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MUSCULOESQUELÉTICA GASTROESOFÁGICAS PULMONARES Lesões em costelas (fratura, metástase, trauma) Nervos sensitivos (herpes-zóester) Costocondrite (síndrome de Tietze) Fibromialgia Síndromes radiculares Dores musculares inespecíficas Refluxo gastroesofágico Espasmo esofágico Esofagite Úlcera péptica/gastrite Ruptura de esôfago (Boerhaave) Pneumotórax Embolia pulmonar Pneumonia Pleurite Hipertensão pulmonar ABDOME SUPERIOR VASCULARES Pancreatite Colescistite Abcesso subfrênico Dissecção da aorta Aneurisma da aorta CARDÍACAS Isquêmica : síndromes coronarianas agudas Não-isquêmica - Pericardite - Valvular: estenose aórtica - Cardiomiopatia hipertrófica PSIQUIÁTRICAS Transtorno do pânico Transtornos da ansiedade generalizada Depressão Transtornos somatoformes A N S I E D A D E E D O R T O R Á C I C A D O R T O R Á C I C A O desconforto ou dor torácica na emergência é um grande desafio, pois é uma queixa frequente com várias causas e implicações clínicas, algumas potencialmente fatais se não prontamente reconhecidas, por isso o diagnóstico deve ser rápido e preciso, visando reconhecer e tratar condições que oferecem risco de morte ao paciente. A cardiomiopatia de estresse ou síndrome do coração partido é caracterizada por uma disfunção transitória do coração (VE) ocasionada por descarga excessiva de adrenalina na corrente circulatória que pode ser desencadeada por estresse emocional, provoca sintomas semelhantes ao de um infarto (dor no peito, falta de ar ou cansaço) que surgem após uma separação ou falecimento de um familiar. LAYANE SILVA característica anginosa da dor será o dado com maior valor preditivo de doença coro nária aguda. 30-42% dos pacientes com IAM apresentarão apenas sintomas como: palpitações, síncope, hipotensão, dor epigástrica, disp neia, confusão (idosos), vômitos ou diaforese - equivalentes isquêmicos. pacientes que mais frequentemente tem sintomas atípicos de doença coronariana são: idosos, diabéticos e doença psiquiátrica de base. A avaliação de dor torácica inicia pela história e exame físico, avalia-se: Fibras somáticas: pele, estruturas superficiais e pleura parietal. Fibras viscerais: coração, esôfago e pleura visceral. Dor ou desconforto torácico pode representar 5% das consultas em uma emergência geral, pode resultar de 2 mecanismos: Deve-se também avaliar a etiologia a partir de 5 variáveis anatômicas: coração (e pericárdio), pulmão (e pleura), vasos (aorta e grandes vasos), musculoesqueleto e trato gastrintestinal (esôfago e abdo me superior). ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA PRINCIPAIS CAUSAS Pacientes que procuram o PS referindo dor ou desconforto torácico devem ser submetidos a história e exame físico minuciosos, a fim de identificar achados da propedêutica de maior risco de complicações - sendo mais importantes do que exames complementares. ACHADOS CLÍNICOS DOR TORÁCICA ISQUÊMICA CARACTERÍSTICAS DAS SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS (SCA) Idoso : maior prevalência de doença arterial coronariana (DAC), em geral envolve multivasos, tem maior chance de evoluir de forma adversa e os sintomas são atípicos. Tabagismo : associado com menor risco de óbito, tende a ter doença menos extensa, menos complexas e idade mais jovem de apresentação. Antecedentes de maior gravidade e/ou pior prognóstico : diabetes, doença vascular periférica ou cerebrovascular prévia, insuficiência cardíaca, IAM prévio. Fatores desencadeantes : exercício físico extenuante, estresse emocional, doença médica aguda, pós- operatório, etc. Sintomas associados : ansiedade, sudorese profusa e palidez cutânea associadas. Equivalentes isquêmicos : frequentes em idoso, diabéticos e mulheres. Dados importantes : medicações em uso, contraindicações conhecidas, história de alergias, cateterismo prévio, história de asma ou broncoespasmo, cirurgia recente, doenças ativas (neoplasias, plaquetopenia) etc. dor, desconforto, queimação ou sensação opressiva localizada em região precordial ou retroes ternal, que pode irradiar para ombro e/ou braço esquerdo, braço direito, pescoço ou mandí bula, acompanhada de diaforese, palpitações, náuseas, vômitos ou dispneia. dor em aperto, pressão, queimação, desencadeada por estresse físico ou emocional, ali viada com repouso. dor pode durar entre 10-20 minutos ou mais que 30 mi nutos, no IAM. a dor pode estar em região epigástrica e cessar com eructações, acompanhada de indigestão, sendo confundida com dispepsia. Ao descrever a dor torácica avaliar qualidade, intensidade, caráter, localização, duração, irra diação, fatores desencadeantes (de alívio e de piora), sua forma de apresentação e evolução. CARACTERÍSTICAS DA DOR TORÁCICA Definitivamente anginosa : desconforto retroesternal precipitado pelo esforço, com irradiação típica para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, aliviada pelo repouso ou nitrato. Provavelmente anginosa : dor torácica cujas características fazem da insuficiência coronária aguda a principal hipótese diagnóstica, porém com necessidade de exames complementares para confirmação do diagnóstico - tem a maioria das características da dor definitivamente anginosa, podendo ser típica sob alguns aspectos, mas atípica em outros. Possivelmente anginosa : dor torácica cujas características não fazem da insuficiência coronária aguda a principal hipótese diagnóstica, porém necessita de exames complementares para excluí-la - definida como padrão atípico de dor torácica que não se adapta à descrição da dor definitivamente anginosa. Definitivamente não anginosa : dor torácica cujas características não incluem insuficiência coronária aguda no diagnóstico diferencial - dor com aspectos evidentes de origem não cardíaca. lesões ateroscleróticas em outras áreas (claudicação intermitente ou AVC prévio), sugere isquemia miocárdica. doenças associadas, uso prévio de medicações, alergia medicamentosa, contraindicações ao uso de anticoagulantes ou trombolíticos. Se houver sintomas associados e fatores de risco para DAC, observar: FATORES DE RISCO CLÁSSICOS Tabagismo Hipertensão arterial sistêmica Diabetes mellitus HDL baixo LDL aumentado História familiar de doença cardíaca prematura Doença cardíaca em parentes homens (de primeiro grau) < 55 anos Doença cardíaca em parentes mulheres (de primeiro grau) < 65 anos Idade: homens > 45 anos e mulheres > 55 anos Obesidade (IMC > 30 kg/m2) Sedentarismo LAYANE SILVA Algumas características do exame físico podem aumentar probabilidade de doença coronária, como presença de quarta bulha, sopro carotídeo, diminuição de pulsos em MMII, aneurisma abdominal e achados de sequelas de AVC. PERICARDITE: dor pleurítica, retroesternal ou em hemitórax esquerdo; piora quan do o paciente respira, deita ou deglute, e melhora com a posição sentada ou inclinada para frente, podem surgir febre e atrito pericárdico, frequentemente precedidos por quadro gripal. A dor é mais aguda que a da angina e tem caráter contínuo, quando é acompanhada de miocardite podem surgir sintomas de ICC - em ambas podem surgir sintomas cardíacos e sistêmicos (febre, mialgia, artralgia e rash cutâneo). ESTENOSE AÓRTICA E MIOCARDITE HIPERTRÓFICA: em ambas há dor torácica semelhante à dor anginosa, sopro ejetivo em foco aórtico e sobrecarga ventricular esquerda - o diagnóstico é confirmado por ecocardiograma transtorácico. OUTRAS DOENÇAS CARDIOGÊNICAS dor torácica isolada ou associada. insuficiência cardíaca (por insuficiência aórtica aguda). choque (tamponamento pericárdico, sangramento para pleura ou retroperitôneo, ruptura da aorta). dor abdominal (isquemia mesentérica). Doença rara, embora seja uma das mais letais existentes, muitos casos só serão diagnosticados na autópsia, pois simulam várias outras doenças, assim, os pacientes podem se apresentar com: DOR DA DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA ACHADOS DO EXAME FÍSICO Fácies de dor,agitação e confusão Sudorese profunda e palidez cutânea Hipertensão (80-90% das dissecções distais) Pseudo-hipertensão (oclusão ou compromentimento das Aa. braquiais) Diferença pressórica entre os membros (50%) Sopro de insuficiência aórtica aguda Diferença de pulsos (8-12%) Atrito pericárdico (risco de tamponamento) Sinais de derrame pleural à esquerda (hemotórax ou reação inflamatória aguda exsudativa) Sinais de tamponamento cardíaco (bulhas abafadas, estase de jugular e pulso paradoxal) Síndrome de Horner (compressão do gânglio estrelado) Déficit neurológico agudo (paresias, plegias, AVC) Disfagia e rouquidão agudos Hematêmese, hemoptise, síndrome da cava superior (raros) oclusão arterial aguda (membros, AVC, paraplegia, isquemia renal e infarto agudo do miocárdio). ruptura de vasos: aorta (principal causa de óbito), saco pericárdico (tampona mento), pleura (derrame pleural esquerdo), mediastino e retroperitôneo. insuficiência aórtica aguda: extensão em direção à valva aórtica produzindo distorção de suas comissuras. dissecção das coronárias: geralmente à direita, produzindo IAM. extensão para vasos cervicais: pode causar AVC. outras: isquemia mesentérica de membros (insuficiência arterial periférica aguda), isquemia medular (paraplegia) ou renal. Tem início súbito, forte intensidade desde o início e pode ser insuportável, quando a dor migra de sua origem para outros pon tos, seguindo o percurso da aorta (ocorre em 70% dos casos), presença de sinais autonômicos (palidez cutânea e sudorese profusa) suspeita-se de dissecção aguda de aorta. Podem surgir várias complicações como: FATORES PREDISPONENTES: HAS (presente em > 90% dos pacientes), idade avançada e sexo masculino, doenças do tecido conectivo costumam associar- se à dissecção em idade jovem - outras situações são: doenças congênitas (coarctação da aorta, valva aórtica bicúspide), arterite temporal, uso de cocaína, gestantes e puérperas. EMBOLIA PULMONAR: dispneia é o sintoma mais frequente (ocorre em até 73% dos casos), a dor torácica é súbita (ocorre em 66% dos casos). DOR DE ORIGEM PULMONAR PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO: dor torácica localizada no dorso ou ombros e acompanhada de dispneia. - pneumotórax hipertensivo pode produzir insuficiência respiratória e/ou colapso cardiovascular. - no exame físico, há dispneia, taquipneia e ausência de ruídos no hemitórax afetado. - dor torácica pode surgir em doenças do parênquima pulmonar (pneumonia, câncer e sarcoidose), pode agravar- se com a respiração e ter sintomas associados como febre, tosse e fadiga. - hipertensão pulmonar: dor torácica parecida com angina típica, causada por isquemia de VD ou dilatação das Aa. pulmonares. a dor da úlcera péptica é em região epigástrica ou no andar superior do abdome pode ser referida em região subesternal ou retroesternal, ocorre após refeição, melhorando com uso de antiácidos. a ruptura de esôfago (síndrome de Boerhaave) é grave, pode ser causada por vômitos in tensos ou trauma, a dor é excruciante, retroesternal ou no andar superior do abdome, acompanhada do componente pleurítico à esquerda - tem alta mortalidade e é fatal, o diagnóstico pode ser a presença de pneumomediastino. Dor em doenças esofágicas pode mimetizar a doença coronariana aguda e crônica, assim, pacientes com DRGE apresentam desconforto torácico, em queimação (pirose), definido como sensação opressiva, retroesternal ou subesternal, podendo irradiar para pescoço, braços, dorso, associado a regurgitação alimentar, e melhora com posição ereta, uso de nitratos, antiácidos, bloqueador de canal de cálcio ou com repouso. DOR ESOFÁGICA E GASTRODUODENAL DOR OSTEOMUSCULAR: tem características pleuríticas, por serem desencadeadas ou exacer badas pelos movimentos dos músculos e/ou articulações produzidos pela respiração, a palpação das articulações ou músculos envolvidos reproduzem ou desencadeiam a dor, pode haver história de atividade repetitiva ou não costumeira envolvendo braços ou par te superior do tronco, é contínua, dura horas a semanas, e tem localização específica, pode ser agravada com determinadas posições, respiração profunda, movimento dos braços e rotação de tronco. DOR PSICOGÊNICA: comum no pronto -socorro, acomete pacientes com depressão e com transtornos da ansiedade, é difusa, imprecisa, podendo estar associada com uso abusivo de analgésicos, o indivíduo tem dificuldade para definir a dor. DOR OSTEOMUSCULAR E PSICOGÊNICA É fundamental pronto- socorro esteja organizado de forma a priorizar o atendimento de pacientes com dor ou desconforto torácico, deve-se pensar na síndrome coronariana aguda (SCA), sem esquecer das causas potencialmente catastróficas o tratamento precoce dos pacientes com IAM deve ser iniciado em até 30 minutos para trombólise química, de 60- 90 minutos para angioplastia primária. EXAMES COMPLEMENTARES E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL será normal na maioria dos pacientes com dor torácica. 5% terá SCA. 1/2 dos pacientes com IAM não é diagnosticada com 1 ECG, sendo necessário monitorização e ECG seriados, o segundo ECG deve ser obtido após 3 horas ou em caso de recorrência da dor torácica ou instabilidade clínica. ELETROCARDIOGRAMA RECOMENDAÇÕES Toda paciente com dor torácica na emergência deve ser submetido imediatamente ao ECG História e ECG são dados essenciais na avaliação de paciente com dor torácica na emergência Baixa sensibilidade para diagnóstico de insuficiência coronária aguda Sensibilidade do ECG para IAM aumenta para 90% com alterações dinâmicas do segmento ST ECG seriados, com intervalos de 3-4 horas nas primeiras 12 horas de internação Elevação do segmento ST: especificidade 95%, valor preditivo positivo para IAM 85% e valor preditivo negativo 95%. Deve ser feito imediatamente, até 10 minutos após a chegada ao PS. ECG mostra elevação do segmento ST > 1 mm em > 2 derivações contíguas: SCA com elevação do segmento ST. ECG não mostra elevação do segmento ST > 1 mm em > 2 derivações contíguas: SCA sem elevação do segmento ST, se não houver aumento de enzimas cardíacas seriadas é angina instável (AI), se houver aumento de enzimas cardíacas, é IAM sem elevação do segmento ST (IAM – sem supra ST). AVALIAÇÃO INICIAL: ECG é essencial, traz informações prognósticas de grande valor, especialmente ECGs seriados, sobretudo quando há ECG prévio, no entanto, ECG normal não descarta doença coronariana, e alterações dinâmicas do segmento ST com sintomas podem indicar isquemia aguda e doença coronariana grave. SITUAÇÕES QUE DIFICULTAM A INTERPRETAÇÃO DO ECG Falsos positivos : repolarização precoce, bloqueio de ramo esquerdo, sobrecarga de VE, síndrome de pré-excitação (Wolff-Parkinson-White), síndrome de Brugada, cardiomiopatia hipertrófica, miocardite/pericardite, embolia pulmonar, hemorragia subaracnoide, hipercalemia, colescistite, erro na localização do ponto J ou na configuração (localização das derivações do ECG) Falsos negativos : bloqueio de ramo esquerdo, ritmo de marca-passo, IAM prévio com onda Q e persistente elevação de segmento ST (antigo). NITRATO SUBLINGUAL não deve-se oferecer nitrato sublingual antes do ECG: se o paciente tiver infarto de parede infe rior com infarto de VD, pode evoluir para grave choque - após ECG inicial, usa-se o nitrato sublingual e repete- se o ECG para detectar alterações dinâmicas no ECG. Um dos critérios usados para diagnóstico de angina típica é a melhora da dor com repouso ou nitrato, que é indício de doença cardíaca isquêmica. LAYANE SILVA marcadores de necrose miocárdica. As troponinas cardíacas T e I são marcadores laboratoriais mais sensíveis e específicos de lesão miocárdica - a troponina T tem sensibilidade de 96,9%, especificidade de 94,5%, valor preditivo negativo de 99,8% para diagnóstico de IAM - além disso, o aumento de troponina implica risco 3 vezes maior de óbito (informação prognóstica), assim, a melhor conduta é dosar troponinas na internação e repetir após 6-12 horas do início da dor - a troponina começa a elevar -se em 4 horas, tem pico em 12-48horas e permanece aumentada por 10-14 dias. MARCADORES DE NECROSE DO MIOCÁRDIO elevação de troponinas. Os marcadores de necrose miocárdica devem ser solicitados nos pacientes com suspeita clínica de SCA, uma à chegada e outra entre 6-12 horas da dor precordial. Mioglobina: marcador mais precoce disponível, aumenta em 2-3 horas após infarto, tem pico entre 6-12 horas e normalização em 24 horas. CKMB: usado para diagnóstico de reinfarto (troponina pode ficar elevada por 10-14 dias). RX DE TÓRAX: útil em diagnósticos diferenciais de dor torácica não isquêmica: pneumonia, pneumotórax, câncer de pulmão, derrame pleural etc. - além de sugerir derrame pericárdico, embolia pulmonar (raro), hipertensão pulmonar etc. TC DE TÓRAX: mais sensível e específica para diagnóstico de doenças pleurais, do parênquima e vasculatura pulmonar, tem maior utilidade no diag nóstico de embolia pulmonar e dissecção de aorta. RADIOGRAFIA DE TÓRAX E TOMOGRAFIA DE TÓRAX pacientes com teste negativo tem < 2% de chance de apresentar um evento cardíaco grave em 6 meses. Útil para descartar doença coronariana significativa em pacientes com dor torácica e de baixo risco. TESTE DE ESFORÇO - ERGOMETRIA (TE) CONDIÇÕES QUE DIFICULTAM INTERPRETAÇÃO OU INDICAÇÃO DO TE Estenose aórtica Sobrecarga ventricular esquerda Miocardiopatia hipertrófica Incapacidade física ou mental Arritmias não controladas Alterações difusas da repolarização Bloqueio de ramo esquerdo Anormalidades eletrolíticas e uso de digoxina SÍNDROME CORONARIANA AGUDA: a sensibilidade para diagnóstico de IAM varia de 70-95%, alta taxa falsos positivos (valor preditivo positivo baixo) e valor preditivo negativo entre 85-95%, já, para diagnóstico de IAM ou angina instável varia en tre 40-90%, e o valor preditivo negativo varia entre 50-99%. OUTRAS DOENÇAS: derrame pericárdico, estenose aórtica e valvopatias, cardiomiopatia hipertrófica e dissecção de aorta. ECOCARDIOGRAMA Cintilografia miocárdica de repouso é uma alternativa cara e pouco disponível, se normal, implica baixíssima probabilidade de eventos cardíacos adversos nos próximos meses. Visa o reconhecimento imediato do IAM, oferecer terapia de reperfusão e afastar condições clínicas com elevado potencial de risco de morte. TRATAMENTO S I S T E M A L Í M B I C O Em geral, sentimento subjetivos suscitam manifestações fisiológicas e comportamentais, as primeiras são geridas pelo SNA, e as segundas resultam da ação do sistema nervoso motor somático, sendo características de cada tipo de emoção e espécie - assim, distingui-se o componente central, subjetivo, e periférico, expressivo da emoção, que pode ser positiva ou negativa. Portanto, as emoções estão relacionadas com áreas específicas do cérebro que, em conjunto, formam o sistema límbico, que também se relaciona com áreas da motivação (processos motivacionais primários ou estados de necessidade/desejos essenciais), ademais, as áreas ligadas ao comportamento emocional controlam o SNA. Na face medial de cada hemisfério cerebral, há anel cortical contínuo, constituído pelo giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo, que contorna formações inter-hemisféricas (lobo límbico), filogeneticamente antigo, com uniformidade citoarquitetural. O mecanismo das emoções é explicado por estruturas do lobo límbico, núcleos do hipotálamo e tálamo, todas unidas pelo circuito de Papez, composto pelo hipocampo, fómix, corpo mamilar, trato mamilo-talâmico, núcleos anteriores do tálamo, cápsula interna, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e novamente hipocampo, fechando o circuito - atualmente, sabe-se que este tem relações com a memória, e que o centro do sistema límbico é a amígdala. HISTÓRICO E CONCEITO LAYANE SILVA CONCEITO: conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologica e funcionalmente, relacionadas com emoções e memória, do ponto de vista anatômico, tem como centro o lobo límbico e estruturas relacionadas, já, funcionalmente, há 2 subconjuntos de estruturas. ÁREAS LÍMBICAS: compreendem áreas de alocórtex (hipocampo, giro denteado, giro para-hipocampal), de mesocórtex (giro do cíngulo) e isocórtex (ínsula anterior) e área pré-frontal orbitofrontal. Relaciona-se com o processamento das emoções, sendo ativado na RM quando pacientes se recordavam de episódios tristes, sendo mais delgado em pacientes com depressão crônica -a cingulotectomia já foi aplicada no tratamento de psicóticos agressivos pela destruição desse córtex. ÁREAS RELACIONADAS A EMOÇÃO CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR Empatia: capacidade de se identificar com outras pessoas e perceber e se sensibilizar com seu estado emocional, sendo ativado quando o indivíduo observa imagens de situações dolorosas. Conhecimento da própria fisionomia como diferente das dos outros: é ativado quando uma pessoa se observa em um espelho ou foto, o que depende de áreas visuais secundárias. Sensação de nojo na presença ou com imagens de fezes, vômitos, carniça ou situações nojentas: ativa-se também com a visualização de pessoas com fisionomia de nojo, afastando as pessoas de situações associadas a doenças (valor adaptativo). Percepção dos componentes subjetivo das emoções: permite ao indivíduo sentir as emoções - função também exercida por outras áreas corticais e subcorticais do sistema límbico. A ínsula tem 2 partes (anterior e posterior), separadas pelo sulco central e com estrutura e função distintas, assim, o córtex insular posterior é isocórtex heterotípico granular, característico das áreas de projeção primárias (áreas gustativa e sensoriais viscerais), e o córtex insular anterior é isocórtex homótipo, característico das áreas de associação - envolvido em diversas funções entre elas: CÓRTEX INSULAR ANTERIOR A área pré-frontal orbitofrontal ocupa parte ventral do lobo frontal adjacente às órbitas compreendendo giros orbitários, projeta-se para núcleo caudado que se projeta para globo pálido, a seguir para o núcleo dorsomedial do tálamo que se projeta para área pré-frontal orbitofrontal fechando o circuito - este está envolvido no processamento das emoções, supressão de comportamentos socialmente indesejáveis, manutenção da atenção. Apenas essa área está envolvida no processamento das emoções, ela tem conexões com corpo estriado e núcleo dorsomedial do tálamo integrando o circuito em alça orbitofrontal - estriado - tálamo - cortical. CÓRTEX PRÉ-FRONTAL ORBITOFRONTAL conexões com sistema límbico. Parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que o separa do tálamo, lateralmente é limitado pelo subtálamo, anteriormente pela lâmina terminal e posteriormente pelo mesencéfalo, apresenta formações anatômicas visíveis na face inferior do cérebro: quiasma óptico, túber cinéreo, infundíbulo e corpos mamilares. Compreende estruturas relacionadas com regulação do comportamento emocional e da memória, destacam-se relações recíprocas entre: - HIPOCAMPO: liga-se pelo fómix aos núcleos mamilares do hipotálamo, de onde os impulsos nervosos seguem para o núcleo anterior do tálamo através do fascículo mamilotalâmico, parte do circuito de Papez, dos núcleos mamilares, impulsos nervosos chegam também à formação reticular do mesencéfalo pelo fascículo mamilotegmentar; - CORPO AMIGDALOIDE: fibras originadas nos núcleos do corpo amigdaloide chegam ao hipotálamo através da estria terminal. HIPOTÁLAMO funções do hipotálamo. papel regulador sobre o SNA e sistema endócrino, integrando-os com comportamentos vinculados às necessidades diárias. controla vários processos motivacionais importantes para sobrevivência (fome, sede e sexo) - impulsos internos que levam à realização de comportamentos específicos e de ajustes corporais. regulação do comportamento emocional. - ÁREA SEPTAL: liga-se ao hipotálamo através de fibras que percorrem o feixe prosencefálico medial. Ele centraliza o controle da homeostase, ou seja, manutenção do meio interno em limites compatíveis com funcionamento adequado dos órgãos. 1. 2. Hipotálamo atua como coordenador das manifestaçõesperiféricas das emoções, através de conexões com SNA. estimulações da área septal alteram a PA e o ritmo respiratório, mostrando seu papel na regulação de atividades viscerais. Situada abaixo do rostro do corpo caloso, anteriormente à lâmina terminal e à comissura anterior, são grupos de neurônios de disposição subcortical que se estendem até base do septo pelúcido (núcleos septais), tendo conexões amplas e complexas, destacando-se projeções para amígdala, hipocampo, tálamo, giro do cíngulo, hipotálamo e formação reticular, pelo feixe prosencefálico medial. Através do qual, essa área recebe fibras dopaminérgicas da área tegmentar ventral e faz parte do sistema mesolímbico ou sistema de recompensa do cérebro. ÁREA SEPTAL Situado entre a cabeça do núcleo caudado e o putâmen, faz parte do corpo estriado ventral, recebe aferências dopaminérgicas principalmente da área tegmentar ventral do mesencéfalo, e projeta eferências para parte orbitofrontal da área pré-frontal - consiste no principal componente do sistema mesolímbico, que é o sistema de recompensa ou prazer do cérebro. NÚCLEO ACCUBENS Situa-se no trígono das habênulas, no epitálamo, abaixo e lateralmente à glândula pineal, é constituída pelos núcleos habenulares medial e lateral - o núcleo lateral tem conexões complexas, como aferências que recebem dos núcleos septais pela estria medular do tálamo e suas projeções pelo fascículo retroflexo para o núcleo interpeduncular do mesencéfalo e neurônios dopaminérgicos do sistema mesolímbico, sobre os quais têm ação inibitória - assim como sobre o sistema serotoninérgico de projeção difusa, através de conexões com núcleos da rafe. Atua na regulação da dopamina nos neurônios do sistema mesolímbico - principal área do sistema de recompensa (ou de prazer) do cérebro - a estimulação dos núcleos habenulares resulta em ação inibitória sobre o sistema dopaminérgica mesolímbico e sistema serotoninérgico de projeção difusa, que implica na fisiopatologia dos transtornos de humor - o sistema mesolímbico é ativado pela recompensa e habênula pela não recompensa. HABÊNULA CORTICOMEDIAL: recebe conexões olfatórias, sua estimulação causa comportamentos sexuais, e reação defensiva e agressiva BASOLATERAL: recebe a maioria das conexões aferentes, sua estimulação causa reações de medo e fuga. CENTRAL: dá origem às conexões eferentes. VIA AMIGDALOFUGA DORSAL: através da estria terminal, projeta-se para núcleos septais, núcleo accumbens, núcleos hipotalâmicos e núcleos da habênula. VIA AMIGDALOFUGA VENTRAL: projeta-se para as mesmas áreas corticais, talâmicas e hipotalâmicas de origem das fibras aferentes, além do núcleo basal de Meynert, assim, ela projeta eferências para núcleos do tronco encefálico envolvidos em funções viscerais, como núcleo dorsal do vago, onde estão neurônios pré-ganglionares do parassimpático craniano. Corpo amigdaloide, tem forma de amêndoa, tem 12 núcleos (complexo amigdaloide), dispostos em 3 grupos: Estrutura subcortical com muitas projeções do SN, com 14 conexões aferentes e 20 eferentes, possui conexões aferentes com as áreas de associação secundárias do córtex, trazendo informações sensoriais já processadas, além das informações das áreas supramodais - recebe aferências de alguns núcleos hipotalâmicos, núcleo dorsomedial do tálamo, núcleos septais e núcleo do trato solitário. As conexões eferentes se distribuem em 2 vias: Os núcleos da amígdala comunicam-se entre si por fibras glutamatérgicas, indicando grande processamento local de informações, assim, a amígdala tem muitos neurotransmissores, é responsável pelo processamento das emoções e desencadeadora do comportamento emocional. AMÍGDALA LAYANE SILVA funções da amígdala. amígdala e o medo. DIRETA: informação visual é levada e processada na amígdala basolateral, passa à amígdala central, que dispara o alarme, a cargo do sistema simpático, permitindo reação de alarme imediata com manifestações autonômicas e comportamental típicas - mais rápida e permite resposta imediata ao perigo. INDIRETA: informação passa ao córtex pré-frontal e depois à amígdala - mais lenta, mas permite que o córtex pré-frontal analise as informações recebidas e seu contexto. - o comportamento de ataque agressivo pode ser desencadeado com estimulação da amígdala e do hipotálamo. - concentra receptores para hormônios sexuais do SNC, sua estimulação reproduz comportamentos sexuais e lesão causa hipersexualidade. - responsável pelo processamento do medo, sendo ativada pela simples visão de pessoas com expressão facial de medo. - envolvida no reconhecimento de faces que expressam emoções, visto que uma das áreas visuais secundárias do lobo temporal armazena imagens de faces e permite reconhecimento. O medo é uma reação de alarme diante de perigo, que resulta da ativação geral do sistema simpático e liberação de adrenalina pela medula da glândula suprarrenal (sinal de emergência de Cannon), que visa preparar o organismo para uma situação de perigo na qual ele deve ou fugir ou enfrentar o perigo. A informação visual (ou auditiva) é levada ao tálamo (corpo geniculado lateral) e daí a áreas visuais primárias e secundárias, a partir desse ponto, a informação segue pelas vias direta ou indireta. Demonstra relação do cérebro com motivação e prazer, assim, as áreas que determinam estimulações com frequências mais elevadas compõem o sistema dopaminérgico mesolímbico ou sistema de recompensa, formada por neurônios dopaminérgicos que, da área tegmentar ventral do mesencéfalo, passando pelo feixe prosencefálico medial, terminam nos núcleos septais e no núcleo accumbens, os quais projetam-se para o córtex pré-frontal orbitofrontal - há projeções diretas da área tegmentar ventral para área pré-frontal e projeções de retroalirnentação entre esta área e a tegmentar ventral. O sistema de recompensa premia com a sensação de prazer comportamentos importantes para sobrevivência, mas é também ativado por situações cotidianas que causam alegria. SISTEMA DE RECOMPENSA NO ENCÉFALO Memória é capacidade de adquirir, armazenar e evocar informações, é base da individualidade, e seu conjunto é base da personalidade. ÁREAS RELACIONADAS A MEMÓRIA tipos de memória. Entre os critérios para definição de tipos e subtipos de memória estão: natureza da memória (declarativa ou não declarativa) e tempo de retenção do evento memorizado (operacional, de curta e de longa duração). 1. Memória declarativa: conhecimentos memorizados são explícitos, podem ser descritos por palavras ou símbolos. 2. Memória não declarativa: conhecimentos memorizados são implícitos, não são descritos de maneira consciente, inclui memória de procedimento ou motora, através da qual as pessoas aprendem sequências motoras que lhes permitem executar tarefas de maneira automática e inconsciente. 3. Memória operacional ou de trabalho: permite que informações sejam retidas por segundos ou minutos, tempo suficiente para dar sequência ao raciocínio - o córtex pré-frontal determina o conteúdo selecionado para armazenamento, conforme sua relevância, para isso, ele acessa áreas mnemônicas do córtex cerebral onde estão armazenadas memórias de curta e longa duração, verifica se a informação que está chegando e sendo processada já existe, e se vale a pena armazená-la, assim, a área pré- frontal funciona como gerenciadora da memória. 4. Memórias de curta e longa duração: memória de curta duração permite retenção de informações durante 3-6 horas, e se extingue com o tempo, até que sejam armazenadas de forma mais duradoura nas áreas responsáveis pela memória de longa duração, que é consolidada pela atividade do hipocampo, ficando armazenada em áreas corticais de associação de acordo com seu conteúdo. Áreas telencefálicas: parte medial do lobo temporal, a área pré-frontal dorsomedial e as áreas de associação sensoriais. Áreas diencefálicas: componentes do circuito de Papez. Abrangem áreas telencefálicas e diencefálicas unidas pelo fórnix, que liga o hipocampo ao corpo mamilar do hipotálamo. ÁREAS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA DECLARATIVAáreas telencefálicas. áreas diencefálicas. HIPOCAMPO: eminência alongada e curva situada no assoalho do corno inferior do ventrículo lateral acima do giro para-hipocampal, constituído de arquicórtex. Este, pelo córtex entorrinal, recebe aferências de áreas neocorticais e através do fómix projeta-se aos corpos mamilares - recebe também fibras da amígdala, que reforçam a memória de situações emocionais. O grau de consolidação da memória é modulado pelas aferências que ele recebe da amígdala, é maior quando a informação a ser memorizada está associada a episódio de grande impacto emocional - também é responsável pela memória espacial ou topográfica. GIRO DENTEADO: giro estreito e denteado situado entre área entorrinal e hipocampo com o qual se continua lateralmente, é constituída por 1 camada de neurônios, tem amplas ligações com a área entorrinal e o hipocampo, sendo responsável pela dimensão temporal da memória. CÓRTEX ENTORRINAL: ocupa a parte anterior do giro para-hipocampal mediaimente a sulco rinal, é formado pelo arquicórtex e corresponde à área 28 de Brodmann, recebe fibras do fómix e envia fibras ao giro denteado que se liga ao hipocampo. Este funciona como portão de entrada para o hipocampo, recebendo as conexões que a ele chegam pelo giro denteado, incluindo conexões da amígdala e área septal. CÓRTEX PARA-HIPOCAMPAL: ocupa parte posterior do giro para- hipocampal continuando com o córtex cingular posterior no nível do istmo do giro do cíngulo, é ativado por cenários novos e complexos. CÓRTEX CINGULAR POSTERIOR: em especial a parte situada atrás do esplênio do corpo caloso (retroesplenial), recebe muitas aferências dos núcleos anteriores do tálamo que recebem aferências do corpo mamilar pelo trato mamilotalâmico, integrando o circuito de Papez, está relacionado com memória topográfica (capacidade de se orientar no espaço e memorizar caminhos e cenários novos). ÁREA PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL: entre as suas funções estão o processamento da memória operacional. ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO DO NEOCÓRTEX: armazenam memórias de longa duração, cuja consolidação depende da atividade do hipocampo, inclui as áreas secundárias sensitivas e motoras, e as áreas supramodais. Inclui corpos mamilares do hipotálamo, que recebem aferências dos córtices entorrinal e do hipocampo pelo fómix e que, através do trato mamilotalâmico projetam-se aos núcleos anteriores do tálamo, que projetam-se para o córtex cingular posterior (circuito de Papez). Sistema límbico compreende o circuito neuronal que controla o comportamento emocional e forças motivacionais, é formado pelo hipotálamo e suas estruturas relacionadas, que atua no controle comportamental e das condições internas do corpo e controle do peso (funções vegetativas). Suas estruturas anatômicas formam um complexo interconectado de elementos da região basal do cérebro, no meio do qual situa-se o hipotálamo, que possui uma posição-chave, visto que ao seu redor estão outras estruturas subcorticais do sistema límbico, incluindo área septal, área paraolfatória, núcleo anterior do tálamo, partes dos gânglios da base, hipocampo e amígdala. ANATOMIA FUNCIONAL LAYANE SILVA Ao redor das áreas límbicas subcorticais, há o córtex límbico, composto por anel de córtex cerebral, em cada hemisfério cerebral, (1) começando na área orbitofrontal, na superfície ventral do lobo frontal; (2) se estendendo para cima para o giro subcaloso; (3) então, de cima do corpo caloso para região medial do hemisfério, para o giro cingulado; por fim, (4) passando por trás do corpo caloso e para baixo, pela superfície ventromedial do lobo temporal para o giro para-hipocâmpico e unco. Nas superfícies medial e ventral de cada hemisfério cerebral, há o anel de paleocórtex, que envolve estruturas profundas associadas ao comportamento e às emoções - assim, o anel de córtex límbico atua como via de mão dupla de comunicação e associação entre neocórtex e estruturas límbicas inferiores. para trás e para baixo, até o tronco cerebral, principalmente para áreas reticulares do mesencéfalo, ponte e bulbo e dessas áreas para nervos periféricos do SNA; ascendente, em direção a áreas superiores do diencéfalo e prosencéfalo, especialmente para parte anterior do tálamo e porções límbicas do córtex cerebral; para infundíbulo hipotalâmico, a fim de controlar as funções secretórias da hipófise anterior e posterior. Hipotálamo e suas estruturas conectadas emitem sinais em 3 direções, controlando funções vegetativas, endócrinas e comportamento emocional. FISIOLOGIA DO HIPOTÁLAMO REGULAÇÃO DA CONTRATILIDADE UTERINA E EJEÇÃO DO LEITE NAS MAMAS: estimulação dos núcleos paraventriculares causa aumento da secreção da ocitocina pelas células neuronais, aumentando contratilidade do útero e das células mioepiteliais circunjacentes aos alvéolos das mamas, o que leva os alvéolos a esvaziar seu leite pelos mamilos. REGULAÇÃO GASTROINTESTINAL E ALIMENTAÇÃO: a área hipotalâmica lateral está associada a fome, o centro da saciedade, localizado no núcleo ventromedial, se opõe ao desejo por comida, o núcleo arqueado do hipotálamo contém 2 tipos diferentes de neurônios que, quando estimulados, conduzem a aumento ou a diminuição do apetite, e corpos mamilares controlam os padrões de muitos reflexos da alimentação. SECREÇÃO DE HORMÔNIOS ENDÓCRINOS: a hipófise anterior recebe o suprimento sanguíneo que flui através da parte inferior do hipotálamo e por meio dos sinusoides da hipófise anterior, assim, à medida que o sangue passa pelo hipotálamo, hormônios específicos de liberação e inibitórios são secretados no sangue por núcleos hipotalâmicos, sendo transportados pelo sangue para a hipófise anterior, onde agem nas células glandulares para controlar liberação dos hormônios da hipófise anterior. FUNÇÕES VEGETATIVAS E ENDÓCRINAS cria sensação de sede: o centro da sede, localizado na região lateral do hipotálamo, atua quando eletrólitos do líquido ficam concentrados. controle da excreção de água na urina: realizado no núcleo supraóptico, quando líquidos corporais ficam concentrados, seus neurônios são estimulados, suas fibras se projetam para baixo, pelo infundíbulo do hipotálamo para hipófise posterior, onde terminações nervosas secretam vasopressina, que age nos ductos coletores para aumentar a reabsorção de água, isto diminui a perda de água na urina, mas permite excreção contínua de eletrólitos, diminuindo a concentração dos líquidos corporais de volta ao normal. REGULAÇÃO CARDIOVASCULAR: estimulação das regiões posterior e lateral do hipotálamo aumenta a PA e FC, já estimulação da área pré-óptica tem efeitos opostos - ambos transmitidos pelos centros específicos de controle cardiovascular, nas regiões reticulares da ponte e do bulbo. REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL: relaciona com a porção anterior do hipotálamo, especialmente a área pré-óptica. REGULAÇÃO DA ÁGUA CORPORAL: - estimulação da região lateral do hipotálamo aumenta nível geral de atividade, algumas vezes levando à raiva e à luta; - estimulação do núcleo ventromedial e áreas adjacentes causa efeitos opostos aos ocasionados pela estimulação lateral (saciedade, diminuição da alimentação e tranquilidade). - estimulação de zona estreita dos núcleos periventriculares localizados adjacentes ao III ventrículo levam a reações de medo e punição. - o desejo sexual pode ser estimulado em diversas áreas do hipotálamo, especialmente nas porções mais anterior e mais posterior do hipotálamo. FUNÇÕES COMPORTAMENTAIS Diversas estruturas límbicas estão envolvidas com a natureza afetiva das sensações sensoriais, cujas qualidade afetivas são classificadas como recompensa ou punição. CENTROS DE RECOMPENSA: localizados ao longo do fascículo prosencefálico medial, especialmente nos núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo, nos quais estímulos dão sensação de recompensa. CENTROS DE PUNIÇÃO: encontrados na substância cinzenta circundando o aqueduto de Sylvius, no mesencéfalo, e se estendendo para zonas periventriculares do hipotálamo e tálamo. FUNÇÕES DE RECOMPENSA E PUNIÇÃOOu anel do córtex cerebral, funciona como zona de transição pela qual sinais são transmitidos do resto do córtex cerebral para o sistema límbico e na direção oposta. assim, funciona como área associativa cerebral de controle do comportamento. FUNÇÕES DO CÓRTEX LÍMBICO A amígdala é um complexo de múltiplos pequenos núcleos localizados imediatamente abaixo do córtex cerebral do polo medial anterior de cada lobo temporal, tem conexões bilaterais abundantes com o hipotálamo e outras áreas do sistema límbico, está envolvida com estímulo olfativo e possui interrelações com o cérebro límbico. Os efeitos iniciados pela amígdala e finalizados pelo hipotálamo incluem (1) aumento ou diminuição da PA; (2) aumento ou diminuição da FC; (3) aumento ou diminuição na motilidade e secreção gastrointestinais; (4) defecação ou micção; (5) dilatação pupilar ou contração; (6) piloereção; e (7) secreção de hormônios da hipófise anterior MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS: podem ser causados pela estimulação da amígdala, entre eles: (1) movimentos tônicos; (2) movimentos circulares; (3) movimentos clônicos ou rítmicos; e (4) movimentos associados ao olfato ou à alimentação. COMPORTAMENTO EMOCIONAIS: a estimulação de alguns núcleos amigdaloides pode levar a padrões de raiva, fuga, punição, dor grave e medo, já a estimulação de outros núcleos amigdaloides pode promover reações de recompensa e prazer. COMPORTAMENTO SEXUAL: a excitação de outras porções da amígdala pode causar atividades sexuais, como ereção, movimentos copulatórios, ejaculação, ovulação, atividade uterina e parto prematuro. FUNÇÕES GLOBAIS: parecem ser áreas de conhecimento comportamental que operam em nível semiconsciente, que projetam para o sistema límbico o estado atual da pessoa a respeito de seu ambiente e pensamentos. FUNÇÕES DA AMÍGDALA LAYANE SILVA SINTOMAS + TEMPO: registrar sintomas além da referida queixa principal e sua duração; HISTÓRIA PRÉVIA: deve ser perguntado se antes desse período estava tudo bem, adicionando novos relatos em caso de negação; GATILHOS: o que influencia na saúde mental do paciente; MOMENTOS DE MELHORA E PIORA: pode variar durante os dias da semana com variação de humor em períodos festivos ou estações do ano; MEDICAÇÕES: registrar tempo de uso e resposta à medicação (melhora ou efeito colateral); deve-se registrar no prontuário: nome do medicamento, posologia, X, Y, Z. X: número de comprimidos pela manhã y: número de comprimidos pela tarde Z: número de comprimidos pela noite Hipocampo se originou como parte do córtex olfativo, e se tornou mecanismo neuronal importante na tomada de decisões, determinando a importância dos sinais sensoriais que chegavam - consequentemente, se ele sinaliza que a informação que chega é importante, esta será armazenada na memória. Sugere-se que hipocampo fornece impulso que causa a transformação da memória de curto prazo em de longo prazo, ou seja, transmite sinais que fazem com que a mente repita a nova informação, até que o armazenamento permanente esteja completo. FUNÇÕES DO HIPOCAMPO A V A L I A Ç Ã O P S I Q U I Á T R I C A Possui 3 objetivos básicos: formulação de diagnóstico, prognóstico e planejamento terapêutico; para isso deve-se preferir ambiente fechado, isolado acusticamente e com uma temperatura agradável, evitar interrupções. No início, é essencial que o médico se apresente, explique o objetivo da entrevista e tenha consentimento do paciente, que deve falar livremente, até que o médico questione temas específicos ou pontos duvidosos, sabendo quando e como interromper o paciente (sem cortar o fluxo da comunicação mas controlando e dirigindo a entrevista), o diálogo deve ser informal, evitar perguntas sugestivas e fechadas, não aceitar jargões fornecidos pelo paciente, além de certificar-se de que o paciente compreende as perguntas. Completa, sem ser sobrecarregada ou repetitiva, os itens da anamnese psiquiátrica são: identificação, queixa principal, motivo do atendimento, história de doença atual, história patológica pregressa, história fisiológica, história pessoal, história social e história familiar. Incluem-se na avaliação psiquiátrica, exame psíquico, súmula psicopatológica, exame físico, exames complementares, diagnóstico e conduta terapêutica. ESTRUTURA E CONTEÚDO A anamnese compreende tudo que a paciente e/ou família relata; o exame psíquico começa desde o primeiro contato com o paciente, observando o comportamento do paciente ao entrar no consultório. Nome: atentar-se para o uso do nome social em pacientes transgêneros, que não se identificam com o gênero biológico, priorizar sempre como o paciente se identifica; Data de nascimento/idade e naturalidade; Sexo e etnia; Estado civil: o cônjuge é um fator de proteção para o suicídio - importante avaliar os riscos de suicídio existentes segundo a escala de Sad Persons; Nível de instrução/escolaridade: caso o paciente tenha abandonado os estudos deve-se investigar a causa, visto que pode-se encontrar características sugestivas de retar mental ou inteligência abaixo do normal, e/ou conflitos familiares ou de cunho socioeconômico; Profissão; Religião: importante lembrar que algumas religiões não são adeptos ao uso de medicamentos; Residência/procedência: avaliar qualidade de vida de acordo com a região onde mora ou tipo de moradia. IDENTIFICAÇÃO Na apresentação pública, o nome pode ser representado pelas iniciais, sem preferível o uso de um pseudônimo para preservar o sigilo. Foco da história da doença atual, deve ser sucinta, convém relacionar no máximo 3 queixas, de preferência 1 é redigida com as palavras do paciente (entre aspas ou usando sic.) devendo ser registrada mesmo que absurda - caso o paciente não formule nenhuma queixa, isso deve ser anotado. MOTIVO DO ATENDIMENTO: necessário quando não há consciência de morbidade por parte do paciente , o seu contéudo é fornecido por outra pessoa, sendo reproduzidos literalmente as palavras do informante. QUEIXA PRINCIPAL Importante que o médico aprofunde o questionamento para que a queixa fique mais específica no prontuário anotando sintomas + tempo. Relato sobre a época e o modo de início da doença, a presença de fatores desencadeantes, tratamentos efetuados e o modo de evolução, o impacto sobre a vida do paciente, intercorrência de outros sintomas e as queixas atuais - na redação do HDA, evitam-se termos técnicos, são utilizadas as palavras do paciente ou do informante, os quadros clínicos são apenas descritos e deve seguir uma ordem cronológica, incluindo informações (alterações psíquicas e físicas) pesquisadas ativamente pelo entrevistador aplicando os negativos pertinentes, ou seja, certos sintomas cuja ausência pode ser significativa para a identificação para a identificação da doença ou da fase evolutiva e relatar também episódios psiquiátricos. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL Estados mórbidos passados, em geral, não psiquiátricos, que não mostrem possuir relação direta ou indireta de causa e efeito da moléstia atual, fazem parte também a revisão de sistemas, isto é, o questionamento junto ao paciente relativo a cada aparelho de seu organismo - todas as doenças importantes relatadas e não se devem listar doenças ausentes. São investigados elementos relativos à história fisiológica, gestação (da mãe), nascimento, aleitamento, desenvolvimento neuropsicomotor, menarca, catamênios, atividade sexual, gestações, partos, abortamentos, menopausa, padrões de sono e alimentação. HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA MEDICAÇÕES QUE JÁ USOU: registrar dose, posologia, inicio e térmico, resposta obtida e efeitos colaterais; EPISÓDIOS PRÉVIOS: incluindo internamentos psiquiátricos; TENTATIVAS PRÉVIAS DO SUICÍDIO: como, quando e intenção, como se sentiu quando não conseguiu (frustração ou arrependimento), se realmente quis se matar ou se tinha ganho secundário na falsa intenção. ANTECEDENTES PSIQUIÁTRICOS DOENÇAS CLÍNICAS; MEDICAÇÕES CLÍNICAS EM USO; CIRURGIAS: principalmente cirurgia bariátrica, registrando há quanto tempo foi realizada, em função do risco aumentado de algunstipos de transtorno (ansiedade, compulsão alimentar, depressão); PASSADO DE TCE (traumatismo cranioencefálico); SINTOMAS QUE LEVEM A DEPRESSÃO: relacionados a memória (Alzheimer e pseudodemência), disfunção da tireoide, neoplasias, problemas renais e doenças hepáticas. ALERGIAS: principalmente medicamentosas. ANTECEDENTES MÉDICOS Alcoolismo: investigar dados de quantidade e período. Hipotireoidismo: investigar hereditariedade, pois pode ser causa de um transtorno. Tumores no SNC. Suícidio: é mais comum que outras pessoas morram por suícidio em famílias com outros casos de suícidio. DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS: ANTECEDENTES FAMILIARES Com quem reside, relação familiar; Uso de SPAs (substâncias psicoativas): registrar se faz uso de drogas, tipo, momento de início, duração, frequência, etc. Lazer: conhecer o perfil do paciente, avaliando anedonia (negação do prazer) e humor deprimido. Infância: personalidade, socialização, jogos e brincadeiras, aproveitamento escolar, ansiedade de separação. Adolescência: desempenho escolar, uso do álcool e drogas, delinquência, relacionamento interpessoais. Sexualidade: iniciação, preferência, orientação, número de parceiros, frequência. Vida profissional: vocações, estabilidade nos empregos, relacionamentos com chefes, subordinados e colegas, desempenho. Personalidade pré-mórbida: relacionamentos sociais, interesses, hábitos de lazer e culturais, padrão de humor, agressividade, introversão, extroversão, egoísmo, altruísmo, independência, dependência, atividade, passividade, valores, adaptação ao ambiente. HISTÓRIA PESSOAL: história, fisiológica, pessoal e social. HISTÓRIA SOCIAL: informações relativas à moradia - condições sanitárias, pessoas com quem convive, número de cômodos, privacidade, características sociodemográficas da região - situação econômica, características socioculturais, atividade ocupacional atual, situação previdenciária, vínculo com o sistema de saúde, atividades religiosas e políticas, antecedentes criminais. HISTÓRIA PSICOSSOCIAL LAYANE SILVA HISTÓRIA FAMILIAR: dados relacionados a doenças psiquiátricas e não psiquiátricas, ter sido a gravidez desejada ou não pelos pais do paciente, separação dos pais, quem criou o paciente, ordem de nascimento entre irmãos, diferenças de idade, personalidade dos familiares, o relacionamento entre estes e destes com o paciente, atitude da família diante da doença do paciente, relacionamento com cônjuge e filhos. LINGUAGEM: exame da linguagem falada e escrita; disartrias (má articulação de palavras), afasias (incapacidade de compreender e utilizar os símbolos verbais), verbigeração (repetição incessante de palavras ou frases), parafasia (emprego inapropriado de palavras com sentidos parecidos), neologismo (criação de palavras novas), jargonofasia (“salada de palavras”), mussitação (voz murmurada em tom baixo), logorréia (fluxo incessante e incoercível de palavras), para-respostas (responde a uma indagação com algo que não tem nada a ver com o que foi perguntado). CONSCIÊNCIA DO EU: sentimento de unidade, sentimento de atividade, consciência da identidade e cisão sujeito-objeto. AFETIVIDADE: classificar tonalidade afetiva, identificar estados de euforia, tristeza, irritabilidade, angústia, ambivalência e labilidade afetivas, incontinência emocional. HUMOR: normotímico, hipertímico, hipotímico e distímico. PSICOMOTRICIDADE: normal, diminuída, inibida, agitada ou exaltada, se o paciente apresenta maneirismos, estereotipias posturais, automatismos, flexibilidade cérea, ecopraxia ou qualquer outra alteração. VONTADE: normobúlico (vontade normal) ter a vontade rebaixada (hipobúlico), uma exaltação patológica (hiperbúlico), pode responder a solicitações repetidas e exageradas (obediência automática), pode concordar com tudo o que é dito, mesmo que sejam juízos contraditórios (sugestionabilidade patológica), realizar atos contra a sua vontade (compulsão), duvidar exageradamente do que quer (dúvida patológica), opor-se de forma passiva ou ativa, às solicitações (negativismo). PRAGMATISMO: analisa-se se o paciente exerce atividades práticas. CONSCIÊNCIA DA DOENÇA ATUAL: considerações sobre seu próprio estado, se há perda do juízo ou embotamento. Aparência: condições de higiene pessoal, adequação do vestuário, cuidados pessoais; Atividade psicomotora e comportamento: mímica (atitudes e movimentos expressivos), gesticulação, motilidade, deambulação; Atitude: cooperativo, submisso, arrogante, desconfiado, apático, irritado, indiferente…; Atividade verbal: normalmente responsivo, não-espontâneo (pergunta e resposta), fala muito (exaltado) ou pouco (taciturno). Autopsíquica: dados de identificação pessoal. Alopsíquica: temporal, espacial, somatopsíquica (alterações do esquema corporal). Retrógrada: perguntas sobre passado, data de acontecimentos importantes. Anterógrada: perguntas rápidas e objetivas sobre acontecimentos recentes. De retenção: repita algarismos na ordem direta e inversa Curso: fuga de ideias (muda de assunto a todo instante), interceptação ou bloqueio, prolixidade (discurso detalhista, cheio de rodeios e repetições), descarrilamento (mudança súbita) e perseveração (repetição dos mesmos conteúdos). Forma: perdas (orgânicas) ou deficiência (oligofrenia) qualitativas ou quantitativas de conceitos ou por perda da intencionalidade (fusão ou condensação, desagregação ou escape do pensamento, pensamento imposto ou fabricado). Conteúdo: obsessões, hipocondrias, fobias e os delírios - ideia delirante: incorrigibilidade, ininfluenciabilidade, incompreensibilidade, convicção íntima e inemovível, podem ser primários (núcleo da patologia) ou secundários (são conseqüentes a uma situação social). Começa no primeiro contato com o paciente, considerado fonte principal de informações objetivas na avaliação psiquiátrica, o que é relatado pelo paciente deve ser incluído na anamnese, enquanto o que é observado pelo examinador representa o exame psíquico, são descritas apenas as alterações presenciadas durante a entrevista, de um momento para outro, a sintomatologia psiquiátrica pode mudar, sendo conveniente a descrição das condições nas quais se realizou o exame, as diversas funções psíquicas são avaliadas de forma simultânea e podem alterar-se quantitativamente - além de descrever as funções mentais preservadas e são apontadas as alterações presentes. Para a avaliação de algumas funções, como memória, orientação, inteligência, etc. são necessárias perguntas mais específicas ou mesmo testes, a redação deve restringir-se a descrição dos fenômenos observados, sem o uso de termos técnicos. APRESENTAÇÃO: impressão geral que o paciente causa no entrevistador. CONSCIÊNCIA: rebaixamento ou embotamento (perda da percepção), turvação ou obnubilação (rebaixamento geral). ORIENTAÇÃO: estado de consciência + noções de tempo e espaço. ATENÇÃO: normovigilância ou euprossexia, hipervigilância, hipovigilância, hipertenacidade, hipotenacidade. MEMÓRIA: avaliar percepção, fixação, conservação e evocação (amnésia, hipomnésia ou hipermnésia). INTELIGÊNCIA: qualificar capacidade de compreensão, relação e respostas (déficit intelectivo - oligofrenia). SENSOPERCEPÇÃO: "não apresenta experiências ilusórias ou alucinatórias", ilusão (percepção deformada da realidade), alucinação verdadeira e pseudoalucinação (auditiva, auditivo-verbal, visual, olfativa, gustativa, cenestésicas e cinestésicas). PENSAMENTO: investigação do curso, forma e conteúdo do pensamento. - delirium: rebaixamento da consciência; - delírio: alteração do pensamento; - idéia delirante: primário e ocorre com lucidez de consciência; agrupadas em temas de expansão do eu, retração do eu e negação do eu. - ideia deliróide: é secundária a uma perturbação do humor ou a uma situação afetiva traumática, existencial grave ou uso de droga. EXAME PSÍQUICO Os itens são aparência, atitude, consciência, atenção, sensopercepção, memória, fala e linguagem, pensamento, inteligência, imaginação, conação, psicomotricidade, pragmatismo, humor e afetividade, orientação, consciênciado eu, prospecção, consciência de morbidade. Na súmula torna-se explícita a subdivisão das funções mentais e são utilizados termos técnicos - pode-se estimar a intensidade das alterações quantitativas com maior precisão e a atribuição de graus de certeza quanto à presença de determinada alteração. SÚMULA PSICOPATOLÓGICA Muitos transtornos mentais possuem etiologia orgânica ou levam à complicações físicas, por isso deve ser dado ênfase ao exame neurológico e ao do sistema endócrino. EXAMES COMPLEMENTARES: hemograma, bioquímica sanguínea, sorologia para sífilis, exame do líquor, neuroimagem cerebral, eletroencefalograma, estudos genéticos, dosagens hormonais, testagem neuropsicológica e psicodiagnóstico. EXAME FÍSICO eixo I: transtornos mentais; eixo II: transtorno de personalidade e desenvolvimento; eixo III: distúrbios físicos; eixo IV: estressores sociais; eixo V: o mais alto nível de funcionamento adaptativo) PSIQUIÁTRICO: finalidades principais são comunicação e previsão, favorecendo a investigação científica e fundamenta as medidas terapêuticas e preventivas. SINDRÔMICO: uma mesma entidade nosológica pode manifestar-se sob a forma de diferentes síndromes, baseia-se na súmula psicopatológica e é obrigatório, assim, da informações de qual tipo de patologia o profisional deve seguir sua investigação contribuindo para construção do raciocínio. NOSOLÓGICO: pode seguir o modelo categorial ou dimensional. DIAGNÓSTICOS Solicitar exames: para afastar causas orgânicas; Medicamentos; Atividades físicas regulares: 30 minutos, 3-5 vezes na semana; Exercer espiritualidade: rezar, orar, meditar, bater tambor; Exposição ao sol: 10-20 minutos por dia entre 10:00-15:00; Lazer: fundamental para saúde mental; Hábitos alimentares saudáveis: incluir frutas e legumes na dieta. Inclui farmacoterapia, psicoterapia e abordagens psicossociais. CONDUTAS TERAPÊUTICAS LAYANE SILVA Higiene do sono: antes de dormir deve ser evitado uso de eletrônicos, tomar chá (relaxantes), evitar dormir com fome, evitar dormir com a barriga muito cheia, evitar beber muita água. Meditação; Atenção plena/mindfulness: hábitos para melhorar a atenção; Yoga; Exercícios de controle da respiração; Acupuntura; Ventosaterapia; Auriculoterapia; Psicoterapia; PICs: práticas integrativas complementares. PLANO TERAPÊUTICO: planejamento para próximas consultas (auto- lembrete para o médico). S Í N D R O M E S A N S I O S A S Transtornos mentais nos quais sintomas ansiosos podem ser de formas “puras” ou “quase puras” de transtornos de ansiedade (transtorno de ansiedade generalizada [TAG] e transtorno de pânico) ou aqueles nos quais a ansiedade tem importância central ou relevante (fobias, ansiedade social, estresse pós-traumático, quadros dissociativos e conversivos, quadros hipocondríacos e de somatização e transtorno obsessivo- compulsivo [TOC]). Essas síndromes ansiosas são frequentes, tem prevalência na vida em torno de até 17-30% - no Brasil, algum transtorno de ansiedade e/ou fobias aparece, pelo menos 1 vez na vida, em 27,7- 30,8%. Síndromes ansiosas “puras” são ordenadas em 2 grandes grupos: quadros em que a ansiedade é constante e permanente (ansiedade generalizada, livre e flutuante) e quadros em que há crises de ansiedade abruptas e mais ou menos intensas (crises de pânico) - se ocorrerem de modo repetitivo, configuram transtorno de pânico. Sintomas: insônia, dificuldade em relaxar, angústia constante, irritabilidade aumentada e dificuldade em concentrar-se - sintomas físicos como cefaleias, dores musculares, dores ou queimação no estômago, taquicardia, tontura, formigamento e sudorese fria. Termos: “gastura”, “repuxamento dos nervos” e “cabeça ruim”. Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez na vida, em 5,8-6%. Frequentemente ocorre associado a transtornos de personalidades (TP), principalmente borderline e paranóide. Presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, por vários meses, a pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, nervosa ou irritada - para diagnóstico, deve-se verificar se os sintomas ansiosos causam sofrimento clinicamente significativo e prejudicam a vida pessoal, social e ocupacional do indivíduo. SÍNDROMES ANSIOSAS TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA nas crises intensas, pode haver graus de despersonalização, expressa como sensação de a cabeça ficar leve, corpo ficar estranho, sensação de perda do controle, estranhar-se a si mesmo. pode ocorrer desrealização, que consiste na sensação de que o ambiente, antes familiar, parece estranho, diferente, não familiar. A ansiedade se manifesta sob a forma de crises intermitentes, com a eclosão de sintomas ansiosos, em número e intensidade significativos, associados às crises agudas e intensas de ansiedade, pode ou não haver sintomas constantes de ansiedade generalizada. CRISES DE PÂNICO: crises marcantes de ansiedade, nas quais ocorre importante descarga do SNA, ocorrem sintomas como batedeira ou taquicardia, suor frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, formigamentos em membros, dedos e/ou lábios - frequentemente observa-se medo de ter ataque do coração, infarto, de morrer e/ou enlouquecer - tem início abrupto (pico em 5-10 minutos) e de curta duração (15 minutos a 1 hora), desencadeadas por uma condição. CRISE DE ANSIEDADE E CRISE DE PÂNICO Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez, em 27,7-30,8%. Crises recorrentes, com desenvolvimento de medo de ter novas crises, preocupações com implicações da crise (perder o controle, ter ataque cardíaco ou enlouquecer) e sofrimento subjetivo significativo, pode ser acompanhado de agorafobia (desconforto e fobia de lugares amplos e aglomerações). TRANSTORNO DE PÂNICO CRIANÇAS: medo e ansiedade relacionados a separar-se de pessoas significativas, por isso chora muito, fica ansiosa e amedrontada, tem medo de que algo ruim ocorra, pede ou exige que a mãe fique com ela, tem dificuldades em dormir sozinha e/ou pesadelos com a separação. TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO ADULTOS: pode ocorrer com o(a) companheiro(a) romântico(a). Os sintomas duram meses e são graves, prejudicando desenvolvimento escolar, pessoal e social. Quadros de ansiedade resultante de doença física, uso de fármacos (corticóides, antiparkinsonianos, anti-hipertensivos), substâncias (cocaína, álcool, maconha, gasolina, chumbo ou mercúrio) ou outra condição orgânica (hipertireoidismo, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer) - são comuns nos quadros psicopatológicos associados ao período pré-menstrual e ao puerpério e relacionados a grandes cirurgias, frequentemente há irritabilidade e labilidade do humor. SÍNDROMES ANSIOSAS DE BASE ORGÂNICA PÂNICO: angústia neurótica provocada pelo rompimento dos laços emocionais que unem o indivíduo a um líder (ideal) e aos membros do grupo e, tal situação, libera um medo gigantesco e insensato. síndrome ou transtorno do pânico A ansiedade é uma reação emocional natural que ocorre quando nos sentimos vulneráveis e na expectativa de um perigo, no entanto, quando essa resposta emocional é muito intensa e repentina há uma crise de pânico (ataque agudo de ansiedade), na qual sofremos muito com a expectativa de que algo catastrófico pode acontecer a qualquer momento. Assim, quando expostos a um estresse muito alto, todos estão sujeitos a ter uma crise de pânico quando as emoções e sentimentos ficam sem controle ou em situações que levam o indivíduo a um estado extremo de vulnerabilidade e desamparo e entram em sofrimento psíquico. Caracterizado pela presença de ataques de pânico recorrentes que consistem em uma sensação de medo ou mal-estar intenso acompanhada de sintomas físicos e cognitivos e que se iniciam de forma brusca, alcançando intensidade máxima em até 10 minutos - estes ataques acarretam preocupações persistentes ou modificações de comportamento em relação à possibilidade de ocorrência de novos ataques de ansiedade. EPIDEMIOLOGIA: pacientes com TP tem maiores taxas de absenteísmo e menor produtividade no trabalho, maiores taxasde utilização dos serviços de saúde, procedimentos e testes laboratoriais, risco aumentado de ideação de suicídio e de tentativas de suicídio. Em mulheres pós- menopáusicas, pode estar relacionado à morbidade e mortalidade cardiovasculares. SINTOMAS: - ir ao hospital porque pensou que estava tendo um ataque cardíaco; - medo de parar de respirar por um aperto no peito e respiração irregular; - medo de dirigir e ficar parada no trânsito; - medo de perder o controle e ficar maluca; - pensamentos ansiosos que não consegue parar; - sente-se desconfortável em lugares fechados; - nervosismo e ansiedade em situações que nunca a perturbaram antes; - tonturas que levam ao pânico; - arrepios e calores seguidos de ansiedade; - falta de ar e apertos na garganta e no peito; - falta de conexão com o que se passa à sua volta; - preocupações obsessivas e pensamentos indesejados; - batimento cardíaco muito rápido e formigueiros no corpo. PREVALÊNCIA: é mais comum em mulheres e, geralmente, inicia no final da adolescência ou no início da vida adulta, com média de aparecimento entre os 20 e 30 anos, acompanhada de alguma comorbidade psiquiátrica. ETIOLOGIA: a síndrome ou transtorno de pânico é atribuído a diversos fatores, principalmente os genéticos e ambientais. - estudos demonstraram padrão familiar, com risco 8 vezes maior da doença em parentes de primeiro grau dos pacientes com esse transtorno. - estudos associam experiências traumáticas na infância ao desenvolvimento do TP na idade adulta e eventos estressantes na vida adulta estão relacionados aos transtornos de ansiedade. - o tabagismo e a dependência de nicotina na adolescência são fatores de risco para o TP na vida adulta. TP na infância: os fenótipos intermediários são comportamento inibido (inibição do comportamento associado ao medo de pessoas não familiares) e sensibilidade à ansiedade (medo e preocupações sobre interpretações distorcidas de reações corporais normais). Frequentemente se descrevem como crianças medrosas, nervosas e tímidas, e referem desconforto com sentimentos agressivos, sentimentos crônicos de baixa autoestima, frustração e ressentimento precedentes ao início do TP. TP na vida adulta: marcado pelo neuroticismo (ansiedade, depressão, tensão, irracionalidade, emoção, baixa autoestima e tendência a sentimentos de culpa) e temperamentos específicos como evitação de danos (tendência a evitar situações com algum tipo de risco, ou que causem ou possam causar danos) estão relacionados a quadros ansiosos. EXTRA: SÍNDROME DO PÂNICO LAYANE SILVA TAG e transtorno de pânico: neurose de angústia; Transtornos fóbicos: neurose fóbica Quadros dissociativos e conversivos: neurose histérica ou histeria; Quadros hipocondríacos e somatoformes: neurose hipocondríaca; TOC: neurose obsessiva-compulsiva; TEPT (transtorno de estresse pós-traumático): neuroses traumáticas ou neuroses de guerra. Os principais quadros psicopatológicos com predomínio de ansiedade eram considerados neuroses, entre elas: SÍNDROMES COM IMPORTANTE COMPONENTE DE ANSIEDADE Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez, em 3,5-4%. Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez, em 14,6-16,8%. Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez na vida, em 4-5,7%. Tem como comorbidade o TP evitativa (60%). Medos intensos e irracionais, desproporcionais, desencadeados por situações, objetos ou animais que objetivamente não oferecem ao indivíduo perigo real e proporcional à intensidade de tal medo. Agorafobia: medo e a angústia relacionam-se a um conglomerado de pessoas em espaços amplos ou em locais difíceis de escapar ou onde o auxílio ou presença de pessoas próximas não seja rapidamente acessível - frequentemente tem crises de medo, que chegam ao pânico quando estão fora de casa, medo de viajar de ônibus, automóvel ou avião, assim, tendem a evitar tais situações, o que geralmente leva a estreitamento das possibilidades vivenciais do indivíduo. Fobia simples ou específica: medo intenso, persistente, desproporcional e irracional (de animais, objetos cortantes, sangue) - a exposição ao objeto fobígeno deflagra estado de angústia, que causa crise de pânico, na qual os indivíduos reconhecem o caráter irracional e desproporcional. Ansiedade social e fobia social: medo intenso e persistente de situações sociais que envolvam expor-se ao contato interpessoal, demonstrar desempenho ou participar de situações competitivas e de cobrança - o indivíduo sente intensa angústia ao ter de falar em público, dificuldade em utilizar espaços públicos, medo da exposição com pessoas estranhas ou hierarquicamente em posição superior. O indivíduo tenta evitar tais situações e reconhece o caráter absurdo de seus temores, que causam grande sofrimento, comprometendo sua carreira estudantil e profissional, além de limitar sua vida social, emocional e de lazer. TRANSTORNOS FÓBICOS Funções sensoriais: anestesias, perda da visão, do olfato ou da audição - correspondem à representação mental e simbólica do corpo, e não à neuroanatomia objetiva ou à função neurológica; CONVERSÃO: alterações das funções sensoriais ou motoras, que lembram sintomas neurológicos, mas que são distintos das condições neurológicas, há conversão de conflito psíquico inconsciente para o corpo - “salto” do plano psíquico para o plano de sintomas corporais. TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS E CONVERSIVOS: HISTERIA DIAGNÓSTICO: clínico, a avaliação inclui ataques secundários a uma condição clínica, ao uso ou abstinência de substâncias, a transtornos de ansiedade e a outros transtornos psiquiátricos. Há subtipos de TP baseados na apresentação sintomática do ataque (tipo cardiorrespiratório, autonômico/somático, cognitivo), período do dia em que o ataque ocorre (diurno, noturno), idade de início (precoce e tardio), curso (limitado, crônico), etc. TRATAMENTO: baseia-se principalmente na tranquilização do paciente mediante a informação de que os seus sintomas são provenientes de um ataque de ansiedade, deve-se reforçar o caráter passageiro (10-30 minutos) do ataque, instruir ao paciente para que ele respire pelo nariz tentando controlar a frequência de inspirações, associada com técnicas de relaxamento, e, se a crise for muito intensa, utiliza-se psicofármacos. Funções motoras: fraqueza ou paralisias, contraturas, movimentos anormais, perturbações do andar e no ficar de pé (astasia-abasia) e rouquidão psicogênicas ou perda total da voz (afonia conversiva). Os individuos ao notarem seus distúrbios corporais aparentemente muito graves (paralisias, cegueira, anestesias, entre outros), reagirem com certa indiferença (la belle indifférence des hystériques), em função da noção inconsciente de que a alteração é transitória e passageira. DISSOCIAÇÃO: perturbação, separação e isolamento de aspectos da mente e da personalidade, pode ocorrer por meio de crises em que se perde parcialmente a consciência ou em episódios em que parte da memória é momentaneamente apagada, assim, pensamentos, desejos e experiências vividas, conflitantes com os valores do paciente, são isolados e suprimidos do campo da consciência e da memória. Transtornos conversivos: quadros com > 1 sintoma de alteração de função motora ou sensorial psicogênica, que provoca sofrimento e/ou disfunção e não são explicados por causas neurológicas ou médicas somáticas. fraqueza ou paralisia (das pernas, de um braço, de uma mão); movimentos anormais (tremores, distonias, mioclonias, distúrbios da marcha); dificuldades ou impossibilidade de deglutição; alterações da fala, como afonia ou disfonia, rouquidão ou fala arrastada; ataques semelhantes a convulsão epiléptica (“crise histérica”); anestesia ou perda sensorial (cegueira ou visão em túnel, perda auditiva ou olfativa); sintomas mistos. DSM-5: são separados em transtornos dissociativos e transtornos de sintomas somáticos e transtornos relacionados; CID-11: agrupa-os em “transtornos dissociativos”. TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS E CONVERSIVOS Amnésia dissociativa: indivíduo esquece elementos seletivos e significativos doponto de vista psicológico, é, geralmente, de amnésia retrógrada, com o indivíduo esquecendo ou apagando todos ou alguns aspectos seletivos do passado ou de um evento passado particular. Fuga dissociativa: indivíduo perambula sem rumo, por horas ou dias, em estado parcialmente alterado da consciência (estado crepuscular da consciência). Perda na continuidade da experiência subjetiva e perturbação da integração normal da consciência, memória, identidade, emoções, percepções, representação corporal, controle motor e/ou do comportamento - em decorrência de traumas emocionais graves ou conflitos psíquicos, o paciente “necessita” cindir parte das funções mentais, rechaçando elementos consciente ou inconscientemente temidos ou indesejados. TRANSTORNOS DISSOCIATIVOS DESPERSONALIZAÇÃO: estranhamento e sensação de irrealidade em relação ao próprio Eu, a pessoa percebe seu self como algo estranho ou irreal, sente-se “distante de si mesma”, como se fosse observador externo de si, seus sentimentos, pensamentos, ações e sensações corporais. DESREALIZAÇÃO: perceber o mundo ao redor, pessoas e objetos conhecidos e familiares como se fossem irreais ou estranhos, como se estivessem em um sonho, em cenas distantes ou nubladas, sem cor ou visualmente distorcidas - o indivíduo tem senso de realidade preservado. TRANSTORNOS DE DESPERSONALIZAÇÃO/DESREALIZAÇÃO O indivíduo deve apresentar estados recorrentes (ou 1 episódio com duração de dias) de transe nos quais há alteração de seu estado de consciência, e o senso de identidade pessoal é alterado de forma involuntária e indesejada - no transe com possessão, a consciência e identidade da pessoa é substituída por uma instância ou identidade externa “possuidora”, há sensação de estar sendo controlado pela entidade ou agente possuidor. TRANSTORNOS DO TRANSE E DO TRANSE COM POSSESSÃO Mecanismo de dissociação da consciência, marcado por crises de curta duração (minutos a poucas horas), com turvação profunda da consciência, espasmos, tremores, abalos, hipertonia ou atonia muscular, o paciente range os dentes, saliva pela boca, às vezes geme ou grita - em geral, são crises desencadeadas por situação estressante, as quais ocorrem após discussão ou briga pessoal, recebimento de notícia inesperada ou ao presenciar cena emocionalmente carregada. CRISES HISTÉRICAS: TRANSTORNO CONVERSIVO COM ATAQUES SEMELHANTES A CONVULSÃO EPILÉPTICA LAYANE SILVA Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez, em 8,7-10,2%. Transtorno com forte componente de ansiedade que se desenvolve após exposição do indivíduo a eventos extremamente ameaçadores, traumáticos e horríveis, se caracteriza por lembranças ou recordações vívidas que invadem a consciência do indivíduo que passou pelo trauma (flashbacks/pesadelos), acompanhados por emoções fortes e profundas, com ansiedade, medo e/ou horror e sensações físicas marcantes. Há de forma recorrente, a intensa sensação física e/ou sentimentos de que se está imerso nas emoções sentidas no evento traumático., por isso, o paciente busca evitar os pensamentos e as recordações do evento traumático ou, ainda, evitar atividades, situações ou pessoas que de alguma forma representem reminiscências do evento - tais sintomas duram semanas ou meses e causam grande sofrimento. TRANSTORNOS DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO Epidemiologia: no Brasil, ocorre pelo menos 1 vez na vida, em 3,6-4,1%. Pensamentos mágicos: vinculam a realização do ato compulsivo com o afastamento de um evento temível ou indesejado. Quadro caracterizado por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por atos, rituais ou comportamentos compulsivos, vividos como uma pressão sobre o indivíduo, como algo que o obriga e a que se submete, dividem-se em: ideias obsessivas e atos/comportamentos compulsivos - há também formas mistas. QUADROS OBSESSIVOS: ideias, pensamentos, fantasias ou imagens persistentes que surgem de forma recorrente na consciência; são vivenciados com angústia e como algo que “invade” a consciência - o indivíduo reconhece o caráter irracional e absurdo desses pensamentos e tenta lutar contra eles ou neutralizá-los com outros pensamentos ou atos e rituais específicos. QUADROS COMPULSIVOS: predominam comportamentos e rituais repetitivos (atos mentais), em resposta a uma ideia obsessiva - tais comportamentos podem surgir como forma de cumprir regras mágicas que precisam ser rigidamente seguidas. TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO Sintomas: dores difusas (cefaleias, lombalgias, artralgias, dores abdominais, “corpalgias”), sintomas gastrintestinais (náuseas, diarreia, dispepsia), fadiga, sono ruim e sintomas psicopatológicos inespecíficos, como ansiedade, depressão e irritabilidade. Alexitimia: dificuldade de identificar sentimentos e outras experiências subjetivas e diferenciá-las de sensações corporais e a dificuldade de falar sobre as próprias emoções e dificuldades subjetivas, junto a tendência a ter um estilo de pensamento orientado para o externo, para o concreto. SOMATIZAÇÃO: processo pelo qual um indivíduo padece sintomas físicos, que não têm origem exclusiva em uma doença física, mas se relacionam bem mais a dificuldades psicológicas, psicossociais ou interpessoais, pode acontecer na presença de doença física demonstrável (intensificando a apresentação sintomática), ou na ausência de doença ou condição física. Pode haver desejo, consciente ou inconsciente, de estar no papel de doente físico a fim de obter de alguma forma ganhos primários ou secundários. A somatização pode servir como meio de comunicação quando a expressão verbal mais direta está bloqueada, representando uma forma de expressão de sofrimento e desconforto em pessoas que não conseguem reconhecer e verbalizar seus sentimentos. CONDIÇÕES PSICOPATOLÓGICAS VIVENCIADAS SOBRETUDO NO CORPO Epidemiologia: 2/3 dos homens e 4/5 das mulheres; 25-50% dos sintomas na atenção primária, 30-70% em ambulatórios e especialistas. Apresentam-se como dores de cabeça, dores nas costas e lombalgias, dores musculares e nas juntas, associadas a fadiga e mal-estar corporal geral, que pode ser associada a desregulação endócrina e imunológica, disfunção do SNA, modelo da amplificação somatossensorial, sensitização sistêmica, modelo do déficit em filtro de sinais e propriocepção anormal. SINTOMAS MÉDICOS INEXPLICADOS FIBROMIALGIA: condição na qual pacientes relatam dores corporais difusas, mas com maior importância nos músculos, que se concentra em pontos do corpo, principalmente associados às articulações, há maior sensibilidade à dor, tensão muscular, sono de má qualidade, mais ansiedade e depressão, gerando dificuldades na realização de atividades físicas e exercícios. FIBROMIALGIA E SÍNDROME DA FADIGA CRÔNICA Transtorno de ansiedade de doença, predominam temores e preocupações intensas com a ideia de ter uma patologia grave, surgem por sensações corporais ou sinais físicos mínimos ou insignificantes, que faz com que o indivíduo procure constantemente médicos e serviços de saúde. HIPOCONDRIA OU TRANSTORNO HIPOCONDRÍACO SÍNDROME DA FADIGA CRÔNICA: cansaço ou fadiga persistentes e relevantes, que duram de meses a anos (no mínimo 6 meses), sem diagnóstico de uma doença física ou mental, acompanhada por outros sintomas como: sono ruim e não reparador, dificuldades atenção, concentração e memória, mal-estar após exercícios, dores musculares e nas articulações, sensibilidade aumentada nos linfonodos cervicais ou axilares, dor de garganta e cefaleia. A característica dos transtornos de ansiedade é a resposta inadequada ao estresse, regulada pelo SN, que consiste na reação coordenada em função de estímulos aversivos, caracterizada por comportamento de evitação ou esquiva, aumento da vigilância e alerta, ativação da divisão simpática do SN e liberação de cortisol pelas glândulas adrenais. O hipotálamo orquestra a resposta humoral, visceromotora e somático-motora apropriada, regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), assim, o cortisol, é liberado pela glândula adrenal em resposta ao aumento nos níveis sanguíneos
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