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Exame Físico do Sistema Cardiológico

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Exame Físico Torácico Cardiológico 
POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) 
 
Manifestações Clínicas mais comuns do 
Sistema Circulatório: 
 Dispnéia (falta de ar); 
 Fadiga (cansaço); 
 Precordialgia (dor no peito); 
 Desconforto no peito; 
 Taquicardia (palpitações); 
 Desmaio; 
 Edema (inchaço); 
 Cianose; 
 Alterações periféricas. 
 
 Inspeção 
 Palpação 
 Ausculta 
INSPEÇÃO 
 
Alterações na coloração e turgor da pele 
podem representar alterações do sistema 
cardiocirculatório. 
A icterícia é a coloração amarelada podendo 
ser visualizada na pele e esclera do indivíduo 
que a apresentam devido ao excesso de 
bilirrubina no sangue que, no paciente 
cardiológico, pode acontecer por falha 
cardíaca (insuficiência cardíaca) acarretando 
em insuficiência hepática e quando bem 
acentuada na esclera pode representar 
aumento do colesterol e suas frações 
(hipercolesterolemia). 
A cianose é a coloração arroxeada que 
acontece por uma insaturação de oxigênio 
nos tecidos, podendo ser ocasionada por 
 
 
falha na bomba cardíaca ou pneumopatias, 
por exemplo. 
Na inspeção, além de observar a presença 
de lesões e cicatrizes, faz-se necessários 
ter atenção a possíveis abaulamentos e 
retrações da região precordial . Os 
abaulamentos podem evidenciar 
hipertrofias e dilatações cardíacas, além 
de derrame de pericárdio, inflamações, 
aneurismas de aorta, além de patologias 
pulmonares, deformidades esqueléticas e 
tumores. As retrações podem acontecer 
por inflamação do pericárdio (pericardite) 
e por deformidade esquelética. 
Nas extremidades dos dedos é importante a 
inspeção destes observando a presença 
do baqueteamento digital que também 
acontece por insuficiência de perfusão 
ocasionada por fallha da bomba cardíaca. 
 
 
 
 
PALPAÇÃO 
 
A palpação deve ser utilizada para avaliação 
do turgor da pele e presença de edema, o 
qual pode acontecer também em 
decorrência da insuficiência da bomba 
cardíaca. 
Direcionando para o pescoço, a avaliação 
das artérias carótidas e das veias 
jugulares também são relevantes para 
avaliação cardiocirculatória. 
Exame Físico Torácico Cardiológico 
POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) 
 
A inspeção e palpação da veia jugular deve 
ser realizada elevando a cabeceira do 
paciente a um ângulo de 45o e em casos 
patológicos observa-se a turgência da jugular 
a qual é denominada estase jugular. 
A presença do pulso carotídeo reflete a 
efetividade da bomba cardíaca o qual se 
ausente, representa situação emergencial de 
parada cardíaca. 
Ainda na inspeção e também utilizando 
a palpação, podemos ou não, localizar a 
ponta do ventrículo esquerdo se chocando 
contra a parede torácica. É o choque da 
ponta ou ictus cordis . Este pode ou não ser 
visível e/ou palpável, não significando 
alteração do exame físico caso não se 
consiga visualizá-lo ou palpá-lo. A 
localização do ictus cordis nos posiciona 
sobre o tamanho e posicionamento do 
coração . 
O deslocamento do ictus cordis indica 
dilatação e/ ou hipertrofia do ventrículo 
esquerdo, como ocorre na estenose aórtica, 
insuficiência aórtica, insuficiência mitral, 
hipertensão arterial, miocardiosclerose, 
miocardiopatias e algumas cardiopatias 
congênitas. 
 
Avalia-se a extensão do ictus cordis 
procurando-se determinar quantas polpas 
digitais são necessárias para cobri-lo. Em 
condições normais, corresponde a 1 ou 2 
polpas digitais. Nos casos de hipertrofia 
ventricular, são necessárias 3 polpas ou mais. 
Quando há grande dilatação e hipertrofia, o 
ictus cordis pode chegar a abarcar toda a 
palma da mão. 
 
 
 
 Em indivíduos adultos é localizado no 
5o espaço intercostal na linha 
hemiclavicular a esquerda; 
 Em crianças é localizado no 4o espaço 
intercostal na linha hemiclavicular a 
esquerda; 
 Em idosos é localizado no 6o espaço 
intercostal na linha hemiclavicular a 
esquerda. 
 
 
Abaulamento: Abaulamento desta região 
pode indicar a ocorrência de aneurisma da 
aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e 
alterações da própria caixa torácica. Para 
facilitar o reconhecimento de abaulamento, a 
observação da região precordial deve ser 
feita em 2 incidências: 
 Tangencial, com o examinador de pé 
do lado direito do Paciente; 
 Frontal, o examinador fica junto aos 
pés do paciente, que permanece 
deitado. 
A avaliação do retorno/preenchimento 
capilar se faz necessária para avaliação da 
perfusão que também poderá estar afetada 
por uma insuficiência da bomba cardíaca, 
lembrando que após compressão da 
extremidade dos dedos, o retorno capilar 
normal deverá acontecer em 3 segundos. 
 
Exame Físico Torácico Cardiológico 
POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) 
 
Manobra de Osler: Esta manobra baseia-se na 
palpação da artéria radial após insuflação do 
manguito acima da pressão sistólica. Diz-se 
que a manobra de Osler é positiva quando a 
artéria permanece palpável, mas sem 
pulsações. Esta manobra é frequentemente 
positiva em idosos. Classicamente, é 
considerada uma indicação de pseudo-
hipertensão arterial, mas os estudos mais 
recentes mostram que tanto sua 
sensibilidade quanto sua especificidade é 
baixa. No entanto, permanece válida como 
um sinal de alerta nos pacientes com pressão 
arterial elevada. 
 
AUSCULTA 
 
A ausculta da artéria carótida é uma prática 
que deve ser realizada para avaliação de 
possíveis obstruções na artéria que podem 
acarretar em diminuição do fluxo sanguíneo 
encefálico. Importante associar esta 
avaliação a possíveis achados de diminuição 
de perfusão cerebral como lipotímias e 
síncopes. 
Ainda no exame geral, também deve ser 
realizado a avaliação dos sinais vitais, que 
quando alterados podem indicar alteração 
cardíaca, dando ênfase para a medida da 
pressão arterial e verificação dos pulsos 
em todas as artérias. 
 
AUSCULTA DAS BULHAS CARDÍACAS 
B1: fechamento das valvas mitral e tricúspede 
(“tum”) (atrioventriculares), marcam o início da 
sístole, se fecham a mitral e após a tricúspide, 
tal evento ocorre em fração de segundos. 
B2: fechamento das valvas pulmonar e 
aórtica (“ta”), marcam o final da sístole e o 
início da diástole. 
 
Sendo assim, a ausculta normal deve ser 
sequencialmente de TUM/TÁ, TUM/TÁ, 
TUM/TÁ... 
Na ausculta a "altura do som" é chamado 
de fonese a qual não deve ser nem muito 
alto (bulhas hiperfonéticas) e nem muito 
baixo (bulhas hipofonéticas). 
Para a acurácia na ausculta cardíaca, o 
estetoscópio deverá ser posicionado em 
locais onde os sons das bulhas cardíacas 
são melhor auscultados. A estes locais 
denominamos de focos de ausculta 
cardíaca. 
 
FOCOS DE AUSCULTA CARDÍACA 
Os focos de ausculta cardíaca e sua 
localização são: 
 FOCO AÓRTICO: representa o melhor 
local de ausculta do fechamento da 
válvula aórtica, conseguindo obter 
colocando o estetescópio no 2º espaço 
intercostal seguindo a linha 
hemiclavicular a direita; 
 
 FOCO PULMONAR: representa o melhor 
local de ausculta do fechamento da 
válvula pulmonar, conseguindo obter 
colocando o estetescópio no 2º espaço 
intercostal seguindo a linha 
hemiclavicular a esquerda; 
 
 FOCO TRICÚSTIDE: representa o melhor 
local de ausculta do fechamento da 
válvula tricúspide, conseguindo obter 
colocando o estetescópio na base do 
processo xifóide; 
 
 FOCO MITRAL: representa o melhor 
local de ausculta do fechamento da 
válvula mitral, conseguindo obter 
colocando o estetescópio no 5º 
Exame Físico Torácico Cardiológico 
POR CARLA PAIXÃO (@CAMIOLIPA) 
 
espaço intercostal seguindo a linha 
hemiclavicular a esquerda. 
 
 
 
As bulhas cardíacas devem ser auscultadas 
num mesmo ritmo, sem interferências, 
porém a ausculta cardíaca pode ser 
afetada devido a um possível 
turbilhonamento do sangue ao passar 
dentro das válvulas ou também devido o 
não fechamento adequado das válvulas. 
Estas situações fazem surgir os sopros 
cardíacos e estes, caracterizados pelas 
situações descritas acima, podem ser 
de ejeção ou de regurgitação . Sopros de ejeção : são formados 
quando o sangue segue o 
sentido normal da corrente porém 
de forma turbulenta, caracterizando 
as estenoses valvares . 
 Sopros de regurgitação : são 
formados quando o sangue circula 
em sentido contrário a 
corrente sanguínea por uma 
incompetência da válvula em se 
fechar adequadamente, 
caracterizando as insuficiências 
valvares. 
 
Os sopros podem ser sistólicos, diastólicos 
ou sistodiastólicos. Quando auscultados 
devem ser descritos o tipo e a localização 
do mesmo para identificação do 
acometimento cardíaco. 
SOPROS 
São ruídos mais duradouros que as bulhas, 
causados pelo fluxo turbulento de sangue 
através de uma valva estreitada, ou que 
fecha-se inadequadamente. Pode ser defeito 
congênito da parede do ventrículo ou ainda 
um fluxo inadequado entre as artérias aorta 
e pulmonar. 
 
Utilizam-se abreviaturas na prática clínica 
para se anotar o que foi observado no exame 
físico, para este período do exame anotamos 
a normalidade como: AC= BRNF em 2T sem 
sopros. 
Podemos encontrar alterações como: 
 Arritmias: BANF em 2TS/S 
 Hipo ou Hiperfonesia Cardíaca: BRH F 
em 2T S/S 
 Sopros: BRNF em 2T com sopros. 
 Presença de 3 ou 4 bulhas: BRNF em 3 
ou 4 T S/S 
Quando as bulhas cardíacas se tornam 
hiperfonéticas, podem ser sentidas pela mão 
como um choque de curta duração. A este 
fenômeno, denomina-se choque valvar. Isso 
também ocorre com os cliques de maior 
intensidade, que também chegam a ser 
palpáveis.

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