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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE - ESTADO DE. Autos nº DENIVAL SOARES, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliado na Rua, nº, bairro, cidade – UF, filiação, data de nascimento em dia, mês e ano, RG, CPF, comparece respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado conforme instrumento de procuração em anexo, com endereço profissional na Rua, nº, bairro, cidade – UF, com fulcro no artigo 593, III, alíneas a, c e d, do CPP, interpor RECURSO DE APELAÇÃO Inconformado com a r.sentença. Requer, assim, seja recebido e processado o presente recurso, juntando-se as razões anexas, remetendo-se os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça. Termos em que, Pede deferimento Curitiba, 11, Outubro de 2021 Assinatura do advogado, Nome do advogado OAB/UF EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE COLENDA CÂMARA CRIMINAL EMINENTES JULGADORES ILUSTRÍSSIMO REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO Autos nº Apelante: Denival Soares Apelado: Ministério Público DENIVAL SOARES, já qualificado nos auto em epígrafe, inconformado com a respeitável sentença prolatada pelo ilustre Magistrado “a quo”, comparece respeitosamente a presença de Vossas Excelências, por meio de seu defensor, com instrumento de procuração em anexo, para, com fulcro no art.600, caput, do CPP, apresentar suas RAZÕES DE APELAÇÃO, cujos argumentos de fato e de direito para a reforma são deduzidos a seguir. 1. DOS FATOS Carlos fora vitima de homícidio, na data de 21 de junho de 2019, às 22h, o crime foi cometido por arma de fogo. Registrado o Boletim de Ocorrência, foi instaurado inquérito policial para a investigação criminal, para identificar a autoria do crime, bem como sua motivação. Através do disque denúncia, denúncia realizada de forma anônima, foi apontado como possível autor do delito, um homem com o apelido de “Bigode” e que o motivo do crime seria por causa de um acerto por causa de dívidas de drogas. Perante informações obtidas nos autos de Inquérito Policial, algumas pessoas comentaram que “Bigode”, traficante da região seria a pessoa de Denival Soares. Denival Soares, teve sua prisão em flagrante decretada, foi denunciado como incurso no crime de homícidio, previsto no artigo 121, § 2º, IV do Código Penal, segundo laudo cadavérico, a vítima teria sido alvejada com 4 (quatro) disparos que atingiram suas costas. Durante a instrução processual, foi ouvido o policial que comandou as investigações, o qual afirmou que havia comentários que o autor dos disparos seria o traficante conhecido por “Bigode”, e que ele acredita que Denival Soares seja esta pessoa. Celi Silvestre, testemunha arrolada pela defesa, informou que é namorada de Denival e que o mesmo não é traficante e que estava com ele na noite do fato, em sua casa. Ao final da instrução o réu informa que não tem apelido de Bigode e nunca usou Bigode, que não é traficante e afirma que estava com sua namorada Celi, na noite do fato. Pronunciada as alegações finais pelo representante do Ministério Público, este pugnou pela pronúncia de Denival Soares pelo crime de homicídio qualificado, nos termos da denúncia. Foram apresentadas as alegações pela Douta Defesa solicitando absolvição sumária do acusado, considerando a ausência de provas da autoria. Resultou a decisão de pronúncia em face do réu Denival Soares pelo delito de homicídio qualificado, conforme disposto no artigo 121, § 2º, inciso IV, do Código Penal. Levado a julgamento perante o Tribunal do Júri, no decorrer da instrução processual, o policial que presidiu as investigações, fora ouvido novamente. Informou que durante o inquérito policial baseado em denúncias anônimas, recebeu informações de que o traficante conhecido como “Bigode” teria assassinado a vítima Carlos, porém em nenhum momento fora informado que seria a pessoa de Denival Soares, somente indicaram o endereço onde o suposto traficante residia. Porém ao chegarem no endereço estava residindo Denival Soares. Fora arrolada a testemunha Celi Silvestre, para comparecer ao Plenário do Júri e dar seu testemunho, porém a mesma não compareceu ao julgamento. Mesmo não havendo notícias do retorno do mandado que objetivava sua intimação para o ato, mesmo a defesa insistindo na oitiva de tal testemunha, todavia o juiz presidente negou o pedido de defesa, e determinou o prosseguimento do julgamento. Em conclusão, fora realizado o interrogatório do acusado, disse novamente que na noite de 21 de junho de 2019, estava com Celi, sua namorada, negou os fatos, informou que nunca ouviu falar na pesssoa de Carlos, disse que não é conhecido por “Bigode”, que nunca usou bigode, que não é traficante, ainda que passou a residir naquele endereço a menos de um ano, e ao final disse que dá para encher uma cadeia de “Bigode”, que não podem acusá-lo sem provas. Finalizada a instrução, abriram-se os debates orais, visto que o Ministério Público pugnou pela condenação do acusado nas penas do crime de homicídio qualificado e a defesa pugnou pela absolvição, levando em consideração a ausência de provas da autoria. Posterior aos debates, os jurados foram convidados a votar, vindo a decidir que o acusado seria culpado pelas denúncias que pesavam contra si. Deste modo, o juiz togado proferiu a sentença condenando-o nas penas do artigo 121, § 2º, inciso IV, do Código Penal, fixando como pena final o total de 21 (vinte e um) anos de reclusão em regime fechado. Em que pese o indiscutível saber jurídico do Ilustre Magistrado a quo, a respeitável sentença prolatada merece reforma, conforme será demonstrado a seguir. 2. DO DIREITO 2.1. PRELIMINAR DE NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA – CERCEAMENTO DE DEFESA – INDEFERIMENTO NA OITIVA DA TESTEMUNHA EM PLENÁRIO - ART.5º, LV, DA CF. Nulidade do julgamento no plenário do tribunal do júri, ante o cerceamento de defesa, quando o juiz determinou o prosseguimento do feito sem a oitiva da testemunha arrolada pela defesa. Art.5º, LV, da, CF. Com isso, pedir a nulidade do julgamento perante o plenário do tribunal do júri. 2.2. DO MÉRITO Caso Vossas Excelências não acolham a prelimiar arguida, o que admitimos aqui apenas pelo dever de argumentar, requer-se a apreciação da matéria de mérito, aqui exposta. 2.2.1. JULGAMENTO CONTRÁRIO À PROVA DOS AUTOS – AUSÊNCIA DE PROVAS DA AUTORIA Conforme, art.593, III, d, do CPP: Ausência de provas suficientes da autoria para embasar a condenação. O policial informou que durante o inquérito policial baseado em denúncias anônimas, recebeu informações de que o traficante conhecido como “Bigode” teria supostamente assassinado a vítima Carlos, que o motivo do crime seria por causa de um acerto de dívidas de drogas. Porém em nehum momento, fora informado que Denival Soares seria esta pessoa, somente indicaram o endereço onde o suposto traficante residia. Ao chegarem no endereço quem estava residindo no local era Denival Soares. A denúncia anônima não pode embasar uma condenação, pois o que é produzido no inquérito policial não tem status de prova, é um ato de investigação, não podendo fundamentar uma condenação em juízo. Diante dos fatos acima relatados, solicitamos a realização de um novo julgamento. 2.2.2 DOSIMETRIA DA PENA Na remota hipótese de Vossas Excelências rejeitarem o pedido anterior, requer, subsidiariamente, seja examinada a dosimetria da pena. a) pena base em seu mínimo legal: i) refutar o motivo do crime por ausência de prova: Não há provas que a morte aconteceu para saldar dívidas de drogas, portanto, não tem motivos para o juiz agravar a pena, considerando motivo fútil, pois não se sabe o real motivo do assassinato. ii) refutar o aumento dosmaus antecedentes com a tese do non bis in idem: Não ocorreu o bis in idem, pois o juiz julgou a condenação anterior como maus antecedentes e ainda considerou como reincidência, não poderia ter considerado nenhuma destas agravantes, porque aquela condenação é posterior aos fatos que está em julgamento, neste caso em concreto. iii) questionar a fração de aumento, que segundo a jurisprudência não pode ultrapassar 1/6: A jurisprudência do STJ, traz que consideraremos 1/6 à partir da pena base, a pena base do qualificado 12 anos, para cada circunstância judicial posso aumentar em 2 (dois) anos, segundo o critério estabelecido pela jurisprudência. Esta fração de aumento colocada pelo juiz no caso em concreto na hora de calcular a dosimetria de 3 (três) anos é exagerada, se for manter alguma circustância judicial acima do mínimo, que se considere este patamar de 1/6 à partir da pena mínima prevista na jurisprudência. b) AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA - ART.63, DO CP Refutar a agravante da reincidência, pois o trânsito em julgado da condenação existente é posterior à data dos fatos em análise, portanto não configura reincidência, conforme disposto no art.63, do CP. 3. DOS PEDIDOS Diante de todo o acima exposto, requer-se a Vossas Excelências seja o presente recurso conhecido e ao final provido para o fim de: a) Preliminarmente seja reconhecida a nulidade do julgamento em plenário do tribunal do júri ante o cerceamento de defesa; b) Na hipótese da preliminar ser rejeitada, requer seja acolhido o mérito para os fins de entender que o julgamento se deu contrário a prova dos autos ante ausência de prova de autoria; c) Subsidiariamente caso a tese anterior não seja acolhida, requer seja realizada a reforma da sentença para rever a dosimetria da pena, fixando a pena base no mínimo legal e desconsiderando a agravante da reincidência. Cidade, 11, Outubro de 2021. Assinatura do advogado Nome do advogado OAB/UF EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE - ESTADO DE. RECURSO DE APELAÇÃO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE COLENDA CÂMARA CRIMINAL EMINENTES JULGADORES RAZÕES DE APELAÇÃO, 1. DOS FATOS Carlos fora vitima de homícidio, na data de 21 de junho de 2019, às 22h, o crime foi cometido por arma de fogo. Registrado o Boletim de Ocorrência, foi instaurado inquérito policial para a investigação criminal, para identificar a autoria do crime, be... 2. DO DIREITO 2.1. PRELIMINAR DE NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA – CERCEAMENTO DE DEFESA – INDEFERIMENTO NA OITIVA DA TESTEMUNHA EM PLENÁRIO - ART.5º, LV, DA CF. Nulidade do julgamento no plenário do tribunal do júri, ante o cerceamento de defesa, quando o juiz determinou o prosseguimento do feito sem a oitiva da testemunha arrolada pela defesa. Art.5º, LV, da, CF. 2.2.1. JULGAMENTO CONTRÁRIO À PROVA DOS AUTOS – AUSÊNCIA DE PROVAS DA AUTORIA A denúncia anônima não pode embasar uma condenação, pois o que é produzido no inquérito policial não tem status de prova, é um ato de investigação, não podendo fundamentar uma condenação em juízo. Diante dos fatos acima relatados, solicitamos a realização de um novo julgamento. 3. DOS PEDIDOS