Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OTORRINOLARINGOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO - MEDICINA PERDAS AUDITIVAS “Idosos com perda auditiva tem maior risco de desenvolver demência ao longo do tempo, comparados a quem tem audição normal. Nossos achados mostram o quanto é importante para o médico discutir sobre a audição com seus pacientes e ser pró-ativo no sentido de evitar qualquer declínio auditivo ao longo do tempo”. “Declínio nas habilidades auditivas podem acelerar a atrofia da massa cinzenta e aumentar o esforço necessário para compreender a fala. Os aparelhos auditivos podem não somente melhorar a audição como preservar o cérebro”. “A perda auditiva não tratada está associada a uma menor produtividade no trabalho, bem como depressão, ansiedade e declínio cognitivo”. Fisiologia: o Parte da onda sonora que vai ser captada pelo pavilhão e conduto auditivo, vibrar a membrana timpânica, cadeia ossicular e ser transmitida para a orelha interna através da mobilização dos líquidos endococleares. o Orelha externa: a) Pavilhão auricular: Captador de ondas sonoras: Principal função. Orientador sobre origem da fonte. b) Conduto auditivo (CAE): Trajeto sinuoso: Proteção. Proteção da membrana timpânica (temperatura, umidade): Cerume. o Orelha média: Mais uma estrutura do aparelho condutor. o Aparelho transdutor: Orelha interna e o vestibulococlear. Formados por: Cóclea. Células ciliadas externas e internas. Despolarização: Produção de potencial elétrico. n vestibulocolear: Formado pelo n. vestibular superior, inferior. Condução do potencial elétrico ao tronco encefálico. DISACUSIAS CONDUTIVAS E NEUROSSENSORIAIS Disacusia: o Distúrbio da audição que cursa com perda auditiva em maior ou menor intensidade, em caráter transitório (devido a trauma acústico agudo, ruídos acima de 80db) ou definitivo, estacionário (trauma acústico crônico – perda auditiva induzida pelo ruído, ocorre em pacientes que trabalham em construção civil, empresas) ou progressivo (presbiacusia – perda do idoso que vai evoluindo). Anacusia: Incapacidade auditiva. Propedêutica audiológica básica. o Audiometria tonal: Vai dizer se existe perda ou não. Quanto de intensidade sonora que o paciente escuta. o Audiometria vocal: Vai dizer se o paciente entende adequadamente. o Imitanciometria ou impedaniometria: Vai observar a integridade do sistema tímpano ossicular. Vias auditivas: o Via aérea: Pavilhão. Canal auditivo externo. Membrana timpânica. Cadeia ossicular. OTORRINOLARINGOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO - MEDICINA Cóclea. VIII. Tronco cerebral. Córtex. o Via óssea: Cóclea. VIII. Tronco cerebral. Córtex. o Quando os aparelhos condutores estão alterados vão resultar em perda condutiva. A partir dos aparelhos transdutores e decodificadores pode ter perda auditiva neurossensorial quanto as perdas auditivas mistas. A faixa de frequência mais importante é a entre 500 e 2000 Hz que é onde estão compreendidos a maior parte dos fonemas usados na comunicação = Faixa de frequência da audição social. ANAMNESE Perda auditiva: o Uni ou bilateral. o Contínua ou flutuante. o Instalação súbita ou progressiva. o Percepção da fala: Compreensão. o Intolerância a sons intensos: Pacientes portadores de perda auditiva, existe o recrutamento de Metz que causa desconforto e dor do paciente portador de perda auditiva no ambiente ruidoso. o Presença de tinnitus – características. o Presença de tontura – características. o Outros sintomas e sinais otológicos: Dor, otorréia, otorragia. o Interrogatório diversos aparelhos, antecedentes pessoais e familiares. Fatores de risco: o Prematuridade, baixo peso. o Admissão em UTI. o Anóxia neonatal, hiperbilirrubinemia. o Ototóxicos. o Incubadora. o Infecções congênitas. o Doenças neurológicas e/ou degenerativas. Exame físico: o Exame físico geral e ORL. o Fácies características. OTORRINOLARINGOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO - MEDICINA o Malformações. o Otoscopia. o Exame otoneurológico. TIPOS DE DISACUSIAS Condutivas: o Aparelho transmissor: Orelha externa e orelha média. o Causas relacionadas à orelha externa: 1. Otite externa. 2. Oto-hematoma. 3. Rolha de cerume. 4. Corpo estranho. 5. Queratose obliterante. 6. Colesteatoma. 7. Estenose adquirida. 8. Tumores benignos e malignos. 9. Malformações. o Causas relacionadas à orelha média: 1. Otite média. Otite média aguda. Otite média crônica simples. Otite média crônica colesteatomatosa. Otite média crônica serosa. 2. Timpanoesclerose. 3. Perfurações timpânicas. 4. Disfunção tubária. 5. Otoesclerose. 6. Tumores glômicos (jugular e timpânico). 7. Malformações. o Características audiométricas: Primeira imagem: Audição normal, porque o limiar auditivo normal vai até a intensidade de 25dB. Se no gráfico, todas as frequências testadas estiverem acima de 25dB e as duas curvas (da via aérea e via óssea) estiverem acopladas, sobrepostas, é uma audição normal. Segunda imagem: Via óssea normal porque todas as frequências testadas os valores estão acima de 25dB no gráfico. O que altera a via aérea é principalmente o aparelho condutor. Toda vez que tiver doença de orelha externa e média, vai ter perda auditiva do tipo condutiva. Neurossensoriais: o Cóclea/nervo acústico. o Características da curva neurossensorial: Via óssea é igual a via aérea. Os valores são superiores a 25dB. o Sensorial: Mais comum nas doenças neurológicas. Perda auditiva tonal equivalente a perda da audiometria vocal = Disacusia neurossensorial do tipo sensorial. Percepção. Lesão das células ciliadas. Incapacidade de estimular o nervo auditivo. “Todos falam enrolado e gritam comigo pois não têm paciência comigo”. o Neural: Nervo auditivo acometido. OTORRINOLARINGOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO - MEDICINA Não transmite impulsos das células ciliadas ao SNC. Distorção do som: “Ouço, mas não entendo”. Audiometria tonal: Comprometimento da via aérea e óssea. o Imagem: Ouvido direito normal porque todas as frequências testadas estão acima de 25dB no gráfico e as duas curvas estão acopladas. Ouvido esquerdo há perda neurossensorial, porque todas as frequências testadas tanto para via aérea quanto óssea estão abaixo de 25dB. As curvas estão acopladas = perda neurossensorial. o Imagem: Assimetria entre os ouvidos. Pedir exame de imagem, de preferência uma ressonância. BERA: Exame. o Lesões retrococleares (VIII) e cocleares: Geralmente são doenças do nervo acústico, por exemplo, neurinoma do acústico. Emissões otoacústicas: o Avaliação das células ciliadas externa da cóclea: Vitalidade das células ciliadas da cóclea. Mista: o Orelha média e orelha interna. Central: o Processamento auditivo central. ETIOLOGIA Congênitas. o Genéticas: Principal causa de disacusia congênita ou de instalação precoce. Malformações estruturais da orelha interna. Alterações autossômicas dominantes: 18 a 20%. Alterações recessivas: 75 a 80%. Alterações ligadas cromossomo X. o Não-genéticas: Rubéola materna. Herpes. Cretinismo. Parto prematuro, hipóxia. Ototóxicos. Radiação. Disacusia tardia. o Não-genética: Infecções. Ototóxicos. Trauma acústico. Surdez súbita. Presbiacusia. Doenças imunológicas. Síndrome de Ménière. Neurinoma do acústico. Causas infecciosas. o Virais: Alterações na base da cóclea. Caxumba: Surdez subida, profunda e unilateral. Meses/anos pós parotidite. OTORRINOLARINGOLOGIATHAYNÁ FIGUEIRÊDO - MEDICINA Sarampo: Disacusia simétrica, moderada, bilateral, mais em frequências agudas. o Bacterianas: Meningite: Disacusia uni ou bilateral, severa e profunda (labirintite ossificante). Sífilis congênita: Secundária (2 anos de vida) e terciária (8 a 20 anos). Progressão rápida, com boa discriminação. Ototóxicos: Mercúrio. Aminoglicosídeos (cocleotóxicos e vestibulotóxicos): Principais. A perda causada por eles é IRREVERSÍVEL. Salicilatos: Geralmente utilizada por cardiopatas, hipertensos. A perda causada é REVERSÍVEL. Aspirina. Diuréticos: A perda causada é REVERSÍVEL. Perda auditiva maior em agudos, uni ou bilateral. Irreversível ou reversível. Trauma acústico: o Agudo: Exposição súbita à ambiente ruidoso. Geralmente ruídos acima de 120dB. Por exemplo, festas, bombas, tiros. ≥120 dB: Ruptura de membra basilar, desorganização das células ciliadas. Perda auditiva normalmente é neurossensorial imediatamente e pode ser permanente. Geralmente severa e profunda. Geralmente unilateral. o Crônico (PAIR): Mais comum é a perda auditiva induzida pelo ruído, mais comum em pacientes trabalhadores da construção civil, siderúrgica, metalúrgica, motoristas de ônibus. Sons entre 85 dB e 110 dB. Exposição sistemática e contínua. Perda auditiva insidiosa, lenta. Perda auditiva proporcional ao tempo de exposição. Áudio: perda auditiva inicial em 4000Hz. Perda auditiva neurossensorial bilateral, simétrica, não ultrapassando 40dB nas baixas e médias frequências e os 75 dB nas frequências altas. o Imagem: Gráfico característico da PAIR. Perda inicial em 4000 Hz e este “V” chama-se entalhe de Carhart ou audiograma em gota. Surdez súbita: o Perda auditiva maior que 30dB em pelo menos três frequências adjacentes mais instalação súbita ou em tempo máximo de até 72h. o Etiologia: Idiopática, doenças virais, tumores do ângulo ponto-cerebelar. Normalmente não consegue distinguir. OTORRINOLARINGOLOGIA THAYNÁ FIGUEIRÊDO - MEDICINA o Imagem: Orelha direita, todas as frequências testadas estão acima de 25dB. Na orelha esquerda, existe discrepância entre três linhas consecutivas. Presbiacusia: o Perda progressiva no epitélio sensorial e componentes do labirinto e cóclea: Por causa da senescência. o > 40 anos. o > 60 anos: Perda auditiva lenta e progressiva, pior acima de 2000Hz. o Recrutamento presente ou ausente. o Decréscimo da discriminação: A faixa de frequência grave dá a melodia da voz. o Geralmente começa nas frequências mais agudas e vai evoluindo para as frequências médias e por último as graves. o Paciente vai dizer que até escuta mas que não entende. o Imagem: Rampa em agudos. Disacusias metabólicas: o Órgão de Corti – grande gasto energético – baixa reserva glicogênio. o Principal causa são doenças do metabolismo de carboidrato. Disacusias vasculares: o Artéria labiríntica – AICA – circulação terminal.
Compartilhar