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Trauma pélvico 1 Trauma pélvico ANATOMIA VASCULAR DA ÁREA PÉLVICA Anel pélvico Órgãos QUADRO CLÍNICO EXAME FÍSICO RADIOGRAFIA TOMOGRAFIA Exame uretral, perineal, retal, vaginal e glúteo MEDIDAS AUXILIARES Sondagem gástrica e vesical FRATURAS PÉLVICAS E LESÕES ASSOCIADAS CLASSIFICAÇÃO DE TILE PARA FRATURAS PÉLVICAS CLASSIFICAÇÃO DE YOUNG BURGESS TRATAMENTO ESTABILIZAÇÃO DA PELVE Fixadores externos TRATAMENTO CIRÚRGICO ANGIOGRAFIA COM EMBOLIZAÇÃO PACIENTES ESTÁVEIS PACIENTES INSTÁVEIS SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Trauma genital e trato urinário baixo Fratura peniana Trauma uretral Trauma uretra posterior Trauma testicular TRAUMA VESICAL TRAUMATISMOS ANORRETAIS Causas Quadro clínico Retossigmoidoscopia Tratamento Reto Canal anal Trauma pélvico 2 Suspeitar → Paciente em choque com lavado peritoneal negativo ou USG FAST sem líquido livre na cavidade ANATOMIA VASCULAR DA ÁREA PÉLVICA Trauma pélvico 3 Anel pélvico 2 ossos do quadril que se unem posteriormente ao sacro Junção anterior → Sínfise púbica (40% da estabilidade do anel) 60% da estabilidade são de responsabilidade dos ligamentos posteriores Órgãos Bexiga Reto Vasos ilíacos Trauma pélvico 4 Mulheres → Útero, ovários, tubas e vagina Trauma pélvico 5 QUADRO CLÍNICO Variável Lacerações/hematomas em flanco, períneo e região escrotal Uretrorraia Sangramento retal ou vaginal Descolamento cranial da próstata Rotação e ou encurtamento dos membros inferiores Nas suspeitas → Avaliar instabilidade do anel pélvico pela rotação e aproximação das cristais ilíacas na linha média Realizar essa manobra com cuidado, pelo possível agravamento das lesões Sempre avaliar perfusão dos MMII Hipotensão inexplicável pode ser inicialmente a única indicação de ruptura pélvica grave Instabilidade mecanica do anel pélvico deve ser considerado em pacientes com hipotensão e nenhuma outra fonte de sangramento Colocação de dipositivos para fechar o anel élvico é uma prioridade e pode ser salvadora nessa circunstância Trauma pélvico 6 EXAME FÍSICO Evidencia de ruptura da uretra (hematoma no escroto ou sangue no meato uretral) Discrepancia entre o comprimento dos membros ou deformidade rotacional da perna sem fratura óbvia Nesses casos a manipulação da pelve pode ser prejudicial por desalojar o coágulo formado Palpar anel pélvico cuidadosamente para buscar dor Hemipelve instavel migra cranialmente por causa das foças musculares Cinta → Sobre os trocanteres maiores Anormalidades neurológicas distais ou feridas abertas no flanco, perineo, vagina ou reto → pode evidenciar instabilidade do anel pélvico RADIOGRAFIA OBS.: Lesões pequenas passam desapercebidas nos exames radiológicos Radiografia AP da pelve é útil Junção sacrilíaca Sínfise púbica Trauma pélvico 7 TOMOGRAFIA Exame de escolha → Paciente estável Preconizado que seja feito com contraste Extravasamento sanguineo Maior acurácia para fraturas Hematomas pélvicos Ruptura de ligamentos Exame uretral, perineal, retal, vaginal e glúteo Sangue no meato uretral → Lesão uretral Equimose ou hematoma no escroto e períneo → Lesão uretral Trauma contuso → Exame retal → avaliar tonus do esfíncter e integridade da mucosa retal e identificar fraturas palpáveis da pelve Sangue na luz do reto → Pode indicar perfuração intestinal Não realizar cateterismo vesical em um paciente com hematoma perineal ou sangue no meato uretral antes de avaliar definitivamente se há lesão uretral Fragmentos ósseos de fratura pélvica ou ferimentos penetrantes podem lacerar a vagina Tampões → Foco tardio de sepse em traumatizados Trauma pélvico 8 A região glútea se estende das cristas ilíacas até as pregas gluteas MEDIDAS AUXILIARES Sondas após via aérea, ventilação, circulação diagnosticados e tratados Contraindicação de FAST ou LPD → é indicação de laparotomia Exames contrastados → Cistografia → Diagnosticar uma rotura intra ou extraperitoneal da beiga Sondagem gástrica e vesical Aliviar dilatação gástrica aguda e descomprimir o estomago antes da LPD (quando indicada) Sangue no conteudo gástrico → Lesão no esofago ou TGI superior Fraturas graves da face ou suspeita de fratura de crânio → sonda gástrica deve ser inserida pela boca Sondagem vesical → Identificar sangramentos, monitorar débito urinário como indice de perfusão tecidual e descomprimir bexiga antes de LPD Bexiga cheia facilita a obtenção de imagens no FAST Hematuria macroscópica → Sinal de trauma do trato genitourinario (rins, ureteres e bexiga) Ausencia de hematúria não exclui lesões do trato genitourinário Na incapacidade de urinar espontaneamente, presença de fratura pélvica instável, sangue no meato uretral, hematoma escrotal ou equimose perineal → uretrografia retrógrada é mandatória para confirmar integridade da uretra antes de inserir sonda vesical FRATURAS PÉLVICAS E LESÕES ASSOCIADAS Fraturas pélvicas associadas a hemorragia comumente apresentam ruptura dos ligamentos ósseos posteriores (sacro iliaco, sacro tuberoso, sacro espinhoso e Trauma pélvico 9 fibromuscular do assoalho pélvico) Lesão do anel pélvico → Acidentes automobilisticos, acidentes de moto, atropelamentos, esmagamento direto da pelve ou quedas Compressão AP → colisões frontais de motocicleta e carros → Rotação externa da hemipelve com afastamento da sínfise púbica e esgarçamento do complexo ligamentar posterior → Anel pélvico rompido afasta rompendo o plexo venoso posterior e os ramos do sistema arterial ilíaco interno Lesão por compressão lateral → Força lateral diretamente aplicada a pelve → Comum em colisão de carros, hemipelve gira internamente durante a compressão lateral reduzindo o volume pélvico e reduzindo a tensão nas estruturas vasculares pélvicas → Essa rotação interna pode direcionar o pubis ao sistema geniturinario inferior causando lesoes potenciais na bexiga e ou uretra Cisalhamento vertical da articulação sacroiliaca → romper vascularizacao iliaca e causar hemorragia grave Rompe ligamentos sacrotuberoso e sacroespinhoso levando a instabilidade pélvica, queda de altura superior a 3,66 CLASSIFICAÇÃO DE TILE PARA FRATURAS PÉLVICAS Clínica e radiológica TIPO A: Arco posterior intacto → Sem deslocamento e estável TIPO B: Incompleta do arco posterior → Rotação interna ou externa Instável → Rotacional Estável → Vertical TIPO C: Completa do arco posterior Trauma pélvico 10 Deslocamento vertical Instável rotacional Instável vertical CLASSIFICAÇÃO DE YOUNG BURGESS Vetor força Compressão antero posterior APC Compressão lateral LC Cisalhamento vertical VS Instável ou estável Trauma pélvico 11 APC → Disjunções da sínfise púbica nos tipos I e II No tipo III → Lesões nos ligamentos sacro ilíacos posteriores ocasionando instabilidade rotacional e vertical LC → Exemplo.: atropelamento, lesões do trato geniturinario (lateral) LC I são estáveis LCII – ruptura do ligamento sacro ilíaco posterior podendo ser instáveis ou estáveis LCIII – destruição da articulação sacro ilíaca, ruptura dos ligamentos sacro espinhoso e sacro tuberoso- rotação externa contralateral – geralmente se associa lesão neurovascular APC → Exemplo.: Esmagamento (antero-posterior) Vertical → Desalinhamento de suas fraturas no mesmo lado TRATAMENTO Seguir os preceitos do ATLS Trauma pélvico 12 Sempre suspeitar nos pacientes em choque sem sangramento aparente Uma pelve instável pode represar até 4L de sangue Exigência da participação de múltiplos especialistas ESTABILIZAÇÃO DA PELVE Objetivo → Estabilizar focos de fratura Pré-hospitalar → Lençol amarrado circunferencialmente ao nível dos trocanteres maiores do femures Embolização angiográfica para parar hemorragia arterial Empacotamento pré-peritoneal → Metodo alternativo quando a embolização demorar ou nao estiver disponivel Pelvic blinders Trauma pélvico 13 Fixadores externos TRATAMENTO CIRÚRGICO Laparatomia exploradora tem papel limitado no trauma pélvico isoladoexceto para tratar lesões intra-abdominais concomitantes Nas lesões isoladas utiliza-se o acesso extraperitoneal por incisão intraumbilical com descolamento do pré vesical, pré sacral e pélvico lateral com tamponamento por compressas Trauma pélvico 14 ANGIOGRAFIA COM EMBOLIZAÇÃO Disponível em poucos serviços Indicado nos casos de pacientes instáveis com sangramento arterial Indicado após avaliação tomográfica com extravasamento de contraste PACIENTES ESTÁVEIS Adaptado de Mattox e Cols Blush → Extravasamento do contraste PACIENTES INSTÁVEIS Adaptado de Mattox e Cols Trauma pélvico 15 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Trauma genital e trato urinário baixo Diversos mecanismos tanto peniano, escrotal, testicular e vulvar (sangramento vaginal) Traumas bruscos Penetrantes Trauma pélvico 16 Amputação Mordida Queimadura Metade ou 1/3 dos traumas geniturinarios envolvem genitalia externa Mais comuns: Fratura de penis, ruptura testicular e trauma penetrante peniano Fratura peniana Ruptura da túnica albugínea ▪ Encurvamento forçado durante ereção História clínica ▪ Som: “estalo”, rápida detumescência e equimose. ▪ Diagnóstico clínico pela inspeção ▪ Dúvida Diagnóstica ▪ Cavernografia, US ou RM ▪ Dúvida mantida: cirurgia. Associado a trauma uretral em 10-20% ▪ Sintomas: Uretrorragia, hematúria, incapacidade de urinar. ▪ Urina I (hematúria micro), UCR. Trauma peniano penetrante Atenção com lesões superficiais Trauma pélvico 17 Tratamento conservador sem lesão da fáscia de Buck Amputação peniana Geralmente auto-mutilação Associação com doença psiquiatrica severa Evolver peça em gaze com solução fisiológica dentro de saco plastico e gelo no transporte Reimplantação com reparo microvascular Anastomose uretral Reconstrução corpos cavernosos e esponjoso Até 24h após Queimaduras e perdas teciduais Avaliação inicial Exploração cirúrgica, limpeza e irrigação e desbridamento Reconstrução em mais de uma etapa Enxertos, retalhos em segundo tempo Curativos Gaze com trocas frequentes Sulfadiazina de prata ou ATB tópico Curativos a vacuo Trauma uretral Mulheres Quase exclusivamente trauma pélvico Edema de lábios e sangramento vaginal Iatrogênico Cateterização, instrumentação ou cirurgia Trauma pélvico 18 Trauma uretra posterior Acidentes automobilísticos, atropelamentos Maioria das lesões ocorrem na junção bulbomembranosa ao nível da membrana perineal Tônus esfincteriano preservado na maioria das vezes Uretrocistografia: instilação lenta de 20ml de contraste Alto risco de lesão uretral Disjunção sacroiliaca e fratura de ramos púbicos Manejo Cistotomia e reconstrução tardia Evita manipulação cirúrgica na fase aguda Uretroplastia em condições ideias e em centro de referencias Realinhamento endoscópio primário: até 2 semanas depois Diminui risco de estenose Facilita uretroplastia tardia para reduzir área de fibrose Cistoscopio rígido, flexível ou sonda metálica → Passagem de fio guia anterógrado ou retrógrado → Sonda vesical de demora por 4 semanas Uretroplastia com anastomose bulbomembranosa 3-6 meses após o trauma Incontinencia pode ocorrer Avaliação Lesões contusas ou penetrantes da uretra bulbar ou peniana Reparo imediato → Fio: monofilamentar absorvível Sangue no meato, hematoma perineal, hematuria macro e retenção Trauma uretro bulbar → Queda a cavaleiro Sangue no meato Trauma pélvico 19 Equimose perineal Manejo Se a fratura peniana associada → Exploração cirurgica precoce + evacuação de coágulo + controle hemorrágico + reparo das lesões Cistografia miccional e uretrografia retrógrada Reconstrução tardia = uretroplastia anastomótica terminoterminal Trauma testicular Deslocamento testicular Trauma fechado; automobilistico Inguinal ou abdominal Redução manual ou orquidopexia imediata Hematocele Trauma pélvico 20 Acúmulo de sangue entre as fáscias testiculares, pode estar associada a ruptura testicular USG escrotal TC ou RNM Tratamento conservador → Hematocelepequena Exploração cirúrgica → Hematocele maior → Aumento taxa de complicação Ruptura testicular Dor súbita, náuseas, vomitos e síncope + equimose e edema escrotal USG escrotal: perênquima heterogêneo com perda de definição de contorno Exploração cirúrgica se ruptura ou dúvida Dor crônica ou atrofia testicular Trauma testicular Exploração cirúrgica, desbridamento, reconstrução primária dos folhetos Se dano importante, paciente instavel → Orquiectomia TRAUMA VESICAL CAUSAS Contusos → Acidentes automobilistico, quedas Penetrantes: FAB/FAF Iatrogenia cirúrgica Rupturas espontâneas LESÃO EXTRAPERITONEAL Fraturas pélvicas Diástese púbica >1cm Fratura de ramos púbicos Lesão intraperitoneal Aumento da pressão intravesical na bexiga distendida Trauma pélvico 21 Trauma penetrante é raro DIAGNÓSTICO CLÍNICO E RADIOLÓGICO Cistografia ou cistografia por TC Hematura microscopica + fratura pélvica Hematuria microscópica +alto risco de fratura pélvica Outros: bexigoma, distensão abdominal, aumento de ureia e creatinina, ferimentos no abdome inferior, perineo ou nadegas TRATAMENTO Lesões extraperitoneais não complicada Tratamento conservador com sonda vesical de demora Lesões extraperitoneais complicadas Reparo cirúrgicos Rupturas VesicaisIntraperitoneais • Trauma contuso ou penetrante: reparo cirúrgico. Cúpula vesical • Verificar estruturas: meatos ureterais e colo vesical • Paciente instável: sondagem de demora e reparo posterior • Seguimento comcistografia. TRAUMATISMOS ANORRETAIS Reto ▪ 15 cm em média Trauma pélvico 22 ▪ Porção intraperitoneal ( 2/3 anteriores e 1/3 lateral) ▪ Porção extraperitoneal ( 1/3 anterior inferior, 2/3 laterais e toda parte posterior) Canal anal ▪ Se inicia na linha pectínea ▪ Esfíncter interno ▪ Esfíncter externo Causas ▪ São lesões raras devido a sua localização anatômica bem protegida ▪ Lesões penetrantes/empalamentos ▪ Lesões pélvicas contusas geralmente associadas a acidentes de moto ou automobilísticos Quadro clínico ▪ Dor abdominal ou pélvica ▪ Obstipação –Tenesmo ( fases mais tardias) ▪ Sangramento anorretal ▪ Hematomas e equimoses locais ▪ Toque retal : avaliar tônus esfincteriano , presença de sangramento, possível laceração. Retossigmoidoscopia ▪ É o padrão ouro na avaliação das lesões anorretais ▪ Realizada sob sedação Classificação da associação americana cirurgia do trauma Trauma pélvico 23 Tratamento Classicamente a conduta mais adotada se baseava na rafia seguida de colostomia para derivação. Tendência atual nas lesões superficiais e menores < 50% de circunferência é evitar colostomia. Nas lesões intraperitoneais a conduta é igual a conduta das leões de colon – rafia primária + colostomia ( não obrigatória) + ATB de amplo espectro Reto ▪ Nas lesões de grau III, desvascularização segmentar a rafia ou quando necessária ressecção e anastomose deve-se somar a colostomia . ▪ Drenagem do espaço pré-sacral deve ser realizada ▪ Lavar o reto distal Canal anal ▪ Rafia da lesão, esfincteroplastia ▪ Laxantes ▪ Lesões graves considerar derivação – colostomia em alça
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