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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Patologia Oral – 2020.2 Processo proliferativos não- neoplásicos São crescimentos benignos que tem como principal fator o trauma ou a inflamação. São lesões que não apresentam neoplasmas verdadeiros, mas apresentam proliferações reacionais em resposta a uma irritação local ou traumática. • Hiperplasia gengival; • Granuloma piogênico; • Lesão periférica de células gigantes; • Fibra ossificante periférico. Hiperplasia Gengival ➢ Hiperplasia fibrosa; Também pode ser chamada de: hiperplasia fibrosa inflamatória; epúlide fissurada; tumor por lesão de dentadura; epúlide por dentadura. OBS.: epúlide é toda lesão localizada na gengiva. A hiperplasia é semelhante a um tumor do tecido conjuntivo fibroso, que se desenvolve em associação com as bordas de uma prótese mal adaptada. A lesão tende a regredir, quando o paciente suspende o uso da prótese por no mínimo 15 dias (quando elas ainda estão nas condições iniciais); quando há formação de ulceração profunda, a realização de um procedimento cirúrgico é necessária, para remover o tecido que foi desenvolvido (sendo realizada no próprio consultório, sob anestesia local). OBS.: mesmo não havendo provas de que traumas podem levar o desenvolvimento neoplásico maligno, é importante ter um exame de imagem da região, para confirmar o diagnóstico junto ao patologista. Características clínicas: • Prega única ou múltiplas de tecido conjuntivo hiperplásico no vestíbulo alveolar associado à borda da prótese; • Tecido firme, fibroso, com coloração semelhante a mucosa ou com áreas eritematosas ou ulceradas; • Podem ser localizadas ou envolver todo o vestíbulo; • Ocorre em homens ou em mulheres, com maior prevalência no sexo feminino. OBS.: a remoção do tecido pode ser feita com laser CO2 . OBS.: a remoção total do tecido só deve ser feita após a confirmação do exame histopatológico. Histopatológico: • Hiperplasia do tecido conjuntivo fibroso; • É comum a presença de úlcera; • Epitélio de revestimento hiperqueratótico com hiperplasia irregular das papilas; • Pode haver infiltrado inflamatório devido ao trauma; ➢ Pólipo fibroepitelial; Também chamado de fibroma ou hiperplasia fibrosa, por dentadura semelhante a folha. Ocorre no palato duro, abaixo da dentadura superior, se apresentando como uma massa rósea aplainada presa ao palato por um pedículo estreito, com bordas denteadas, com aspecto de folha. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Patologia Oral – 2020.2 ➢ Hiperplasia papilar inflamatória; Estando localizada a nível do palato, na sua maioria sendo decorrente do uso da prótese total, chamada de papilomatose por dentadura; no aspecto clinico, se configuram por pequenas papilas de coloração igual a mucosa, caso haja a presença de cândida, ela (a lesão) se apresenta com aspecto inflamatório. Tem-se o crescimento tecidual reativo quase sempre associado ao uso de dentadura, podendo estar mal adaptada, com higiene inadequada, e o uso da dentadura por 24h, diariamente. Características clínicas: • Acomete, geralmente, o palato duro, sob uma prótese total superior; • Pode envolver o rebordo alveolar da mandíbula; • Assintomática; • Tem aspecto eritematoso; • Superfície papilar pedregosa; • Alguns casos estão associados com sensação de queimação Histopatológico: • Numerosos crescimentos papilares para a superfície; • Epitélio escamoso estratificado hiperplásico; • Tecido conjuntivo frouxo ou edematoso a densamente colagenizado; • Células inflamatórias crônicas podem estar presentes; • Hiperplasia pseudo-epiteliomatosa. Tratamento: • Remoção da prótese para regressão do edema e do eritema; • O tecido pode retornar ao aspecto normal; • Lesões mais antigas exigem a remoção cirúrgica; • Remoção do agente irritante. ➢ Hiperplasia gengival medicamentosa Granuloma piogêncio Lesão com crescimento tecidual considerado de natureza não-neoplásica representando resposta tecidual exuberante a uma irritação local ou trauma. OBS.: a placa bacteriana é um dos fatores colaborativos, para o desenvolvimento do granuloma piogênico. Características clínicas: • Massa plana ou lobulada, usualmente pedunculada; • Característica usualmente ulcerada, rósea, vermelho ou roxa (alta vascularização); • Fácil sangramento à manipulação, indolor; • Lesões antigas pode ser mais colagenizadas; • Comum em gengiva (75%), lábios, língua e mucosa jugal; • Região anterior da maxila; • Tem um crescimento rápido; • Mais prevalente em crianças e adultos jovens e em mulheres (estas por conta dos efeitos hormonais) – Granuloma gravídico. Histopatológico: • Intensa proliferação vascular; • Tecido de granulação; • Superfície parcialmente ulcerada; • Membrana fibrinopurulenta espessa; • Vasos congestos; • Infiltrado inflamatório misto. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Patologia Oral – 2020.2 Tratamento: • Excisão cirúrgica; • Remoção dos agentes irritantes (placa, cálculo); • Em gravidas: pode se resolver espontaneamente após o parto (se for uma lesão muito grande, pode ser removida entre o 6~8º mês de gestação); • Prognóstico bom; • Pode sofrer recidiva várias vezes. Lesão periférica de células gigantes Representa uma lesão reativa causada por irritação local ou traumática; as células gigantes podem representar osteoclastos. Essas lesões ocorrem exclusivamente na gengiva ou no rebordo alveolar; configura-se como uma massa nodular vermelha ou roxo- avermelhada; sendo séssil ou pedunculada, podendo haver ou não ulcerações; esse tipo de lesão provoca a reabsorção em forma de taça no osso alveolar subjacente. É predominante entre 50 e 60 anos, tem predileção por mandíbula, sendo mais prevalente no sexo feminino. Histopatológico: • Epitélio de superfície pode estar ulcerado; • Na lâmina própria vemos proliferação de células gigantes multinucleadas em abundante formação de células mesenquimais ovoides fusiformes; • Hemorragia abundante; depósito de hemossiderina. Tratamento: • Excisão cirúrgica local; • Remover focos de irritação; • Excelente prognóstico; • 10% de recidiva (geralmente, associada a cirurgias onde a lesão não foi totalmente removida). Fibroma ossificante periférico Também chamado de: epúlide fibróide ossificante, granuloma periférico com calcificação e granuloma fibroblástico calcificante. Caracterizado como crescimento gengival de natureza reativa, é uma proliferação fibrosa associada a formação de material mineralizado. Ocorre excessivamente na gengiva (usualmente na papila gengival), é uma massa nodular séssil de cor vermelho a rosa, pode estar ulcerada. Essa lesão é prevalente em jovens na região da maxila, e mais comum ao sexo feminino. OBS.: pode ser considerado um granuloma piogênico que sofreu maturação e calcificou. Histopatológico: • Lâmina própria com proliferação fibrosa associada a formação de material mineralizado semelhante a osso, cemento ou calcificações distróficas; Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Patologia Oral – 2020.2 • A superfície pode estar ulcerada (membrana fibrinopuruenta) ou revestida por epitélio pavimentoso estratificado. Tratamento: • Excisão cirúrgica; • Eliminação do agente irritante; • Ótimo prognóstico; • Taxa de recidiva de 16%. Referências: LEONARDI, Denise Piottoet al. Alterações pulpares e periapicais. RSBO (Online), v. 8, n. 4, p. 47-61, 2011. NEVILLE, B. W.; ALLEN, C. M.; DAMM, D. D.; et al. Patologia: Oral & Maxilofacial. 4ª Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Imagens do Google Imagens.
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