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1 FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES Gizelle Felinto FRATURAS DO ANTEBRAÇO RELEMBRANDO A ANATOMIA ➢ Antebraço → é a região do corpo que conecta o cotovelo até a região do punho • É formado por dois ossos: ▪ Rádio e Ulna: ✓ Na cabeça do rádio tem-se uma superfície articular que se articula com a incisura radial da ulna ✓ O formato cilíndrico da cabeça do rádio serve para permitir o rolamento do rádio sobre a ulna quando se faz o movimento de pronação ✓ Membrana interóssea → se encontra entre quase toda a extensão do rádio e da ulna ✓ Na parte distal, próximo à região do punho, o rádio e a ulna também se articulam, através da incisura ulnar do rádio • O antebraço se comporta como uma articulação → isso se deve ao movimento de prono-supinação ▪ Quando se tem uma perda da continuidade óssea do rádio, da ulna ou de ambos os ossos simultaneamente, observa-se que a primeira repercussão, além da dor e da deformidade, é a incapacidade de levantar o antebraço • Movimentos: ▪ Pronação (palma da mão para baixo) ▪ Supinação (palma da mão para cima) → é a posição anatômica EPIDEMIOLOGIA ➢ Sobre as fraturas do antebraço: • 19% são proximais → fraturas mais próximas ao cotovelo • 5% são diafisárias → mais em homens do que em mulheres • 76% são distais → fraturas que ocorrem mais próximo à região do punho • 48% são apenas fraturas da ulna • 25% são fraturas apenas do rádio • 27% são fraturas do rádio e da ulna ➢ Mecanismo de Trauma: • Quedas do mesmo nível (35% dos casos) → o paciente usa o membro para amortecer a queda • Trauma direto (30%) → principalmente acidentes de trânsito • Atropelamento (19%) • Trauma esportivo (8%) • Acidente automobilístico (4%) DIAGNÓSTICO ➢ DIAGNÓSTICO CLÍNICO: • História do paciente → é de suma importância ▪ Geralmente, o paciente relata algum evento traumático como uma queda da própria altura, um trauma direto, um espancamento, um acidente de trânsito... • Quadro Clínico → na maioria dos casos, o paciente pode apresentar os seguintes: ▪ Dor local → é o sintoma mais comum, sendo praticamente impossível de o paciente chegar com uma fratura de antebraço sem se queixar de dor ▪ Edema no antebraço ▪ Deformidade em antebraço: ✓ Existem pacientes que apresentam fratura no antebraço e que não têm a deformidade do membro → assim, ausência de deformidade não exclui a possibilidade de se tratar de uma fratura • Deve-se avaliar também: ▪ Condições das partes moles ▪ Pulso periférico ▪ Estado neurológico → associado à fratura, alguns pacientes podem apresentar lesão de algum nervo periférico ✓ Mão caída (lesão do nervo radial) → incapacidade de realizar a extensão da mão e dos dedos ✓ Geralmente, o nervo periférico mais acometido nas fraturas de membros superiores é o nervo radial ▪ Lesões associadas ✓ Assim, nos pacientes com queixa de trauma no antebraço, deve-se sempre avaliar, no mínimo, o segmento mais distal (punho) e o mais proximal (cotovelo) ✓ Deve-se sempre pesquisar lesões associadas, principalmente nos traumas de alta energia ➢ DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO: • É o diagnóstico radiológico quem confirma o diagnóstico clínico e o raio-x do antebraço deve incluir o punho e o cotovelo, para avaliar lesões associadas • Radiografia → para fraturas de antebraço deve-se solicitar nas seguintes incidências: ▪ Anteroposterior (AP) e Perfil ✓ Essas duas incidências são suficientes para se fechar o diagnóstico de fratura do antebraço 2 FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES Gizelle Felinto CLASSIFICAÇÃO AO ➢ Relembrando: • A classificação AO é alfanumérica, levando em consideração que os dois primeiros elementos são números, o terceiro é uma letra e o quarto é um número: AO = ___ ___ ___ ___ ➢ A classificação AO do antebraço é um pouco diferente, pois o antebraço apresenta dois ossos ➢ CLASSIFICAÇÃO AO DO ANTEBRAÇO: • Fraturas da Porção Diafisária → AO = 22 __ __ A. Fratura Simples: ✓ A1 → ulna fraturada + rádio intacto ✓ A2 → rádio fraturado + ulna intacta ✓ A3 → rádio e ulna fraturados B. Fratura com Cunha (terceiro fragmento): ✓ B1 → ulna fraturada + rádio intacto ✓ B2 → rádio fraturado + ulna intacta ✓ B3 → fratura dos dois ossos (um com cunha e o outro com cunha ou com traço simples) C. Fratura Complexa: ✓ C1 → Fratura complexa da ulna o O rádio pode ter uma fratura simples, por exemplo ✓ C2 → Fratura complexa apenas no rádio o A ulna pode ter uma fratura simples, por exemplo ✓ C3 → Fratura complexa no rádio e na ulna TRATAMENTO ➢ O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico ➢ TRATAMENTO CONSERVADOR: • Adultos → a indicação de tratamento conservador é apenas para a minoria das fraturas • Crianças → para a maioria das fraturas indica-se o tratamento conservador • Indicações de tratamento conservador no adulto (em fraturas fechadas!): ▪ Quando o paciente não tem condições clínicas de ser submetido à cirurgia: ✓ Ex: Paciente que tem várias outras lesões que configuram risco à vida o Exemplo → paciente politraumatizado, com TCE grave, trauma abdominal e trauma torácico graves ✓ Ex: Idoso que não tem reservas energéticas para aguentar a cirurgia (não é todo idoso, pois em alguns realiza-se sim a cirurgia) ▪ Fratura isolada de um dos ossos (rádio ou ulna) sem desvio • Contraindicações do tratamento conservador: ▪ Fraturas expostas → pois toda fratura exposta tem indicação cirúrgica ▪ Síndrome compartimental associada Radiografia do paciente - Trata-se de uma fratura instável → principalmente porque, além de ter uma fratura dos dois ossos do antebraço, essas fraturas são no mesmo nível, fazendo com que o paciente tenha uma grande instabilidade no local da fratura - Aspecto clínico de um paciente que sofreu um trauma e que chegou no pronto-socorro com história de dor, incapacidade de mobilizar o segmento e com uma deformidade do antebraço - Paciente apresenta fratura dos ossos do antebraço (rádio e ulna) - Imagem da direita (incidência em AP) → fratura do rádio e da ulna - Imagem da esquerda (Perfil) - São fraturas de traço simples, mas que é transverso Número que corresponde à porção do corpo fraturada: 1 – Braço (Úmero) 2 – Antebraço (Rádio e Ulna) 3 – Coxa (Fêmur) 4 – Perna (Tíbia e Fíbula) Número da localização da fratura no osso: 1 – Proximal 2 – Diafisária 3 – Distal Letra e número que definem o traço de fratura: A – Simples B – Cunha associada C – Cominutivo ou Complexo 3 FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES Gizelle Felinto ▪ Fratura bilateral ▪ Fratura de antebraço associada a fratura da diáfise umeral • Como é feito o tratamento conservador: ▪ Imobilização Axilo-palmar (Braquiorradial) → é uma imobilização gessada, na qual o gesso vai da transição entre os metacarpos e as falanges até a região abaixo da axila ✓ Utiliza-se por no mínimo 6 semanas ➢ TRATAMENTO CIRÚRGICO: • Indicações → o tratamento cirúrgico é indicado para a maioria das fraturas do antebraço em adultos, exceto naquelas que têm indicação de tratamento conservador ▪ Fratura de rádio e/ou ulna com desvio ▪ Fraturas dos dois ossos (rádio e ulna) → mesmo sem desvio, a indicação é o tratamento cirúrgico (não há a menor indicação de tratamento conservador) ▪ Fraturas expostas... • Objetivos do tratamento cirúrgico: ▪ Redução anatômica → pois os ossos do antebraço se comportam como uma articulação, e é por isso que se indica reduzir a fratura de forma anatômica, para que não se prejudique esse movimento do antebraço ▪ Fixação estável → que impeça a mobilidade no foco de fratura, para que a fratura consolide sem a formação de calo ósseo (consolidação direta, por primeira intenção) ▪ Reabilitaçãoprecoce → opera-se o paciente e na alta hospitalar já se encaminha o paciente para a fisioterapia motora, para que ele seja reabilitado o mais rápido possível, com o intuito de prevenir ou reduzir as sequelas que possam ocorrer devido à fratura TIPOS ESPECIAIS DE FRATURAS DO ANTEBRAÇO ➢ FRATURA DE GALEAZZI: • Sinônimo→ fratura- luxação de Galeazzi • O que é → Fratura da diáfise do rádio + Luxação radioulnar distal ▪ Luxação → perda da congruência da articulação entre a ulna e a parte distal do rádio • Tratamento Cirúrgico: ▪ Redução anatômica do rádio + fixação estável (estabilidade absoluta com placa e parafusos) ▪ Após fixar a fratura do rádio → deve-se avaliar se a luxação radioulnar foi ou não reduzida (se a ulna voltou para o seu lugar) ✓ Na maioria das vezes, quando se fixa a fratura do rádio, naturalmente ocorre uma redução espontânea da luxação radioulnar distal ✓ Se a Ulna já estiver reduzida após a fixação do rádio → deve-se testar se a ulna está estável ou não (ou seja, se após uma manobra de estresse a ulna sofre luxação novamente ou não) o Se a ulna não luxar mais → o tratamento já resolveu o quadro o Se a ulna se encontrar instável (ulna luxa novamente após manobra de estresse) → associar uma fixação adicional para a articulação radioulnar (fio de Kirschner) - Imagem de cima → fratura de ambos os ossos do antebraço, sendo a indicação de tratamento a realização de cirurgia - Classificação AO → 22A3 (parte diafisária do antebraço, com traço simples e fratura dos dois ossos) - Tratamento Cirúrgico → redução anatômica das fraturas e fixação estável/rígida, garantindo estabilidade absoluta com placa e parafuso A A Fratura-Luxação de Galeazzi - Imagem da direita → fratura da diáfise do rádio (seta azul) - Imagem da esquerda → perda total da congruência entre o rádio e a ulna distais (seta branca) - Classificação AO → 22A2 Fratura-Luxação de Galeazzi - Fixou-se a fratura do rádio e a articulação radioulnar ainda se apresentava instável. Assim, associou-se um fio metálico (fio de kirschner – seta azul), responsável por travar e estabilizar o rádio na ulna. A extremidade desse fio fica aparecendo na pele do paciente e é mantido por cerca de 3 semanas. Após essas 3 semanas, retira-se o fio no consultório e libera-se o paciente para iniciar o movimento de prono-supinação 4 FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES Gizelle Felinto ➢ FRATURA-LUXAÇÃO DE MONTEGGIA: • O que é → Fratura da diáfise da Ulna + Luxação da articulação entre a cabeça do rádio e o capítulo umeral ▪ Ou seja, fratura da ulna associada à luxação no cotovelo • Tratamento Cirúrgico: ▪ Redução anatômica da fratura da ulna + Fixação estável com placa e parafuso (estabilização absoluta) ▪ Após a fixação da ulna → observar se a cabeça do rádio reduziu sua luxação em relação ao capítulo umeral (se o rádio voltou para sua localização anatômica) ✓ Na maioria das vezes, quando se fixa a fratura da ulna, naturalmente ocorre uma redução espontânea da luxação da cabeça do rádio ✓ Se a luxação reduzir espontaneamente → o tratamento já resolveu o quadro ✓ Se a luxação não reduzir de maneira espontânea → deve-se realizar uma redução cruenta o Faz-se uma incisão para acessar a articulação para que se reduza ela de forma cruenta (de forma aberta) o Não se associa o fio de Kirschner COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO ➢ Pseudoartrose → quando se tem uma fratura que não consolida após o tempo esperado para que ela se consolidasse ➢ Consolidação viciosa → fratura consolida de forma inaceitável, com desvio ➢ Infecção ➢ Refraturas → fraturas no mesmo local ➢ Fratura perimplante → fraturas que ocorrem na extremidade de uma placa ou parafuso FRATURAS DO RÁDIO DISTAL INTRODUÇÃO ➢ São fraturas bastante comuns, principalmente nos casos de quedas da própria altura ➢ Queda da própria altura: • É bastante comum em dois picos de faixa etária: ▪ Crianças ▪ Idosos • Pacientes que sofrem queda da própria altura tendem a tentar amortecer a queda apoiando a palma da mão com o punho em extensão no solo ▪ Nesse apoio da queda no paciente idoso que tem, na maioria das vezes, osteoporose associada, é muito comum que o paciente sofra uma fratura da extremidade distal do rádio (Fratura de Colles) RELEMBRANDO A ANATOMIA ➢ Extremidade distal do rádio: • Incisura ulnar do rádio → onde a ulna se articula com o rádio ➢ Punho: • Osso escafóide e osso semilunar → são os ossos que se articulam com a região distal do rádio EPIDEMIOLOGIA ➢ 28% de todas as fraturas dos membros superiores são da extremidade distal do rádio Fratura-Luxação de Monteggia Tratamento Cirúrgico - Ulna → Redução anatômica + Fixação estável - Rádio se encontrava instável → realizou-se uma redução cruenta 5 FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES Gizelle Felinto ➢ 5% das fraturas de todo o corpo são fraturas da extremidade distal do rádio ➢ Essas fraturas do rádio distal são mais comuns no sexo feminino do que no masculino → isso se deve porque a osteoporose é mais comum em mulheres menopausadas • Após a menopausa tem-se uma queda importante na produção de estrógeno, pois o estrógeno é um dos principais carreadores de cálcio para dentro dos ossos. Assim, essa queda hormonal faz com que a atividade osteoclástica se sobreponha à osteoblástica, causando o desenvolvimento da osteoporose ➢ Incidência é bimodal (queda da própria altura) → crianças e idosos ➢ Adultos jovens → é mais comum esse tipo de fratura quando se tem um mecanismo de trauma com mais energia, como uma queda de escada, queda de moto... DIAGNÓSTICO ➢ DIAGNÓSTICO CLÍNICO: • História do trauma → é bastante clássica e sugestiva (Ex: idoso que caiu da própria altura e usou a mão para amortecer a queda) • Quadro clínico: ▪ Dor no punho ▪ Edema do punho ▪ Deformidade e limitação funcional do punho → a presença ou não de deformidade não é confirmatória e nem excludente para fratura do rádio distal, pois às vezes um paciente que sofreu um trauma e que apresenta uma fratura do rádio distal pode apresentar apenas dor e um discreto edema, por exemplo • Sempre pesquisar lesões associadas! ➢ DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO → confirma o diagnóstico clínico • Radiografia: ▪ Incidências → Anteroposterior (AP) e Perfil ✓ Na maioria dos casos essas duas incidências são suficientes para o diagnóstico e a classificação das fraturas do rádio distal • Parâmetros Radiográficos e Anatômicos do Rádio → como saber se há ou não fratura do punho ▪ Para confirmar diagnóstico dificilmente precisa-se traçar esses parâmetros, mas eles são importantes para se avaliar se o tratamento para determinada fratura do rádio distal está ou não adequado → ou seja, é um parâmetro objetivo para saber se o rádio, após o tratamento, se encontra nos parâmetros mais próximos ao normal ▪ Incidência Anteroposterior (AP): A. Altura do rádio → desenha-se uma reta tangenciando o processo estiloide do rádio e outra tangenciando a base da ulna o Normal → A distância entre essas duas retas é em média 12mm (porém, existem variações anatômicas) o Fratura do rádio distal → essa distância é <12mm B. Inclinação ulnar do rádio → traça-se uma reta tangenciando a base do rádio e outra tangenciando o processo estiloide e convergindo em direção à reta da base do rádio, formando-se um ângulo o Normal → angulação de cerca de 23° C. Variância ulnar → traça-se uma reta tangenciando a base a ulna e outra tangenciando a base do rádio e mede-se a distância entre essas duas retas o Normal → 1 a 2mm ▪ Incidência em Perfil: ✓ Inclinação palmar/volar/anterior do rádio → no perfil, a extremidade distal do rádio é levemente inclinada para anterior o Como semede essa inclinação → traça-se uma reta unindo as duas extremidades do rádio no perfil (reta amarela) e outra reta tangenciando a extremidade dorsal do rádio (reta azul), de forma que essa segunda reta forme 90° com o eixo perpendicular ao solo. Assim, o ângulo entre essas duas retas traçadas é a inclinação palmar do rádio ❖ Normal → cerca de 11° Fratura no rádio distal - Incidências → A (AP) e B (Perfil) - Falha óssea (seta azul) - Desvio para posterior do fragmento distal da fratura do rádio (seta vermelha) 6 FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES Gizelle Felinto FRATURAS DE RÁDIO DISTAL ➢ FRATURA DE COLLES: • É a fratura mais comum das fraturas do rádio distal • Trata-se de uma fratura extra-articular → essas fraturas extra-articulares tem um prognóstico melhor • O que é → Fratura da metáfise distal do rádio, onde o fragmento distal do rádio está desviado para posterior • Características: ▪ O traço de fratura não acomete a articulação, pois passa pela metáfise do rádio ▪ O traço de fratura é transversal ➢ FRATURA DE COLLES REVERSA (FRATURA DE SMITH): • É uma fratura extra-articular → essas fraturas extra- articulares tem um prognóstico melhor • O que é → Fratura da metáfise distal do rádio, onde o fragmento distal do rádio está desviado para anterior • Características: ▪ A articulação não se encontra acometida ▪ Acomete-se apenas a porção diafisária do rádio ▪ O traço de fratura é transversal ➢ FRATURA DE BARTON: • Ocorre um traço de fratura articular no plano coronal, pois divide um fragmento para anterior e outro para posterior • É uma fratura articular ➢ FRATURA DO ESTILOIDE DO RÁDIO (FRATURA DE CHAFFEUR) • É uma fratura que acomete o processo estiloide do rádio • Trata-se de uma fratura articular, pois acomete a superfície articular do rádio • Mecanismo → a energia do trauma se dissipa por meio dos ossos do carpo, atravessa o espaço entre o osso escafoide e o semilunar, lesa um ligamento que conecta esses dois ossos (ligamento escafolunar), e depois, que essa energia lesa esse ligamento, ocorre uma fratura do estiloide do rádio TRATAMENTO ➢ Alguns casos tem indicação de tratamento conservador e outros tem indicação de tratamento cirúrgico ➢ Objetivos do tratamento: • Restaurar a anatomia e a função do punho → pois algumas das fraturas são articulares • Escolher o melhor método → levando em consideração os seguintes: ▪ Perfil do paciente ▪ Padrão de fratura ▪ Lesões associadas ➢ Critérios de Instabilidade da Fratura (Critérios de Lafontaine) → são utilizados para definir qual a melhor forma de tratar a fratura (método conservador x método cirúrgico) ≤ 2 critérios = Fratura estável ≥ 3 critérios = Fratura instável 1. Cominuição dorsal → observar se há fragmentação óssea na parte posterior da fratura (se há mais de um fragmento) 2. Angulação dorsal do rádio > 20° (vista na incidência em perfil) → passa-se uma linha pelo fragmento distal e outra pelo fragmento proximal, obtendo-se esse ângulo dorsal ▪ A posição normal do rádio é 10° para anterior ▪ Rádio retificado → significa um desvio de 10° para posterior 3. Envolvimento Articular (visto na incidência AP) 4. Fratura do 1/3 distal da ulna associada 5. Idade > 60 anos - Características (Fratura de Colles) → é uma fratura da parte diafisária do rádio, sem envolvimento articular e com o fragmento desviado para posterior - Cominuição Dorsal → pois existem 2 fragmentos na parte posterior da fratura (seta azul) - Angulação dorsal do rádio > 20° (linhas amarelas) → na fratura o ângulo tem mais de 45° - Envolvimento articular no AP → a articulação encontra-se totalmente preservada. Assim, nessa fratura não se preenche esse critério de envolvimento articular - Fratura da ulna associada → na imagem não há fratura da ulna, tem-se apenas do rádio. Assim, não se preenche esse critério - O paciente apresenta 2 critérios de instabilidade, e se ele for > 60 anos ele preencherá 3 critérios, configurando instabilidade 7 FRATURAS DOS MEMBROS SUPERIORES Gizelle Felinto ➢ O tratamento é baseado de acordo com os critérios de Lafontaine ➢ FRATURAS ESTÁVEIS (≤ 2 critérios): • Sem desvio ou desvio mínimo: ▪ Tratamento Conservador: ✓ Gesso antebraquiopalmar (axilopalmar) → com a posição do cotovelo em 90° ✓ Avaliação semanal nos primeiros 15 dias ✓ Manter o tratamento por 4 a 6 semanas ✓ Fisioterapia motora → encaminha-se o paciente para a fisioterapia motora após se retirar a imobilização • Pouco desvio: ▪ Tratamento Conservador: ✓ Redução incruenta + Imobilização gessada o Antes de iniciar a imobilização deve-se reduzir a fratura por meio de uma manobra de tração (redução incruenta) o Depois da redução realiza-se a imobilização axilopalmar ✓ Avaliação semanal nos primeiros 15 dias ✓ Manter o tratamento por 4 a 6 semanas ✓ Fisioterapia motora → encaminha-se o paciente para a fisioterapia motora após se retirar a imobilização ✓ Observar os critérios de instabilidade e os parâmetros de redução ➢ FRATURAS INSTÁVEIS (≥ 3 critérios): • Tratamento Cirúrgico: ▪ Métodos de fixação → deve-se escolher um dos três seguintes métodos: ✓ Pinos percutâneos (Fios de Kirschner): o Indicação → pouco ou nenhum acometimento articular ✓ Fixador externo: o Indicação → fraturas expostas ou fraturas muito complexas ✓ Placas e parafusos: o Indicação → acometimento articular COMPLICAÇÕES ➢ Perda da redução ➢ Rigidez articular ➢ Diminuição da força de preensão da mão ➢ Deformidade ➢ Dor ➢ Compressão neurológica ➢ Dor complexa regional do membro superior tipo I (distrofia simpática reflexa) - Angulação dorsal do rádio > 20° → não há angulação > 20°, pois no perfil o rádio se encontra reto e se o rádio se encontra retificado isso significa que o desvio é de 10°. Assim, na imagem a angulação é < 20°, não preenchendo esse critério - Fratura do rádio distal na região metafisária e tem-se pouco desvio - Cominuição dorsal → na parte posterior da fratura não há fragmentos (seta vermelha) - Envolvimento articular no AP → o radio encontra-se com sua articulação preservada - Fratura ulnar associada → tem-se uma fratura do estiloide da ulna (seta amarela) Fratura do rádio distal - Critérios de Lafontaine presentes → desvio > 20°, fratura do processo estiloide da ulna e cominuição dorsal, tratando-se de uma fratura instável - Tratamento cirúrgico → redução e fixação com pinos percutâneos Fratura do rádio distal - Tratamento cirúrgico → fixação com placa e parafusos
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