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RESUMO - Psicopatologia

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1 
RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
Psicopatologia 
CONSCIÊNCIA 
Estado psíquico que nos permite 
entrar em contato com mundo 
exterior e interior 
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS - Glasgow 
Em diversos quadros neurológicos e 
psicopatológicos, o nível de consciência 
diminui de forma progressiva, desde o 
estado normal, vígil, desperto, até o 
estado de coma profundo, no qual não 
há qualquer resquício de atividade 
consciente. 
Graus de rebaixamento do nível de 
consciência: 
 Obnubilação/turvação: 
o Rebaixamento da 
consciência em grau leve a 
moderado; 
o Há sempre diminuição do 
grau de clareza do sensório, 
com lentidão da 
compreensão e dificuldade 
de concentração 
 Sopor: 
o Paciente só pode ser 
desperto por estímulo de 
natureza dolorosa; 
o Evidentemente sonolento 
o Incapaz de qualquer ação 
espontânea 
o Psicomotricidade mais inibida 
que nos estados de 
obnubilação 
 Coma: 
o Ausência de qualquer indício 
de consciência 
o Não é possível qualquer 
atividade voluntária 
consciente 
o Movimentos oculares errantes 
com desvios lentos e 
aleatórios, nistagmo, 
transtornos do olhar 
conjugado, etc 
 
O delirium diz respeito, portanto, aos 
vários quadros com rebaixamento leve a 
moderado do nível de consciência, 
acompanhados de desorientação 
temporoespacial, dificuldade de 
concentração, perplexidade, ansiedade 
em graus variáveis, agitação ou 
lentificação psicomotora, discurso ilógico 
e confuso e ilusões e/ou alucinações, 
quase sempre visuais. 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS 
 Mudança parcial ou focal do 
campo da consciência (uma parte está 
preservada, e a outra, alterada) 
 Estados crepusculares: 
estreitamento transitório do campo 
da consciência, afunilamento da 
consciência (que se restringe a um 
círculo de ideias, sentimentos ou 
representações de importância 
particular para o sujeito 
acometido), com a conservação 
de uma atividade psicomotora 
global mais ou menos coordenada, 
permitindo a ocorrência dos 
chamados atos automáticos; 
natureza mais orgânica 
 Estado segundo: estado patológico 
transitório semelhante ao estado 
crepuscular, caracterizado por 
uma atividade psicomotora 
coordenada, a qual, entretanto, 
permanece estranha à 
personalidade do sujeito 
acometido e não se integra a ela; 
natureza mais psicogenética 
(choque emocionais intensos) 
 Dissociação da consciência: 
fragmentação ou a divisão do 
 
2 
RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
campo da consciência, ocorrendo 
perda da unidade psíquica comum 
do ser humano geralmente 
desencadeada por 
acontecimentos psicologicamente 
significativos que geram grande 
ansiedade para o paciente 
 Transe: estado de dissociação da 
consciência que se assemelha a 
sonhar acordado, diferindo disso, 
porém, pela presença de atividade 
motora automática e 
estereotipada acompanhada de 
suspensão parcial dos movimentos 
voluntários 
 Estados hipnótico: estado de 
consciência reduzida e estreitada e 
de atenção concentrada, que 
pode ser induzido por outra pessoa 
(hipnotizador) 
 Experiência de quase-morte (EQM): 
estado especial de consciência 
verificado em situações críticas de 
ameaça grave à vida, como 
parada cardíaca, hipóxia grave, 
isquemias, acidente automobilístico 
grave, entre outros 
ATENÇÃO 
Direção da consciência, o estado 
de concentração da atividade 
mental sobre determinado objeto 
Torna o ser humano capaz de 
selecionar, filtrar e organizar as 
informações em unidades 
controláveis e significativas 
Consciência e atenção estão 
estreitamente relacionados. 
Tenacidade: capacidade de o indivíduo 
fixar sua atenção sobre determinada área 
ou objeto 
Vigilância: permite o indivíduo mudar seu 
foco de um objeto para outro 
A capacidade de focalizar a atenção 
relaciona-se diretamente com o número 
de operações mentais que precisam ser 
realizadas ao mesmo tempo e com a 
dificuldade das tarefas. 
A atenção seletiva limita as informações 
que chegam ao sistema cerebral. Além 
disso, aumenta a capacidade de 
processar e dar conta dos estímulos e das 
informações mais relevantes para o 
sujeito, fundamentais para o 
desempenho cognitivo e 
comportamental. 
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO 
Hipoprosexia: diminuição global da 
atenção, com perda da capacidade de 
concentração 
Aprosexia: total abolição da capacidade 
de atenção 
Hiperprosexia: estado de atenção 
exacerbada 
Distração: hipertenacidade e 
hipovigilância; a atenção está tão 
voltada para algo que acaba deixando 
algumas coisas passarem despercebidas 
Distraibilidade: instabilidade marcante e 
mobilidade acentuada da atenção 
voluntária, com dificuldade ou 
incapacidade para fixar-se ou deter-se 
em qualquer coisa que implique esforço 
produtivo; a atenção é muito facilmente 
desviada 
As alterações da atenção podem ocorrer 
tanto em distúrbios neurológicos e 
neuropsicológicos como em transtornos 
mentais. 
Transtornos do humor (depressão e 
transtorno bipolar), transtorno 
obsessivocompulsivo (TOC), esquizofrenia 
e transtorno de déficit de 
atenção/hiperatividade (TDAH) são os 
que mais apresentam alterações da 
atenção. 
Nos quadros maníacos, há diminuição da 
atenção voluntária e aumento da 
 
3 
RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
atenção espontânea, com 
hipervigilância e hipotenacidade. 
Nos quadros depressivos, geralmente há 
diminuição geral da atenção, ou seja, 
hipoprosexia. Em alguns casos graves, 
ocorre a fixação da atenção em certos 
temas depressivos (hipertenacidade), 
com rigidez e alguma diminuição da 
capacidade de mudar o foco da 
atenção (hipovigilância). 
ORIENTAÇÃO 
Capacidade de situar-se quanto a 
si mesmo e quanto ao ambiente 
A capacidade de orientar-se requer, de 
forma consistente, a integração das 
capacidades de atenção, percepção e 
memória. 
Orientação autopsíquica: orientação do 
indivíduo em relação a si mesmo (nome, 
idade, data de nascimento, profissão, 
estado civil, etc) 
Orientação alopsíquica: capacidade de 
orientar-se em relação ao mundo quanto 
ao espaço (orientação espacial) e 
quanto ao tempo (orientação temporal) 
 Quanto à orientação espacial 
busca-se verificar se o paciente 
sabe: 
o Tipo de lugar (ex.: hospital) 
o Nome do lugar (ex.: hospital 
tal) 
o Onde se situa o lugar (bairro, 
cidade, etc) 
 A orientação temporal indica se o 
paciente sabe em que momento 
cronológico está vivendo, a hora 
do dia, se é manhã, tarde ou noite, 
o dia da semana, o dia do mês, o 
mês do ano, a época do ano, bem 
como o ano corrente 
É preciso lembrar que geralmente a 
desorientação ocorre, em primeiro lugar, 
em relação ao tempo. Só após o 
agravamento do transtorno, o indivíduo 
se desorienta quanto ao espaço e, 
finalmente, quanto a si mesmo. 
A forma mais comum de desorientação é 
por redução do nível de consciência. 
Na desorientação amnéstica, o indivíduo 
não consegue reter as informações 
ambientais básicas em sua memória e 
perde a noção do fluir do tempo, do 
deslocamento no espaço, passando a 
ficar desorientado 
temporoespacialmente. 
SENSOPERCEPÇÃO 
SENSAÇÃO: fenômeno elementar gerado 
por estímulos originados fora ou dentro do 
organismo, que produzem alterações nos 
órgãos receptores, estimulando-os; as 
diferentes formas de sensação são 
geradas por estímulos sensoriais 
específicos, como visuais, táteis, auditivos, 
olfativos, gustativos, proprioceptivos e 
cinestésicos. 
 Dimensão neuronal 
PERCEPÇÃO: tomada da consciência, 
pelo indivíduo, do estímulo sensorial. 
 Dimensão neuropsicológica 
 É o produto ativo, criativo e pessoal 
de experiências que partem de estímulos 
sensoriais, mas são recriadas na mente de 
quem percebe algo 
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DA 
SENSOPERCEPÇÃO 
 Hiperestesia: percepções 
anormalmente aumentadas em 
intensidade e duração (ex.: 
intoxicações por alucinógenos) 
 Hipoestesia: o mundo circundanteé percebido como mais escuro; as 
cores tornam-se mais pálidas e sem 
brilho; os alimentos não têm mais 
sabor; e os odores perdem sua 
intensidade. (ex.: depressão) 
 
4 
RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
 Parestesias: sensações táteis 
desagradáveis, em geral 
espontâneas 
 Disestesias: sensações anômalas, 
em geral dolorosas, 
desencadeadas por estímulos 
externos 
ALTERAÇÕES QULITATIVAS 
 Ilusão: percepção deformada, 
alterada, de um objeto real e 
presente; pode decorrer de: 
o Rebaxamento de nível de 
consciência 
o Fadiga grave ou intenção 
marcante 
o Estados afetivos 
As ilusões mais comuns são as 
visuais. 
 Alucinações: percepção clara e 
definida de um objeto (voz, ruído, 
imagem) sem a presença do objeto 
estimulante real, sem o estímulo 
sensorial respectivo 
Alucinações auditivas são o tipo de 
alucinação mais frequente nos 
transtornos mentais 
Simples: se ouve apenas 
ruídos primários; são menos 
frequentes 
Complexa: se ouve sons mais 
nítidos 
Alucinação audioverbal – 
mais frequente e significativa; 
o paciente escuta vozes sem 
qualquer estímulo real, que 
geralmente ameaçam ou 
insultam; ocorrem com maior 
frequência na esquizofrenia 
 Vozes de comando 
 Vozes que comentam a 
ação 
Sonorização do pensamento: 
vivência sensorial de ouvir o 
pensamento, no momento 
em que está sendo pensado 
Eco do pensamento: ouvir o 
pensamento de forma 
repetida, logo após ter sido 
pensado 
Publicação do pensamento: 
paciente tem nítida sensação 
de que as pessoas ouvem o 
que ele pensa no exato 
momento em que está 
pensando 
As alucinações visuais podem ser 
simples (fotopsias) ou complexas 
(figuras e imagens de pessoas, 
animais, objetos inanimados) 
 Alucinose: fenômeno pelo qual o 
paciente percebe uma alucinação 
como estranha à sua pessoa 
o Embora ele veja ou ouça, 
falta a crença, 
permanecendo consciente 
de que aquilo é um 
fenômeno estranho, 
patológico 
o Pode acontecer com a 
alucinose alcoólica 
 Pseudo-alucinação: não apresenta 
os aspectos vivos e corpóreos de 
uma imagem perceptiva real 
o Surge de um pensamento ou 
uma representação que, de 
tão intenso, ganha 
sensorialidade 
o Pode surgir em estados 
afetivos intensos, na fadiga, 
em quadros de 
rebaixamento do nível de 
consciência e em 
intoxicações 
Assim, na pseudo-alucinação, a voz 
(ou imagem visual) percebida é 
pouco nítida, de contornos 
imprecisos, sem vida e 
corporeidade. A vivência é 
projetada no espaço interno, são 
 
5 
RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
“vozes que vêm de dentro da 
cabeça, do interior do corpo”. O 
paciente relata que “parece uma 
voz (ou imagem)...” ou que “...é 
como se fosse uma voz (ou 
imagem), mas não é bem uma 
voz”. 
 
MEMÓRIA 
Capacidade de registrar, manter e 
evocar experiências e fatos já 
ocorridos 
A capacidade de memorizar relaciona-se 
intimamente com o nível de consciência, 
com a atenção e com o interesse afetivo. 
A memória cognitiva é composta de três 
fases ou elementos básicos: 
 Fase de registro (percepção, 
gerenciamento e início da fixação) 
 Fase de conservação (retenção) 
 Fase de evocação (também 
denominada de lembranças, 
recordações ou recuperação) 
Memória imediata ou de curtíssimo prazo 
(de poucos segundos até 1 a 3 minutos): 
capacidade de reter o material 
imediatamente após ser percebido 
Tem capacidade limitada e 
depende da concentração, da 
fatigabilidade e de certo treino 
Memória de trabalho: combinação 
de habilidades da atenção e da 
memória imediata, no qual as 
informações são mantidas com o 
objetivo de selecionar um plano de 
ação e realizar determinada tarefa 
Memória recente ou de curto prazo (de 
poucos minutos até 3 a 6 horas): 
capacidade de reter informação por 
curto período 
 Também tem capacidade limitada 
Memória remota ou de longo prazo (de 
meses até muitos anos): capacidade de 
evocar informações e acontecimentos 
ocorridos no passado, geralmente após 
muito tempo (pode durar por toda a vida) 
Segundo a lei de Ribot, o indivíduo que 
sofre uma lesão ou doença cerebral, 
sempre que esse processo patológico 
atinge seus mecanismos mnêmicos de 
registro e recordação, tende a perder os 
conteúdos da memória (esquecimento) 
seguindo algumas regularidades: 
 Primeiro elementos mais recentes e, 
depois, os mais antigos 
 Primeiro elementos mais complexos 
e, depois, os mais simples 
 Primeiro elementos mais estranhos, 
menos habituais e, só 
posteriormente, os mais familiares 
 Primeiro perde conteúdos mais 
neutros; depois os elementos 
afetivos e, só então os hábitos 
comportamentais e mentais 
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS 
 Hipermnésias: os elementos 
mnêmicos afluem rapidamente, em 
tropel, ganhando em número, 
perdendo, porém, em clareza e 
precisão 
o Traduz mais a aceleração 
geral do ritmo psíquico que 
uma alteração propriamente 
da memória 
 Amnésia: perda da capacidade de 
fixar ou de manter e evocar 
conteúdos mnêmicos antigos 
o Psicogênica: perda de 
elementos mnêmicos focais, 
com valor psicológico 
específico (ex.: paciente 
esquece de um momento 
específico da vida, mas 
consegue lembrar de tudo 
que ocorreu ao “redor”) 
 
6 
RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
o Amnésia orgânica: menos 
seletiva que a psicogênica 
 Segue a lei de Ribot 
Amnésia anterógrada: o indivíduo não 
consegue mais fixar elementos mnêmicos 
a partir do evento que lhe causou o dano 
cerebral 
Amnésia retrógrada: o indivíduo perde a 
memória para fatos ocorridos antes do 
início da doença/trauma 
Após TCE é comum a ocorrência de 
amnésias retroanterógradas, ou seja, o 
que ocorreu antes e depois do evento. 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS 
 O indivíduo apresenta lembrança 
deformada que não corresponde à 
sensopercepção original 
 Confabulações: invenções, 
produtos da imaginação do 
paciente, que completam 
artificialmente as lacunas de 
memória, produzidas, em geral, por 
déficit da memória de fixação 
o O paciente não consegue 
reconhecer as imagens 
como falsas 
o É possível produzi-las, 
direcioná-las ou estimulá-las 
ao perguntar ao doente se 
ele lembra do que fez no 
domingo, etc (fabulações de 
embaraço) 
o Difere das ilusões e das 
alucinações mnêmicas, que 
não podem ser produzidas, 
induzidas ou direcionadas 
pelo examinador 
o Pode acontecer no 
alcoolismo crônico (síndrome 
de Korsakoff) 
AFETIVIDADE 
Termo genérico, que compreende 
várias modalidades de vivências 
afetivas, como o humor, as 
emoções e os sentimentos. 
Humor (estado de ânimo): tônus afetivo 
do indivíduo, o estado emocional basal e 
difuso em que se encontra a pessoa em 
determinado momento 
Emoções: reações afetivas agudas, 
momentâneas, de curta duração, 
desencadeadas por estímulos 
significativos, geralmente é a reação do 
indivíduo a certas excitações internas ou 
externas, conscientes ou inconscientes 
Sentimentos: estados e configurações 
afetivas estáveis; em relação às emoções, 
são mais atenuados em sua intensidade e 
menos reativos a estímulos passageiros; 
comumente associados a conteúdos 
intelectuais, dependendo da existência, 
na língua e na cultura, de palavras que 
possam codificar o estado afetivo 
Afeto: a qualidade e o tônus emocional 
que acompanha uma ideia ou 
representação mental; seriam o 
componente emocional de uma ideia 
Paixões: estado afetivo extremamente 
intenso, que domina a atividade psíquica 
como um todo, captando e dirigindo a 
atenção e o interesse do indivíduo em 
uma só direção, inibindo os demais 
interesses 
A pesquisa psicopatológica tem 
identificado historicamente quão 
penetrante é a influência da afetividade 
sobre toda a vida mental. 
ALTERAÇÕES DO HUMOR (distimia) 
 Hipotímico/hipofórico: tristeza 
patológica, melancolia 
(depressão) 
 Hipertímico/hiperfórico: exaltação 
patológica do humor, euforia 
(quadros maníacos) Disforia: distimia acompanhada de 
uma tonalidade afetiva 
 
7 
RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
desagradável, mal-humorada 
(irritação, amargura, desgosto, 
agressividade) 
 Ansiedade: estado de humor 
desconfortável, apreensão 
negativa em relação ao futuro, 
inquietação interna desagradável; 
inclui manifestações 
somáticas/fisiológicas e psíquicas 
 Angústia: sensação de aperto no 
peito e na garganta, de 
compressão, sufocamento; tem 
conotação mais corporal e mais 
relacionada ao passado 
 Medo: se refere a objetos mais 
precisos 
ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS 
SENTIMENTOS 
 Apatia: diminuição da 
excitabilidade emotiva e afetiva; 
pacientes queixam-se de não 
sentirem nada (muito associado a 
quadros depressivos) 
 Hipomodulação do afeto: 
incapacidade de modular a 
resposta afetiva de acordo com a 
situação existencial, indicando 
rigidez em relação ao mundo 
 Inadequação ou paratimia: reação 
completamente incongruente a 
situações existenciais ou a 
determinados conteúdos ideativos; 
desarmonia profunda da vida 
psíquica 
 Embotamento afetivo: perda 
profunda de todo tipo de vivência 
afetiva, constatável por meio da 
mímica, da postura e da atitude do 
paciente 
 Anedonia: incapacidade total ou 
parcial de obter e sentir prazer com 
determinadas atividades e 
experiências da vida 
 Labilidade/incontinência afetiva: 
mudanças súbitas e imotivadas de 
um estado afetivo para outro 
PENSAMENTO 
Conceitos: se formam a partir das 
representações, não apresenta 
elementos de sensorialidade, não sendo 
possível contemplá-lo, nem imaginá-lo; é 
o elemento estrutural básico do 
pensamento 
Juízos: consiste na afirmação de uma 
relação entres dois conceitos; ex.: 
“cadeira” e “utilidade” podem formar o 
juízo “a cadeira é útil” 
Raciocínio: função que relaciona os juízos, 
formando um encadeamento de 
conhecimentos 
O PROCESSO DE PENSAR 
Curso: modo como o pensamento flui, sua 
velocidade e seu ritmo 
Forma: estrutura básica do pensamento, a 
“arquitetura” preenchida pelos 
conteúdos e interesses do indivíduo 
Conteúdo: aquilo que dá substância ao 
pensamento, seus temas predominantes, 
o assunto em si 
ALTERAÇÕES DO CURSO 
 Aceleração (taquipsiquismo): 
pensamento flui de forma muito 
acelerada, uma idéia se 
sucedendo à outra rapidamente 
 Lentificação (bradipsiquismo): 
pensamento progride lentamente, 
de forma dificultosa, com certa 
latência entre as perguntas 
formuladas e as respostas 
 Bloqueio/interceptação: o 
pensamento para; é percebido 
quando durante uma conversa, o 
paciente, brusca e 
repentinamente, interrompe o 
pensamento sem qualquer motivo 
aparente (quase exclusivo de 
esquizofrenia) 
 Roubo do pensamento: nítida 
sensação de que seu pensamento 
 
8 
RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
foi roubado de sua mente por uma 
força, um ente estranho, etc; 
frequentemento associada ao 
bloqueio do pensamento 
ALTERAÇÕES DA FORMA 
 Fuga de ideias: secundária ao 
taquipsiquismo, na qual uma idéia 
se segue a outra de forma 
extremamente rápida, 
perturbando-se as associações 
lógicas entre os juízos e os conceitos 
o As palavras deixam de seguir 
uma lógica ou finalidade do 
pensamento e passam a 
ocorrer por assonância (p. 
ex., amor, flor, cor... ou 
cidade, idade, realidade...) 
 Dissociação: desorganização do 
pensamento, na qual os 
pensamentos passam 
progressivamente a não seguir uma 
sequência lógica e bem-
organizada, e os juízos não se 
articulam de forma coerente uns 
com os outros 
 Afrouxamento das associações: 
afrouxamento dos enlaces 
associativos, embora ainda haja 
concatenação lógica entre a 
ideias 
 Descarrilamento: pensamento 
passa a extraviar-se de seu curso 
normal, toma atalhos colaterais, 
desvios, pensamentos supérfluos, 
retornando aqui e acolá ao seu 
curso original 
 Desagregação: profunda e radical 
perda dos enlaces associativos, 
total perda da coerência do 
pensamento; ideias fragmentadas, 
muitas irreconhecíveis, sem 
qualquer articulação racional 
Na esquizofrenia, de modo geral, o 
progredir da desestruturação do 
pensamento segue esta sequência 
(em ordem de gravidade): 
afrouxamento das associações, 
descarrilamento do pensamento e, 
finalmente, desagregação do 
pensamento. 
ALTERAÇÕES DO CONTEÚDO 
Os principais conteúdos que preenchem 
os sintomas psicopatológicos são: 
 Persecutórios 
 Depreciativos 
 Religiosos 
 Sexuais 
 De poder, riqueza, prestígio ou 
grandeza 
 De ruína ou culpa 
 Conteúdos hipocondríacos 
ALTERAÇÕES DO JUÍZO 
 Juízo deficiente ou prejudicado: 
juízo falso que se estabelece 
porque a elaboração dos juízos é 
prejudicada por deficiência 
intelectual e pobreza cognitiva do 
indivíduo; os conceitos são 
inconsistentes; e o raciocínio, pobre 
e defeituoso 
Juízo de realidade: 
 Erro simples: se origina da 
ignorância, do julgar apressado e 
com base em premissas falsas; 
o São passíveis de serem 
corrigidos pela experiência, 
pelas provas e pelos dados 
que a realidade oferece 
o Ex.: preconceito 
 Delírio 
DELÍRIO 
Características: 
 Convicção extraordinária, certeza 
subjetiva praticamente absoluta – 
não se pode colocar em dúvida a 
veracidade de seu delírio 
 Impossível modificar o delírio pela 
experiência objetiva, por provas 
explícitas da realidade, por 
 
9 
RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
argumentos lógicos, plausíveis e 
aparentemente convincentes – 
irremovível 
 Conteúdo impossível – juízo falso 
 Produção associal, idiossincrática 
em relação ao grupo cultural do 
doente – não é nem produzido, 
nem compartilhado ou sancionado 
por um grupo religioso, político ou 
de outra natureza 
Tipos de delírio segundo seus conteúdos: 
 Persecutório: indivíduo acredita 
que é vítima de um complô e está 
sendo perseguido por pessoas 
conhecidas ou desconhecidas, tais 
como máfias, vizinhos, polícia, pais, 
esposa ou marido, chefe ou 
colegas do trabalho 
 De referência: indivíduo apresenta 
a tendência dominante a 
experimentar fatos cotidianos 
fortuitos, objetivamente sem 
maiores implicações, como 
referentes à sua pessoa (ex.: deduz 
que a conversa de pessoas em um 
determinado local é sobre ele) 
 De relação: indivíduo delirante 
constrói conexões significativas 
(delirantes) entre os fatos 
normalmente percebidos para 
explicar sua teoria 
 De influência: indivíduo vivencia 
intensamente o fato de estar sendo 
controlado, comandado ou 
influenciado por força, pessoa ou 
entidade externa 
 De grandeza: indivíduo acredita ser 
extremamente especial, dotado de 
capacidades e poderes 
 Místico ou religioso: indivíduo afirma 
ser (ou estar em comunhão 
permanente com, receber 
mensagens ou ordens de) um novo 
messias, um Deus, Jesus, um santo 
poderoso ou, até, um demônio 
 De ciúmes: indivíduo percebe-se 
traído pelo cônjuge de forma vil e 
cruel; em geral o indivíduo 
acometido pelo delírio de ciúmes é 
extremamente ligado e 
emocionalmente dependente do 
ser amado 
 Erótico (erotomania): indivíduo 
afirma que uma pessoa, 
geralmente de destaque social (um 
artista ou cantor famoso, um 
milionário, etc.) ou de grande 
importância para o paciente, está 
totalmente apaixonada por ele e 
irá abandonar tudo para que 
possam se casar 
 De ruína (niilista): indivíduo vive em 
um mundo repleto de desgraças, 
está condenado à miséria, ele e sua 
família irão passar fome, o futuro lhe 
reserva apenas sofrimentos e 
fracassos 
 De culpa e autoacusação: 
indivíduo afirma, sem base real 
para isso, ser culpado por tudo de 
ruim que acontece no mundo e na 
vida das pessoas que o cercam 
 De negação de órgãos: relata que 
seu corpo está destruído ou morto, 
que não tem mais vários órgãos 
 Hipocondríaco: indivíduo crê com 
convicção extrema que tem uma 
doença grave, incurável, que está 
contaminadopelo vírus da AIDS, 
que irá morrer brevemente em 
decorrência do câncer 
Os delírios mais frequentes (três quartos 
dos delírios) são os que têm conteúdos de 
perseguição, que incluem não apenas os 
delírios propriamente persecutórios, mas 
também os de referência, de relação e 
de influência 
 
Alucinação x Delírio 
Às vezes é difícil diferenciar, então sugere-
se classificar por meio do caráter 
predominante da experiência: quando 
 
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RESUMO – PSIQUIATRIA 
por IALY FERREIRA 
sensorial, considera-se como alucinação, 
quando ideativa ou de caráter mais 
interpretativo, como delírio. 
INTELIGÊNCIA 
Conjunto das habilidades 
cognitivas do indivíduo, a resultante 
final dos diferentes processos 
intelectivos; refere-se à 
capacidade de identificar e 
resolver problemas novos, 
encontrando as soluções mais 
satisfatórias possíveis 
Principais habilidades incluídas: 
 Raciocínio 
 Planejamento 
 Resolução de problemas 
 Pensamento abstrato 
 Compreensão de ideias complexas 
 Aprendizagem rápida 
 Aprendizagem a partir da 
experiência 
Desenvolvimento deficitário: quando 
desde criança o indivíduo apresenta 
alterações na inteligência 
Ex.: retardo mental – 
comprometimento das habilidades 
cognitivas que são adquiridas ao 
longo do desenvolvimento na 
infância e na adolescência 
Deterioração intelectual de um indivíduo: 
quando o paciente desenvolve alguma 
demência e tem sua inteligência alterada 
 Ex.: alzheimer

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