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IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1492 ATUALIZAÇÕES HISTÓRICAS ACERCA DO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NO CEARÁ1 Elione Maria Nogueira Diógenes (UFAL) elionend@uol.com.br Vagna Brito Lima vagnabrito@yahoo.com.br Vanuzia Brito Lima vanuzialima@hotmail.com (REE‐ Ce) Resumo O texto que ora apresentamos tem como tema a gestão democrática no Ceará. Trata‐se em verdade de uma recuperação do tecido histórico do processo de implantação/implementação da política de gestão democrática. É sabido que as décadas finais do século XX foram ricas em processos de mutação no que diz respeito aos novos rumos da educação. A área que particularmente mais sofreu modificações foi à gestão, hoje assim compreendida. Entretanto, as raízes da gestão democrática são mais antigas do que podemos imaginar. Em outras palavras: a gestão democratizada sempre foi um anseio da classe trabalhadora em educação desde os pioneiros da educação em 1930. Neste texto trabalhamos com uma perspectiva de história de longa duração na concepção de Braudel (1992, 1983a e 1983b) e recuperamos fontes documentais oficiais que dão conta dessa realidade. Metodologicamente mergulhamos no arcabouço de pareceres, resoluções, planos de governo da época aqui discutidos (1995 a 2012) no sentido de apreender os sentidos e as concepções adotadas no que diz respeito à democratização da gestão no espaço territorial da escola. Os resultados a que chegamos informa que a gestão democrática no Ceará antecedeu ao movimento de reforma educacional da década de 1990, precisamente o ano de 1996 com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 e tem sua gênese nas lutas da esquerda progressista cearense. Mais certamente: a gestão política do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) se apropriou dessas lutas e adaptou o modelo à sua forma particular de hegemonia política no cenário do neoliberalismo brasileiro. Palavras‐chave: Gestão democrática. Elementos históricos. Longa duração. I – Anunciando O Tema E Suas Implicações Teórico‐Práticas Evocar a história é trazer o tempo da memória para o presente. O delineamento do percurso histórico da implementação da política pública de gestão democrática torna mais fácil entender a materialidade histórica desse processo no cenário cearense, compreendendo inclusive as forças hegemônicas determinantes para sua efetivação no ambiente da educação escolarizada. Isto é importante para se compreender por que atualmente a gestão democrática é colocada 1 Trabalho realizado com apoio do CNPq. IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1493 como “remédio” para as problemáticas enfrentadas pela escola públicas. Nem sempre foi assim. Há um tempo (não tão além) a democratização da escola pública era uma luta das organizações sociais de tendência política à esquerda. O que aconteceu para que “bandeiras” históricas do movimento da classe trabalhadora fossem “assumidas” pelo poder hegemônico como solução no contexto de enxugamento do Estado em época de neoliberalismo? Esta foi a principal pergunta que a pesquisa tentou responder. Nisto percorre o caminho e a trilha não sempre clara da história. Por isto a concepção de longa duração de Braudel (op. cit.) serviu‐nos de guia, pois trabalhar com tal concepção pressupõe multiplicar as fontes estudadas. Assim, o trabalho por nós comunicado no evento parte da premissa de que o tempo presente tem raízes no tempo pretérito que por sua vez pode ou não ser ressignificado, no caso da pesquisa efetivada foi possível abranger diferentes momentos históricos com predominância para os anos 90 do século XX e os posteriores do XXI. Caracterizado como o amplexo dos extremos (HOBSBAWN, 1994), o século XX representou, ao mesmo tempo, a era das catástrofes, da barbárie e dos assassinatos em massa. Não menos, exprimiu o predomínio das forças humanas sobre a natureza, em que o progresso científico e tecnológico suscitou modificações econômicas, sociais, políticas e culturais. Nesse século se viveu a queda dos sistemas socialistas de produção e se tornou hegemônica uma economia de mercado – designada por cientistas sociais e economistas como globalização financeira ou mundialização do capital –, ordem econômica mundial que menospreza os direitos sociais e impõe novas regulações às relações entre capital e trabalho. Em tal período ocorre o ressurgimento dos paradigmas liberais da economia capitalista, nos quais se retoma a defesa das desigualdades e das vicissitudes individualistas como ponto de partida e de chegada das relações humanas, depois de se ter consagrado como direito universal o Estado do bem estar social (Welfare State). Historiadores, filósofos, sociólogos, cientistas políticos, antropólogos e economistas têm escrito obras analíticas movidos pelo interesse de tornar essa época histórica compreensível às gerações que nasceram e viveram em seu interior percursivo e que necessitam, caso queiram agir de modo proativo, conhecê‐lo melhor, porque os momentos de grandes reestruturações do capital vêm acompanhados de intensas desestruturações sociais. IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1494 Entretanto, muitas das mudanças que eclodiram com força nesse período vêm de longe, muito longe. No que diz respeito às profundas transformações no campo da política educacional brasileira isto é singularmente verdadeiro. Ao observarmos o território cronológico das alterações no ordenamento da política educacional é visível que uma grande parte delas é originada do espaço de luta social histórico no país. No caso aqui analisado, o estado do Ceará tal realidade constituiu‐se na marca de introdução dessas mudanças e antecedeu em certo sentido o movimento das mudanças no cenário nacional. Por considerar tal condição histórica, o presente texto pauta‐se na perspectiva de compreender o arcabouço histórico em que se constitui o processo de implantação/implementação da política de gestão democrática enquanto princípio constitucional (Constituição Federal de 1988), regulamentado na legislação educacional brasileira (LDB 9.394/96) e seus desdobramentos nos espaços escolares. II – A Tessitura Histórica Da Reforma E Dentro Dela A Gestão Democrática Maupassant2 colocava com muita propriedade que era necessário sempre descobrir aspectos poucos vistos ou mesmo nunca vistos por outro olhar no sentido de redescobri‐los. É isto que fazemos ou tentamos fazer. Por isto é importante entender o panorama histórico do período em foco: ocaso da década de 1980. No Brasil, a ditadura arqueja fracamente. Nas ruas as pessoas respiravam os primeiros ares da redemocratização. No Ceará, uma nova elite político‐econômica ascende ao poder. É perceptível o clima de euforia nas ruas, nas praças e noutros espaços públicos e privados da capital e do interior cearense não passa desapercebido a qualquer observador menos desavisado. Ao se mirar com mais cuidado o olhar, parecia que “caras e bocas”, num verdadeiro “frenesi coletivo”, queriam dizer a um só tempo: “nada será como antes amanhã”. Este amanhã se constituiu na vitória de um autêntico representanteda burguesia industrial, Tasso Ribeiro Jereissati, ao governo do Ceará no ano de 1986. Com um discurso sustentado pelo termo “mudança”, o empresário Tasso Ribeiro Jereissati conseguiu eleger‐se governador de um dos estados mais pobres e atrasados da Federação. Nos termos de Gondim (1997, p. 33): 2 Guy de Maupassant, escritor francês, 1997. IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1495 Constituem palavras‐chave do seu discurso termos como ‘mudança’, ‘miséria’ e ‘clientelismo’, articulados de modo a enfatizar a eliminação desse último como a grande novidade que se faz necessária não apenas como um fim moralizador em si mesmo, mas como um meio de acabar com a ‘pobreza absoluta’. Inaugura‐se, pois, no Ceará o “governo das mudanças” por um novo grupo hegemônico de lideranças que consolidou o seu domínio político por quatro mandatos consecutivos (1987‐1990; 1991‐1994; 1995‐1998; 1999‐2002). O “grupo das mudanças” como assim era conhecido e reconhecido pela população, implantou no Estado um projeto de modernização da administração pública e um pacote de reformas políticas e administrativas de caráter neoliberal. No expressar‐se de Nobre (1999, p. 72): O grupo cearense demonstrará capacidade de influir no projeto neoliberal que tem se consolidado no Brasil desde o período do governo Collor até hoje. E ainda, em alguns aspectos, os ‘governos das mudanças’ chegam a se antecipar às reformas e políticas com esse caráter. A preocupação angular consistiu em investir na reabilitação da competência financeira e administrativa da máquina estatal, para encarar as novas configurações do processo de acumulação capitalista internacional. Isso atingiu em cheio a redefinição da função do poder político na economia, e, a modificação de sua estrutura burocrática, tendo em vista uma maior “eficiência nos trâmites burocráticos e um funcionamento eficaz da sua dinâmica interna” (CEARÁ, 1995). O líder mais visível do “grupo das mudanças”, o governador Tasso Ribeiro Jereissati, exerceu inclusive, enorme influência no sentido de viabilizar as reformas neoliberais no Brasil, a partir da própria explicitação do perfil ideal do Ministro da Fazenda de Itamar Franco, que seria o grande condutor desse processo em nível nacional: Alguém integrado com o pensamento político do governo, do presidente Itamar, mas que seguisse uma linha que está sendo apregoada pelo partido e pela quase unanimidade do pensamento econômico do Brasil. Alguém que partisse para uma política de abertura da economia, mas uma abertura gradual, para um programa de privatização, mas também gradual, pensado e discutido com a sociedade, alguém que tivesse a inflação como meta principal de política econômica (...) que tivesse preocupação com a eficiência da administração pública e não fosse ligado a nenhum tipo de política clientelista e fisiológica. (JEREISSATI apud NOBRE, 1999, p.75. Grifos no original). IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1496 Os novos atores sociais da política local entraram em cena com uma proposta política econômica nitidamente neoliberal, e durante todo o seu percurso pelas trilhas do poder buscaram consolidar no Ceará este projeto. Essa nova elite política e econômica cearense conseguiu o apoio da grande maioria da população, para efetivar as mudanças projetadas de modernização da máquina administrativa. Nesta perspectiva, pôde efetivar as necessárias alterações que garantiram a sustentação do ideário neoliberal, na condução das transformações das condições locais, e levaram o estado cearense a uma adequação à nova ordem econômica de acumulação do capital no Brasil e no mundo. III – Gravando e Grafando a História: gestão democrática em foco O esforço empreendido pela Secretaria da Educação Básica (SEDUC), no sentido de acompanhar o contexto da reforma educacional brasileira circunscreve‐se nos idos de 1995, ficando conhecido como a “Caminhada Cearense”3 embalado pela doce sonoridade da reviravolta do cenário político no despontar de 1986, que atravessou toda a década de 1990. Esta será conhecida como o arquétipo cronológico das reformas educacionais, que diziam os mais desavisados iria transformar a “cara da educação” no Ceará, com a política educacional formulada no compasso do “Todos pela Educação de Qualidade para Todos”. Nos termos do Documento de Avaliação do Projeto: O Governo do Ceará está extremamente comprometido com a elevação da qualidade educacional e com o sucesso dos alunos, tendo dado início à implementação de programas para a consecução desses objetivos, mesmo antes que a nova legislação federal fosse aprovada em 1996. Um programa estadual, chamado ‘Todos pela Educação de Qualidade para Todos’ foi lançado em 1995, para aumentar a conscientização da sociedade sobre as questões educacionais, aumentar as matrículas e melhorar a qualidade do ensino fundamental. Entre 1995 e 1997, o Estado deu início a um esquema similar ao atual Fundo de Desenvolvimento da Educação e Incentivo aos Professores – FUNDEF, patrocinado pelo Ministério da Educação (MEC), garantindo recursos educacionais para os 124 municípios que concordaram em participar do Concurso Unificado para Professores. Desde a aprovação, em 1995, da lei de Municipalização do Ceará, 115 escolas primárias estaduais (90% do total, porém 100% das escolas primárias 3 Expressão utilizada pelo ex‐secretário da Educação do Estado, Antenor Manoel Naspolini, ao referir‐se a sua gestão (1995‐2002). IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1497 estaduais do interior do Estado), com seus aproximadamente 22.500 alunos, foram transferidos para a jurisdição municipal, tendo melhorado a cooperação entre o estado e o Município. Em conseqüência, o número de alunos matriculados nas escolas estaduais, da 1ª a 4ª série, diminuiu cerca de um sexto (de 301.598, em 1996, para 248.236, em 1998), enquanto o das escolas municipais aumentou um terço (de 659.364 para 889.673, respectivamente) no mesmo período. (CEARÁ, 2000, p.8). Isso significa que o Estado do Ceará, através da SEDUC, fez bonito o “dever de casa” proposto pelos especialistas das agências multilaterais de financiamento. Nos programas implantados pela SEDUC, percebe‐se com nitidez o viés defendido por essas agências, ou seja, uma reforma que remete a própria escola à responsabilidade sobre seu destino. No dizer de Casassus (2002, p.58): No início dos anos 90, foram elaboradas reformas educacionais cujo ponto central era dar mais iniciativa às escolas e colocar grandes expectativas numa política baseada no investimento de insumos. Estas políticas tiveram um apoio importante dos organismos de crédito internacional, tais como o Banco Mundial e/ou o Banco Inter‐Americano de Desenvolvimento. A impulsão dessa política, contudo, só se dá na segunda gestão do ex‐secretário da Educação Básica, Antenor Manoel Naspolini (1999‐2002). A política do período pode ser assim resumida “A focalização na escola, anunciada com amobilização iniciada em 1995, toma agora contornos mais visíveis” (CEARÁ, 2001, p.184). O alvo de convergência da política educacional ao que tudo indica era a “escola como ponto de partida” (CEARÁ, 1996). Os programas e projetos implantados nesse período vão ao encontro desse paradigma, em que enfatiza as questões como a descentralização, a democratização, a socialização das decisões e a divisão das responsabilidades em torno de um discurso homogêneo que num “feixe de luz” refletia idéias como qualidade, equidade, eficiência e eficácia. Sem contar com a forte evidência dada aos ensinos de Português e Matemática em detrimento das outras áreas do conhecimento. Isso estava em consonância com a circularidade de transformações que “varavam” mundo, em especial o mundo da educação latino‐americana. Neste sentido, pode‐se afirmar que o estado do Ceará estava em “sintonia fina” com as grandes ondas de mutação da economia globalizada: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1498 É forçoso constatar também que a mundialização do capital pode promover as reformas estimuladas pela competitividade; estas são destinadas a aprimorar a quantidade e a qualidade das competências profissionais, uma vez que a ênfase é colocada no ensino das ciências e da matemática, assim como sobre a avaliação das aprendizagens para controlar e promover a melhoria da educação. (CARNOY, 2002, p. 87). O ponto alto dessa política se deu em dois momentos. O primeiro na celebração de um convênio firmado entre a SEDUC e o Ministério da Educação (MEC), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo de Fortalecimento da Escola (FUNDESCOLA). Segundo documento do Ministério da Educação‐MEC (BRASÍLIA, 2004, p.5): O PROGRAMA FUNDESCOLA atua de forma complementar à legislação e às políticas nacionais vigentes para o Ensino Fundamental. Para tanto, financia ações que têm como finalidade melhorar o desempenho do Ensino Fundamental ampliando o acesso e permanência das crianças com idade escolar nas séries correspondentes, melhorar a qualidade da escola e dos resultados educacionais e aprimorar a gestão das escolas e das secretarias estaduais e municipais da Educação. O financiamento pelo FUNDESCOLA dar‐se‐á por meio de celebração de convênios com os estados, municípios e órgãos federais executores do Programa, que receberão recursos financeiros e assistência técnica para execução e implementação dessas ações no âmbito municipal, estadual ou federal. O financiamento para o Subcomponente “Financiamento de Necessidades Operacionais nas Escolas”, através do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) obedecerá ao disposto na Medida Provisória n. º 1.784 de 01 de janeiro de 1999 e na Resolução n. º 03 de 21 de janeiro de 1999. O estabelecimento do convênio entre os estados e os municípios e o MEC/FUNDESCOLA, sugere que os convenentes receberão um pacote de “medidas prontas” para aplicar na sua jurisdição e desta forma revolucionar o perfil do ensino público ministrado. O foco é o desenvolvimento do ensino fundamental. Assim, o campo de discussão aqui delimitado parte da discussão da gestão democrática no âmbito da legislação Federal e Estadual que regulamenta o princípio em questão no Estado do Ceará. Para tanto, definimos a análise dos documentos oficiais – Constituição Federal de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação ‐ LDB 9.394/96, leis estaduais Nº 12.442/95, Nº 12. 861/98 e 13.513/04 que dispõe sobre o processo de escolha e indicação para provimento do cargo em comissão de diretor junto às Escolas Públicas Estaduais de IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1499 Ensino Básico no Ceará, por entender que regulamentam as políticas públicas implantadas/implementadas há pouco mais de quinze anos. Marcadamente nas últimas décadas a educação brasileira passou por inúmeras mudanças e transformações, tal processo teve início na década de 1980 no âmbito da democratização do Estado brasileiro com o final da ditadura militar4. Cabe destacar, que as tranformações ocorridas no Brasil nesse período, se materializaram no cenário da crise econômica mundial presenciada no final do século XX. É importante lembrar ainda que as reformas ocorridas no Brasil após os 20 anos de ditadura militar (1964‐1995) decorrem da nova configuração econômica mundial desencadeada na década de 1980 no contexto da reordenação do Estado no âmbito global na perspectiva de revitalizar a economia após a crise da década anterior. Na direção de propiciar o desenvolvimento econômico, precípuo do ideário que mobilizou as transformações mundiais das últimas décadas do século xx, a educação ganha centralidade. Nessa direção, Oliveira (2009, p. 79) chama atenção para a relevância ocupada pela educação como componente indispensável ao desenvolvimento econômico já observado nos primeiros anos da década de 1960 como prenúncios das novas demandas educativas: A educação é percebida como um componente essencial ao desenvolvimento econômico à medida que exerce forte influência sobre a inversão tecnológica, a difusão de inovações, a aptidão empresarial, os padrões de consumo, a adaptabilidade às mudanças econômicas e a participação ativa dos distintos setores sociais nas tarefas do desenvolvimento. Considerando indispensável um nível relativamente alto de educação geral, tanto primária quanto secundária. (OLIVEIRA, 2009, p. 79). A reforma educacional brasileira que teve início na segunda metade da década dos anos de 1990, tem suas origens nos anos anteriores, portanto algumas políticas já se materializavam (KRAWCZYK, 2008). Sobre os sentidos que mobilizaram a reforma educacional da década de 1990, Krawczyk (2008, p. 47) afirma: No ideário da reforma buscava‐se conciliar as diretrizes internacionais para a constituição de uma nova forma de gestão da educação e da escola, no marco de 4 Período do regime militar iniciado com o golpe militar de 31 de março de 1964 até a eleição direta de civil Tancredo Neves em 1985. IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1500 mudanças regulatórias próprias do novo modelo hegemônico do papel do Estado, e a premente necessidade de reverter o quadro de exclusão e desigualdade educacional, representado principalmente pelo exíguo atendimento à demanda do ensino fundamental e médio e dos altos índices de fracasso e evasão escolar. A partir do entendimento que as políticas públicas de democratização da educação que se configuraram no contexto das reformas educacionais dos anos 1990, encontraram terreno fértil a sua materialização no cenário de ressignificação do Estado brasileiro para atender o processo de reestruturação econômica. Nessa direção, o Estado do Ceará partiu na frente na perspectiva de materializar a política educacional “Todos pela Educação de Qualidade para Todos” do “Governo das Mudanças” Tasso Jereissati (1995‐1998), a fim de adequar a educação cearense às exigências do capitalismo contemporâneo, sob o imperativo dos compromissos assumidos com os organismos internacionais (LEITÃO, 2010;VIEIRA, 2002). A gestão democrática da educação é sem dúvida uma política educacional que tomou dimensão no âmbito das reformas da década de 1990. É nesse contexto de reforma do Estado e da educação, que a gestão democrática das escolas públicas cearenses teve início, precisamente em 1995 com o primeiro ano das eleições diretas para diretores das escolas públicas estaduais. Conforme se destaca no quadro síntese abaixo (Quadro 1), a partir de meados dos anos de 1990, registra‐se a primeira legislação estadual na forma de lei a fim de garantir a eleição direta para diretores das escolas públicas estaduais, um dos mecanismos de materialização da gestão democrática e se segue nos anos de 1998, 2001, 2004 e 2009. Quadro 1 – Síntese cronológica da gestão democrática no Ceará ANOS DESCRIÇÃO 1995 Implantação da gestão democrática nas escolas públicas cearenses através da Lei Nº 12. 442 de 18 de maio de 1995 1998 Foi aprovado pela lei estadual Nº 12.861/98 e o Decreto Nº 25.297/98 que dispõe sobre o processo de escolha e indicação para provimento do cargo em comissão de diretor junto às escolas públicas estaduais de ensino básico no Ceará, revogando a lei anterior 2001 Não houve modificações na legislação, nem no processo seletivo em relação ao anterior ocorrido em 1998. 2004 Em 19 de julho de 2004 com a publicação da Lei n° 13.513, a referida lei aumentou o mandado do núcleo gestor de três para quatro anos 2009 Mandato de 2009 a 2012. Foi incorporado um curso de especialização pela UFJF no processo seletivo. Fonte: (SEDUC, 2011/2012; LEITÃO, 2010; VIEIRA, 2002) IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1501 Com efeito, a eleição para diretores é um procedimento importante, mas não garante em si a efetiva democratização da escola, para tanto, foram mobilizadas outras ferramentas de participação da comunidade no interior da escola como os conselhos escolares e os grêmios estudantis, tanto nas orientações políticas do governo federal quanto do governo do Ceará. A expressão da política educacional em 2006 denota muitas “cartas em jogo”. Este é o ano da reeleição do Luiz Inácio Lula da Silva para presidente do Brasil, com sua expressiva popularidade, muitas foram às alianças estabelecidas nos cenários estaduais. No Estado do Ceará não se deu de forma diferente, o ex‐prefeito de Sobral por dois mandatos consecutivos (1996‐ 1999/2000‐2004), após exercer a função de consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em 2005 e residir em Washington (EUA) no mesmo ano, inicia sua campanha para governador do Estado do Ceará sob o slogan: “Um grande salto, o Ceará merece”. Respaldado por uma significativa votação sobre o até então governador Lúcio Alcântara (2003/2006), Cid Ferreira Gomes toma posse sob grande expectativa do poder local, conforme destaca o Diário do Nordeste, um dos jornais de circulação no Estado no dia seguinte após a sua posse: [...] o governador Cid Gomes inaugura uma nova etapa na administração do Ceará, com planos de inovação no serviço público, para reduzir os gastos estatais e sobrar dinheiro para investimentos. À disposição do seu governo, estará R$ 1 bilhão em créditos aprovados por organismos financeiros. Mais uma vez, renova‐ se a esperança dos cearenses no trabalho e na competência de seu governante. (DIÁRIO DO NORDESTE, 2007)5. No campo educacional Cid Ferreira Gomes ainda comemorava a tão propagada experiência implementada no município de Sobral amplamente divulgada como referência e modelo de política educacional a ser seguido na visão do MEC. Diante do fortalecimento do poder local, da região norte do Estado emerge o político, jovem, arrojado, como modelo de administrador para dar o “salto” que o Ceará estava precisando para alavancar seu desenvolvimento. Muito embora, desde o governo anterior o Estado já lançava mão de práticas administrativas voltadas à obtenção de resultados. Segundo Medeiros (2011, 5 CEARÁ. Jornal Diário do Nordeste. Novos Governantes. Disponível em: <http://diariodonordeste.globo.com/ materia.asp?codigo=393999>. Acesso em 09 de maio de 2011. IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1502 p.13), “O início da implantação de GPR6 no Estado do Ceará ocorreu no Plano de Governo de 2003‐ 2006, denominado Ceará Cidadania, Crescimento com Inclusão Social, do Governador Lúcio Alcântara, documento contendo as prioridades do Governo”. Tal política administrativa teve continuidade e até mesmo ampliação no governo de Cid Gomes, conforme segue afirmando Medeiros (2011, p. 16): Em 2007, o Governo Cid Gomes assume o Estado com o Plano de Governo O grande Salto que o Ceará Merece e, por meio da Lei nº 13.875, de 07 de fevereiro de 2007, define seu modelo de governar, “Gestão por Resultados como administração voltada para o cidadão, centrada notadamente nas áreas finalísticas, objetivando padrões ótimos de eficiência, eficácia e efetividade” (DOE, 2007, p.3). No Estado do Ceará, desde 1987 a administração pública já vivencia um forte processo de modernização implantado pelo “governo das mudanças” como assim ficou conhecido o governo de Tasso Jereissati. O processo de modernização do Estado cearense se deu no âmbito da reformas do Estado brasileiro atendendo ao pacote de orientações do projeto neoliberal em andamento desde o governo Collor. “Em outras palavras, brandindo‐se os princípios neoliberais da eficiência, da rigidez de gastos, da austeridade, administra‐se hoje o Estado como se fosse um negócio7” (PAULINI, 2006, p.78). Conclusão A Gestão democrática no estado do Ceará é fruto de dois movimentos conjugados historicamente: de um lado, a hegemonia burguesa; e, de outro, o inventário de reivindicações históricas da classe trabalhadora em educação que, em um dado momento, viu suas propostas sendo assumidas pelo poder central, adaptando‐as ao contexto do neoliberalismo. De modo que a centralidade da educação no debate contemporâneo está no argumento apresentado de que esta é indutora da diminuição da pobreza, vez que ao promover a transmissão de um conhecimento específico, calcado nas novas necessidades de habilidades e competências, numa sociedade globalizada, contribui para a inserção do trabalhador no mercado de trabalho. 6 Gestão Por Resultados ou Result Based Management (RBM). 7 Grifo nosso. IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1503 Dentro desse contexto, surgiu todo um movimento que buscou conciliar as demandas da modernidade, leia‐se da nova ordem econômica mundial, através da cooptação de temas historicamente “caros” ao movimento de luta dos educadores como expansão, democratização, equidade, autonomia, participação, emancipação e integração em que os vinculam aos princípios de competitividade, eficiência, eficácia, desempenho e descentralização, próprios de uma economia inserida nos marcos das mudanças estruturais do Estado. Essas reformas encetadas nos diferentes países da América Latina revelaram o esforço violento que foifeito no sentido de adequar os seus sistemas públicos de ensino, conforme a padronização saída dos compromissos assumidos por seus governos junto aos organismos internacionais, principalmente na Conferência Mundial sobre Educação para Todos (Jontien). No expressar‐se de Krawczyk et al (2000, p.3): Ainda que impulsionadas por esses movimentos, as políticas educacionais acabaram sendo de fato fortemente direcionadas, tanto na definição de suas prioridades quanto de suas estratégias, pelas orientações dos organismos internacionais financiadores, principalmente pelo Banco Mundial. O poder crescente dos bancos, no âmbito político‐educacional, obrigou os Estados nacionais a adaptarem‐se aos ritmos impostos para a Reforma, provocando adoção de mudanças vertiginosas na área para não serem punidos. No que concerne à reforma educacional no Ceará, sob a égide do governo neoliberal do “grupo das mudanças”, é necessário reconhecer que os aspectos encontrados não se distanciaram tanto do que se tem observado no movimento mais amplo das reformas. Sem dúvida a “Caminhada Cearense” logrou êxito na implementação de um novo modelo de organização e gestão da educação pública. Entretanto, cabe perguntar a que preço? Geralmente ao se fazer este tipo de pergunta pode‐se correr o risco de obter resposta de cunho maniqueísta. A intenção, porém, não é esta. No tecido traçado pela reforma educacional cearense, alguns elementos são muito fortes e deixam entrever com perfeita nitidez, a relação intrínseca entre a sua implantação e o espectro da reforma no Brasil, quando não no restante da América Latina. Contudo, essa realidade tem uma tendência a ser escamoteada, seja porque se evita o aprofundamento nas discussões e debates sobre o chão histórico‐social em que se emaranhou a reforma, seja porque os atores sociais usam IX SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – 31/07 a 03/08/2012 – Anais Eletrônicos – ISBN 978-85-7745-551-5 1504 de uma miopia quase que doentia ao tentarem revelar o ineditismo ou o pioneirismo da chamada “era das mudanças” na educação cearense. Em verdade, a reforma educacional no Ceará trançou‐se em fios bem conformados nas esferas nacional e internacional num contexto socioeconômico e político de matiz conservador, servindo aos interesses do capitalismo globalmente hegemônico. Gerada com uma cor uniforme, a pretensa reforma não conseguiu ir além do previamente estabelecido e legitimado pelas agências internacionais de desenvolvimento. No entendimento de Krawczyk et al (2000, p.6): “As reformas educacionais tiveram um caráter homogeneizante tanto na leitura das realidades nacionais quanto nas suas propostas, pretendendo impor uma padronização de ações para a região”. É dessa forma, pois, que se dá o esvaziamento do conteúdo político da reforma, dado que o discurso oficial apropriou‐se da “luta”, outorgando reivindicações como a universalização e o acesso da educação, a democratização e a autonomia da escola, porque lutar, então? Acontece, porém, que essas políticas implantadas, nas quais absorveram a chamada “demanda revolucionária” na educação pública, tinham como intenção subjacente não à emancipação do sistema educacional na concepção da transformação social, e sim a adequação da educação a nova ordem econômica mundial. Assim, quando se faz a reforma e se implanta a gestão democrática faz‐se com vistas à qualidade, a eficiência e a eficácia do sistema de ensino numa perspectiva gerencial, posto que o “discurso homogêneo” cristalizou‐se em focar a ineficiência e a ineficácia da escola pública como se esta por si só fosse a responsável por sua condição de produtora de fracassos. Referências ______. BRASIL, LDB 9.394/96. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>, Acesso em 10 de julho de 2010. ______. Normas para o financiamento de projetos educacionais no âmbito do FUNDESCOLA. Brasília: FNDE, FUNDESCOLA/DPEF/SEIF/MEC, 2004. BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a história. São Paulo: Perspectiva, 1992. ______. O Mediterrâneo e o mundo mediterrâneo na época de Filipe II. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1983a (volume I) e 1983b (volume II). CARNOY, Martin. Mundialização e reforma da educação: o que os planejadores devem saber; tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. 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