Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AVALIAÇÃO AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO Introdução • Trauma-ferida; • Traumatismo, traumatizante; • Transferência de energia não controlada de energia para o organismo; • MECÂNICA, térmica, química, elétrica, hidráulica e nuclear; • Trauma é doença, prevenível, potencialmente tratável; As fases do cuidado do trauma: O trauma não é um acidente e sim, são preveníveis. Para facilitar o entendimento são divida em fases: 1. Pré-evento 2. Evento 3. Pós-evento Fase do Pré-evento · Capacete · Telefone na direção · Álcool · Quedas em idosos · Risco para afogamentos Fase do evento A fase do evento é o momento que ocorre o trauma. As ações são tomadas durante essa fase visam minimizar a lesão decorrente do trauma. · O uso de EPIs minimizam a potencialidade de lesão dos eventos traumáticos. · Capacete, cinto de segurança, assento para crianças. Fase Pós-evento Seriam as consequências do evento. · Hora de Ouro O controle da hemorragia é uma das principais preocupações da equipe devendo fazer reposição volêmica o mais próximo possível do sangue total. Princípios de Ouro: • Segurança dos profissionais; • Avaliação da cena; • Reconhecer a física do trauma; • Avaliação primária para verificar lesões potencialmente fatais; • Manejo das vias aéreas e estabilização da cervical; • Oferecer O2 se Sat O2 para manter maior ou igual a 94; • Controle de hemorragia; • Fornecer terapia básica para controle do choque; • Estabilização da coluna vertebral; • Transporte para pacientes com trauma ou com lesões graves; • Garantir a infusão de fluidos intravasculares aquecidos até a instituição; • Obter anamnese do paciente e realizar a avaliação secundária; • Fornecer analgesia; • Obter comunicação. POLITRAUMA Politrauma são lesões múltiplas de diversas naturezas, determinada por agentes mecânicos, podendo comprometer diversos sistemas ou até mesmo a vida. É considerado o paciente que tiver lesões em dois ou mais sistemas. Suporte Avançado de Vida ao Trauma (ATLS) • Padronização mundial • Atendimento por prioridades • Cronologia da morte · Hipovolemia · Obstrução das vias Aéreas · Perda da capacidade de respirar · Lesão expansiva intracraniana Situação problema: JLP, 20 anos, trafegava com o seu veículo sem cinto de segurança em uma rodovia em alta velocidade após sair de uma festa na qual, fez consumo de grande quantidade de bebidas alcóolicas. Durante o trajeto, ocorreu uma colisão frontal com outro veículo que vinha no sentido oposto. Com o impacto, JLP foi arremessado do seu carro, chocando se contra o chão 10 metros após. • O que você faz nesta situação? Sistematização da Assistência 1. Preparação prévia do material; 2. Triagem; 3. Avaliação primária (XABCDE); 4. Reanimação; 5. Medidas auxiliares à avaliação primária e à reanimação; 6. Avaliação secundária; 7. Medidas auxiliares à avaliação secundária; 8. Reavaliação e monitoração continua após a reanimação; 9. Tratamento definitivo. 1. Preparação do material Envolve condutas que seguem um protocolo específico (o PHTLS). • Pré-hospitalar; Essa fase requer que os socorristas abreviem o máximo a permanência da vítima na cena do trauma e notifique o hospital de destino antes de iniciar o transporte, para que os médicos se preparem. OBS: importante que o socorrista esteja a par de algumas informações da vítima, como: documentação, história do trauma, horário e mecanismo, e eventos relacionados. • Intra-hospitalar; Ela se inicia a partir do momento da notificação dos socorristas, pois consiste num planejamento antecipado à chegada do paciente por parte da equipe e seu líder. Compreende: 1. Desligar o ar-condicionado da sala de trauma; 2. Promover a proteção da equipe, com máscaras, óculos, luvas e avental impermeável; 3. Área de reanimação; 4. Equipamentos de via aérea (testar todos); 5. Soluções de cristaloides aquecidas; 6. Equipamento para monitorização; 7. Protocolo Onda vermelha; 2. Triagem Utilizado para classificar a gravidade dos problemas ou tipo de ocorrência; Importante quando há mais de uma vítima para classificá-las de acordo com o tratamento necessário e recursos disponíveis e, assim, obter uma ordem de prioridade estabelecida. Há 2 tipos de situações de triagem: · Múltiplas vítimas: Quando os recursos presentes são suficientes para atender a quantidade total de vítimas e manejar a gravidade das lesões. Nesses casos, a prioridade de atendimento são pacientes com risco de vida iminente ou traumatismos multissistêmicos. · Vítimas em massa: o número de vítimas e a gravidade das lesões excedem a capacidade de atendimento. Portanto, têm prioridade de atendimento aqueles com maior chance de sobrevida. Método de cores: · Vermelho : 0 min; · Laranja: 10min; · Amarelo: 1 h; · Verde: 2 h; · Azul: 4 h. OBS: Existem alguns protocolos para auxiliar o profissional de saúde a realizar a triagem em situação com diversas vítimas. O protocolo START é um fluxo a se seguir para realizar de maneira rápida e fácil no atendimento pré-hospitalar. Precauções básicas: • Avental; • Máscara; • Gorro; • Luvas; • Protetores de braços e pernas; • Protetores faciais; 3. Avaliação baseada no XABCDE Sistematização baseada do Suporte Avançado de Vida no Trauma para Médicos (ATLS) e Manobras Avançadas de Suporte ao Trauma e emergências cardiovasculares (MAST). • X- Exsanguinação; • A- Airway + Cervical Spine: Vias aéreas e proteção da cervical; • B- Breathing: Ventilação/Respiração/Oxigenação; • C- Circulation: Circulação; • D- Disability/neurological status: Neurológico; •E- Exposure: Exposição/Proteção contra hipotermia. OBS: ordem de prioridade não se baseia no que mais mata, e sim no que mata mais rápido! OBS: 2-5: tempo de duração do XABCDE. Avaliação baseada no XABCDE: X- Exsanguinação · Contenção de hemorragia externa grave; · Abordagem precoce devido à elevada mortalidade em detrimento às hemorragias graves; · Conduta: Uso do torniquete, quando a pressão direta ou curativo compressivo se não apresentar boa resposta; · 120 - 150minutos. • A hipovolemia com consequente choque hemorrágico é a principal causa de óbito em pacientes traumatizados. • Causas mais comuns: Lesões intratorácica e intra abdominais, fraturas de pelve e fêmur, lesões penetrantes com comprometimento venoso arterial. Essas lesões são agravadas, pois, a hipovolemia impacta diretamente da fisiologia básica da célula, que é a produção de ATP por meio de O2 + glicose. E para isso faz se necessário o adequado funcionamento do Sistema Respiratório e Cardiovascular Mecanismos de produção de energia: • Metabolismo Aeróbico 38 ATPs • Metabolismo Anaeróbico 2 ATPs Choque • Perfusão tecidual insuficiente em nível celular, levando a metabolismo anaeróbico e perda da produção de energia necessária para sustentar a vida. • É o desequilíbrio entre a oferta x demanda, o que causa uma perfusão tecidual ineficiente a nível celular, fazendo todo o anabolismo anaeróbico leve a uma perda da produção de ATP necessária para a manutenção das funções vitais. • Principal causa de mortalidade nos pacientes vítimas de traumatismo. Sensibilidade Isquêmica dos órgãos: • Cérebro • Coração 4-6 min • Pulmão Logo é necessário garantir que essas estruturas sejam perfundidas de forma adequada, de forma a sempre manter o volume necessário de sangue. • Órgãos Abdominais 45-90 min • Músculo e pele 4-6 h Isso justifica o porquê podemos manter o paciente com hemorrágia em um tempo maior com o uso do torniquete, em garroteamento, sem gerar um comprometimento da estrutura do membro. Fisiologia do Choque Metabolismo: • Aeróbico • Anaeróbico Princípio de Fick: • Hematose • Transporte • Distribuição Perfusão Celular e Choque • Hipovolêmico Sangue • Distributivo Vasos • Cardiogênico Coração Resposta Cardiovascular • Coração • Vasos Sanguíneos Resposta Hemodinâmica • Sangue Resposta Endócrina • SN - SNA - SNS - SNP Conduta em caso de choque: • Acesso venoso periférico uni/bilateral calibroso para fazer areposição volêmica com 1L de Ringer Lactato ou SF 0,9% aquecidos; • Manutenção das vias aéreas e ventilação apropriada; • SatO2:> 94%; • Manutenção da circulação; Avaliação baseada no XABCDE: A- Vias aéreas e proteção da cervical • Imobilização da cervical; OBS: NÃO CONVERSAR COM O PACIENTE SEM GARANTIR A ESTABILIZAÇÃO DA CERVICAL. Abordagem inicial: • Apresentar se: Meu nome é... Qual o seu nome? O que aconteceu? • Considerar respostas adequadas. Em caso de resposta adequada, isso significa que: a) Não há comprometimento de vias aéreas (A), pois, como ele respondeu, estão pérvias; b) Não há comprometimento da ventilação (B), pois, o ar teve que passar para formar a voz; c) Há perfusão suficiente para raciocinar (C); d) E, por fim, não há diminuição do sensório (D); Observar: · A permeabilidade da via aérea: Como checar? No paciente consciente: solicita que o paciente abra a boca; No paciente desacordado: realiza manobra de abertura de VA, como o Jaw Thrust (preferencial) ou Chin Lift, sempre mantendo a coluna cervical estabilizada; Caso o paciente não tenha capacidade de manter a via aérea pérvia, uma via aérea definitiva deve ser considerada. E como sei quando indicar uma V.A definitiva?: entubação · ECG<8: Risco de broncoaspiração; · Queimaduras faciais; · Potenciais inalações; · Trauma maxilofacial e laríngeo; · Presença de secreção/ sangue; Conduta: aspirador de sonda rígida; · Se há corpo estranho (princ.. em caso de fratura do viscerocrânio, de face); Conduta: retirar com dedo em garra; · Base da língua: se houver queda da base da lingue, o paciente está inconsciente; • Atenção com a estabilização da coluna; • Imobilização da cervical com protetor lateral da cabeça (rebox). No pescoço, buscamos os seguintes sinais: - Estase de jugular; - Enfisema subcutâneo; - Desvio de traqueia; - Fratura palpável cervical. OBS: deve-se ter muito cuidado em casos de paciente com TCE , principalmente os com fratura de base do crânio, ao aspirar as secreções das V.A, ter cuidado de ao inserir a sonda, ela apresentar um percurso errátio e levar ela para o neurocrânio do paciente e, acabar atingindo o cérebro do paciente. Nesses casos, faz-se a aspiração utilizando a sonda rígida, a flexível não e indicada nesses casos. Fatores que interferem na oxigenoterapia do paciente: · Dano neurológico, a nível de ponte e bulbo, provocando um descontrole da ritmicidade respiratória; · Obstruções das V.A, não há passagem de ar para as vias aéreas; · Alterações á nível alveolar, este apresenta uma incapacidade de hematose (ex.: paciente com edema agudo de pulmão); · Alteração a nível de recepção, a nível celular, o oxigênio chega a célula porém, não ocorre a ligação adequada, geralmente por conta de bloqueio de receptor (ex.: inalação de cianeto); Hipoxêmia X hipóxia Conduta • Deve-se oferecer O2 (baixo fluxo)12-15L, independente da SatO2 por máscara facial; • Caso não esteja ventilando espontaneamente, deverá aplicar ventilação por pressão positiva através da bolsa-valva-máscara (ambu, sempre conectado no ponto de O2); • Atentar para queda de língua, pois esta obstrui via aérea; • Entubação orotraqueal (EOT): sempre pensar nos casos de rebaixamento do nível de consciência, ECG = ou <8. Atenção aos sinais: • Agitação motora: sugere hipóxia; • Sonolência: sugere hipercabia (aumento da [CO2]); • Cianose: sugestivo de hipóxia; • Sons anormais (roncos): obstrução de faringe; • Disfonia: obstrução de laringe; • Traumatismo acima das linhas clavicular: paciente possivelmente vai apresentar comprometimento respiratório. Proteção da cervical: • Uso do colar cervical; Temos o colar em 3 tamanhos: P,M e G. Mede-se através do maior ponto do músculo trapézio, verifica-se quantos dedos tem-se do ápice do trapézio até o corpo da mandíbula. 3 dedos: M. • Avaliar o posicionamento da língua (se ele está inconsciente, verificar a queda da língua e utilizar a cânula de guedel ou não); • Chin Lift e Jaw Trust Chin Lift Posicionar uma das mãos na região frontal para fixar a cabeça da vítima, enquanto a outra mão se posiciona abaixo da mandíbula e, delicadamente. Buscando se há presença de corpo estranho. Jaw Trust Abrir a boca da vítima que não deve comprometer a coluna cervical, projeta para frente. • Cânula de Guedel Utilizada para manter a permeabilidade das vias aéreas, a língua em posição que não obstrua o fluxo aéreo. Somente indicada para pacientes inconscientes. Semiconsciência não utiliza, porque eles ainda respondem ao reflexo do hipoglosso e glossofaríngeo, consequentemente o paciente vai apresentar reflexo do vômito. • Aspiração das VA: com cânula rígida ou flexível; Imagem: colar cervical, Rebox (coxins laterais) Avaliação baseada no XABCDE: B- Ventilação/Respiração/Oxigenação -Ventilação: avalia apenas o movimento de entrada e saída do ar; -Respiração: trata do processo de hematose, troca do CO2 pelo O2; -Oxigenação: oxigenação dos tecidos. Deve-se realizar: · Inspeção (expansibilidade pulmonar bilateral, presença de retrações, abaulamentos); · Palpação: verificar se existe algum desalinhamento ósseo, se o paciente sente dor em algum local específico, se é notória alguma crepitação osséa e ao palpar perceber se a estrut.. óssea tende a deprimir (tórax instável); · Percussão: a fim de avaliar o som, deve ser feita no espaço intercostal, verificar sons maciços (pode indicar quadro de hemotórax) ou timpânicos (pode indicar um quadro de pneumotórax); · Ausculta: verifica se existe a diminuição dos MV, se é uni ou bilateral, em qual porção (lobo superior ou inferior). Se atentar em busca de: · Tórax instável: Descontinuidade de grande parte dos arcos costais, causando uma instabilidade respiratória, pois o paciente irá sentir muita dor, princ.. no ato de inspiração, deixando esta ilimitada (inspiração superficial), tendo uma maior retenção de CO2, podendo evoluir para um quadro de hipercarbia. · Pneumotórax aberto: Ocorre em caso de trauma aberto na parede torácica, que corresponde a mais de 2/3 do diâmetro da traqueia. O paciente também se apresenta com dispneia e dor torácica, mas como o volume de ar costuma ser menor, ao exame físico só encontramos timpanismo à percussão e MV abolidos a ausculta. Conduta: curativo de três pontas. Ele consiste em um material estéril e retangular que envolva a lesão e seja fixado em 3 dos 4 lados-possibilitando que o ar sob pressão saia pelo lado aberto e, na fase em que o ar deveria entrar na cavidade pleural, o curativo oclui o orifício. Basicamente, nós criamos uma válvula unidirecional! Depois, então, o paciente precisa de uma drenagem torácica. · Pneumotórax hipertensivo: Em caso de trauma torácico no momento em que a epiglote estava fechada, fazendo com que o nosso pulmão se comporte como uma bexiga, causando rompimento da sua estrutura parenquimatosa, consequentemente, o ar que deveria ir para os alvéolos para realizar a hematose é desviado para o espaço interpleural, gerando compressão latero-medial, diminuindo a capacidade de hematose, a área de trocas, fazendo com que o paciente evolua para um quadro de dispneia e dor torácica. É a presença de ar na cavidade pleura que cursa com repercussão hemodinâmica e seu mecanismo cria uma válvula unidirecional, que permite apenas a entrada de ar, e não a sua saída. Assim, o grande volume de ar acumulado aumenta a pressão torácica, o que reduz o retorno venoso e causa a estase de jugular. E, como também acaba comprimindo o mediastino para o lado contralateral, leva ao desvio de traqueia. Com isso, encontramos timpanismo à percussão e abolição de murmúrios vesiculares na ausculta. E nossa conduta é simples: drenar o conteúdo gasoso. Fazemos isso através de 2 procedimentos: punção de alívio e drenagem torácica. A punção de alívio pode ser realizada com a inserção de uma agulha no quinto espaço intercostal, visando diminuir o acúmulo de ar no espaço pleural para melhorar a ventilação do paciente. Nãoé a terapia definitiva posteriormente deve-se realizar drenagem torácica. Ambos são realizados no 5º EIC, entre linhas axilares anterior e média. · Hemotórax maciço: Ao invés de ter a presença do ar, vou ter a presença de sangue na cavidade pleural. Considera-se maciço quando o volume é maior que 1,5L. Assemelha- se ao pneumotórax hipertensivo, logo, o paciente também se mostra com dor torácica, dispneia, possível desvio de traqueia, macicez a percussão e abolição dos MV. É importante ressaltar que a estase de jugular pode estar presente (por conta do aumento da pressão torácica), no entanto pode não estar, afinal, o paciente perdeu muito sangue. E, justamente por essa perda, o paciente apresenta sinais de choque. O tratamento também consiste em drenagem torácica, porém, considerando o choque associado, realiza-se reposição volêmica. Avaliar: · Presença ou ausência de movimentos respiratórios; · Frequência respiratória (VR:12-22) e oximetria de pulso; · Padrão Respiratório; · Cianose periférica (um dos principais indicadores de alterações respiratórias, princ.. de hipóxia); · Ruídos respiratórios (tomar cuidado com roncos); · Enfisema subcutâneo (princ.. em casos de traumas de traqueia); · Presença de lesões na caixa torácica; · Desvio de traqueia e estase jugular. • As lesões torácicas estão entre as quatros principais causas de morte nos traumatizados; • Hipóxia resultante da hipoventilação e/ou hipovolemia, acontece antes do atendimento hospitalar. • Toda vítima deve receber O2 (baixo fluxo) via máscara facial 12-15lts/min; • Somente após a remoção de corpos estranhos da cavidade oral é feita a instalação da cânula de Guedel**. Indicações para Entubação (Canulação da Via Aérea) • Apneia; • Incapacidade de manter a via aérea pérvia; • Proteção contra aspiração; • Glasgow < ou igual a 8; • TCE; • < capacidade ventilatória; • Inadequação da máscara facial. OBS: TODA VÍTIMA GRAVE NA SU QUE NECESSITAR DE VENTILAÇÃO MECÂNICA DEVE-SE PROCEDER A VENTILAÇÃO MANUAL COM BOLSA VALVA-MÁSCARA. Tipos de Entubação: • Tubo orotraqueal: o tubo é introduzido na cav. Oral, e direcionado ate a traqueia. • Tubo nasotraqueal: o tubo é introduzido na narina, até a traqueia. É realizada as cegas. Indicado em casos de trauma e queimaduras na cav. Oral, que dificultam o aceso a glote e epligote por meio da laringoscopia. • Cricotireoideostomia por punção e cirúrgica: usados em caso de impossibilidade de realizar intubação por via oral ou nasal; lesões graves de face, sangramento profuso da cavidade oral, fratura em coluna cervical; lesão da placa cribiforme, edema de glote; fratura de laringe. Ela por punção, geralmente é feito com cateter siliconado de calibre 16 (cafe 16), punciona-se a cartilagem cricóide do paciente, deixa o silicone inserido na traqueia, e retira o canhão, conecta uma seringa de 3, retira o embolo, retira do tubo orotraqueal a peça que encaixa o ambu no tubo, e encaixa esse dispositivo na seringa. Assim, é possível ventilar o paciente por meio da cricotireoideostomia por punção. Avaliação baseada no XABCDE : C- Circulação; • O principal objetivo do C é identificar e tratar Hemorragias (interna) e verificar a presença de sinais de choque. • Sinais de hemorrágia: P- pele fria, pegajosa, pálida; P- pulso fraco (hemorragia), fino (baixa volêmia), rápido (método compensatório); P- perfusão > 2 segundos (ideal: tempo de enchimento capilar < 2seg); H- identificar as hemorragias. • Sinais de choque: 3Ps: pele, pulso, perfusão. - Pele: pálida e fria; - Pulso: acelerado (taquicárdico); - Perfusão: pelo tempo de enchimento capilar, que está alterado se >3s. Outros fatores que também nos ajudam a identificar um possível choque são: · Hipotensão · Rebaixamento do nível de consciência · Débito urinário reduzido OBS: O ATLS inclusive prega que, uma vez afastado o pneumotórax hipertensivo, todo choque no trauma é hipovolêmico até que se prove o contrário. Em caso de suspeita de hemorragia interna, deve-se avaliar: · Alterações neurológicas; · Alteração da respiração; · Alteração diurese; · Alteração da PA. Para conter o sangramento, deve-se atentar para os locais com maior risco de choque: • Tórax: 1,5lts (cada); • Abdome: total; • Pelve: total; • Fêmur: 1,5lts OBS: TCE não é fonte de choque hipovolêmico ! Conduta: • Reposição volêmica (deve ser feito de forma rápida); • Utiliza o Jelco 18; • Locais de punção: Fossa antecubital femoral, jugulares externas e safena; • Em caso do paciente não ter acesso, considerar a punção intra óssea; • Dose: 1 000 ml + 1:1:1; • PAS 90 mmHg · Hipotensão Permiciva: Consiste no manejo conservador da adm. de fluidos intravenosos, com alvo de PAS entre 80-90 mmhg, por não mais que 60 min. Você permite que o paciente fique hipotenso para garantir a estabilidade da lesão. Não pode passar de 90 mmhg, pq se aumentar demais, vai aumentar a pressão no foco onde já esta tamponado (por conta da ativação plaquetária) e provocar uma hemorragia novamente naquele local. Evita a diluição de coágulos formados, acidose metabólica, coagulopatias que podem aumentar o sangramento e comprometer o atendimento. • SVD (sonda vesical de demanda) é a ferramenta mais fidedigna para avaliar a eficácia da reposição volêmica; • Contra indicada para os casos de trauma de uretra. Avaliação baseada no XABCDE: D- Neurológico • Rápida avaliação do padrão neurológico deve determinar o nível de consciência e a reatividade pupilar; • Escala de coma de Glasgow (1-15): - Abertura ocular (1 a 4); - Resposta motora (1 a 5); - Resposta verbal (1 a 6); - Pupilas (-0 a 2); Conduta: deve-se evitar lesões secundárias e garantir perfusão adequada ao cérebro. Avaliação baseada no XABCDE: E- Exposição • Retirar as roupas- Inspeção para verificar outras possíveis lesões que não foram observadas. • Deve ser feita a inspeção do ventre e dorso, sendo o dorso inspecionado no momento de passagem do paciente para a maca; • Prevenir HIPOTERMIA !(43%): muito comum devido a grande perda sanguínea. Pode causar hipóxia, devido ao mecanismo de vasoconstrição; • Atentar para o ar condicionado, manter cobertura (manta térmica), infusão intravenosa de soro fisiológico aquecido a 39°C; • Realizar os exames de imagem. 4. Avaliação Secundária • Paciente estável hemodinamicamente. • XABCDE ok! Se o paciente estiver instável, continua AVALIAÇÃO PRIMÁRIA. 5. Reanimação: • A - Proteger as VAS; • B - Ventilar e oxigenar; • C - Tratar agressivamente o choque (reposição volêmica); • Proteger da hipotermia. 6. Medidas Auxiliares: • Monitorização Multiparamétrica; • Sonda nasogástrica*(exceto em casos de fratura de base do crânio, que utiliza a sonda orogástrica): para esvaziar o estomago e evitar vômitos e broncoaspiração; • Sonda vesical de demora (SVD): casos confirmados de trauma de uretra (suspeita não usa): para controle do débito urinário; • Pressão Venosa Central (PVC); • Capnografia e Gasometria Arterial; • Oximetria de pulso; • Lavado Peritoneal; • Tomografia de Crânio; • Raio x; • Ressonância Magnética; 7. Tratamento definitivo: • Clínica especializada; • UTI; • Centro Cirúrgico; • Outras unidades. A decisão de transferir o paciente é MÉDICA. Mas a responsabilidade é de toda equipe que atendeu; Somente após a avaliação primária e o restabelecimento dos sinais vitais. Resumo: • O atendimento inicial das emergências envolve as etapas de: Planejamento, Triagem, Avaliação Primária, Avaliação Secundária, Reavaliação e Tratamento Definitivo. • Priorização no atendimento consiste na adequada avaliação primária (XABCDE); • Estabilização do paciente antes da transferência;
Compartilhar