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Efeitos do ruido na audição

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Efeitos do ruido na audição
Ruído
· O ruído é um dos mais prevalentes perigos ambientais e ocupacionais, que, se excessivo, pode causar danos auditivos
· O ruído é um risco físico muito frequente em quase todos os segmentos industriais, sendo que durante vários anos foi considerado como o único fator de risco para problemas auditivos nos ambientes de trabalho
Efeitos do Ruído no Sistema Auditivo
· Os efeitos do ruído sobre o sistema auditivo têm sido amplamente estudados.
· Sabe-se que a exposição a ruído excessivo pode produzir um mudança no limiar auditivo que pode ser permanente ou de natureza transitória
Riscos à Saúde do Trabalhador
· Riscos físicos
· Químicos
· Ergonômicos
Diferentes Tipos de Ruído x Perigos ao Sistema Auditivo
· Voz sissiada (sussurro), falada e gritada —› 30-80dB – Sem risco
· Sala de aula —› 40-80dB – Sem risco
· Tráfico rodoviário—› 50-90dB – Sem risco
· Leitor de musica (fone de ouvido) —› 70-100dB – até 80dB sem risco, de 80-90dB limiar do som lesivo, 90-100dB perigo (som lesivo)
· Discoteca, bar, balada —› 85-115dB – 85-90dB limiar do som lesivo, 90-110dB perigo (som lesivo), 115dB sons excepcionais (lesão irreversível)
· Sirene, alarme —› 90-120dB – 90-110dB perigo (som lesivo), 120dB (sons excepcionais (lesão irreversível)
Efeitos do Ruído no Sistema Auditivo
· A exposição a sons intensos pode causar perda auditiva temporária ou permanente devido a um dano nas células ciliadas
· A exposição à ruídos de forte intensidade pode ocasionar efeitos temporários ou permanentes na audição, dependendo do:
1. Tempo de exposição
2. Tempo de exposição
3. Tipo de ruído
· Os efeitos do ruído no sistema auditivo podem ser de três naturezas distintas:
1. Trauma acústico —› Perda auditiva súbita, ocasionada por uma exposição única a ruído intenso e de impacto (ex. explosões). No trauma acústico o ruído pode gerar dano físico imediato à orelha interna, proporcional à intensidade sonora
a) Impulsos sonoros de alta intensidade podem fisicamente comprometer a membrana timpânica, cadeia ossicular, membranas da orelha interna e órgão de Corti.
b) A ruptura da membrana timpânica pode absorver parte da energia que seria transferida completamente a orelha interna
c) Danos ao sistema auditivo decorrentes de um evento acústico único, extremamente intenso, podem ser marcados por uma grande perda auditiva que pode não ser completamente recuperada
d) O trauma acústico pode afetar uma ampla gama de estruturas cocleares, tais como as células ciliadas externas e internas, células de sustentação, a membrana tectorial e as rampas cocleares.
e) Configuração Audiométrica —› Quando um trauma acústico desencadeia a morte celular necrótica na cóclea, o audiograma resultante pode mostrar: entalhe em 4000Hz, ou pode ter uma configuração plana, ou uma perda auditiva nas altas frequências em declive acentuado (descendente acentuada)
f) Por que o entalhe em 4000Hz?
i. Em humanos, a frequência de dano coclear máximo é metade a uma oitava acima da frequência de estimulação máxima
ii. A maioria dos sons ambientais é relativamente de banda larga, o que proporciona maior estimulação na faixa de 4000Hz
iii. Esse fenômeno está relacionado com o ângulo de curvatura da cóclea humana, bem como com menor perfusão de sangue na porção basal da cóclea comparado com o ápice
iv. Além disso, a orelha externa (pavilhão auricular e CAE) influenciam as propriedades físicas do som aumentando a ressonância nas frequências entre 2000 e 4000Hz, o que proporciona uma amplificação de cerca de 15 a 25 dB
g) A perda auditiva decorrente da exposição ao ruído é tipicamente bilateral e simétrica, tendo em vista que na maioria das circunstâncias o campo sonoro de exposição é tipicamente difuso.
h) Apenas em situações raras, por exemplo, dar um tiro com uma arma de fogo apoiada no ombro ou usar um instrumento muito próximo a apenas uma orelha, pode ser que a exposição sonora seja consideravelmente maior de um lado da cabeça comparado com o outro —› Perda auditiva assimétrica
2. Mudança temporária no limiar auditivo
a) Mudançassensoriais/neurais nos limiares para o tom puro, resultantes da exposição ao ruído, são geralmente classificadas como mudança temporária do limiar induzida pelo ruído (NITTS ou TTS) e mudança permanente do limiar induzida pelo ruído (NIPTS ou PTS)
b) Há muito tempo sabe-se que o ruído causa uma ampla gama de mudanças físicas nos principais sistemas celulares da cóclea, alterações essas que levam a uma mudança temporária no limiar (TTS) e a uma mudança permanente no limiar (PTS).
c) Ocorre após exposições sonoras intensas e de curta duração
d) Nesses casos, a perda auditiva costuma ser reversível após poucos dias.
e) Episódios recorrentes de TTS podem resultar em PTS (Permanent threshold shift) a longo prazo, ou seja, PAIR.
f) O TTS é entendido como resultante de uma variedade de mudanças físicas reversíveis na cóclea, incluindo:
1. Tip Links quebrados entre os estereocílios das células ciliadas externas
2. Perda de contato entre os estereocílios e a membrana tectória
3. Inchaço das fibras do nervo auditivo em virtude da liberação excessiva de neurotransmissores das células ciliadas internas
4. Redução do fluxo sanguíneo coclear
g) Após um adequado tempo de recuperação muitas dessas mudanças físicas são revertidas e a sensibilidade auditiva retorna para os mesmos limiares obtidos antes da estimulação —› No entanto, novas perspectivas sobre o TTS surgiram sugerindo que essa condição não é inteiramente benigna.
h) Evidenciaram perda rápida, extensa e irreversível de sinapses dentro de um período de 24 horas após a exposição ao ruído, bem como perda posterior e progressiva de neurônios cocleares após muitos meses, embora as células ciliadas tenham permanecido e recuperado sua função normal
i) Apesar da recuperação da sensibilidade do limiar, as consequências de tais perdas neuronais primárias sobre o processamento auditivo de sons supraliminares são provavelmente dramáticas, especialmente em ambientes de escuta difíceis
j) Inchaço sináptico imediatamente após exposição ao ruído, em orelhas expostas à ruído, independentemente da existência apenas de uma mudança temporária no limiar, ou numa mudança permanente no limiar (Kujawa e Liberman (2015))
k) Esse inchaço induzido pelo ruído foi visto somente na área das células ciliadas internas e não na área das células ciliadas externas (Kujawa e Liberman (2015))
l) Perdas auditivas induzidas pelo ruído, mesmo nos casos de mudanças reversíveis nos limiares, onde não existe perda de células ciliadas, existe perda permanente de mais do que 50% das sinapses entre as células ciliadas e o nervo coclear.
m) Existe alguma evidência decorrente de estudos realizados com humanos de que a exposição ao ruído pode ser associada com déficits em tarefas de discriminação supraliminares e de codificação neural-temporal (consistente com um dano no nervo auditivo), na ausência de uma redução na sensibilidade auditiva —› Plack, Barker e Prendergast (2014)
n) Neuropatia Coclear —› Hidden Hearing Loss (perda auditiva oculta): A perda auditiva não pode ser detectada mediante o uso de medidas padrão de limiares audiométricos.
o) É possível que seja uma condição comum em humanos e pode estar na subjacência de alguns déficits perceptuais experimentados por pessoas com limiares auditivos clinicamente normais
p) Perda Auditiva Oculta (Hidden Hearing Loss)—› O trabalho emergente sobre perda auditiva oculta torna claro que o pressuposto de que a recuperação do limiar auditivo indica completa recuperação coclear é severamente falho e assim, que o ruído é muito mais nocivo do que previamente cogitado
3. Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) —› PTS – PAIR - PAINPSE
a) Exposições mais prejudiciais podem produzir perdas da sensibilidade dos limiares contendo tanto componentes temporários como permanentes, nos quais a maioria do TTS resolve, mas evolui para uma mudança de limiar permanente capaz de ser medida (PTS).
b) Exposições contínuas ou repetidas à ruído que somente induz um TTS podem evoluir para um PTS se repetidas,como ocorre na exposição ao ruído ocupacional.
c) Na PTS as alterações são irreversíveis e incluem a perda das células ciliadas externas, degeneração das fibras nervosas cocleares e formação de tecido cicatricial (zonas mortas) no órgão de Corti
d) Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevada (PAINPSE) —› Diminuição da capacidade de ouvir em decorrência de lesões na via auditiva ocasionadas por exposição repetida a sons intensos
e) Existe um risco significativo de desenvolver PAIR após uma história de exposição crônica de um ruído acima de 85dB por pelo menos 8 horas por dia
f) Quanto maior a intensidade do ruído, menor é o período suficiente para desenvolver PAIR
g) A Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR) é uma perda auditiva irreversível, frequentemente bilateral, sensorioneural, com danos principalmente das células do órgão auditivo periférico, as quais são responsáveis pela transformação das ondas sonoras em sinais neurais.
h) A exposição ao ruído associada com uma Mudança Permanente nos Limiares Auditivos resulta em uma variedade de patologias na via auditiva periférica e central.
i) A característica patológica mais conhecida da PAIR é a perda das células sensoriais auditivas da cóclea —› No entanto, existe uma grande quantidade de evidências indicando que os neurônios cocleares são diretamente afetados pelo ruído.
j) O ruído causa danos ao longo da cóclea, mas para perdas auditivas de até 50 dB, os alvos sensoriais são primariamente as células ciliadas externas, especialmente na terceira volta da cóclea
k) Acredita-se que as células ciliadas externas são mais vulneráveis em virtude de sua alta atividade metabólica associada com a eletromotilidade
l) PAIR – Quadro Clínico
1. Principal sintoma —› Perda auditiva
2. Pode vir acompanhada de zumbido. Os sintomas podem variar em função do período de exposição, nível de pressão sonora e suscetibilidade individual.
3. A perda auditiva é do tipo sensorioneural (lesão no Órgão de Corti).
4. A hipoacusia costuma ser bilateral e simétrica, sendo dificilmente de caráter profundo
5. Índices de reconhecimento de fala estão dentro dos níveis normais ou pouco alterados
6. Alterações extra-auditivas:
i. Comportamentais (isolamento social, irritabilidade, dificuldade de concentração)
ii. Neurológicas (sono, tremores, cefaleia e náusea)
iii. Digestivas (dor abdominal e gastrites)
iv. Alterações Vestibulares
v. Alterações cardiovasculares (aumento da pressão arterial e taquicardia)
vi. Alterações metabólicas (aumento do cortisol, glicemia e adrenalina)
7. PAIR – Investigação Diagnóstica
i. A anamnese clínica convencional deve ser complementada com uma anamnese ocupacional
ii. Exame físico otorrinolaringológico —› Normal no caso da PAIR
iii. Audiometria tonal (VA e VO)
iv. LRF e IRF
v. Pesquisa de recrutamento
vi. PEATE e EOE podem ser solicitados
vii. Independentemente do tipo de exame audiométrico, é importante o repouso auditivo de pelo menos 14 horas antes da realização do exame para afastar a possibilidade de se tratar de TTS.
8. Tratamento
i. A PAIR é uma doença com característica irreversível, o único caminho é a reabilitação com prótese auditiva, quando indicado
ii. Não existe tratamento clínico ou cirúrgico para a PAIR, por isso a chave é a prevenção
· O sistema auditivo pode ser atingido por diversos tipos de agentes agressores durante a jornada laboral, dentre eles, o ruído e certos tipos de produtos químicos em exposição continuada.

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