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Ruth Rayner Campos Barros do Espírito Santo e-mail: raynerbarros41@gmail.com contato: (86) 99867-4248 EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 3ª VARA DO TRABALHO DE MARINGÁ-PR Processo: 0032145-19.2018.5.09.0003 Bom Negócio Ltda, devidamente inscrita no CNPJ/MF sob o n° 000.000.0/000, representada por sua advogada infra-assinada, com escritório jurídico nesta cidade de Maringá-PR, na rua xxxxx, onde deverá receber notificações e intimações, vem respeitosamente, com fulcro nos artigos 847 da CLT e 336 e seguintes do CPC, á presença de vossa excelência oferecer, CONTESTAÇÃO Nos autos do processo acima epigrafado e referente á Reclamação Trabalhista, que lhe promove Afonso Pena, já devidamente qualificado, e que tem seu regular trâmite perante esse Juízo, aduzindo suas razões de fato e de direito a seguir: 1 – SÍNTESE DOS FATOS O reclamante que trabalhou como vendedor para reclamada no período de 16/11/2010 a 31/05/2018 e foi demito sem justa causa, faz as seguintes alegações: mailto:raynerbarros41@gmail.com Ruth Rayner Campos Barros do Espírito Santo e-mail: raynerbarros41@gmail.com contato: (86) 99867-4248 a) Que apesar de trabalhar em funções externas, visitando clientes da empresa, cumpria jornada de 10h diárias, sem nunca ter recebido horas extras; b) Que a empresa efetuava, mensalmente, desconto em seu salário, por adesão em plano de saúde em sistema de adesão por coparticipação, desconto com o qual o empregado nunca concordou. c) o valor do veículo fornecido pela empresa para que efetuasse as visitas aos clientes nunca foi integrado ao seu salário. Portanto o reclamante pleiteou: a) 2 horas extras diárias, acrescidas do adicional constitucional de 50%; b) Devolução dos descontos indevidos, em decorrência do plano de saúde; c) Integração do valor do veículo ao salário; d) Pagamento de participação nos lucros ou resultados. 2 – PRELIMINARMENTE 2.1 – Extinção dos pedidos das alíneas TAL e TAL, sem julgamento de mérito com fulcro no art. 840, §3° da CLT: Conforme exposto nos pedidos acima mencionados, referente ao pagamento do valor integral do veículo e de participação nos lucros e resultados, é nítida a ausência de um dos requisitos essenciais na reclamação, que é a indicação do valor respectivo, determinado no §1º do art. 840 da CLT. Portanto, faz jus a serem tais pedidos extintos sem apreciação do mérito, conforme disposto no art. 840, §3º da CLT, vide: Art. 840- A reclamação poderá ser escrita ou verbal. §1º sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos que resultem o dissidio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com mailto:raynerbarros41@gmail.com Ruth Rayner Campos Barros do Espírito Santo e-mail: raynerbarros41@gmail.com contato: (86) 99867-4248 indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. §3º os pedidos que não atendam ao disposto no §1º deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito. 2.2 - Incorreção do valor da causa Primeiramente, é necessário impugnar a petição inicial quanto ao valor da causa, eis que o reclamante não especificou em seus pedidos, como determina a CLT, isto já citado acima. Sem prejuízo da defesa de mérito a ser tecida a seguir, onde, adianta-se, nega-se veementemente que a reclamada seja devedora de qualquer valor a título de horas extras, pois o reclamante é trabalhador externo e não faz jus a esse benefício. Assim merece ser indeferida a petição inicial quanto a tais pedidos, com fulcro no art. 330, I c/c seu §1°, II, ambos do CPC, sendo extinto sem resolução do mérito. 3 – DO MÉRITO 3.1 – Da caracterização de empregado externo O art. 62 da CLT traz um rol dos trabalhadores que não são abrangidos pelo regime de horas extras, e nele consta os empregados externos como era o caso do reclamante, vejamos: Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: (Redação dada pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994) I - Os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; A jurisprudência entende que a impossibilidade da fiscalização de jornada tem que ser provada pelo empregador. mailto:raynerbarros41@gmail.com Ruth Rayner Campos Barros do Espírito Santo e-mail: raynerbarros41@gmail.com contato: (86) 99867-4248 TRABALHO EXTERNO E HORAS EXTRAS. Para o enquadramento na previsão do art. 62, I, da CLT não basta que o empregador deixe de manter controles com anotações da jornada e trabalho do obreiro que presta serviços externos. Compete ao empregador acionar em juízo fazer prova da real impossibilidade de manter controles formais da jornada. (TRT-2 10024488820175020603 SP, Relator: MARIA DE LOURDES ANTONIO, 17ª Turma – Cadeia 2, Data de Publicação: 01/10/2020) A fiscalização da jornada de trabalho era inviabilizada e como já descrito, apenas nessa hipótese é aplicável a exceção prevista no inciso I, do art. 62, da CLT. Por consequência, a reclamada era impossibilitada de registrar eventuais horas extras e de efetuar tais pagamentos. Destarte, o meio legal que prova a inviabilidade da fiscalização da jornada de trabalho pela reclamada é a anotação da condição de trabalhador externo na CTPS e no registro do reclamante, a qual consta em anexo. Portanto, resta comprovado a inexistência do direito do reclamante ao recebimento de hora extras. 3.2 – Do plano de saúde O benefício do plano de saúde pode ser ofertado parcial ou integralmente ao empregado, sendo que a lei não estabelece valor mínimo que deve ser custeado pelo empregador, portanto existe liberdade de negociação entre as partes. Porém a lei 10.820 e o decreto 4.480/2003, referem-se a possibilidade de descontos de prestações sobre o salário, aplica-se o mesmo teto do empréstimo consignado, que é no limite de 30%, para o trabalhador que paga parte da mensalidade do plano de saúde. Para tanto, existe a necessidade da existência de autorização expressa dor trabalhador para que haja o desconto do salário. Sendo mailto:raynerbarros41@gmail.com Ruth Rayner Campos Barros do Espírito Santo e-mail: raynerbarros41@gmail.com contato: (86) 99867-4248 este um documento formal, que descreva o contrato do plano de saúde. As provas constantes nos autos, em especial a documental, deixa comprovado o aceite por parte do reclamante ao plano de saúde e o seu desconto no salário, portanto é ilegítima a o pedido de restituição financeira. 4 – DOS PEDIDOS Diante o exposto, requer: a) Sejam extintos os pedidos das alíneas tal e tal, referente ao pagamento do valor integral do veículo e de participação nos lucros e resultados, sem julgamento de mérito, de acordo com o art. 840 §3° da CLT; b) Seja declarada inepta a petição inicial e declarada extinta sem resolução do mérito, com fulcro no art. 330, I, c/c seu § 1º, incisos I e II, todos do NCPC; c) A condenação da reclamante ao pagamento de custas, honorários periciais e advocatícios, na forma legal. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. Termos em que, Pede Deferimento. Maringá-PR, 29 de julho de 2018 Ruth Rayner Campos Barros do Espírito Santo OAB n° 0000-0 Comentado [KN1]: mailto:raynerbarros41@gmail.com
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