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Ansiedade e dor torácica (síndrome de Takotsubo)

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MUSCULOESQUELÉTICA
GASTROESOFÁGICAS PULMONARES
Lesões em costelas 
(fratura, metástase, trauma)
Nervos sensitivos 
(herpes-zóester)
Costocondrite 
(síndrome de Tietze)
Fibromialgia
Síndromes radiculares
Dores musculares inespecíficas
Refluxo gastroesofágico
Espasmo esofágico
Esofagite
Úlcera péptica/gastrite
Ruptura de esôfago
(Boerhaave)
Pneumotórax
Embolia pulmonar
Pneumonia
Pleurite
Hipertensão pulmonar
ABDOME SUPERIOR
VASCULARES
Pancreatite
Colescistite
Abcesso subfrênico
Dissecção da aorta
Aneurisma da aorta
CARDÍACAS
Isquêmica : síndromes
coronarianas agudas
Não-isquêmica
- Pericardite
- Valvular: estenose aórtica
- Cardiomiopatia hipertrófica
PSIQUIÁTRICAS
Transtorno do pânico
Transtornos da ansiedade
generalizada
Depressão
Transtornos somatoformes
A N S I E D A D E E D O R T O R Á C I C A
D O R T O R Á C I C A
O desconforto ou dor torácica na emergência é um grande desafio, pois é
uma queixa frequente com várias causas e implicações clínicas, algumas
potencialmente fatais se não prontamente reconhecidas, por isso o
diagnóstico deve ser rápido e preciso, visando reconhecer e tratar
condições que oferecem risco de morte ao paciente.
A cardiomiopatia de estresse ou síndrome do coração partido é caracterizada por uma disfunção transitória do coração (VE) ocasionada por descarga
excessiva de adrenalina na corrente circulatória que pode ser desencadeada por estresse emocional, provoca sintomas semelhantes ao de um infarto
(dor no peito, falta de ar ou cansaço) que surgem após uma separação ou falecimento de um familiar.
LAYANE SILVA
característica anginosa da dor será o dado com maior valor preditivo
de doença coro nária aguda.
30-42% dos pacientes com IAM apresentarão apenas sintomas como:
palpitações, síncope, hipotensão, dor epigástrica, disp neia, confusão
(idosos), vômitos ou diaforese - equivalentes isquêmicos.
pacientes que mais frequentemente tem sintomas atípicos de doença
coronariana são: idosos, diabéticos e doença psiquiátrica de base.
A avaliação de dor torácica inicia pela história e exame físico, avalia-se:
Fibras somáticas: pele, estruturas superficiais e pleura parietal.
Fibras viscerais: coração, esôfago e pleura visceral.
Dor ou desconforto torácico pode representar 5% das consultas em uma
emergência geral, pode resultar de 2 mecanismos:
Deve-se também avaliar a etiologia a partir de 5 variáveis anatômicas:
coração (e pericárdio), pulmão (e pleura), vasos (aorta e grandes vasos),
musculoesqueleto e trato gastrintestinal (esôfago e abdo me superior).
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
PRINCIPAIS CAUSAS
Pacientes que procuram o PS referindo dor ou desconforto torácico
devem ser submetidos a história e exame físico minuciosos, a fim de
identificar achados da propedêutica de maior risco de complicações -
sendo mais importantes do que exames complementares.
ACHADOS CLÍNICOS
DOR TORÁCICA ISQUÊMICA
CARACTERÍSTICAS DAS SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS (SCA)
Idoso : maior prevalência de doença arterial coronariana (DAC), em geral envolve multivasos, tem maior
chance de evoluir de forma adversa e os sintomas são atípicos.
Tabagismo : associado com menor risco de óbito, tende a ter doença menos extensa, menos complexas
e idade mais jovem de apresentação.
Antecedentes de maior gravidade e/ou pior prognóstico : diabetes, doença vascular periférica ou
cerebrovascular prévia, insuficiência cardíaca, IAM prévio.
Fatores desencadeantes : exercício físico extenuante, estresse emocional, doença médica aguda, pós-
operatório, etc.
Sintomas associados : ansiedade, sudorese profusa e palidez cutânea associadas.
Equivalentes isquêmicos : frequentes em idoso, diabéticos e mulheres.
Dados importantes : medicações em uso, contraindicações conhecidas, história de alergias, cateterismo
prévio, história de asma ou broncoespasmo, cirurgia recente, doenças ativas (neoplasias,
plaquetopenia) etc.
dor, desconforto, queimação ou sensação opressiva localizada em
região precordial ou retroes ternal, que pode irradiar para ombro e/ou
braço esquerdo, braço direito, pescoço ou mandí bula, acompanhada de
diaforese, palpitações, náuseas, vômitos ou dispneia.
dor em aperto, pressão, queimação, desencadeada por estresse físico
ou emocional, ali viada com repouso.
dor pode durar entre 10-20 minutos ou mais que 30 mi nutos, no IAM.
a dor pode estar em região epigástrica e cessar com eructações,
acompanhada de indigestão, sendo confundida com dispepsia. 
Ao descrever a dor torácica avaliar qualidade, intensidade, caráter,
localização, duração, irra diação, fatores desencadeantes (de alívio e de
piora), sua forma de apresentação e evolução.
CARACTERÍSTICAS DA DOR TORÁCICA
Definitivamente anginosa : desconforto retroesternal precipitado pelo esforço, com irradiação típica
para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, aliviada pelo repouso ou nitrato.
Provavelmente anginosa : dor torácica cujas características fazem da insuficiência coronária aguda a 
 principal hipótese diagnóstica, porém com necessidade de exames complementares para confirmação
do diagnóstico - tem a maioria das características da dor definitivamente anginosa, podendo ser típica
sob alguns aspectos, mas atípica em outros.
Possivelmente anginosa : dor torácica cujas características não fazem da insuficiência coronária aguda
a principal hipótese diagnóstica, porém necessita de exames complementares para excluí-la - definida
como padrão atípico de dor torácica que não se adapta à descrição da dor definitivamente anginosa.
Definitivamente não anginosa : dor torácica cujas características não incluem insuficiência coronária
aguda no diagnóstico diferencial - dor com aspectos evidentes de origem não cardíaca.
lesões ateroscleróticas em outras
áreas (claudicação intermitente
ou AVC prévio), sugere isquemia
miocárdica.
doenças associadas, uso prévio de
medicações, alergia
medicamentosa, contraindicações
ao uso de anticoagulantes ou
trombolíticos. 
Se houver sintomas associados e
fatores de risco para DAC, observar:
FATORES DE RISCO CLÁSSICOS
Tabagismo
Hipertensão arterial sistêmica
Diabetes mellitus
HDL baixo
LDL aumentado
História familiar de doença cardíaca prematura
Doença cardíaca em parentes homens (de
primeiro grau) < 55 anos
Doença cardíaca em parentes mulheres (de
primeiro grau) < 65 anos
Idade: homens > 45 anos e mulheres > 55 anos
Obesidade (IMC > 30 kg/m2)
Sedentarismo
LAYANE SILVA
Algumas características do exame físico podem aumentar probabilidade de
doença coronária, como presença de quarta bulha, sopro carotídeo,
diminuição de pulsos em MMII, aneurisma abdominal e achados de
sequelas de AVC.
PERICARDITE: dor pleurítica, retroesternal ou em hemitórax esquerdo;
piora quan do o paciente respira, deita ou deglute, e melhora com a
posição sentada ou inclinada para frente, podem surgir febre e atrito
pericárdico, frequentemente precedidos por quadro gripal. A dor é mais
aguda que a da angina e tem caráter contínuo, quando é acompanhada de
miocardite podem surgir sintomas de ICC - em ambas podem surgir
sintomas cardíacos e sistêmicos (febre, mialgia, artralgia e rash cutâneo).
ESTENOSE AÓRTICA E MIOCARDITE HIPERTRÓFICA: em ambas há dor
torácica semelhante à dor anginosa, sopro ejetivo em foco aórtico e
sobrecarga ventricular esquerda - o diagnóstico é confirmado por
ecocardiograma transtorácico. 
OUTRAS DOENÇAS CARDIOGÊNICAS
dor torácica isolada ou associada.
insuficiência cardíaca (por
insuficiência aórtica aguda).
choque (tamponamento
pericárdico, sangramento para
pleura ou retroperitôneo, ruptura
da aorta).
dor abdominal (isquemia
mesentérica).
Doença rara, embora seja uma das
mais letais existentes, muitos casos
só serão diagnosticados na autópsia,
pois simulam várias outras doenças,
assim, os pacientes podem se
apresentar com:
DOR DA DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA
ACHADOS DO EXAME FÍSICO
Fácies de dor,agitação e confusão
Sudorese profunda e palidez cutânea
Hipertensão (80-90% das dissecções distais)
Pseudo-hipertensão (oclusão ou
compromentimento das Aa. braquiais)
Diferença pressórica entre os membros (50%)
Sopro de insuficiência aórtica aguda
Diferença de pulsos (8-12%)
Atrito pericárdico (risco de tamponamento)
Sinais de derrame pleural à esquerda (hemotórax
ou reação inflamatória aguda exsudativa)
Sinais de tamponamento cardíaco (bulhas
abafadas, estase de jugular e pulso paradoxal)
Síndrome de Horner (compressão do gânglio
estrelado)
Déficit neurológico agudo (paresias, plegias, AVC)
Disfagia e rouquidão agudos
Hematêmese, hemoptise, síndrome da cava
superior (raros) 
oclusão arterial aguda (membros, AVC, paraplegia, isquemia renal e
infarto agudo do miocárdio).
ruptura de vasos: aorta (principal causa de óbito), saco pericárdico
(tampona mento), pleura (derrame pleural esquerdo), mediastino e
retroperitôneo.
insuficiência aórtica aguda: extensão em direção à valva aórtica
produzindo distorção de suas comissuras.
dissecção das coronárias: geralmente à direita, produzindo IAM.
extensão para vasos cervicais: pode causar AVC.
outras: isquemia mesentérica de membros (insuficiência arterial
periférica aguda), isquemia medular (paraplegia) ou renal.
Tem início súbito, forte intensidade desde o início e pode ser
insuportável, quando a dor migra de sua origem para outros pon tos,
seguindo o percurso da aorta (ocorre em 70% dos casos), presença de
sinais autonômicos (palidez cutânea e sudorese profusa) suspeita-se de
dissecção aguda de aorta. Podem surgir várias complicações como:
FATORES PREDISPONENTES: HAS (presente em > 90% dos pacientes),
idade avançada e sexo masculino, doenças do tecido conectivo costumam
associar- se à dissecção em idade jovem - outras situações são: doenças
congênitas (coarctação da aorta, valva aórtica bicúspide), arterite
temporal, uso de cocaína, gestantes e puérperas.
EMBOLIA PULMONAR: dispneia é o sintoma mais frequente (ocorre em
até 73% dos casos), a dor torácica é súbita (ocorre em 66% dos casos).
DOR DE ORIGEM PULMONAR
PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO: dor torácica localizada no dorso ou
ombros e acompanhada de dispneia.
- pneumotórax hipertensivo pode produzir insuficiência respiratória e/ou
colapso cardiovascular.
- no exame físico, há dispneia, taquipneia e ausência de ruídos no
hemitórax afetado.
- dor torácica pode surgir em doenças do parênquima pulmonar
(pneumonia, câncer e sarcoidose), pode agravar- se com a respiração e ter
sintomas associados como febre, tosse e fadiga.
- hipertensão pulmonar: dor torácica parecida com angina típica, causada
por isquemia de VD ou dilatação das Aa. pulmonares.
a dor da úlcera péptica é em região epigástrica ou no andar superior
do abdome pode ser referida em região subesternal ou retroesternal,
ocorre após refeição, melhorando com uso de antiácidos.
a ruptura de esôfago (síndrome de Boerhaave) é grave, pode ser
causada por vômitos in tensos ou trauma, a dor é excruciante,
retroesternal ou no andar superior do abdome, acompanhada do
componente pleurítico à esquerda - tem alta mortalidade e é fatal, o
diagnóstico pode ser a presença de pneumomediastino.
Dor em doenças esofágicas pode mimetizar a doença coronariana aguda e
crônica, assim, pacientes com DRGE apresentam desconforto torácico, em
queimação (pirose), definido como sensação opressiva, retroesternal ou
subesternal, podendo irradiar para pescoço, braços, dorso, associado a
regurgitação alimentar, e melhora com posição ereta, uso de nitratos,
antiácidos, bloqueador de canal de cálcio ou com repouso.
DOR ESOFÁGICA E GASTRODUODENAL
DOR OSTEOMUSCULAR: tem características pleuríticas, por serem
desencadeadas ou exacer badas pelos movimentos dos músculos e/ou
articulações produzidos pela respiração, a palpação das articulações ou
músculos envolvidos reproduzem ou desencadeiam a dor, pode haver
história de atividade repetitiva ou não costumeira envolvendo braços ou
par te superior do tronco, é contínua, dura horas a semanas, e tem
localização específica, pode ser agravada com determinadas posições,
respiração profunda, movimento dos braços e rotação de tronco.
DOR PSICOGÊNICA: comum no pronto -socorro, acomete pacientes com
depressão e com transtornos da ansiedade, é difusa, imprecisa, podendo
estar associada com uso abusivo de analgésicos, o indivíduo tem
dificuldade para definir a dor.
DOR OSTEOMUSCULAR E PSICOGÊNICA
É fundamental pronto- socorro esteja organizado de forma a priorizar o
atendimento de pacientes com dor ou desconforto torácico, deve-se
pensar na síndrome coronariana aguda (SCA), sem esquecer das causas
potencialmente catastróficas o tratamento precoce dos pacientes com
IAM deve ser iniciado em até 30 minutos para trombólise química, de 60-
90 minutos para angioplastia primária.
EXAMES COMPLEMENTARES E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
será normal na maioria dos
pacientes com dor torácica.
5% terá SCA.
1/2 dos pacientes com IAM não é
diagnosticada com 1 ECG, sendo
necessário monitorização e ECG
seriados,
o segundo ECG deve ser obtido
após 3 horas ou em caso de
recorrência da dor torácica ou
instabilidade clínica.
ELETROCARDIOGRAMA
RECOMENDAÇÕES
Toda paciente com dor torácica na emergência
deve ser submetido imediatamente ao ECG
História e ECG são dados essenciais na avaliação
de paciente com dor torácica na emergência
Baixa sensibilidade para diagnóstico de
insuficiência coronária aguda
Sensibilidade do ECG para IAM aumenta para 90%
com alterações dinâmicas do segmento ST
ECG seriados, com intervalos de 3-4 horas nas
primeiras 12 horas de internação
Elevação do segmento ST: especificidade 95%,
valor preditivo positivo para IAM 85% e valor
preditivo negativo 95%.
Deve ser feito imediatamente, até 10 minutos após a chegada ao PS.
ECG mostra elevação do segmento ST > 1 mm em > 2 derivações
contíguas: SCA com elevação do segmento ST.
ECG não mostra elevação do segmento ST > 1 mm em > 2 derivações
contíguas: SCA sem elevação do segmento ST, se não houver aumento
de enzimas cardíacas seriadas é angina instável (AI), se houver
aumento de enzimas cardíacas, é IAM sem elevação do segmento ST
(IAM – sem supra ST).
AVALIAÇÃO INICIAL: ECG é essencial, traz informações prognósticas de
grande valor, especialmente ECGs seriados, sobretudo quando há ECG
prévio, no entanto, ECG normal não descarta doença coronariana, e
alterações dinâmicas do segmento ST com sintomas podem indicar
isquemia aguda e doença coronariana grave. 
SITUAÇÕES QUE DIFICULTAM A INTERPRETAÇÃO DO ECG
Falsos positivos : repolarização precoce, bloqueio de ramo esquerdo, sobrecarga de VE, síndrome de
pré-excitação (Wolff-Parkinson-White), síndrome de Brugada, cardiomiopatia hipertrófica,
miocardite/pericardite, embolia pulmonar, hemorragia subaracnoide, hipercalemia, colescistite, erro na
localização do ponto J ou na configuração (localização das derivações do ECG)
Falsos negativos : bloqueio de ramo esquerdo, ritmo de marca-passo, IAM prévio com onda Q e
persistente elevação de segmento ST (antigo).
NITRATO SUBLINGUAL
não deve-se oferecer nitrato sublingual antes do ECG: se o paciente
tiver infarto de parede infe rior com infarto de VD, pode evoluir para
grave choque - após ECG inicial, usa-se o nitrato sublingual e repete-
se o ECG para detectar alterações dinâmicas no ECG.
Um dos critérios usados para diagnóstico de angina típica é a melhora da
dor com repouso ou nitrato, que é indício de doença cardíaca isquêmica.
LAYANE SILVA
marcadores de necrose miocárdica.
As troponinas cardíacas T e I são marcadores laboratoriais mais sensíveis
e específicos de lesão miocárdica - a troponina T tem sensibilidade de
96,9%, especificidade de 94,5%, valor preditivo negativo de 99,8% para
diagnóstico de IAM - além disso, o aumento de troponina implica risco 3
vezes maior de óbito (informação prognóstica), assim, a melhor conduta é
dosar troponinas na internação e repetir após 6-12 horas do início da dor
- a troponina começa a elevar -se em 4 horas, tem pico em 12-48horas e
permanece aumentada por 10-14 dias.
MARCADORES DE NECROSE DO MIOCÁRDIO
elevação de troponinas.
Os marcadores de necrose miocárdica devem ser solicitados nos
pacientes com suspeita clínica de SCA, uma à chegada e outra entre 6-12
horas da dor precordial. 
Mioglobina: marcador mais precoce disponível, aumenta em 2-3 horas
após infarto, tem pico entre 6-12 horas e normalização em 24 horas.
CKMB: usado para diagnóstico de reinfarto (troponina pode ficar elevada
por 10-14 dias).
RX DE TÓRAX: útil em diagnósticos diferenciais de dor torácica não
isquêmica: pneumonia, pneumotórax, câncer de pulmão, derrame pleural
etc. - além de sugerir derrame pericárdico, embolia pulmonar (raro),
hipertensão pulmonar etc.
TC DE TÓRAX: mais sensível e específica para diagnóstico de doenças
pleurais, do parênquima e vasculatura pulmonar, tem maior utilidade no
diag nóstico de embolia pulmonar e dissecção de aorta.
RADIOGRAFIA DE TÓRAX E TOMOGRAFIA DE TÓRAX
pacientes com teste negativo tem
< 2% de chance de apresentar um
evento cardíaco grave em 6
meses.
Útil para descartar doença
coronariana significativa em
pacientes com dor torácica e de
baixo risco.
TESTE DE ESFORÇO - ERGOMETRIA (TE)
CONDIÇÕES QUE DIFICULTAM
INTERPRETAÇÃO OU INDICAÇÃO DO TE
Estenose aórtica
Sobrecarga ventricular esquerda
Miocardiopatia hipertrófica
Incapacidade física ou mental
Arritmias não controladas
Alterações difusas da repolarização
Bloqueio de ramo esquerdo
Anormalidades eletrolíticas e uso de digoxina
SÍNDROME CORONARIANA AGUDA: a sensibilidade para diagnóstico de
IAM varia de 70-95%, alta taxa falsos positivos (valor preditivo positivo
baixo) e valor preditivo negativo entre 85-95%, já, para diagnóstico de
IAM ou angina instável varia en tre 40-90%, e o valor preditivo negativo
varia entre 50-99%. 
OUTRAS DOENÇAS: derrame pericárdico, estenose aórtica e valvopatias,
cardiomiopatia hipertrófica e dissecção de aorta.
ECOCARDIOGRAMA
Cintilografia miocárdica de repouso é uma alternativa cara e pouco
disponível, se normal, implica baixíssima probabilidade de eventos
cardíacos adversos nos próximos meses.
Visa o reconhecimento imediato do IAM, oferecer terapia de reperfusão e
afastar condições clínicas com elevado potencial de risco de morte.
TRATAMENTO
S I S T E M A L Í M B I C O
Em geral, sentimento subjetivos suscitam manifestações fisiológicas e
comportamentais, as primeiras são geridas pelo SNA, e as segundas
resultam da ação do sistema nervoso motor somático, sendo
características de cada tipo de emoção e espécie - assim, distingui-se o
componente central, subjetivo, e periférico, expressivo da emoção, que
pode ser positiva ou negativa. Portanto, as emoções estão relacionadas
com áreas específicas do cérebro que, em conjunto, formam o sistema
límbico, que também se relaciona com áreas da motivação (processos
motivacionais primários ou estados de necessidade/desejos essenciais),
ademais, as áreas ligadas ao comportamento emocional controlam o SNA.
Na face medial de cada hemisfério cerebral, há anel cortical contínuo,
constituído pelo giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo, que
contorna formações inter-hemisféricas (lobo límbico), filogeneticamente
antigo, com uniformidade citoarquitetural. O mecanismo das emoções é
explicado por estruturas do lobo límbico, núcleos do hipotálamo e tálamo,
todas unidas pelo circuito de Papez, composto pelo hipocampo, fómix,
corpo mamilar, trato mamilo-talâmico, núcleos anteriores do tálamo,
cápsula interna, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e novamente
hipocampo, fechando o circuito - atualmente, sabe-se que este tem
relações com a memória, e que o centro do sistema límbico é a amígdala.
HISTÓRICO E CONCEITO
LAYANE SILVA
CONCEITO: conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas
morfologica e funcionalmente, relacionadas com emoções e memória, do
ponto de vista anatômico, tem como centro o lobo límbico e estruturas
relacionadas, já, funcionalmente, há 2 subconjuntos de estruturas.
ÁREAS LÍMBICAS: compreendem áreas de alocórtex (hipocampo, giro
denteado, giro para-hipocampal), de mesocórtex (giro do cíngulo) e
isocórtex (ínsula anterior) e área pré-frontal orbitofrontal.
Relaciona-se com o processamento das emoções, sendo ativado na RM
quando pacientes se recordavam de episódios tristes, sendo mais delgado
em pacientes com depressão crônica -a cingulotectomia já foi aplicada no
tratamento de psicóticos agressivos pela destruição desse córtex.
ÁREAS RELACIONADAS A EMOÇÃO
CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR
Empatia: capacidade de se identificar com outras pessoas e perceber e
se sensibilizar com seu estado emocional, sendo ativado quando o
indivíduo observa imagens de situações dolorosas.
Conhecimento da própria fisionomia como diferente das dos outros: é
ativado quando uma pessoa se observa em um espelho ou foto, o que
depende de áreas visuais secundárias.
Sensação de nojo na presença ou com imagens de fezes, vômitos,
carniça ou situações nojentas: ativa-se também com a visualização de
pessoas com fisionomia de nojo, afastando as pessoas de situações
associadas a doenças (valor adaptativo).
Percepção dos componentes subjetivo das emoções: permite ao
indivíduo sentir as emoções - função também exercida por outras
áreas corticais e subcorticais do sistema límbico.
A ínsula tem 2 partes (anterior e posterior), separadas pelo sulco central e
com estrutura e função distintas, assim, o córtex insular posterior é
isocórtex heterotípico granular, característico das áreas de projeção
primárias (áreas gustativa e sensoriais viscerais), e o córtex insular
anterior é isocórtex homótipo, característico das áreas de associação -
envolvido em diversas funções entre elas:
CÓRTEX INSULAR ANTERIOR
A área pré-frontal orbitofrontal ocupa parte ventral do lobo frontal
adjacente às órbitas compreendendo giros orbitários, projeta-se para
núcleo caudado que se projeta para globo pálido, a seguir para o núcleo
dorsomedial do tálamo que se projeta para área pré-frontal orbitofrontal
fechando o circuito - este está envolvido no processamento das emoções,
supressão de comportamentos socialmente indesejáveis, manutenção da
atenção. Apenas essa área está envolvida no processamento das emoções,
ela tem conexões com corpo estriado e núcleo dorsomedial do tálamo
integrando o circuito em alça orbitofrontal - estriado - tálamo - cortical.
CÓRTEX PRÉ-FRONTAL ORBITOFRONTAL
conexões com sistema límbico.
Parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo, abaixo do
sulco hipotalâmico, que o separa do tálamo, lateralmente é limitado pelo
subtálamo, anteriormente pela lâmina terminal e posteriormente pelo
mesencéfalo, apresenta formações anatômicas visíveis na face inferior do
cérebro: quiasma óptico, túber cinéreo, infundíbulo e corpos mamilares.
Compreende estruturas relacionadas com regulação do comportamento
emocional e da memória, destacam-se relações recíprocas entre:
- HIPOCAMPO: liga-se pelo fómix aos núcleos mamilares do hipotálamo,
de onde os impulsos nervosos seguem para o núcleo anterior do tálamo
através do fascículo mamilotalâmico, parte do circuito de Papez, dos
núcleos mamilares, impulsos nervosos chegam também à formação
reticular do mesencéfalo pelo fascículo mamilotegmentar;
- CORPO AMIGDALOIDE: fibras originadas nos núcleos do corpo
amigdaloide chegam ao hipotálamo através da estria terminal.
HIPOTÁLAMO
funções do hipotálamo.
papel regulador sobre o SNA e sistema endócrino, integrando-os com
comportamentos vinculados às necessidades diárias.
controla vários processos motivacionais importantes para
sobrevivência (fome, sede e sexo) - impulsos internos que levam à
realização de comportamentos específicos e de ajustes corporais.
regulação do comportamento emocional.
- ÁREA SEPTAL: liga-se ao hipotálamo através de fibras que percorrem o
feixe prosencefálico medial.
Ele centraliza o controle da homeostase, ou seja, manutenção do meio
interno em limites compatíveis com funcionamento adequado dos órgãos.
1.
2.
Hipotálamo atua como coordenador das manifestaçõesperiféricas das
emoções, através de conexões com SNA.
estimulações da área septal alteram a PA e o ritmo respiratório,
mostrando seu papel na regulação de atividades viscerais.
Situada abaixo do rostro do corpo caloso, anteriormente à lâmina terminal
e à comissura anterior, são grupos de neurônios de disposição subcortical
que se estendem até base do septo pelúcido (núcleos septais), tendo
conexões amplas e complexas, destacando-se projeções para amígdala,
hipocampo, tálamo, giro do cíngulo, hipotálamo e formação reticular, pelo
feixe prosencefálico medial. Através do qual, essa área recebe fibras
dopaminérgicas da área tegmentar ventral e faz parte do sistema
mesolímbico ou sistema de recompensa do cérebro.
ÁREA SEPTAL
Situado entre a cabeça do núcleo caudado e o putâmen, faz parte do
corpo estriado ventral, recebe aferências dopaminérgicas principalmente
da área tegmentar ventral do mesencéfalo, e projeta eferências para parte
orbitofrontal da área pré-frontal - consiste no principal componente do
sistema mesolímbico, que é o sistema de recompensa ou prazer do cérebro.
NÚCLEO ACCUBENS
Situa-se no trígono das habênulas, no epitálamo, abaixo e lateralmente à
glândula pineal, é constituída pelos núcleos habenulares medial e lateral -
o núcleo lateral tem conexões complexas, como aferências que recebem
dos núcleos septais pela estria medular do tálamo e suas projeções pelo
fascículo retroflexo para o núcleo interpeduncular do mesencéfalo e
neurônios dopaminérgicos do sistema mesolímbico, sobre os quais têm
ação inibitória - assim como sobre o sistema serotoninérgico de projeção
difusa, através de conexões com núcleos da rafe. Atua na regulação da
dopamina nos neurônios do sistema mesolímbico - principal área do
sistema de recompensa (ou de prazer) do cérebro - a estimulação dos
núcleos habenulares resulta em ação inibitória sobre o sistema
dopaminérgica mesolímbico e sistema serotoninérgico de projeção difusa,
que implica na fisiopatologia dos transtornos de humor - o sistema
mesolímbico é ativado pela recompensa e habênula pela não recompensa.
HABÊNULA
CORTICOMEDIAL: recebe conexões olfatórias, sua estimulação causa
comportamentos sexuais, e reação defensiva e agressiva
BASOLATERAL: recebe a maioria das conexões aferentes, sua
estimulação causa reações de medo e fuga.
CENTRAL: dá origem às conexões eferentes.
VIA AMIGDALOFUGA DORSAL: através da estria terminal, projeta-se
para núcleos septais, núcleo accumbens, núcleos hipotalâmicos e
núcleos da habênula.
VIA AMIGDALOFUGA VENTRAL: projeta-se para as mesmas áreas
corticais, talâmicas e hipotalâmicas de origem das fibras aferentes,
além do núcleo basal de Meynert, assim, ela projeta eferências para
núcleos do tronco encefálico envolvidos em funções viscerais, como
núcleo dorsal do vago, onde estão neurônios pré-ganglionares do
parassimpático craniano.
Corpo amigdaloide, tem forma de amêndoa, tem 12 núcleos (complexo
amigdaloide), dispostos em 3 grupos:
Estrutura subcortical com muitas projeções do SN, com 14 conexões
aferentes e 20 eferentes, possui conexões aferentes com as áreas de
associação secundárias do córtex, trazendo informações sensoriais já
processadas, além das informações das áreas supramodais - recebe
aferências de alguns núcleos hipotalâmicos, núcleo dorsomedial do
tálamo, núcleos septais e núcleo do trato solitário. As conexões eferentes
se distribuem em 2 vias:
Os núcleos da amígdala comunicam-se entre si por fibras glutamatérgicas,
indicando grande processamento local de informações, assim, a amígdala
tem muitos neurotransmissores, é responsável pelo processamento das
emoções e desencadeadora do comportamento emocional.
AMÍGDALA
LAYANE SILVA
funções da amígdala.
amígdala e o medo.
DIRETA: informação visual é levada e processada na amígdala
basolateral, passa à amígdala central, que dispara o alarme, a cargo do
sistema simpático, permitindo reação de alarme imediata com
manifestações autonômicas e comportamental típicas - mais rápida e
permite resposta imediata ao perigo.
INDIRETA: informação passa ao córtex pré-frontal e depois à amígdala
- mais lenta, mas permite que o córtex pré-frontal analise as
informações recebidas e seu contexto.
- o comportamento de ataque agressivo pode ser desencadeado com
estimulação da amígdala e do hipotálamo.
- concentra receptores para hormônios sexuais do SNC, sua estimulação
reproduz comportamentos sexuais e lesão causa hipersexualidade.
- responsável pelo processamento do medo, sendo ativada pela simples
visão de pessoas com expressão facial de medo.
- envolvida no reconhecimento de faces que expressam emoções, visto
que uma das áreas visuais secundárias do lobo temporal armazena
imagens de faces e permite reconhecimento.
O medo é uma reação de alarme diante de perigo, que resulta da ativação
geral do sistema simpático e liberação de adrenalina pela medula da
glândula suprarrenal (sinal de emergência de Cannon), que visa preparar o
organismo para uma situação de perigo na qual ele deve ou fugir ou
enfrentar o perigo. A informação visual (ou auditiva) é levada ao tálamo
(corpo geniculado lateral) e daí a áreas visuais primárias e secundárias, a
partir desse ponto, a informação segue pelas vias direta ou indireta.
Demonstra relação do cérebro com motivação e prazer, assim, as áreas
que determinam estimulações com frequências mais elevadas compõem o
sistema dopaminérgico mesolímbico ou sistema de recompensa, formada
por neurônios dopaminérgicos que, da área tegmentar ventral do
mesencéfalo, passando pelo feixe prosencefálico medial, terminam nos
núcleos septais e no núcleo accumbens, os quais projetam-se para o
córtex pré-frontal orbitofrontal - há projeções diretas da área tegmentar
ventral para área pré-frontal e projeções de retroalirnentação entre esta
área e a tegmentar ventral. O sistema de recompensa premia com a
sensação de prazer comportamentos importantes para sobrevivência, mas
é também ativado por situações cotidianas que causam alegria.
SISTEMA DE RECOMPENSA NO ENCÉFALO
Memória é capacidade de adquirir, armazenar e evocar informações, é
base da individualidade, e seu conjunto é base da personalidade.
ÁREAS RELACIONADAS A MEMÓRIA
tipos de memória.
Entre os critérios para definição de tipos e subtipos de memória estão:
natureza da memória (declarativa ou não declarativa) e tempo de retenção
do evento memorizado (operacional, de curta e de longa duração).
1. Memória declarativa: conhecimentos memorizados são explícitos,
podem ser descritos por palavras ou símbolos.
2. Memória não declarativa: conhecimentos memorizados são implícitos,
não são descritos de maneira consciente, inclui memória de procedimento
ou motora, através da qual as pessoas aprendem sequências motoras que
lhes permitem executar tarefas de maneira automática e inconsciente.
3. Memória operacional ou de trabalho: permite que informações sejam
retidas por segundos ou minutos, tempo suficiente para dar sequência ao
raciocínio - o córtex pré-frontal determina o conteúdo selecionado para
armazenamento, conforme sua relevância, para isso, ele acessa áreas
mnemônicas do córtex cerebral onde estão armazenadas memórias de
curta e longa duração, verifica se a informação que está chegando e sendo
processada já existe, e se vale a pena armazená-la, assim, a área pré-
frontal funciona como gerenciadora da memória.
4. Memórias de curta e longa duração: memória de curta duração permite
retenção de informações durante 3-6 horas, e se extingue com o tempo,
até que sejam armazenadas de forma mais duradoura nas áreas
responsáveis pela memória de longa duração, que é consolidada pela
atividade do hipocampo, ficando armazenada em áreas corticais de
associação de acordo com seu conteúdo.
Áreas telencefálicas: parte medial do lobo temporal, a área pré-frontal
dorsomedial e as áreas de associação sensoriais.
Áreas diencefálicas: componentes do circuito de Papez.
Abrangem áreas telencefálicas e diencefálicas unidas pelo fórnix, que liga
o hipocampo ao corpo mamilar do hipotálamo.
ÁREAS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA DECLARATIVAáreas telencefálicas.
áreas diencefálicas.
HIPOCAMPO: eminência alongada e curva situada no assoalho do corno
inferior do ventrículo lateral acima do giro para-hipocampal, constituído
de arquicórtex. Este, pelo córtex entorrinal, recebe aferências de áreas
neocorticais e através do fómix projeta-se aos corpos mamilares - recebe
também fibras da amígdala, que reforçam a memória de situações
emocionais. O grau de consolidação da memória é modulado pelas
aferências que ele recebe da amígdala, é maior quando a informação a ser
memorizada está associada a episódio de grande impacto emocional -
também é responsável pela memória espacial ou topográfica.
GIRO DENTEADO: giro estreito e denteado situado entre área entorrinal e
hipocampo com o qual se continua lateralmente, é constituída por 1
camada de neurônios, tem amplas ligações com a área entorrinal e o
hipocampo, sendo responsável pela dimensão temporal da memória.
CÓRTEX ENTORRINAL: ocupa a parte anterior do giro para-hipocampal
mediaimente a sulco rinal, é formado pelo arquicórtex e corresponde à
área 28 de Brodmann, recebe fibras do fómix e envia fibras ao giro
denteado que se liga ao hipocampo. Este funciona como portão de entrada
para o hipocampo, recebendo as conexões que a ele chegam pelo giro
denteado, incluindo conexões da amígdala e área septal.
CÓRTEX PARA-HIPOCAMPAL: ocupa parte posterior do giro para-
hipocampal continuando com o córtex cingular posterior no nível do
istmo do giro do cíngulo, é ativado por cenários novos e complexos.
CÓRTEX CINGULAR POSTERIOR: em especial a parte situada atrás do
esplênio do corpo caloso (retroesplenial), recebe muitas aferências dos
núcleos anteriores do tálamo que recebem aferências do corpo mamilar
pelo trato mamilotalâmico, integrando o circuito de Papez, está
relacionado com memória topográfica (capacidade de se orientar no
espaço e memorizar caminhos e cenários novos).
ÁREA PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL: entre as suas funções estão o
processamento da memória operacional.
ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO DO NEOCÓRTEX: armazenam memórias de longa
duração, cuja consolidação depende da atividade do hipocampo, inclui as
áreas secundárias sensitivas e motoras, e as áreas supramodais.
Inclui corpos mamilares do hipotálamo, que recebem aferências dos
córtices entorrinal e do hipocampo pelo fómix e que, através do trato
mamilotalâmico projetam-se aos núcleos anteriores do tálamo, que
projetam-se para o córtex cingular posterior (circuito de Papez).
Sistema límbico compreende o circuito neuronal que controla o
comportamento emocional e forças motivacionais, é formado pelo
hipotálamo e suas estruturas relacionadas, que atua no controle
comportamental e das condições internas do corpo e controle do peso
(funções vegetativas). Suas estruturas anatômicas formam um complexo
interconectado de elementos da região basal do cérebro, no meio do qual
situa-se o hipotálamo, que possui uma posição-chave, visto que ao seu
redor estão outras estruturas subcorticais do sistema límbico, incluindo
área septal, área paraolfatória, núcleo anterior do tálamo, partes dos
gânglios da base, hipocampo e amígdala. 
ANATOMIA FUNCIONAL
LAYANE SILVA
Ao redor das áreas límbicas subcorticais, há o córtex límbico, composto
por anel de córtex cerebral, em cada hemisfério cerebral, (1) começando
na área orbitofrontal, na superfície ventral do lobo frontal; (2) se
estendendo para cima para o giro subcaloso; (3) então, de cima do corpo
caloso para região medial do hemisfério, para o giro cingulado; por fim,
(4) passando por trás do corpo caloso e para baixo, pela superfície
ventromedial do lobo temporal para o giro para-hipocâmpico e unco. Nas
superfícies medial e ventral de cada hemisfério cerebral, há o anel de
paleocórtex, que envolve estruturas profundas associadas ao
comportamento e às emoções - assim, o anel de córtex límbico atua como
via de mão dupla de comunicação e associação entre neocórtex e
estruturas límbicas inferiores.
para trás e para baixo, até o tronco cerebral, principalmente para
áreas reticulares do mesencéfalo, ponte e bulbo e dessas áreas para
nervos periféricos do SNA;
ascendente, em direção a áreas superiores do diencéfalo e
prosencéfalo, especialmente para parte anterior do tálamo e porções
límbicas do córtex cerebral;
para infundíbulo hipotalâmico, a fim de controlar as funções
secretórias da hipófise anterior e posterior.
Hipotálamo e suas estruturas conectadas emitem sinais em 3 direções,
controlando funções vegetativas, endócrinas e comportamento emocional.
FISIOLOGIA DO HIPOTÁLAMO
REGULAÇÃO DA CONTRATILIDADE UTERINA E EJEÇÃO DO LEITE NAS
MAMAS: estimulação dos núcleos paraventriculares causa aumento da
secreção da ocitocina pelas células neuronais, aumentando contratilidade
do útero e das células mioepiteliais circunjacentes aos alvéolos das
mamas, o que leva os alvéolos a esvaziar seu leite pelos mamilos.
REGULAÇÃO GASTROINTESTINAL E ALIMENTAÇÃO: a área hipotalâmica
lateral está associada a fome, o centro da saciedade, localizado no núcleo
ventromedial, se opõe ao desejo por comida, o núcleo arqueado do
hipotálamo contém 2 tipos diferentes de neurônios que, quando
estimulados, conduzem a aumento ou a diminuição do apetite, e corpos
mamilares controlam os padrões de muitos reflexos da alimentação.
SECREÇÃO DE HORMÔNIOS ENDÓCRINOS: a hipófise anterior recebe o
suprimento sanguíneo que flui através da parte inferior do hipotálamo e
por meio dos sinusoides da hipófise anterior, assim, à medida que o
sangue passa pelo hipotálamo, hormônios específicos de liberação e
inibitórios são secretados no sangue por núcleos hipotalâmicos, sendo
transportados pelo sangue para a hipófise anterior, onde agem nas células
glandulares para controlar liberação dos hormônios da hipófise anterior.
FUNÇÕES VEGETATIVAS E ENDÓCRINAS
cria sensação de sede: o centro da sede, localizado na região lateral do
hipotálamo, atua quando eletrólitos do líquido ficam concentrados.
controle da excreção de água na urina: realizado no núcleo
supraóptico, quando líquidos corporais ficam concentrados, seus
neurônios são estimulados, suas fibras se projetam para baixo, pelo
infundíbulo do hipotálamo para hipófise posterior, onde terminações
nervosas secretam vasopressina, que age nos ductos coletores para
aumentar a reabsorção de água, isto diminui a perda de água na urina,
mas permite excreção contínua de eletrólitos, diminuindo a
concentração dos líquidos corporais de volta ao normal.
REGULAÇÃO CARDIOVASCULAR: estimulação das regiões posterior e
lateral do hipotálamo aumenta a PA e FC, já estimulação da área pré-óptica
tem efeitos opostos - ambos transmitidos pelos centros específicos de
controle cardiovascular, nas regiões reticulares da ponte e do bulbo.
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL: relaciona com a porção
anterior do hipotálamo, especialmente a área pré-óptica.
REGULAÇÃO DA ÁGUA CORPORAL:
- estimulação da região lateral do hipotálamo aumenta nível geral de
atividade, algumas vezes levando à raiva e à luta;
- estimulação do núcleo ventromedial e áreas adjacentes causa efeitos
opostos aos ocasionados pela estimulação lateral (saciedade, diminuição
da alimentação e tranquilidade).
- estimulação de zona estreita dos núcleos periventriculares localizados
adjacentes ao III ventrículo levam a reações de medo e punição.
- o desejo sexual pode ser estimulado em diversas áreas do hipotálamo,
especialmente nas porções mais anterior e mais posterior do hipotálamo.
FUNÇÕES COMPORTAMENTAIS
Diversas estruturas límbicas estão envolvidas com a natureza afetiva das
sensações sensoriais, cujas qualidade afetivas são classificadas como
recompensa ou punição.
CENTROS DE RECOMPENSA: localizados ao longo do fascículo
prosencefálico medial, especialmente nos núcleos lateral e ventromedial
do hipotálamo, nos quais estímulos dão sensação de recompensa.
CENTROS DE PUNIÇÃO: encontrados na substância cinzenta circundando
o aqueduto de Sylvius, no mesencéfalo, e se estendendo para zonas
periventriculares do hipotálamo e tálamo.
FUNÇÕES DE RECOMPENSA E PUNIÇÃOOu anel do córtex cerebral, funciona como zona de transição pela qual
sinais são transmitidos do resto do córtex cerebral para o sistema límbico
e na direção oposta. assim, funciona como área associativa cerebral de
controle do comportamento.
FUNÇÕES DO CÓRTEX LÍMBICO
A amígdala é um complexo de múltiplos pequenos núcleos localizados
imediatamente abaixo do córtex cerebral do polo medial anterior de cada
lobo temporal, tem conexões bilaterais abundantes com o hipotálamo e
outras áreas do sistema límbico, está envolvida com estímulo olfativo e
possui interrelações com o cérebro límbico. Os efeitos iniciados pela
amígdala e finalizados pelo hipotálamo incluem (1) aumento ou diminuição
da PA; (2) aumento ou diminuição da FC; (3) aumento ou diminuição na
motilidade e secreção gastrointestinais; (4) defecação ou micção; (5)
dilatação pupilar ou contração; (6) piloereção; e (7) secreção de
hormônios da hipófise anterior
MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS: podem ser causados pela estimulação
da amígdala, entre eles: (1) movimentos tônicos; (2) movimentos
circulares; (3) movimentos clônicos ou rítmicos; e (4) movimentos
associados ao olfato ou à alimentação.
COMPORTAMENTO EMOCIONAIS: a estimulação de alguns núcleos
amigdaloides pode levar a padrões de raiva, fuga, punição, dor grave e
medo, já a estimulação de outros núcleos amigdaloides pode promover
reações de recompensa e prazer.
COMPORTAMENTO SEXUAL: a excitação de outras porções da amígdala
pode causar atividades sexuais, como ereção, movimentos copulatórios,
ejaculação, ovulação, atividade uterina e parto prematuro.
FUNÇÕES GLOBAIS: parecem ser áreas de conhecimento comportamental
que operam em nível semiconsciente, que projetam para o sistema límbico
o estado atual da pessoa a respeito de seu ambiente e pensamentos.
FUNÇÕES DA AMÍGDALA
LAYANE SILVA
SINTOMAS + TEMPO: registrar sintomas além da referida queixa principal
e sua duração;
HISTÓRIA PRÉVIA: deve ser perguntado se antes desse período estava
tudo bem, adicionando novos relatos em caso de negação;
GATILHOS: o que influencia na saúde mental do paciente;
MOMENTOS DE MELHORA E PIORA: pode variar durante os dias da
semana com variação de humor em períodos festivos ou estações do ano;
MEDICAÇÕES: registrar tempo de uso e resposta à medicação (melhora ou
efeito colateral); deve-se registrar no prontuário: 
nome do medicamento, posologia, X, Y, Z.
X: número de comprimidos pela manhã
y: número de comprimidos pela tarde
Z: número de comprimidos pela noite
Hipocampo se originou como parte do córtex olfativo, e se tornou
mecanismo neuronal importante na tomada de decisões, determinando a
importância dos sinais sensoriais que chegavam - consequentemente, se
ele sinaliza que a informação que chega é importante, esta será
armazenada na memória. Sugere-se que hipocampo fornece impulso que
causa a transformação da memória de curto prazo em de longo prazo, ou
seja, transmite sinais que fazem com que a mente repita a nova
informação, até que o armazenamento permanente esteja completo.
FUNÇÕES DO HIPOCAMPO
A V A L I A Ç Ã O P S I Q U I Á T R I C A
Possui 3 objetivos básicos: formulação de diagnóstico, prognóstico e
planejamento terapêutico; para isso deve-se preferir ambiente fechado,
isolado acusticamente e com uma temperatura agradável, evitar
interrupções. No início, é essencial que o médico se apresente, explique o
objetivo da entrevista e tenha consentimento do paciente, que deve falar
livremente, até que o médico questione temas específicos ou pontos
duvidosos, sabendo quando e como interromper o paciente (sem cortar o
fluxo da comunicação mas controlando e dirigindo a entrevista), o diálogo
deve ser informal, evitar perguntas sugestivas e fechadas, não aceitar
jargões fornecidos pelo paciente, além de certificar-se de que o paciente
compreende as perguntas.
Completa, sem ser sobrecarregada ou repetitiva, os itens da anamnese
psiquiátrica são: identificação, queixa principal, motivo do atendimento,
história de doença atual, história patológica pregressa, história
fisiológica, história pessoal, história social e história familiar. Incluem-se
na avaliação psiquiátrica, exame psíquico, súmula psicopatológica, exame
físico, exames complementares, diagnóstico e conduta terapêutica.
ESTRUTURA E CONTEÚDO
A anamnese compreende tudo que a paciente e/ou família relata; o exame
psíquico começa desde o primeiro contato com o paciente, observando o
comportamento do paciente ao entrar no consultório.
Nome: atentar-se para o uso do nome social em pacientes transgêneros,
que não se identificam com o gênero biológico, priorizar sempre como o
paciente se identifica;
Data de nascimento/idade e naturalidade;
Sexo e etnia;
Estado civil: o cônjuge é um fator de proteção para o suicídio -
importante avaliar os riscos de suicídio existentes segundo a escala de
Sad Persons;
Nível de instrução/escolaridade: caso o paciente tenha abandonado os
estudos deve-se investigar a causa, visto que pode-se encontrar
características sugestivas de retar mental ou inteligência abaixo do
normal, e/ou conflitos familiares ou de cunho socioeconômico;
Profissão;
Religião: importante lembrar que algumas religiões não são adeptos ao
uso de medicamentos;
Residência/procedência: avaliar qualidade de vida de acordo com a
região onde mora ou tipo de moradia.
IDENTIFICAÇÃO
Na apresentação pública, o nome pode ser representado pelas iniciais,
sem preferível o uso de um pseudônimo para preservar o sigilo.
Foco da história da doença atual, deve ser sucinta, convém relacionar no
máximo 3 queixas, de preferência 1 é redigida com as palavras do paciente
(entre aspas ou usando sic.) devendo ser registrada mesmo que absurda -
caso o paciente não formule nenhuma queixa, isso deve ser anotado.
MOTIVO DO ATENDIMENTO: necessário quando não há consciência de
morbidade por parte do paciente , o seu contéudo é fornecido por outra
pessoa, sendo reproduzidos literalmente as palavras do informante.
QUEIXA PRINCIPAL
Importante que o médico aprofunde o questionamento para que a queixa
fique mais específica no prontuário anotando sintomas + tempo.
Relato sobre a época e o modo de início da doença, a presença de fatores
desencadeantes, tratamentos efetuados e o modo de evolução, o impacto
sobre a vida do paciente, intercorrência de outros sintomas e as queixas
atuais - na redação do HDA, evitam-se termos técnicos, são utilizadas as
palavras do paciente ou do informante, os quadros clínicos são apenas
descritos e deve seguir uma ordem cronológica, incluindo informações
(alterações psíquicas e físicas) pesquisadas ativamente pelo entrevistador
aplicando os negativos pertinentes, ou seja, certos sintomas cuja ausência
pode ser significativa para a identificação para a identificação da doença
ou da fase evolutiva e relatar também episódios psiquiátricos.
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL
Estados mórbidos passados, em geral, não psiquiátricos, que não mostrem
possuir relação direta ou indireta de causa e efeito da moléstia atual,
fazem parte também a revisão de sistemas, isto é, o questionamento junto
ao paciente relativo a cada aparelho de seu organismo - todas as doenças
importantes relatadas e não se devem listar doenças ausentes. São
investigados elementos relativos à história fisiológica, gestação (da mãe),
nascimento, aleitamento, desenvolvimento neuropsicomotor, menarca,
catamênios, atividade sexual, gestações, partos, abortamentos,
menopausa, padrões de sono e alimentação.
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA
MEDICAÇÕES QUE JÁ USOU: registrar dose, posologia, inicio e térmico,
resposta obtida e efeitos colaterais;
EPISÓDIOS PRÉVIOS: incluindo internamentos psiquiátricos;
TENTATIVAS PRÉVIAS DO SUICÍDIO: como, quando e intenção, como se
sentiu quando não conseguiu (frustração ou arrependimento), se
realmente quis se matar ou se tinha ganho secundário na falsa intenção.
ANTECEDENTES PSIQUIÁTRICOS
DOENÇAS CLÍNICAS;
MEDICAÇÕES CLÍNICAS EM USO;
CIRURGIAS: principalmente cirurgia bariátrica, registrando há quanto
tempo foi realizada, em função do risco aumentado de algunstipos de
transtorno (ansiedade, compulsão alimentar, depressão);
PASSADO DE TCE (traumatismo cranioencefálico);
SINTOMAS QUE LEVEM A DEPRESSÃO: relacionados a memória
(Alzheimer e pseudodemência), disfunção da tireoide, neoplasias,
problemas renais e doenças hepáticas.
ALERGIAS: principalmente medicamentosas.
ANTECEDENTES MÉDICOS
Alcoolismo: investigar dados de quantidade e período.
Hipotireoidismo: investigar hereditariedade, pois pode ser causa de um
transtorno.
Tumores no SNC.
Suícidio: é mais comum que outras pessoas morram por suícidio em
famílias com outros casos de suícidio.
DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS:
ANTECEDENTES FAMILIARES
Com quem reside, relação familiar;
Uso de SPAs (substâncias psicoativas): registrar se faz uso de drogas,
tipo, momento de início, duração, frequência, etc.
Lazer: conhecer o perfil do paciente, avaliando anedonia (negação do
prazer) e humor deprimido.
Infância: personalidade, socialização, jogos e brincadeiras,
aproveitamento escolar, ansiedade de separação.
Adolescência: desempenho escolar, uso do álcool e drogas,
delinquência, relacionamento interpessoais.
Sexualidade: iniciação, preferência, orientação, número de parceiros,
frequência.
Vida profissional: vocações, estabilidade nos empregos,
relacionamentos com chefes, subordinados e colegas, desempenho.
Personalidade pré-mórbida: relacionamentos sociais, interesses,
hábitos de lazer e culturais, padrão de humor, agressividade,
introversão, extroversão, egoísmo, altruísmo, independência,
dependência, atividade, passividade, valores, adaptação ao ambiente.
HISTÓRIA PESSOAL: história, fisiológica, pessoal e social.
HISTÓRIA SOCIAL: informações relativas à moradia - condições
sanitárias, pessoas com quem convive, número de cômodos, privacidade,
características sociodemográficas da região - situação econômica,
características socioculturais, atividade ocupacional atual, situação
previdenciária, vínculo com o sistema de saúde, atividades religiosas e
políticas, antecedentes criminais.
HISTÓRIA PSICOSSOCIAL
LAYANE SILVA
HISTÓRIA FAMILIAR: dados relacionados a doenças psiquiátricas e não
psiquiátricas, ter sido a gravidez desejada ou não pelos pais do paciente,
separação dos pais, quem criou o paciente, ordem de nascimento entre
irmãos, diferenças de idade, personalidade dos familiares, o
relacionamento entre estes e destes com o paciente, atitude da família
diante da doença do paciente, relacionamento com cônjuge e filhos.
LINGUAGEM: exame da linguagem falada e escrita; disartrias (má
articulação de palavras), afasias (incapacidade de compreender e utilizar
os símbolos verbais), verbigeração (repetição incessante de palavras ou
frases), parafasia (emprego inapropriado de palavras com sentidos
parecidos), neologismo (criação de palavras novas), jargonofasia (“salada
de palavras”), mussitação (voz murmurada em tom baixo), logorréia (fluxo
incessante e incoercível de palavras), para-respostas (responde a uma
indagação com algo que não tem nada a ver com o que foi perguntado).
CONSCIÊNCIA DO EU: sentimento de unidade, sentimento de atividade,
consciência da identidade e cisão sujeito-objeto.
AFETIVIDADE: classificar tonalidade afetiva, identificar estados de
euforia, tristeza, irritabilidade, angústia, ambivalência e labilidade
afetivas, incontinência emocional.
HUMOR: normotímico, hipertímico, hipotímico e distímico.
PSICOMOTRICIDADE: normal, diminuída, inibida, agitada ou exaltada, se
o paciente apresenta maneirismos, estereotipias posturais, automatismos,
flexibilidade cérea, ecopraxia ou qualquer outra alteração.
VONTADE: normobúlico (vontade normal) ter a vontade rebaixada
(hipobúlico), uma exaltação patológica (hiperbúlico), pode responder a
solicitações repetidas e exageradas (obediência automática), pode
concordar com tudo o que é dito, mesmo que sejam juízos contraditórios
(sugestionabilidade patológica), realizar atos contra a sua vontade
(compulsão), duvidar exageradamente do que quer (dúvida patológica),
opor-se de forma passiva ou ativa, às solicitações (negativismo).
PRAGMATISMO: analisa-se se o paciente exerce atividades práticas.
CONSCIÊNCIA DA DOENÇA ATUAL: considerações sobre seu próprio
estado, se há perda do juízo ou embotamento.
Aparência: condições de higiene pessoal, adequação do vestuário,
cuidados pessoais;
Atividade psicomotora e comportamento: mímica (atitudes e
movimentos expressivos), gesticulação, motilidade, deambulação;
Atitude: cooperativo, submisso, arrogante, desconfiado, apático,
irritado, indiferente…;
Atividade verbal: normalmente responsivo, não-espontâneo (pergunta
e resposta), fala muito (exaltado) ou pouco (taciturno).
Autopsíquica: dados de identificação pessoal.
Alopsíquica: temporal, espacial, somatopsíquica (alterações do
esquema corporal).
Retrógrada: perguntas sobre passado, data de acontecimentos
importantes.
Anterógrada: perguntas rápidas e objetivas sobre acontecimentos
recentes.
De retenção: repita algarismos na ordem direta e inversa
Curso: fuga de ideias (muda de assunto a todo instante), interceptação
ou bloqueio, prolixidade (discurso detalhista, cheio de rodeios e
repetições), descarrilamento (mudança súbita) e perseveração
(repetição dos mesmos conteúdos).
Forma: perdas (orgânicas) ou deficiência (oligofrenia) qualitativas ou
quantitativas de conceitos ou por perda da intencionalidade (fusão ou
condensação, desagregação ou escape do pensamento, pensamento
imposto ou fabricado).
Conteúdo: obsessões, hipocondrias, fobias e os delírios - ideia
delirante: incorrigibilidade, ininfluenciabilidade, incompreensibilidade,
convicção íntima e inemovível, podem ser primários (núcleo da
patologia) ou secundários (são conseqüentes a uma situação social).
Começa no primeiro contato com o paciente, considerado fonte principal
de informações objetivas na avaliação psiquiátrica, o que é relatado pelo
paciente deve ser incluído na anamnese, enquanto o que é observado pelo
examinador representa o exame psíquico, são descritas apenas as
alterações presenciadas durante a entrevista, de um momento para outro,
a sintomatologia psiquiátrica pode mudar, sendo conveniente a descrição
das condições nas quais se realizou o exame, as diversas funções
psíquicas são avaliadas de forma simultânea e podem alterar-se
quantitativamente - além de descrever as funções mentais preservadas e
são apontadas as alterações presentes. Para a avaliação de algumas
funções, como memória, orientação, inteligência, etc. são necessárias
perguntas mais específicas ou mesmo testes, a redação deve restringir-se
a descrição dos fenômenos observados, sem o uso de termos técnicos.
APRESENTAÇÃO: impressão geral que o paciente causa no entrevistador.
CONSCIÊNCIA: rebaixamento ou embotamento (perda da percepção),
turvação ou obnubilação (rebaixamento geral).
ORIENTAÇÃO: estado de consciência + noções de tempo e espaço.
ATENÇÃO: normovigilância ou euprossexia, hipervigilância, hipovigilância,
hipertenacidade, hipotenacidade.
MEMÓRIA: avaliar percepção, fixação, conservação e evocação (amnésia,
hipomnésia ou hipermnésia).
INTELIGÊNCIA: qualificar capacidade de compreensão, relação e
respostas (déficit intelectivo - oligofrenia).
SENSOPERCEPÇÃO: "não apresenta experiências ilusórias ou
alucinatórias", ilusão (percepção deformada da realidade), alucinação
verdadeira e pseudoalucinação (auditiva, auditivo-verbal, visual, olfativa,
gustativa, cenestésicas e cinestésicas).
PENSAMENTO: investigação do curso, forma e conteúdo do pensamento.
- delirium: rebaixamento da consciência;
- delírio: alteração do pensamento;
- idéia delirante: primário e ocorre com lucidez de consciência; agrupadas
em temas de expansão do eu, retração do eu e negação do eu.
- ideia deliróide: é secundária a uma perturbação do humor ou a uma
situação afetiva traumática, existencial grave ou uso de droga.
EXAME PSÍQUICO
Os itens são aparência, atitude, consciência, atenção, sensopercepção,
memória, fala e linguagem, pensamento, inteligência, imaginação,
conação, psicomotricidade, pragmatismo, humor e afetividade,
orientação, consciênciado eu, prospecção, consciência de morbidade. Na
súmula torna-se explícita a subdivisão das funções mentais e são
utilizados termos técnicos - pode-se estimar a intensidade das alterações
quantitativas com maior precisão e a atribuição de graus de certeza
quanto à presença de determinada alteração.
SÚMULA PSICOPATOLÓGICA
Muitos transtornos mentais possuem etiologia orgânica ou levam à
complicações físicas, por isso deve ser dado ênfase ao exame neurológico
e ao do sistema endócrino.
EXAMES COMPLEMENTARES: hemograma, bioquímica sanguínea,
sorologia para sífilis, exame do líquor, neuroimagem cerebral,
eletroencefalograma, estudos genéticos, dosagens hormonais, testagem
neuropsicológica e psicodiagnóstico.
EXAME FÍSICO
eixo I: transtornos mentais;
eixo II: transtorno de personalidade e desenvolvimento;
eixo III: distúrbios físicos;
eixo IV: estressores sociais;
eixo V: o mais alto nível de funcionamento adaptativo)
PSIQUIÁTRICO: finalidades principais são comunicação e previsão,
favorecendo a investigação científica e fundamenta as medidas
terapêuticas e preventivas.
SINDRÔMICO: uma mesma entidade nosológica pode manifestar-se sob a
forma de diferentes síndromes, baseia-se na súmula psicopatológica e é
obrigatório, assim, da informações de qual tipo de patologia o profisional
deve seguir sua investigação contribuindo para construção do raciocínio.
NOSOLÓGICO: pode seguir o modelo categorial ou dimensional.
DIAGNÓSTICOS
Solicitar exames: para afastar causas orgânicas;
Medicamentos;
Atividades físicas regulares: 30 minutos, 3-5 vezes na semana;
Exercer espiritualidade: rezar, orar, meditar, bater tambor;
Exposição ao sol: 10-20 minutos por dia entre 10:00-15:00;
Lazer: fundamental para saúde mental;
Hábitos alimentares saudáveis: incluir frutas e legumes na dieta.
Inclui farmacoterapia, psicoterapia e abordagens psicossociais.
CONDUTAS TERAPÊUTICAS
LAYANE SILVA
Higiene do sono: antes de dormir deve ser evitado uso de eletrônicos,
tomar chá (relaxantes), evitar dormir com fome, evitar dormir com a
barriga muito cheia, evitar beber muita água.
Meditação;
Atenção plena/mindfulness: hábitos para melhorar a atenção;
Yoga;
Exercícios de controle da respiração;
Acupuntura;
Ventosaterapia;
Auriculoterapia;
Psicoterapia;
PICs: práticas integrativas complementares.
PLANO TERAPÊUTICO: planejamento para próximas consultas (auto-
lembrete para o médico).
S Í N D R O M E S A N S I O S A S
Transtornos mentais nos quais sintomas ansiosos podem ser de formas
“puras” ou “quase puras” de transtornos de ansiedade (transtorno de
ansiedade generalizada [TAG] e transtorno de pânico) ou aqueles nos
quais a ansiedade tem importância central ou relevante (fobias, ansiedade
social, estresse pós-traumático, quadros dissociativos e conversivos,
quadros hipocondríacos e de somatização e transtorno obsessivo-
compulsivo [TOC]). Essas síndromes ansiosas são frequentes, tem
prevalência na vida em torno de até 17-30% - no Brasil, algum transtorno
de ansiedade e/ou fobias aparece, pelo menos 1 vez na vida, em 27,7-
30,8%. Síndromes ansiosas “puras” são ordenadas em 2 grandes grupos:
quadros em que a ansiedade é constante e permanente (ansiedade
generalizada, livre e flutuante) e quadros em que há crises de ansiedade
abruptas e mais ou menos intensas (crises de pânico) - se ocorrerem de
modo repetitivo, configuram transtorno de pânico.
Sintomas: insônia, dificuldade em relaxar, angústia constante,
irritabilidade aumentada e dificuldade em concentrar-se - sintomas
físicos como cefaleias, dores musculares, dores ou queimação no
estômago, taquicardia, tontura, formigamento e sudorese fria.
Termos: “gastura”, “repuxamento dos nervos” e “cabeça ruim”.
Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez na vida, em 5,8-6%.
Frequentemente ocorre associado a transtornos de personalidades
(TP), principalmente borderline e paranóide.
Presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, por
vários meses, a pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, nervosa ou
irritada - para diagnóstico, deve-se verificar se os sintomas ansiosos
causam sofrimento clinicamente significativo e prejudicam a vida pessoal,
social e ocupacional do indivíduo.
SÍNDROMES ANSIOSAS
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA
nas crises intensas, pode haver graus de despersonalização, expressa
como sensação de a cabeça ficar leve, corpo ficar estranho, sensação de
perda do controle, estranhar-se a si mesmo.
pode ocorrer desrealização, que consiste na sensação de que o
ambiente, antes familiar, parece estranho, diferente, não familiar.
A ansiedade se manifesta sob a forma de crises intermitentes, com a
eclosão de sintomas ansiosos, em número e intensidade significativos,
associados às crises agudas e intensas de ansiedade, pode ou não haver
sintomas constantes de ansiedade generalizada.
CRISES DE PÂNICO: crises marcantes de ansiedade, nas quais ocorre
importante descarga do SNA, ocorrem sintomas como batedeira ou
taquicardia, suor frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de
asfixia, náuseas, formigamentos em membros, dedos e/ou lábios -
frequentemente observa-se medo de ter ataque do coração, infarto, de
morrer e/ou enlouquecer - tem início abrupto (pico em 5-10 minutos) e
de curta duração (15 minutos a 1 hora), desencadeadas por uma condição.
CRISE DE ANSIEDADE E CRISE DE PÂNICO
Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez, em 27,7-30,8%.
Crises recorrentes, com desenvolvimento de medo de ter novas crises,
preocupações com implicações da crise (perder o controle, ter ataque
cardíaco ou enlouquecer) e sofrimento subjetivo significativo, pode ser
acompanhado de agorafobia (desconforto e fobia de lugares amplos e
aglomerações).
TRANSTORNO DE PÂNICO
CRIANÇAS: medo e ansiedade relacionados a separar-se de pessoas
significativas, por isso chora muito, fica ansiosa e amedrontada, tem medo
de que algo ruim ocorra, pede ou exige que a mãe fique com ela, tem
dificuldades em dormir sozinha e/ou pesadelos com a separação.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
ADULTOS: pode ocorrer com o(a) companheiro(a) romântico(a).
Os sintomas duram meses e são graves, prejudicando desenvolvimento
escolar, pessoal e social.
Quadros de ansiedade resultante de doença física, uso de fármacos
(corticóides, antiparkinsonianos, anti-hipertensivos), substâncias
(cocaína, álcool, maconha, gasolina, chumbo ou mercúrio) ou outra
condição orgânica (hipertireoidismo, doença pulmonar obstrutiva crônica,
câncer) - são comuns nos quadros psicopatológicos associados ao período
pré-menstrual e ao puerpério e relacionados a grandes cirurgias,
frequentemente há irritabilidade e labilidade do humor.
SÍNDROMES ANSIOSAS DE BASE ORGÂNICA
PÂNICO: angústia neurótica provocada pelo rompimento dos laços
emocionais que unem o indivíduo a um líder (ideal) e aos membros do
grupo e, tal situação, libera um medo gigantesco e insensato.
síndrome ou transtorno do pânico
A ansiedade é uma reação emocional natural que ocorre quando nos
sentimos vulneráveis e na expectativa de um perigo, no entanto, quando
essa resposta emocional é muito intensa e repentina há uma crise de
pânico (ataque agudo de ansiedade), na qual sofremos muito com a
expectativa de que algo catastrófico pode acontecer a qualquer momento.
Assim, quando expostos a um estresse muito alto, todos estão sujeitos a
ter uma crise de pânico quando as emoções e sentimentos ficam sem
controle ou em situações que levam o indivíduo a um estado extremo de
vulnerabilidade e desamparo e entram em sofrimento psíquico.
Caracterizado pela presença de ataques de pânico recorrentes que
consistem em uma sensação de medo ou mal-estar intenso acompanhada
de sintomas físicos e cognitivos e que se iniciam de forma brusca,
alcançando intensidade máxima em até 10 minutos - estes ataques
acarretam preocupações persistentes ou modificações de comportamento
em relação à possibilidade de ocorrência de novos ataques de ansiedade.
EPIDEMIOLOGIA: pacientes com TP tem maiores taxas de absenteísmo e
menor produtividade no trabalho, maiores taxasde utilização dos serviços
de saúde, procedimentos e testes laboratoriais, risco aumentado de
ideação de suicídio e de tentativas de suicídio. Em mulheres pós-
menopáusicas, pode estar relacionado à morbidade e mortalidade
cardiovasculares.
SINTOMAS: 
- ir ao hospital porque pensou que estava tendo um ataque cardíaco;
- medo de parar de respirar por um aperto no peito e respiração irregular;
- medo de dirigir e ficar parada no trânsito;
- medo de perder o controle e ficar maluca;
- pensamentos ansiosos que não consegue parar;
- sente-se desconfortável em lugares fechados;
- nervosismo e ansiedade em situações que nunca a perturbaram antes; 
- tonturas que levam ao pânico; 
- arrepios e calores seguidos de ansiedade; 
- falta de ar e apertos na garganta e no peito; 
- falta de conexão com o que se passa à sua volta; 
- preocupações obsessivas e pensamentos indesejados; 
- batimento cardíaco muito rápido e formigueiros no corpo.
PREVALÊNCIA: é mais comum em mulheres e, geralmente, inicia no final
da adolescência ou no início da vida adulta, com média de aparecimento
entre os 20 e 30 anos, acompanhada de alguma comorbidade psiquiátrica.
ETIOLOGIA: a síndrome ou transtorno de pânico é atribuído a diversos
fatores, principalmente os genéticos e ambientais. 
- estudos demonstraram padrão familiar, com risco 8 vezes maior da
doença em parentes de primeiro grau dos pacientes com esse transtorno.
- estudos associam experiências traumáticas na infância ao
desenvolvimento do TP na idade adulta e eventos estressantes na vida
adulta estão relacionados aos transtornos de ansiedade.
- o tabagismo e a dependência de nicotina na adolescência são fatores de
risco para o TP na vida adulta.
TP na infância: os fenótipos intermediários são comportamento inibido
(inibição do comportamento associado ao medo de pessoas não familiares)
e sensibilidade à ansiedade (medo e preocupações sobre interpretações
distorcidas de reações corporais normais). Frequentemente se descrevem
como crianças medrosas, nervosas e tímidas, e referem desconforto com
sentimentos agressivos, sentimentos crônicos de baixa autoestima,
frustração e ressentimento precedentes ao início do TP.
TP na vida adulta: marcado pelo neuroticismo (ansiedade, depressão,
tensão, irracionalidade, emoção, baixa autoestima e tendência a
sentimentos de culpa) e temperamentos específicos como evitação de
danos (tendência a evitar situações com algum tipo de risco, ou que
causem ou possam causar danos) estão relacionados a quadros ansiosos.
EXTRA: SÍNDROME DO PÂNICO
LAYANE SILVA
TAG e transtorno de pânico: neurose de angústia;
Transtornos fóbicos: neurose fóbica
Quadros dissociativos e conversivos: neurose histérica ou histeria;
Quadros hipocondríacos e somatoformes: neurose hipocondríaca;
TOC: neurose obsessiva-compulsiva;
TEPT (transtorno de estresse pós-traumático): neuroses traumáticas
ou neuroses de guerra.
Os principais quadros psicopatológicos com predomínio de ansiedade
eram considerados neuroses, entre elas:
SÍNDROMES COM IMPORTANTE COMPONENTE DE
ANSIEDADE
Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez, em 3,5-4%.
Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez, em 14,6-16,8%.
Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez na vida, em 4-5,7%.
Tem como comorbidade o TP evitativa (60%).
Medos intensos e irracionais, desproporcionais, desencadeados por
situações, objetos ou animais que objetivamente não oferecem ao
indivíduo perigo real e proporcional à intensidade de tal medo.
Agorafobia: medo e a angústia relacionam-se a um conglomerado de
pessoas em espaços amplos ou em locais difíceis de escapar ou onde o
auxílio ou presença de pessoas próximas não seja rapidamente acessível -
frequentemente tem crises de medo, que chegam ao pânico quando estão
fora de casa, medo de viajar de ônibus, automóvel ou avião, assim, tendem
a evitar tais situações, o que geralmente leva a estreitamento das
possibilidades vivenciais do indivíduo.
Fobia simples ou específica: medo intenso, persistente, desproporcional e
irracional (de animais, objetos cortantes, sangue) - a exposição ao objeto
fobígeno deflagra estado de angústia, que causa crise de pânico, na qual
os indivíduos reconhecem o caráter irracional e desproporcional.
Ansiedade social e fobia social: medo intenso e persistente de situações
sociais que envolvam expor-se ao contato interpessoal, demonstrar
desempenho ou participar de situações competitivas e de cobrança - o
indivíduo sente intensa angústia ao ter de falar em público, dificuldade
em utilizar espaços públicos, medo da exposição com pessoas estranhas
ou hierarquicamente em posição superior. O indivíduo tenta evitar tais
situações e reconhece o caráter absurdo de seus temores, que causam
grande sofrimento, comprometendo sua carreira estudantil e profissional,
além de limitar sua vida social, emocional e de lazer.
TRANSTORNOS FÓBICOS
Funções sensoriais: anestesias, perda da visão, do olfato ou da audição
- correspondem à representação mental e simbólica do corpo, e não à
neuroanatomia objetiva ou à função neurológica;
CONVERSÃO: alterações das funções sensoriais ou motoras, que lembram
sintomas neurológicos, mas que são distintos das condições neurológicas,
há conversão de conflito psíquico inconsciente para o corpo - “salto” do
plano psíquico para o plano de sintomas corporais.
TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS E CONVERSIVOS: HISTERIA
DIAGNÓSTICO: clínico, a avaliação inclui ataques secundários a uma
condição clínica, ao uso ou abstinência de substâncias, a transtornos de
ansiedade e a outros transtornos psiquiátricos. 
Há subtipos de TP baseados na apresentação sintomática do ataque (tipo
cardiorrespiratório, autonômico/somático, cognitivo), período do dia em
que o ataque ocorre (diurno, noturno), idade de início (precoce e tardio),
curso (limitado, crônico), etc.
TRATAMENTO: baseia-se principalmente na tranquilização do paciente
mediante a informação de que os seus sintomas são provenientes de um
ataque de ansiedade, deve-se reforçar o caráter passageiro (10-30
minutos) do ataque, instruir ao paciente para que ele respire pelo nariz
tentando controlar a frequência de inspirações, associada com técnicas
de relaxamento, e, se a crise for muito intensa, utiliza-se psicofármacos.
Funções motoras: fraqueza ou paralisias, contraturas, movimentos
anormais, perturbações do andar e no ficar de pé (astasia-abasia) e
rouquidão psicogênicas ou perda total da voz (afonia conversiva).
Os individuos ao notarem seus distúrbios corporais aparentemente muito
graves (paralisias, cegueira, anestesias, entre outros), reagirem com certa
indiferença (la belle indifférence des hystériques), em função da noção
inconsciente de que a alteração é transitória e passageira.
DISSOCIAÇÃO: perturbação, separação e isolamento de aspectos da
mente e da personalidade, pode ocorrer por meio de crises em que se
perde parcialmente a consciência ou em episódios em que parte da
memória é momentaneamente apagada, assim, pensamentos, desejos e
experiências vividas, conflitantes com os valores do paciente, são isolados
e suprimidos do campo da consciência e da memória.
Transtornos conversivos: quadros com > 1 sintoma de alteração de
função motora ou sensorial psicogênica, que provoca sofrimento e/ou
disfunção e não são explicados por causas neurológicas ou médicas
somáticas.
fraqueza ou paralisia (das pernas, de um braço, de uma mão);
movimentos anormais (tremores, distonias, mioclonias, distúrbios da
marcha);
dificuldades ou impossibilidade de deglutição;
alterações da fala, como afonia ou disfonia, rouquidão ou fala
arrastada;
ataques semelhantes a convulsão epiléptica (“crise histérica”);
anestesia ou perda sensorial (cegueira ou visão em túnel, perda
auditiva ou olfativa);
sintomas mistos.
DSM-5: são separados em transtornos dissociativos e transtornos de
sintomas somáticos e transtornos relacionados;
CID-11: agrupa-os em “transtornos dissociativos”.
TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS E CONVERSIVOS
Amnésia dissociativa: indivíduo esquece elementos seletivos e
significativos doponto de vista psicológico, é, geralmente, de amnésia
retrógrada, com o indivíduo esquecendo ou apagando todos ou alguns
aspectos seletivos do passado ou de um evento passado particular.
Fuga dissociativa: indivíduo perambula sem rumo, por horas ou dias,
em estado parcialmente alterado da consciência (estado crepuscular
da consciência).
Perda na continuidade da experiência subjetiva e perturbação da
integração normal da consciência, memória, identidade, emoções,
percepções, representação corporal, controle motor e/ou do
comportamento - em decorrência de traumas emocionais graves ou
conflitos psíquicos, o paciente “necessita” cindir parte das funções
mentais, rechaçando elementos consciente ou inconscientemente temidos
ou indesejados.
TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS
DESPERSONALIZAÇÃO: estranhamento e sensação de irrealidade em
relação ao próprio Eu, a pessoa percebe seu self como algo estranho ou
irreal, sente-se “distante de si mesma”, como se fosse observador externo
de si, seus sentimentos, pensamentos, ações e sensações corporais.
DESREALIZAÇÃO: perceber o mundo ao redor, pessoas e objetos
conhecidos e familiares como se fossem irreais ou estranhos, como se
estivessem em um sonho, em cenas distantes ou nubladas, sem cor ou
visualmente distorcidas - o indivíduo tem senso de realidade preservado.
TRANSTORNOS DE DESPERSONALIZAÇÃO/DESREALIZAÇÃO
O indivíduo deve apresentar estados recorrentes (ou 1 episódio com
duração de dias) de transe nos quais há alteração de seu estado de
consciência, e o senso de identidade pessoal é alterado de forma
involuntária e indesejada - no transe com possessão, a consciência e
identidade da pessoa é substituída por uma instância ou identidade
externa “possuidora”, há sensação de estar sendo controlado pela
entidade ou agente possuidor.
TRANSTORNOS DO TRANSE E DO TRANSE COM POSSESSÃO
Mecanismo de dissociação da consciência, marcado por crises de curta
duração (minutos a poucas horas), com turvação profunda da consciência,
espasmos, tremores, abalos, hipertonia ou atonia muscular, o paciente
range os dentes, saliva pela boca, às vezes geme ou grita - em geral, são
crises desencadeadas por situação estressante, as quais ocorrem após
discussão ou briga pessoal, recebimento de notícia inesperada ou ao
presenciar cena emocionalmente carregada.
CRISES HISTÉRICAS: TRANSTORNO CONVERSIVO COM
ATAQUES SEMELHANTES A CONVULSÃO EPILÉPTICA
LAYANE SILVA
Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez, em 8,7-10,2%.
Transtorno com forte componente de ansiedade que se desenvolve após
exposição do indivíduo a eventos extremamente ameaçadores,
traumáticos e horríveis, se caracteriza por lembranças ou recordações
vívidas que invadem a consciência do indivíduo que passou pelo trauma
(flashbacks/pesadelos), acompanhados por emoções fortes e profundas,
com ansiedade, medo e/ou horror e sensações físicas marcantes. Há de
forma recorrente, a intensa sensação física e/ou sentimentos de que se
está imerso nas emoções sentidas no evento traumático., por isso, o
paciente busca evitar os pensamentos e as recordações do evento
traumático ou, ainda, evitar atividades, situações ou pessoas que de
alguma forma representem reminiscências do evento - tais sintomas
duram semanas ou meses e causam grande sofrimento.
TRANSTORNOS DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez na vida, em 3,6-4,1%.
Pensamentos mágicos: vinculam a realização do ato compulsivo com o
afastamento de um evento temível ou indesejado.
Quadro caracterizado por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por
atos, rituais ou comportamentos compulsivos, vividos como uma pressão
sobre o indivíduo, como algo que o obriga e a que se submete, dividem-se
em: ideias obsessivas e atos/comportamentos compulsivos - há também
formas mistas.
QUADROS OBSESSIVOS: ideias, pensamentos, fantasias ou imagens
persistentes que surgem de forma recorrente na consciência; são
vivenciados com angústia e como algo que “invade” a consciência - o
indivíduo reconhece o caráter irracional e absurdo desses pensamentos e
tenta lutar contra eles ou neutralizá-los com outros pensamentos ou atos
e rituais específicos.
QUADROS COMPULSIVOS: predominam comportamentos e rituais
repetitivos (atos mentais), em resposta a uma ideia obsessiva - tais
comportamentos podem surgir como forma de cumprir regras mágicas
que precisam ser rigidamente seguidas.
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
Sintomas: dores difusas (cefaleias, lombalgias, artralgias, dores
abdominais, “corpalgias”), sintomas gastrintestinais (náuseas, diarreia,
dispepsia), fadiga, sono ruim e sintomas psicopatológicos
inespecíficos, como ansiedade, depressão e irritabilidade.
Alexitimia: dificuldade de identificar sentimentos e outras experiências
subjetivas e diferenciá-las de sensações corporais e a dificuldade de
falar sobre as próprias emoções e dificuldades subjetivas, junto a
tendência a ter um estilo de pensamento orientado para o externo,
para o concreto.
SOMATIZAÇÃO: processo pelo qual um indivíduo padece sintomas físicos,
que não têm origem exclusiva em uma doença física, mas se relacionam
bem mais a dificuldades psicológicas, psicossociais ou interpessoais, pode
acontecer na presença de doença física demonstrável (intensificando a
apresentação sintomática), ou na ausência de doença ou condição física.
Pode haver desejo, consciente ou inconsciente, de estar no papel de
doente físico a fim de obter de alguma forma ganhos primários ou
secundários.
A somatização pode servir como meio de comunicação quando a
expressão verbal mais direta está bloqueada, representando uma forma de
expressão de sofrimento e desconforto em pessoas que não conseguem
reconhecer e verbalizar seus sentimentos.
CONDIÇÕES PSICOPATOLÓGICAS VIVENCIADAS
SOBRETUDO NO CORPO
Epidemiologia: 2/3 dos homens e 4/5 das mulheres; 25-50% dos
sintomas na atenção primária, 30-70% em ambulatórios e especialistas.
Apresentam-se como dores de cabeça, dores nas costas e lombalgias,
dores musculares e nas juntas, associadas a fadiga e mal-estar corporal
geral, que pode ser associada a desregulação endócrina e imunológica,
disfunção do SNA, modelo da amplificação somatossensorial, sensitização
sistêmica, modelo do déficit em filtro de sinais e propriocepção anormal.
SINTOMAS MÉDICOS INEXPLICADOS
FIBROMIALGIA: condição na qual pacientes relatam dores corporais
difusas, mas com maior importância nos músculos, que se concentra em
pontos do corpo, principalmente associados às articulações, há maior
sensibilidade à dor, tensão muscular, sono de má qualidade, mais
ansiedade e depressão, gerando dificuldades na realização de atividades
físicas e exercícios.
FIBROMIALGIA E SÍNDROME DA FADIGA CRÔNICA
Transtorno de ansiedade de doença, predominam temores e preocupações
intensas com a ideia de ter uma patologia grave, surgem por sensações
corporais ou sinais físicos mínimos ou insignificantes, que faz com que o
indivíduo procure constantemente médicos e serviços de saúde.
HIPOCONDRIA OU TRANSTORNO HIPOCONDRÍACO
SÍNDROME DA FADIGA CRÔNICA: cansaço ou fadiga persistentes e
relevantes, que duram de meses a anos (no mínimo 6 meses), sem
diagnóstico de uma doença física ou mental, acompanhada por outros
sintomas como: sono ruim e não reparador, dificuldades atenção,
concentração e memória, mal-estar após exercícios, dores musculares e
nas articulações, sensibilidade aumentada nos linfonodos cervicais ou
axilares, dor de garganta e cefaleia.
A característica dos transtornos de ansiedade é a resposta inadequada ao
estresse, regulada pelo SN, que consiste na reação coordenada em função
de estímulos aversivos, caracterizada por comportamento de evitação ou
esquiva, aumento da vigilância e alerta, ativação da divisão simpática do
SN e liberação de cortisol pelas glândulas adrenais. O hipotálamo
orquestra a resposta humoral, visceromotora e somático-motora
apropriada, regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), assim,
o cortisol, é liberado pela glândula adrenal em resposta ao aumento nos
níveis sanguíneos

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