impacto múltiplo e variável, afetando 
assim a comunicação, a interação social e a capacidade de adaptação. Quanto mais cedo for 
identificado, mais rapidamente se faz tratamentos para ajudar no desenvolvimento.
As causas do TEA não são totalmente conhecidas. Mas hoje em dia está cada vez 
mais claro que a genética é um dos principais fatores que causam o autismo. Existem centenas 
de pesquisas em diversos lugares do mundo que confirmam isso. De acordo com os estudos 
atuais já existem mais de duzentos genes fazendo parte do transtorno do autismo.
Em 90% dos casos diagnosticados, a causa do autismo é genética, podendo este 
ser herdado do pai e da mãe por conta de um conjunto de variações genéticas. Em outros casos, 
os genes das crianças podem sofrer uma mutação sem motivo aparente, sem receber dos pais. 
Quando os pais já possuem um filho com autismo, é comprovado que os mesmos possuem a 
chance de 18% de ter outro filho com o espectro.
Existem também as causas ambientais. Quando falamos de causas ambientais 
não significa ambientes externos como casas e escolas e sim o ambiente intrauterino (gestação). 
São fatores que prejudicam o feto, como parto prematuro, estresse, infecções, idade dos pais, 
13
exposição a substâncias tóxicas e complicações durante a gravidez.
Devemos deixar bem claro que a criação familiar não causa o Autismo, afinal o 
TEA não tem causas emocionais. Antigamente muitas pessoas de forma errônea culpavam os 
pais pelo aparecimento dos transtornos, dizendo que o motivo desses sintomas era a falta de 
carinho e atenção dos familiares.
14
Sintomas e Características
Já que o autismo não é igual para cada criança, como podemos ficar atentos a 
suas características e sintomas? Existem sinais que as crianças apresentam, muitas vezes antes 
mesmo de um ano de idade.
Os marcos evolutivos do desenvolvimento infantil indicam que em cada idade a 
criança precisa apresentar algumas características. Se a mesma não demonstra o que se é es-
perado para sua faixa etária, apresentando alguns atrasos, devemos ficar em estado de alerta 
e fazer uma investigação mais detalhada. Mesmo sabendo que cada criança tem seu tempo, 
existem características que devem estar presentes.
Nós precisamos ficar atentos a esses sinais de alerta para a possibilidade da pre-
sença do Transtorno do Espectro Autista. A existência de alguns desses sintomas não significa 
que a criança seja autista, mas deve sinalizar a importância de uma avaliação comportamental 
mais detalhada.
Duas coisas podem acontecer com uma criança com o TEA (lembrando que nun-
ca é igual para todo mundo; existem variações): ela nunca desenvolver as características sociais 
esperadas pela idade ou desenvolvê-las a partir de dois anos, sofrer uma regressão e perder 
algumas conquistas alcançadas.
Os bebês com o espectro tendem a apresentar falta de interesse na voz humana e 
evitar o contato visual, e algumas vezes não demonstram expressões de afeto quando acaricia-
dos. E tendem a não imitar ou rir das gracinhas que comumente fazemos.
Com um ano de idade a criança já precisa falar uma palavra com função (quando 
tem a intenção de se comunicar) e ter gestos comunicativos como: apontar, chamar ou usar ou-
tros meios para se comunicar. Com dois anos ela precisa falar no mínimo duas palavras.
Outras características que devemos observar nessa idade é a atenção comparti-
lhada. Quando você mostra algo para a criança e ela consegue olhar para o que você mostrou 
e te olhar de volta, formando assim um triângulo de comunicação. Com um ano deve ter a 
15
referência social, já saber quem é mãe e o pai, gostar de ficar com eles, e buscar sempre os cui-
dadores.
sse por brincar em grupos. Brincam de forma diferente com seus brinquedos, 
preferindo algumas vezes girar a roda dos carrinhos ao invés de brincar de vai e vem com eles.
Alguns possuem ações estereotipadas como se mover para frente e para trás, mo-
vimentos circulares com as mãos, o hábito de cheirar e lamber objetos e bater palmas de forma 
repetitiva.
Pode ocorrer também a sensibilidade a determinados barulhos em alguns ambien-
tes e a texturas diferentes, como massinha de modelar, tinta guache e muitas vezes texturas de 
alimentos.
Portadores do espectro autista podem ainda desenvolver uma fala robotizada, 
que não apresenta alteração de voz com entonações, parecendo algumas vezes que ele não tem 
sentimentos.
Ao contrário do que muitos pensam, a agressividade não é critério para o diag-
nóstico do Transtorno do Espectro Autista. No manual mundial dos DSM-V (Manual Diagnós-
tico e Estatístico de Transtornos Mentais) a agressividade não entra como característica.
O Ministério da Saúde afirma que, como em qualquer patologia, os casos mais 
graves são diagnosticáveis com mais facilidade. No entanto, algumas crianças autistas possuem 
comportamento estranho ou considerado fora do normal. Algumas rejeitam o contato físico 
até mesmo de seus familiares. Outras, no entanto, buscam contato físico, de forma exagerada, 
até mesmo com estranhos.
De acordo com o livro O Reizinho Autista dos autores Mayra Gaiato e Gustavo 
Teixeira, temos uma série de características associadas ao desenvolvimento de uma criança co-
mum e devemos estar alertas para certos comportamentos, sendo estes: 
16
Sinais de Alertas Para Cada Idade:
Aos quatro meses de idade:
Não acompanha objetos que se movem na sua frente.
Não sorri para as pessoas.
Não leva as mãos ou objetos à boca.
Não responde a sons altos.
Dificuldade em mover os olhos para todas as direções.
Aos seis meses de idade:
Não tenta pegar objetos que estão próximos.
Não demonstra afeto por familiares.
Não emite pequenas vocalizações.
Aos nove meses de idade:
Não senta, mesmo com auxílio.
Nãobalbucia.
Não reconhece o próprio nome.
Não olha para onde você aponta.
Não passa o brinquedo de uma mão para outra.
Aos doze meses de idade:
Não faz contato visual.
Não engatinha.
Não fica de pé com apoio.
Não procura objetos que vê sendo escondidos.
Perdeu habilidades que já possuía.
Aos dezoito meses de idade:
Não anda.
Não fala pelo menos uma palavra.
Não expressa o que quer.
Não aponta.
Não se importa se seu cuidador se afasta.
Perdeu habilidades que já possuía.
Aos dois anos de idade:
Não fala frases com duas palavras.
Não copia ações ou palavras.
Não segue instruções simples.
Não entende o que fazer com utensílios comuns do dia a dia.
17
Perdeu habilidades que já possuía.
Aos três anos de idade:
Cai muito ao andar.
Fala pouco ou de maneira incompreensível.
Não compreende comandos simples.
Não brinca de faz de conta.
Não demonstra interesse em brincar com outras crianças.
Aos quatro anos de idade:
Não brinca com outras crianças.
Interage com poucas pessoas.
Tem dificuldades na fala.
Tem dificuldades para rabiscar um desenho.
18
Capítulo 03
Diagnostico
Então você conseguiu perceber alguns dos sintomas em uma criança. O que fazer 
a partir daí? Bom, o primeiro passo é marcar uma consulta com um neuropediatra ou psiquia-
tra infantil, que fará através da observação direta do comportamento uma entrevista com os 
pais regida pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) para um 
primeiro diagnóstico clínico.
É necessário um neuropediatra ou um psiquiatra da infância nesse primeiro mo-
mento, não só para casos que envolvem medicação, mas também para que o médico possa 
acompanhar periodicamente a evolução dessa criança.
Para que se possa realmente fechar um diagnóstico de autismo, deve ocorrer um 
processo colaborativo juntamente com uma equipe multidisciplinar, pois como ainda não existe 
um exame de imagem ou de sangue que possa dar certeza do laudo, é preciso chegar a um diag-
nóstico por meio de processos clínicos de observação direta. Essa equipe deve ser composta por 
psicólogo, psiquiatra infantil ou neuropediatra terapeuta comportamental e fonoaudiólogo, 
entre outros profissionais. Os sintomas costumam estar presentes antes mesmo dos três anos de 
idade, sendo possível fazer o diagnóstico por volta dos dois anos.
Diagnóstico precoce é muito importante. Quando a criança ainda é pequena, seu 
cérebro possui a neuroplasticidade - uma capacidade incrível de se reprogramar e criar cami-
nhos para novos aprendizados, formando novas conexões para os neurônios e sendo capaz de 
fazer caminhos que não existiam antes, o que facilita muito a eficácia dos tratamentos. Quanto 
mais cedo houver um diagnóstico, mais cedo se pode entrar com intervenções para que essa 
criança possa sair de graus como moderado e grave, e ter uma vida social interativa melhor.
19
Níveis do Autismo
O Espectro Autista é separado em níveis de gravidade que vão desde os mais leves 
até os mais severos. Para que possamos entender melhor esses níveis, vamos imaginar o autismo 
como uma cor - a cor verde por exemplo. Na cor verde existem várias derivações de tons, indo 
do verde claro até o mais escuro, mas de forma alguma deixou de ser verde.
Assim funciona o autismo - mesmo com toda a sua variação de características e a 
individualidade de cada uma, ainda é um transtorno de condições neurobiológicas generaliza-
das por anormalidade de interação social e comportamental.
O que divide e caracteriza os níveis de autismo é a quantidade de ajuda e apoio 
que o autista precisa para lidar com as interações básicas da vida. Vai desde necessitar de pouca 
ajuda até precisar de ajuda a todo momento para realizar as atividades mais simples do cotidia-
no.Independentemente do nível que esse autista pode se encontrar, é possível sair sim de níveis 
mais severos e progredir até chegar em um grau leve. Com as mediações e intervenções corretas 
irá ocorrer progressos.
O primeiro nível de gravidade, conhecido também como autismo leve, é aquele 
que tem o melhor funcionamento cognitivo. A criança portadora costuma não ter muitas difi-
culdades na escola e na maioria das vezes não precisa de tantas intervenções. Ela possui algu-
mas das características do espectro, tem sintomas e dificuldades, mas precisa de muito pouco 
tratamento para conseguir se desenvolver.
O autista com nível leve não possui a deficiência intelectual associada. E tem uma 
verbalização com domínio de fala muito mais tranquilo. Ele consegue se comunicar mesmo 
com as dificuldades. Uma das maiores dificuldades é na interpretação de gestos e comunicações.
Uma das principais características que difere um autista leve de um moderado é 
a quantidade de mediações que essa criança precisa para conviver em sociedade. Ela consegue 
aprender na escola sem um apoio especializado, pois possui a capacidade e condições de apren-
der o que se é ensinado.
20
Por possuir características mais leves, o diagnóstico torna-se mais difícil, muitas 
vezes havendo uma confusão com outros transtornos. Por isso é importante prestar atenção em 
todos os sinais desde antes de um ano de idade, pois quanto mais cedo ocorrerem as interven-
ções, maiores são as chances de haver um desenvolvimento saudável e seus sintomas minimi-
zados.
O segundo nível de gravidade, conhecido como grau moderado, é caracterizado 
pela necessidade de receber uma ajuda de forma mais intensiva. Possui o sistema cognitivo 
mais comprometido, necessitando de ajuda na escola, tratamento em casa e em uma clínica 
especializada.
O atraso da fala é mais evidente, ou até mesmo a falta da verbalização.
Esse nível está bem no meio termo entre os graus leve e severo. Ou seja, ele não é 
tão independente e verbal como um autista de grau leve, mas também não necessita da mesma 
quantidade de apoio que um nível mais severo.
 O terceiro nível de gravidade, conhecido como grau severo, precisa de muito 
apoio, muita terapia e um acompanhamento terapêutico dentro de casa e na escola. Os autistas 
de grau severo são dependentes nas atividades da vida diária, precisando de ajuda para comer, 
ir ao banheiro e cuidados básicos de higiene. São totalmente dependentes de outras pessoas.
Essas crianças costumam ser muito isoladas, gostam de ficar fazendo suas pró-
prias coisas e se recusam a mantar contato social. Detestam interferência e, quando isso ocorre, 
pode desencadear uma série de crises e uma desordem mental. Geralmente elas possuem um 
atraso cognitivo e um nível de deficiência intelectual, o que torna necessário um tratamento 
para a vida toda.
Mesmo possuindo tantas dificuldades, não significa que não conseguem fazer 
nada. Elas também são espertas e realizam coisas boas e interessantes - só precisam ser estimu-
ladas da forma correta. Quando é um grau mais severo e o autista não fala, temos que aprender 
a entender seus sinais, já que eles estão sempre exibindo vários comportamentos difíceis de 
21
serem decifrados. A comunicação não acontece exclusivamente por meio da fala, mas pode ser 
expressada de diversas formas.
Independentemente do nível em que esse autista se encontre, é possível sim sair 
de níveis mais severos e progredir até chegar em um grau mais leve. Com as mediações e inter-
venções corretas poderá ocorrer progressos.
22
Capítulo 04
Tratamentos
Um dos grandes problemas relacionados ao tratamento é a demora no diagnós-
tico, levando a um atraso na assistência necessária. Quanto mais demoramos para começar 
as mediações, perdemos momentos únicos que são verdadeiras portas para a mudança que só 
ocorrem na infância.
Até os dias de hoje não se sabe sobre uma cura para o TEA. Precisamos ter muito 
cuidado com informações errôneas que aparecem a todo momento. A melhor forma de ajudar 
alguém com esse transtorno é se informando por fontes seguras e atualizadas. A todo momento 
são feitas novas descobertas.
Não existe cura, mas existem tratamentos adequados que amenizam ossintomas 
e trabalham para que o indivíduo possa ter um desenvolvimento saudável e minimize os sinto-
mas do TEA ao longo da vida.
Um dos tratamentos mais indicados é a psicoterapia comportamental. O ideal é 
começar o tratamento antes dos três anos. Mesmo que passe dessa idade, é importante deixar 
bem claro que não existe casos perdidos. Nós precisamos dar sentido à vida dessas pessoas.
A terapia comportamental tem como objetivo auxiliar a criança com TEA, traba-
lhar a comunicação verbal e não verbal, emoções, interações sociais e o dia a dia. Existem vá-
rios métodos comportamentais que tem sua eficácia cientificamente comprovada no tratamento 
do autismo.
São usados diversos meios e estratégias para fazer essa intervenção, com utiliza-
ção de brincadeiras, imagens, esportes e música, entre outros. O céu é o limite quando se refere 
a meios para compor a estimulação cerebral do universo autista.
Uma das ciências mais conhecidas mundialmente e com mais êxito no que se re-
fere aos tratamentos é a ABA (Applied Behavior Analysis), conhecida também como Análise do 
23
Comportamento Aplicada. Seu intuito é criar programas para montar intervenções junto a uma 
criança autista. O ideal é que o programa seja feito em um modelo Naturalista, sendo colocado 
dentro do ambiente da criança no contexto diário.
O autor mais influente para o modelo ABA foi Skinner, que em 1930 comprovou 
experimentalmente que através dos estímulos do ambiente é possível compreender e controlar 
o comportamento, tanto negativamente como positivamente.
O objetivo é construir junto com a criança uma grande variedade de programas, 
focando em potencializar comportamentos adequados e eliminar comportamentos inadequa-
dos, trabalhando com o desenvolvimento cognitivo e ajudando-a a tornar-se mais funcional 
para o dia a dia.
O tratamento com o ABA é dividido em cinco etapas: anamnese, avaliação com-
portamental, programação individual, análise de dados e atendimentos
Anamnese
A anamnese é a primeira etapa a ser realizada, pois é quando ocorrerá a entrevis-
ta com a criança e os pais para poder montar um tratamento mais adequado.
Avaliação comportamental
A avaliação comportamental é feita após a entrevista com a criança, usando os 
dados coletados pela anamnese. Nessa etapa são realizados diversos testes por categorias de 
estímulos, como sociais, cognitivos, comportamentais, motores e de linguagem, para que o te-
rapeuta a partir das respostas coletadas possa identificar as áreas que precisam ser estimuladas 
ou ampliadas.
24
Intervenção comportamental
A intervenção comportamental é feita com o terapeuta e a criança. A interação 
se dá por meio de tentativas de comunicação, atividades prazerosas e materiais de estímulos 
reforçadores no intuito de motivar a participação da criança e manter uma relação agradável.
Programação individual
Na programação individual, após todo o mapeamento da criança, é quando são 
estimuladas as habilidades que estão ausentes, no intuito de que ela passe a adquirir essas novas 
capacidades para atender às especificidades de seu aprendizado.
Análise de dados
A análise dos dados é feita por meio das folhas de registro e é a partir dessas que 
toda a equipe multidisciplinar pode conversar e acompanhar as evoluções ou os retrocessos, 
facilitando assim a comunicação entre os terapeutas. Dessa maneira eles podem discutir novas 
estratégias e mapear novos programas.
Os atendimentos pelo programa ABA podem e devem ser realizados em diversos 
ambientes, não necessariamente na clínica. Quanto mais presentes no dia a dia da criança autis-
ta, melhor é o seu desenvolvimento. Por isso é muito importante que na escola a criança tenha 
um mediador que a auxilie nas tarefas, ensinando-a a lidar da melhor maneira com a rotina 
escolar.
Em casa é essencial que os pais dêem continuidade à terapia, auxiliando a criança 
nas rotinas diárias, que muitas vezes são tão difíceis. E a forma com que os pais lidam com os 
comportamentos é de suma importância para que a criança se desenvolva negativa ou positi-
vamente.
Com tantas possibilidades de tratamento, qual é a importância do uso da medi-
cação no autismo? A medicação dentro do espectro autista possui vários objetivos, sendo que o 
25
primeiro é ajudar a reduzir alguns comportamentos como as estereotipias, agressividade, ansie-
dade e a hiperatividade, pois são comportamentos que atrapalham muito no cotidiano escolar e 
social. O foco é proporcionar uma maior qualidade de vida, para que a criança possa socializar 
e interagir com mais facilidade.
Outro ponto importante da medicação é que ela auxilia nas dificuldades que 
muitas vezes estão associadas ao autismo, como o distúrbio do sono, distúrbios alimentares, 
Transtorno Opositivo Desafiador e fobias sociais. Ou seja, a medicação também ajuda a crian-
ça a lidar com as situações de conflitos e frustrações com que ela tem que conviver.
A medicação tem como objetivo melhorar também a atenção e o foco nas ativida-
des do dia a dia. Para que um terapeuta, fonoaudiólogo ou pedagogo possa realizar atividades 
e programas, é necessário que essa criança consiga se concentrar, para absorver e assimilar o 
que está sendo ensinado.
Como toda medicação, ela pode apresentar alguns efeitos colaterais e riscos para 
a saúde. Por isso é imprescindível ter um acompanhamento com médico para que juntos pos-
sam tomar a melhor decisão.
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Autismo e Dieta
Ainda não é muito comum ver pessoas associarem o comportamento de uma 
pessoa que possui TEA com a alimentação. 
Porém, hoje em dia, temos alguns estudos que comprovam que uma alimentação 
saudável e rica em vitaminas e a diminuição da ingestão de alimentos industrializados podem 
sim impactar no comportamento das pessoas. Isso ocorre principalmente pelo fato de que o 
TEA é uma condição que atinge os neurotransmissores relacionados a comportamento e comu-
nicação. 
Sendo assim, alimentos que contêm glúten devem ser cortados da alimentação da 
criança, pois além de poder causar desconforto gastrointestinal, como gases e cólicas, quando 
chega na corrente sanguínea o glúten atinge os neurotransmissores, podendo alterar o compor-
tamento do indivíduo.
Também é comum que a pessoa com autismo esteja condicionada a um problema 
que torna sensível o intestino quando se trata de absorver o glúten e uma proteína chamada 
caseína, presente no leite e derivados.
Portanto, recomenda-se que além da equipe multidisciplinar, como psicólogo, 
neurologista, psicopedagoga e fonoaudiólogo, o autista tenha o acompanhamento de um nu-
tricionista, pois muitas pesquisas hoje em dia ligam certos comportamentos e excesso de crises 
à má alimentação.
Pode parecer complexo mudar toda a dieta de alguém, mas muitas vezes essas 
mudanças atingem a todos na casa e traz benefícios para toda a família.
Indica-se que os seguintes alimentos sejam cortados ou diminuídos da dieta da 
criança com TEA:
 » Pães, bolos, salgados, biscoitos e tortas;
 » Macarrão, pizza;
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 » Gérmen de trigo, sêmola de trigo;
 » Ketchup, maionese ou molho shoyu;
 » Salsichas e outros produtos industrializados;
 » Cereais;
 » Alimentos que sejam feitos a partir de cevada, centeio e trigo.
É importante lembrar que cada caso de transtorno é único e contém suas par-
ticularidades e que apenas um profissional da área será capaz de analisar o caso e orientar o 
responsável da melhor maneira possível.
28
Capítulo 05
Desenvolvimento da Linguagem
Como já dito anteriormente, é fundamental prestar atenção às linguagens pró-
prias da criança autista, pois cada criança reage de um jeito com relação à sua condição e o 
ambiente social em que está inserida.
Com os pais e pessoas mais próximas, a comunicação utilizada pode ser algo 
mais pessoal, porém quando se trata do ambiente escolar, o professor deve ser orientado a tra-
balhar com a criança de acordo com o grau de TEA apresentado por um profissional.
É importante que não forcemosque a criança fale da forma que acharmos me-
lhor, e que deduzimos ser normal e ideal. É preciso respeitar o tempo da criança e saber que até 
mesmo algumas emissões simples de sons, como “AUA” para representar água, já são formas de 
comunicação que devem ser valorizadas e estimuladas para melhorar.
Para auxiliar e reforçar a comunicação, procure lugares silenciosos onde a crian-
ça consiga prestar atenção com mais facilidade e ter maior concentração em sua fala
As figuras devem fazer parte do cotidiano da criança, como representação de to-
dos os objetos possíveis. Sempre que a criança demonstrar interesse pelo objeto representado 
na figura, fale o nome da imagem representada e peça para que ela repita. É um trabalho de 
formiguinha, pode ser demorado, mas não desanime por não ver o resultado logo, pois é um 
método muito eficaz, mas é preciso ter paciência.
Os fonoaudiólogos possuem um papel fundamental para auxiliar nesse processo, 
já que utilizam técnicas muito eficiente para facilitar e estimular a fala. Deve ser um acompa-
nhamento constante, que fará uma diferença altamente significativa.
Em se tratando da comunicação partindo da criança, de acordo com o grau do 
TEA, pode haver uma aceitação maior ou menor.
29
As pessoas em contato com o desenvolvimento de uma criança com TEA podem 
ainda contar com uma ferramenta muito importante para trabalhar a comunicação de pessoas 
com TEA - é o chamado PECS, do inglês Picture Exchange Communication System™, desen-
volvido nos Estados Unidos. Esse método faz parte da vida de muitas famílias, pois não é neces-
sário um profissional para aplicá-lo. Para que seu uso venha a atingir seu objetivo real, os pais 
devem passar por uma formação de apenas dois dias.
Nesse sistema o objetivo não é apenas a comunicação, mas sim o desenvolvimento 
dela através de seis etapas, fazendo com que a criança torne-se capaz de iniciar uma interação.
Como Brincar com a Criança com Autismo
Muitas vezes, os pais e outros adultos que fazem parte do convívio social da 
criança autista ficam sem saber como brincar com ela, pois dependendo de como nos aproxi-
mamos, não temos uma resposta positiva da criança. Felizmente existem dicas que ajudam a 
lidar com essa situação e criar uma forma lúdica de chamar a atenção da criança, levando-a a 
comunicar-se com o adulto por vontade própria.
Uma boa maneira de chamar a atenção da criança é aproximar-se dela e brincar 
próximo a ela da forma que ela brinca. Caso ela demonstre interesse, é uma boa oportunidade 
para verbalizar aquilo que está fazendo. Outra maneira é por meio de desenhos - tente desenhar 
ao lado da criança, fazendo com que ela se interesse pelo seu desenho ou pela forma que você 
desenha.
Independentemente da brincadeira que está acontecendo, o mais importante é a 
forma como a brincadeira se desenrola. Ao invés de tentar trazer a criança para dentro da brin-
cadeira, como costumamos fazer, devemos entrar no mundo dela, tornando o processo mais 
cômodo para a criança.
Posso Chamar Outras Crianças?
Sim! Claro! Vamos relembrar que a socialização é um dos pontos mais importan-
tes para serem trabalhados, e que deve ser praticada sempre.
30
Se a criança autista não se sentir muito à vontade com os outros, é normal. Crian-
ças geralmente fazem muito barulho brincando e isso pode incomodá-la. Nesse caso tente uma 
brincadeira que seja mais calma para ela possa participar.
Como Falar Com a Escola?
Muitas vezes os pais acham que seu filho com TEA não tem capacidade de estar 
em uma escola e acabam privando-o dessa experiência. Em casos severos de TEA o acompanha-
mento de profissionais pode ser necessário por um longo período, porém isso não pode impedir 
a criança de estar próxima de outras crianças.
É muito importante que os pais criem um laço estreito com o professor da crian-
ça, já que para a criança autista as barreiras enfrentadas dentro de uma escola são muito maio-
res do que para os alunos que não apresentam nenhum tipo de transtorno.
Desde o primeiro momento na escola é fundamental que os pais levem os exames 
e orientações para o responsável, pois com essa iniciativa o acolhimento da criança tende a se 
tornar menos complicado para ela. Marque uma reunião com a escola, para que o professor e 
toda a equipe pedagógica tenham um caminho para seguir, ajudando a criança a desenvolver 
todas as suas habilidades e potencialidades no mundo acadêmico.
Outra dica simples é que os pais levem seu filho autista para fazer o reconheci-
mento da escola, de toda a estrutura física, lugares onde ele possivelmente transitará, e princi-
palmente a sala de aula. Isso fará com que a criança não passe por um estresse muito grande 
quando começar a frequentar aquele ambiente novo.
É importante minimizar o choque da criança com ambientes novos e pessoas no-
vas no seu convívio. Sendo assim, é fundamental a comunicação dos pais com o professor e com 
a coordenação, tanto para ajudar na adaptação quanto no desenvolvimento e aprendizagem da 
criança.
31
Capítulo 06
O Que a Escola Tem que Fazer para Acolher esse Aluno?
Uma das questões a que devemos nos ater diz respeito às dificuldades ocorridas 
na sala de aula e no ambiente escolar. Normalmente as maiores dúvidas de escolas e professores 
são como criar mecanismos de aprendizagem, avaliação, introdução do tema e como preparar 
e estruturar uma escola com um sistema educacional que de fato faça a inclusão desses alunos 
de forma correta.
Ainda vivemos em um mundo que convive com o mito de que o autista não 
aprende e não consegue evoluir na escola. É necessário que a escola se prepare com um processo 
planejado, organizado, estruturado e integrado de ações que envolvem a área pedagógica, de 
saúde e gestão curricular. 
Em primeiro lugar, para inserir o aluno com o transtorno do espectro autista em 
sala de aula, deve-se entender qual a necessidade desse aluno, pois como já vimos nenhum au-
tista é igual a outro - cada um tem suas peculiaridades, personalidade, formas diferentes de ser 
motivado e sensibilidades.
Temos que conhecer o perfil comportamental e o perfil cognitivo. Como é esse 
aluno? Como ele se desenvolveu até chegar na escola? Quais são os déficits que ele apresenta? 
Quais são as particularidades dessa criança? Cada caso deve ser muito bem avaliado com de-
talhes. E isso não é função apenas do professor, mas sim do corpo interdisciplinar que a escola 
possui, para que a partir daí possa ser feito um planejamento e a elaboração de métodos e ca-
minhos para essa criança.
Dentro do suporte escolar existem as seguintes considerações que devem estar 
presentes nas estratégias que vão ser montadas para essa criança:
Quais são as características do estudante com o transtorno do espectro autista? 
Onde eu devo fazer um trabalho mais aprofundado? Como é essa escola? Qual é o perfil dos 
profissionais? Quem está à frente da educação especial? Existem gestores preparados para lidar 
com as mudanças necessárias? Existem profissionais com experiência na área ou teremos que 
32
montar um time de profissionais especializados?
Deve-se levar em conta a qualidade e a quantidade dos recursos sociais, curricu-
lares e institucionais do ambiente escolar.
Normalmente as escolas particulares, que não tem estrutura e nem suporte do 
estado para acolher alunos autistas, precisam criar meios e caminhos próprios.
O perfil da equipe é muito importante. A equipe deve gostar de trabalhar com 
alunos autistas, pois muitas vezes essas crianças não vão seguir o mesmo caminho da maioria.
Precisamos pensar nesses três fatores: indivíduo, recurso humano e recurso físico. 
Os três devem estar muito bem integrados.
Características do Estudante com TEA
Ao considerarmos um aluno autista, devemos evitar compará-lo com outras 
crianças que possuem o mesmo transtorno, pois existe uma alta variabilidade comportamental 
e de desenvolvimento.
Variabilidade comportamental são as diferenças marcantes queenvolvem cada 
um, como autistas que são quietos e outros que são muito agitados, os que são mais carinho-
sos e outros mais agressivos, entre outras diferenças marcantes e individuais. Deve-se sempre 
observar quais os comportamentos que mais preocupam para entender quais modificações es-
pecíficas deve-se fazer para acolhê-lo.
Na variabilidade do desenvolvimento podemos notar que existem autistas que 
não falam, outros que falam e ainda os que falam muito bem. Há aqueles que possuem graves 
problemas motores e outros que possuem uma performance motora exemplar.
Na variabilidade acadêmica existem crianças com alto nível de desenvolvimento 
acadêmico de maneira muito natural, sendo que outras crianças com o mesmo espectro repu-
33
diam qualquer atividade relacionada a formas estruturadas e formais.
Existe também a variabilidade intelectual, que indica que 40% dos autistas pos-
suem nível intelectual normal, 50% possuem uma deficiência intelectual associada e 10% pos-
suem altas habilidades. Então é muito claro que cada criança deve ser auxiliada de forma dife-
rente. Quando uma criança possui uma deficiência intelectual associada, os desafios da inclusão 
e da estimulação pedagógica serão maiores.
A escola deve ter em mente que essas variabilidades devem ser levadas em consi-
deração e são essenciais para a tomada de decisões da equipe pedagógica.
O processo de inclusão não depende apenas do professor, mas também da avalia-
ção do neuropediatra, fonoaudiólogo, psicólogo e psicopedagogo. É necessário haver toda uma 
equipe de apoio, para poder auxiliar o professor na criação de estratégias.
Existem algumas características às quais os educadores devem estar atentos com 
relação ao desenvolvimento das crianças:
 » Não manter contato visual;
 » Ter uma preferência específica por objetos ou pessoas;
 » Movimentos repetitivos e estereotipados;
 » Andar na maioria das vezes usando a ponta dos pés;
 » Parecer que não estão ouvindo quando lhe chamam pelo nome;
 » Intensa agitação motora;
 » Irritação frequente;
 » Atraso na fala.
Lembrando que algumas dessas características isoladas não determinam que a 
criança esteja dentro do espectro autista. O diagnóstico deve ser feito juntamente com uma 
equipe multidisciplinar e não apenas em sala de aula.
34
Como é Feita a Avaliação do Aluno?
O que motiva a criança autista? O que desperta afetividade que pode ser uma 
porta de entrada para o professor trabalhar com ela? Se por exemplo ela gosta muito de cava-
los, você pode usar esse animal como um caminho para se aproximar dela, ajudá-la a gostar da 
escola e usar processos acadêmicos através disso.
Deve-se conhecer o ritmo do aluno para se desenvolver materiais e modificar a 
sala e a quantidade de alunos, pois se não avaliar tudo, pode-se atrapalhar o desenvolvimento 
desse aluno na rotina escolar. Toda a instituição deve trabalhar de forma integrada, afinal um 
professor pode fazer um trabalho excepcional em sala de aula, mas um zelador por falta de 
conhecimento pode acabar atrapalhando a vivência dessa criança de forma que a mesma não 
queira mais ir à escola. Todos presentes no sistema educacional devem ter um conhecimento 
básico sobre o autismo.
A escola deve preparar-se para lidar com todos os processos que podem surgir 
e, ainda assim, muitas vezes não vai conseguir sozinha - vai precisar que o aluno tome suas 
medicações e que tenha intervenção terapêutica. É importante haver também os métodos ou 
modelos de estruturação educacional, como o ABA.
Se a escola não sabe trabalhar e lidar com crianças com esse transtorno, ela pode 
se tornar a culpada por possíveis traumas, fobias e repulsas ao ensino.
Aluno com Autismo: Como Vencer os Desafios na Escola?
A inclusão do aluno com TEA no ambiente escolar não é nada fácil. Existem vá-
rios desafios e cada um traz consigo suas próprias dificuldades, o que exige uma maior atenção 
por parte de todos os profissionais, que devem observar sempre cada passo a ser dado, inclusive 
cuidados na condução de uma determinada tarefa e explicações de conteúdos que devem ser 
acompanhadas de perto.
A relação professor-aluno deve ser de total confiança. Isso é fácil em teoria, mas 
muito complicado de ser colocado em prática. Conquistar a confiança de uma criança com 
autismo pode ser um grande desafio. Esse processo necessita de uma preparação do educador.
35
É muito importante que, além de se preparar e capacitar, o professor conheça os 
pais da criança e ouça tudo o que eles tem para dizer.
São relatos, dicas e vivências que ajudam a começar a adentrar no universo do 
aluno. Demonstre que você está ali para ajudá-lo em todos os desafios escolares que surgirem e 
que você conta com a parceria deles.
Criança com Autismo na Escola Regular é Adequado?
Sempre que se fala sobre ter uma criança com autismo no contexto da educação 
de forma regular, isso gera muitos debates e dúvidas. Será que realmente é a melhor escolha? 
Será que em uma turma específica a criança aprenderia melhor? A inclusão ajuda ou atrapalha?
Vamos considerar os muitos questionamentos acerca da eficácia da inclusão de 
alunos com autismo no ensino regular.
Mas, antes de tudo, precisamos lembrar que no ano de 2007 foi aprovado pelo 
Ministério de Educação e Cultura o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes 
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas 
escolas regulares, orientando os sistemas de ensino a promover respostas às necessidades edu-
cacionais e garantindo:
 » Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação supe-
rior;
 » Atendimento educacional especializado;
 » Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;
 » Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais;
 » Profissionais da educação para a inclusão escolar; participação da família e da comuni-
dade;
 » Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transpor-
tes, na comunicação e informação;
 » Articulação “intersetorial na implementação das políticas públicas”. (Política Nacional 
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2007, on line)
36
Desde a sua vigência existem estudos e várias pesquisas para constatar a eficácia 
dessa forma de ensino. Esses estudos e pesquisas deixam claro que alunos com transtorno do 
espectro autista, mesmo apresentando alterações muito significativas nas interações sociais e 
na comunicação, demonstram um grande potencial para o progresso acadêmico, quando isso é 
trabalhado de forma correta e regular.
Quando há uma abordagem correta e uma acessibilidade coerente, tanto na ade-
quação da estrutura física quanto dos conteúdos, o ensino regular só tem benefícios a trazer na 
aprendizagem.
A aprendizagem positiva é possibilitada quando a escola tem toda a sua poten-
cialidade e corpo docente trabalhando com um olhar e uma didática que permita a assimilação 
de conteúdos pelo aluno autista.
Dicas Para o Dia a Dia em Sala de Aula
Imagine que você professor chega na escola e descobre que um dos seus alunos é 
autista. É uma situação que a princípio desperta certa insegurança - você se questiona se é capaz 
de ensinar e se ele vai se sentir incluído no meio acadêmico.
Uma criança que possui esse transtorno pode e deve ter uma vida acadêmica bem 
proveitosa, principalmente se seus pais conciliarem a rotina escolar com as intervenções multi-
disciplinares.
Deve-se sempre respeitar suas características, ao invés de tentar enquadrá-lo no 
mesmo sistema de ensino das outras crianças. O melhor meio é saber identificar qual a forma 
mais proveitosa e eficaz de passar informações para o estudante, podendo ser através de esque-
mas como fluxogramas, mapas conceituais ou imagens.
Os maiores desafios escolares para os pequenos diagnosticados com autismo são 
os sintomas que podem prejudicar a absorção do conteúdo pedagógico,como:
37
 » Hipersensibilidade;
 » Problemas de comunicação e linguagem;
 » Problemas de interação social;
 » Interesse acentuado em determinado objeto ou assunto;
Existem estratégias que podem ajudar a lidar com os desafios que a criança en-
contra e a trabalhar de forma mais humanizada:
1. Vá com calma na sua fala.
Um dos principais pontos é o cuidado com a fala - ao invés de usar palavras cono-
tativas, é importante utilizar os termos em sentido literal, afinal muitos autistas tem dificuldade 
de compreender o uso de expressões figurativas. Use sempre frases curtas e objetivas, o que 
facilita o entendimento.
Diminua o seu ritmo de fala. Quando estamos em sala de aula é normal falarmos 
rápido e com mais empolgação. Entretanto tente falar mais pausadamente, de forma clara e 
simples, e procurando sempre saber se ele está aprendendo e gostando.
2. Paciência.
Como já mencionado, o processamento de uma informação para a criança/ado-
lescente com TEA tem suas peculiaridades e apresenta a sua própria dinâmica. É interessante 
que você demonstre paciência para explicar um conceito. Pergunte sempre se há dúvida, procu-
re esclarecer algum conceito que não ficou claro, etc.
3. Imagens como recurso didático? Sempre!
Sempre que possível, utilize imagens para explicar o conteúdo. Com as figuras, a 
assimilação do conteúdo e a explicação se tornam mais concretas e de fácil absorção.
4. Fale sobre os assuntos de interesse da criança.
Écomum que crianças com TEA tenham algum tema específico de interesse ou 
fixação por algum assunto. Use isso ao seu favor para conhecer melhor seu aluno e elaborar 
atividades das quais ele goste para poder estimulá-lo e ajudá-lo a prestar mais atenção em de-
38
terminados assuntos.
 5. Participação de toda a sala de aula.
É imprescindível que o professor promova dinâmicas e brincadeiras que ajudem 
a aumentar a socialização em sala, pois a comunicação e socialização são essenciais nas vidas 
de todos nós.
Em sala de aula, o diálogo e o convívio tornam-se habilidades que formam a base 
para o aprendizado. Seja mediador do aluno autista com o restante dos colegas, ajudando-o a 
participar e brincar com os demais.
O ensino para autistas depende muito desse fator para fazer valer a didática uti-
lizada.
6. Torne a sala de aula um ambiente convidativo.
Transforme a sala de aula em um ambiente que desperte curiosidade e a vontade 
do aluno autista de estar ali, descubra do que ele gosta e adapte dentro das possibilidades. Ele 
deve se sentir acolhido e feliz de estar em um ambiente de aprendizagem.
7. Ele é Importante!
Faça com que o aluno se sinta parte do grupo, mostrando que ele é indispensável. 
Ele deve sentir-se acolhido e necessário igualmente com o resto da turma.
8. O que fazer em caso de birras ou crises?
Em um caso de crise ou birra, o primeiro passo é levar a criança para um local 
calmo e tentar descobrir o que ocasionou essa situação, para assim poder ajudá-la.
De forma alguma repreenda o aluno com gritos, pois você é o profissional e é 
capaz e lidar com a situação. A criança não consegue compreender o mundo como você, então 
tenha paciência. Ajude-a a tranquilizar-se e depois converse sobre a situação para tentar ajudá-
-la a lidar com suas frustrações.
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9. Caso a criança demonstre muita dificuldade, o que pode ser feito?
Se você tiver muita dificuldade para lidar com o aluno autista ou compreender o 
que ele está tentando expressar, não se esqueça de que não é obrigação do professor dar conta 
de tudo sozinho - é necessária uma equipe inteira, portanto peça ajuda e auxílio de outros pro-
fissionais, pois assim o aluno será melhor amparado em todos os sentidos.
Para que exista um trabalho satisfatório e que traga resultados, você professor 
deve sempre buscar e manter o contato visual com o aluno com TEA, pois isso ajuda a estimu-
lar a comunicação e a mediar a interação com as pessoas. A utilização de suportes como com-
putadores, tablets, músicas, parlendas e livros também são ideais para facilitar a experiência da 
criança. É importante salientar que toda a equipe escolar esteja atenta a esses detalhes, pois o 
professor sozinho não conseguiria desempenhar tal trabalho.
40
Brincadeiras e Estímulos na Sala de Aula
O brincar é essencial para qualquer criança; é um dos atos mais importantes na 
vida de uma criança. Na brincadeira conseguimos estimular diferentes habilidades e aspectos, 
como o sensorial, cognitivo, social, entre outros.
As brincadeiras sensoriais trabalham o que as crianças autistas mais precisam 
desenvolver, já que as ajudam a interagir mais socialmente, a criar mecanismos de comunicação 
e a reduzir comportamentos repetitivos.
Lembrando que nem toda brincadeira é válida. Mesmo que o simples ato de brin-
car seja terapêutico e estimulante, nem todas as brincadeiras exercem o papel que uma criança 
com TEA necessita. Simplesmente deixar que a criança brinque com vários brinquedos não a 
estimulará da forma que ela necessita.
Quando bem utilizadas, as brincadeiras ajudam a reduzir a ansiedade, pois levam 
o pequeno a trabalhar suas habilidades e valorizam imensamente o contato social, o que facilita 
a diminuição de alguns sintomas de forma progressiva.
Como a criança com autismo não tem muita noção de tempo e nem facilidade de 
prever o que vai acontecer, ela costuma chegar na brincadeira ansiosa para descobrir o que vai 
ser feito e muitas vezes insegura, então esteja sempre ao seu lado mediando e mostrando como 
fazer, até que ela se sinta segura o suficiente para deixar que você saia. Seja paciente e mediador 
dela com as crianças. Valorize sempre o contato e a interação social.
Antes de tudo, conheça o seu aluno, afinal é muito comum que autistas possuam 
distúrbios sensoriais. Eles podem ter sensações de aperto, hipersensibilidade auditiva e tátil – 
como por exemplo hipersensibilidade a determinados tons de fala e a determinadas texturas, 
entre outras situações. Tenha cuidado para não criar uma oportunidade para uma crise no lugar 
de proporcionar um momento de aprendizagem.
A tecnologia pode sim ser uma grande aliada, já que jogos digitais são brinca-
deiras sensoriais interessantes e podem ajudar a desenvolver muito o cognitivo, mas eles não 
41
impulsionam tanto a interação com o ambiente como outras atividades. Tudo deve ser equili-
brado.
É bacana que você tenha sempre uma caixa de materiais de todos os tipos de tex-
turas, tamanhos, imagens diferentes, pois assim pode-se observar o que mais chama a atenção 
da criança, o que ajuda a ter ideias do que e como trabalhar com ela futuramente.
Jogos compartilhados e cantigas de roda são maneiras incríveis de trabalhar a 
participação social de forma divertida e interativa. O uso de jogos de encaixe, quebra-cabeças 
e cartas de cores estimula a criança a trabalhar sua consciência de emoções faciais e coordena-
ção motora fina, juntamente com a sensibilidade proprioceptiva. A música é sempre uma ótima 
aliada! Toque música em tom baixo até que a criança consiga se acostumar. Não tenha medo 
de trabalhar com recursos simples.
Tenha cuidado quando for trabalhar com cheiros, paladares e texturas com a 
criança autista. Vá com calma e estimule a curiosidade e a vontade dela de participar.
Muitos estímulos sensoriais podem ser extremamente desconfortáveis pelo fato 
de que vários portadores de TEA tem hipersensibilidade, que pode causar um bloqueio total em 
algumas sensações e ocasionar em crises.
Dentro do ambiente escolar deve haver muitas brincadeiras, sempre com um pro-
pósito e objetivo. Algumas sugestões são:
 » Argilas e massinhas
 » Conteúdos folclóricos que estimulem a criatividade
 » Quebra-cabeça
 » Desenhar e colorir
 » Fantoches
 » Brincar de faz-de-conta
 » Danças
 » Cirandas
 » Jogos eletrônicos
 » Jogos de memorização
42
 » Contação de histórias (faça caras e bocas e use diferentes tons de voz)
 » Livros que eles posam manusear
 » Figuras» Quadros para desenho
Para as brincadeiras o céu é o limite! Seja criativo, vá em busca de novidades 
sempre, atualize-se, deixe sua aula mais divertida e experimental. Conhecer seu aluno abrirá 
um leque de possibilidades.
43
Capítulo 07
Família: Como Lidar Com Autista
Certas pessoas dizem que crianças com TEA não gostam de carinho e afeto. Isso 
é um erro bem comum, já que muitos caracterizam os autistas como agressivos e acreditam que 
eles não são afetuosos por alguns não gostarem de contato direto. Porém, como já estudamos, 
nenhum autista é igual a outro, e as pessoas que não tem convivência direta acabam não crian-
do a sensibilidade necessária para lidar com essas situações.
A família deve se esforçar para criar momentos e técnicas que assegurem que o 
pequeno possa aceitar um abraço, um toque, um carinho, pois independentemente da condição, 
toda criança deve ser criada com o máximo de afeto possível.
Não é fácil receber o diagnóstico – a família passa a pensar no futuro e muitas 
vezes pode achar que não irá dar conta de lidar com esse resultado.
Mas é importante manter a calma. É um momento delicado em que a família deve 
entender que todo o acompanhamento possível tanto da criança e dos pais gera resultados in-
críveis. O susto e a insegurança passam, deixando aberta a porta das possibilidades e avanços, 
acredite.
Em alguns casos, quando a comunicação é mais limitada, os pais devem se co-
municar por gestos e figuras que levem a uma atitude carinhosa partindo da criança. Mostrem 
como um carinho faz bem e aos poucos a criança vai assimilando esse momento como algo 
gostoso de se ter. Mesmo em casos mais severos de TEA, devemos demonstrar carinho com 
sorrisos, sinais que mostrem positividade e outras coisas que podem parecer pequenas, mas que 
fazem toda a diferença no universo do autista.
Por se tratar de uma condição complexa com relação à forma de se relacionar, 
os pais devem criar brincadeiras que motivem a interação, diminuindo na medida do possível 
o contato dessas crianças com ferramentas que estimulam a falta de contato, como jogos de 
celular e tablets. Criem momentos para vocês, momentos únicos que quaisquer quinze minutos 
dedicados exclusivamente a isso podem auxiliar e muito no desenvolvimento sócio-afetivo da 
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criança.
Sendo assim torna-se imprescindível a criação de uma comunicação própria entre 
as crianças e os pais. E cabe aos pais auxiliar no relacionamento com outras crianças. No co-
meço pode ser difícil e até mesmo parecer que não está funcionando, mas a repetição é a base 
do aprendizado para qualquer criança. Os pais podem, por exemplo, convidar outras crianças 
para brincarem com seu filho e permanecerem na brincadeira para que a confiança seja forta-
lecida.
Do Que as Crianças Precisam?
Antes de qualquer coisa, uma criança autista necessita de tudo o que uma criança 
comum necessita - atenção, carinho, paciência, estímulo, encorajamento. Porém, para além des-
sas coisas básicas, em muitos casos os pais devem buscar ajuda externa para aprender a lidar 
com situações extremas, como as crises que vimos no capítulo anterior.
O acompanhamento com uma equipe multidisciplinar é essencial! O primeiro 
passo é encontrar um neuropediatra de confiança, e a parti daí sair em busca de outros pro-
fissionais como psicopedagoga, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e todos os 
profissionais que forem indicados para auxiliarem no desenvolvimento e tratamento.
Crianças com grau leve de autismo podem apresentar um quadro mais simples, e 
os problemas apresentados por elas não incluem a dificuldade de relacionamento. Sendo assim, 
muitas vezes, apenas com a observação e técnicas de relacionamento e comportamento criadas 
pelos pais, tais crianças podem ter uma vida comum.
Já crianças com graus severos de TEA devem ser assistidas em cada momento de 
sua vida. A presença dos pais nas atividades cotidianas são de extrema importância, pois há 
diversos casos em que uma criança com grau severo de TEA evoluiu para um grau leve, apenas 
com técnicas e métodos de interação social e condicionamento psicológico da criança.
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A Importância da Família na Aceitação do Autismo
Dentro do ambiente familiar, a criança com TEA precisará de todo o apoio e aten-
ção para se desenvolver plenamente, mas isso só acontecera se os pais aceitarem sua condição, 
se eles buscarem ajuda de profissionais e orientação para que não haja discriminação por parte 
dos pais.
Sendo assim, é muito importante que os pais busquem orientação, para que pos-
sam não apenas lidar melhor com seu filho, mas também para que possam ajudá-lo a ser inclu-
ído e aceito na sociedade, sabendo de todos seus direitos como cidadão.
Muitas vezes, os pais demoram a aceitar que seu filho pode ter algum grau de 
TEA, atrasando assim a busca por orientação médica, o que pode comprometer o desenvol-
vimento da criança, pois quanto mais cedo for diagnosticado o TEA, mais cedo o tratamento 
pode começar, gerando resultados positivos para seu desenvolvimento.
Autonomia
O processo de autonomia é outro requisito muito importante e necessário. A ideia 
é que a criança autista consiga crescer de forma mais independente possível. O primeiro passo 
para desenvolver autonomia é o diagnóstico precoce do autismo, pois quanto mais cedo ocor-
rer, mais as intervenções e tratamentos dão resultado, modelando assim seu funcionamento e 
ajudando a abrir novos caminhos. 
A utilização de figuras e desenhos com a criação de um passo a passo de como 
tomar banho, escovar os dentes, vestir-se sozinho e a rotina do dia inteiro é um instrumento 
muito eficiente para trabalhar o processo da autonomia; autistas costumam ter excelente me-
mória para rotinas quando as aprendem visualmente e podem adquirir capacidade autônoma 
de cumpri-las com mais precisão.
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Capítulo 08
Birra X Crise
Antes de entrarmos nesse assunto tão delicado e que engloba de forma geral o 
universo das crianças com autismo, devemos primeiramente separar e identificar o que é cada 
uma.
O Que é Birra?
A birra é um comportamento que surge por algum descontentamento, e normal-
mente é acompanhado por choros, gritos e atitudes agressivas. É utilizada de forma estratégica 
para conseguir algo que deseje, e quando a criança consegue o que quer, a birra acaba.
O Que é Crise (no autismo)?
As crises são ocasionadas quando a criança fica exposta e ocorrem vários estí-
mulos sensoriais e/ou quebra de rotinas e padrões com as quais ela está acostumada. Diferen-
temente da birra, as crises não são propositais e muito menos uma forma de estratégia para 
conseguir algo.
É importante notar fatores que podem passar despercebidos quando se trata de 
uma criança com TEA. Como por exemplo, o horário em que a crise costuma acontecer, as pes-
soas que podem estar próximas à criança, objetos que podem causar irritação. Devemos ficar 
atentos para poder inibir ao máximo essas situações.
Vale ressaltar que a birra é algo comum que demonstra descontentamento da 
criança e acontece com qualquer criança.
 Os pais devem se manter calmos quando seu filho com TEA começar com indí-
cios de crise, pois a observação de suas atitudes vai ajudar os pais a entenderem como devem 
agir.
Porém, deve-se notar no comportamento da criança quais aspectos devem ser 
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trabalhados, pois assim como qualquer criança, limites devem ser impostos desde cedo, ou seja, 
não deve-se ceder a birras e choros.
Como dito anteriormente, os pais devem estar muito atentos ao comportamento 
do filho para que a diferença entre birra e crise seja rapidamente observada.
As crises geralmente estão relacionados a fatores específicos. Podem sugerir um 
esgotamento mental da criança, ou até mesmo a dificuldade de saber lidar com sentimentos.
Outro ponto importante que pode estar ligado às crises é a condição de saúde da 
criança, como por exemplo um desconforto intestinal ou até mesmo uma alergia.
Pela sua condição, ela podenão conseguir se comunicar e dizer aos pais que está 
passando por alguma dificuldade, criando uma tensão e por fim gerando um comportamento 
semelhante a uma birra.
O Que Pode Ser Feito Para Evitar ou Controlar Crises
Mesmo buscando observar o ambiente e os fatores que desencadearam a crise 
para saber reverter essa situação, há momentos em que é difícil entender o que ocasionou uma 
crise.
Por isso é importante pensar em estratégias que ajudem a manter o bem estar da 
criança. As crises vão acontecer, mas precisamos criar metodologias que ajudem a resolver o 
problema o mais rápido possível.
Ande sempre com objetos que tranquilizam a criança e dos quais ela gosta. Esses 
objetos são ótimos para amenizar uma situação de crise. Pode ser um brinquedo, um jogo ou 
um objeto de que ela goste.
Conforme a criança for crescendo, você pode ensinar a ela maneiras de lidar com 
o estresse e situações desconfortáveis, como respirar fundo, contar até dez, afastar-se do am-
biente e pedir ajuda.
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Capítulo 09
Direitos e Legislação
De acordo com alguns autores, as primeiras iniciativas especializadas na educa-
ção de pessoas com deficiências surgiram na França, em uma escola que tinha como objetivo 
fazer pessoas mudas falarem e uma instituição em que o foco era a educação de pessoas surdas. 
Assim foi criado o método de comunicação por linguagem de sinais por Charles M. Eppé. Mais 
tarde foi criado por Louis Braille o sistema de escrita e leitura sobre relevo, sendo denominado 
sistema braile.
O início da educação para deficientes intelectuais aconteceu por meio do médico 
Jean Marc Itard. Consistia em métodos de ensino da repetição de experiências positivas na vida 
do indivíduo.
A primeira instituição pública focada em deficiência intelectual foi criada pelo 
médico Edward Seguin, que usava o método educacional originado da neurofisiologia, que 
consiste em uso dos recursos didáticos como música, artes e cores para assim despertar a mo-
tivação dos alunos.
O século XX foi marcado pela declaração dos direitos humanos (1948), que as-
segurou a educação pública e gratuita para toda a sociedade juntamente com o movimento 
nacional de defesa dos direitos das pessoas com deficiência, que por sua vez defendem as opor-
tunidades educacionais iguais para todos.
Surge então o documento Declaração de Salamanca (1994), fortalecendo as po-
líticas inclusivas. Segundo esse documento, necessidades educacionais especiais vão além de 
crianças com deficiência no âmbito escolar.
A Declaração de Salamanca inclui também todas as crianças que por algum moti-
vo não tem acesso à escola, afirmando ainda que o princípio fundamental da escola inclusiva é 
o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de 
quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter.
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A Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL,1961), pela primeira vez trouxe o direito dos 
excepcionais à educação. O atendimento educacional para as pessoas com deficiências passa 
ser regido pela Lei Nº4.024/61, que trata dos direitos de educação, preferencialmente dentro 
do sistema regular de ensino.
A Constituição Federal (BRASIL,1988) determina o atendimento educacional es-
pecializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na rede regular.
Ela ainda determina a obrigatoriedade de matrícula de alunos com deficiências 
nos estabelecimentos públicos ou particulares oficiais, de forma que todas as diferenças fiquem 
juntas em uma mesma sala de aula.
A LDB, Lei N° 9394(BRASIL,1996), em concordância com as legislações e docu-
mentos anteriores que amparam a inclusão educacional, menciona em seu art. 58 que a oferta 
da educação especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para os 
educandos com necessidades especiais, havendo quando necessário, apoio especializado para 
atender as peculiaridades da clientela de educação especial. Não sendo possível sua inclusão nas 
classes comuns, o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especiali-
zados, sendo que a oferta da educação especial é dever constitucional do Estado, tendo início 
na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Do mesmo modo, quanto às incumbências dos sistemas de ensino, o artigo 59, 
caput e incisos, da Lei 9394 (BRASIL,1996), traz que as instituições de ensino devem assegurar 
aos educandos os recursos necessários de forma a atender suas necessidades, como os currícu-
los, métodos e técnicas, recursos educativos e organização específica, assim como professores 
capacitados e especializados que possam atender a esses alunos.
Além de educação especial para o trabalho visando a sua efetiva vida em socieda-
de, condições adequadas para aqueles que não revelarem capacidade de inserção no trabalho 
competitivo.
A inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro. A educação 
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inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção, abrangendo tanto quem tem deficiência física, 
como os que têm comprometimento mental ou são superdotados; enfim, todas as minorias e 
crianças que são discriminadas por qualquer outro motivo.
Inclusão está muito além de ser apenas uma necessidade - é um fator imprescin-
dível para o desenvolvimento de uma sociedade e seu convívio interpessoal. Inclusão é a forma 
de enxergar o outro como um ser humano igual a todos nós.
No Plano Nacional de Educação-PNE há diretrizes e metas a serem alcançadas 
até 2024. Na meta de número 04 o foco é que alunos de 4 a 17 anos com deficiências tenham 
acesso
É educação básica e ao atendimento educacional especializado preferencialmente 
na rede regular de ensino, com a garantia de um sistema educacional inclusivo, com salas de 
recursos multifuncionais e serviços especializados.
Apesar de haver grandes avanços na competência conceitual, podemos dizer que 
ainda existem os preconceitos e estereótipos construídos culturalmente acerca de pessoas com 
deficiências e transtornos. Essas barreiras são por diversas vezes firmadas na negação das pos-
sibilidades dessas pessoas, acreditando assim em suas limitações e incapacidades. São pré-con-
ceitos que devemos e podemos interromper.
A legislação que abrange os direitos das pessoas com TEA é resultado do esforço 
mútuo de organizações como a ABRA (Associação Brasileira de Autismo) e a AMA (Associação 
dos Amigos do Autista) em conjunto com as famílias, que fazem frente aos movimentos políti-
cos que cada vez mais abrem espaço para a discussão sobre essa condição que hoje atinge cerca 
de dois milhões de brasileiros.
Dentre muitas leis, a principal é a lei 12.764/2012, que é chamada de “Lei Bere-
nice Piana”, em homenagem a uma mãe que, desde que recebeu o diagnóstico de seu filho, luta 
pelos direitos das pessoas com autismo.
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Essa lei é responsável por organizar a Política Nacional de Proteção dos Direitos 
das Pessoas com Autismo. Para além dessa lei, temos a instituição de programas sociais.
Desde 2012 com a lei 12.764, os autistas e a família passam a ter acesso à Rede 
de Cuidados à Pessoa com Deficiência, que abarca uma série de programas que vão desde o 
diagnóstico até o acompanhamento posterior da criança, tanto na área da saúde quanto na 
educacional.
Antes dessas leis, eram comuns as reclamações com relação aos planos de saúde 
que se recusavam a oferecer tratamento apropriado. Hoje em dia, a legislação proíbe os planos 
de saúde de limitarem o número de exames.
Outra questão que também costumava ser um problema corriqueiro era a co-
brança de taxas extras por parte de escolas da rede de ensino privada.
Vale ressaltar que esses problemas ainda podem acontecer, mas a família tem o 
respaldo legal para reclamar seus direitos; porém o problema da desinformação ainda afeta 
muitas famílias, sendo que a presença de organizações ligadas à questão se faz muito importan-
te na conquista de direitos e na divulgação das informações.
Outra conquista importante por

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