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Estudo do Parto-Partograma

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Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
Estudo do Parto/Partograma
ANATOMIA DA PELVE: 
• O canal do parto vai desde o útero até a fenda vulvar 
• É constituído por partes moles e duras que são 
responsáveis por dificultar ou facilitar a saída do feto 
 
- O trajeto duro é a parte óssea da mãe, e é nele que tem a 
maioria dos problemas do parto, por não ter mobilidade e 
capacidade de ajuste. → mesmo com o fenômeno da 
embebição gravídica, onde as articulações se enchem de 
água, relaxam mais, ainda assim é uma estrutura óssea, e se 
tiver alguma desproporção entre o bebê e a pelve, ele não 
vai conseguir passar. 
- O trajeto mole é colo do útero, vagina e vulva. 
 
- Olhando a pelve de forma lateral, dá pra ver que existem 
alguns estreitos pelos quais a cabeça do bebê vai ter que 
passar, e isso vai ser importante para a mecânica do parto. 
Anatomicamente, a pelve obstétrica está dividida em 
grande e pequena bacia ou escavação, e a grande 
também é denominada pelve falsa e se localiza acima da 
linha terminal, tendo como limite lateral as fossas ilíacas, 
posteriormente à coluna vertebral e anteriormente à porção 
inferior da musculatura abdominal. 
A pelve verdadeira é a parte da bacia obstétrica mais 
importante do ponto de vista da parturição, seus limites são 
constituídos superiormente pela linha terminal, 
posteriormente pela superfície anterior do sacro, 
lateralmente pela superfície interna dos ísquios, ligamentos 
e fendas sacrociáticas e anteriormente tem como limite o 
púbis, o ísquio e o forame obturador. 
É constituída basicamente por quatro ossos: dois ilíacos, o 
sacro e o cóccix, que, por sua vez, são constituídos pela 
união do ílio, ísquio e púbis. Esses ossos se articulam entre si 
dando origem às articulações denominadas: sínfise púbica, 
articulações sacroilíacas e sacrococcígea. Esse conjunto 
ósseo articulado entre si constitui na mulher a parte óssea do 
canal do parto, que associado às partes moles 
representadas pela musculatura pélvica, útero e vagina, 
formam o trajeto ou canal do parto. 
PEQUENA BACIA: É o canal ósseo por onde o feto passa 
(canal verdadeiro), e é dividida em três estreitos: 
1. Estreito superior 
2. Estreito médio 
3. Estreito inferior 
 
 
 
- Vai ser importante para medir durante o exame físico e 
avaliar se vai ser possível ou não o nascimento do bebê pela 
pelve da mãe. 
→ Estreito superior: 
1. Conjugata anatômica → Distância entre o 
promontório e a borda superior da sínfise púbica. 
Mede 11 cm. 
2. Conjugata obstétrica → Distância entre o 
promontório e a borda interna da sínfise púbica. 
Mede 10,5 cm. (IMPORTANTE) 
3. Conjugata diagonal → Distância entre o promontório 
e a borda da sínfise púbica. Mede 12 cm (conjugata 
obstétrica mede 1,5 cm a menos). 
 
- Quando faz o toque, só é possível pedir a conjugata 
diagonal, pois não é possível palpar do promontório até o 
meio da sínfise púbica. Como a conjugata diagonal não é 
a menor, palpa e diminui 1,5 cm para achar qual é a 
conjugata obstétrica, que é a menor por onde o bebê vai 
passar. 
→ Estreito médio: 
• Nível das espinhas isquiáticas – 10,5 cm 
• Plano de menor diâmetro da pelve materna 
• Limites: 
o Anterior: Borda inferior do osso púbico 
o Lateralmente: Espinhas isquiáticas 
o Posterior: Sacro 
 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
- O estreito médio tem uma distância de 10,5 cm entre os 
ossos (espinhas isquiáticas), sendo o menor diâmetro da 
pelve materna. → Por isso é tão importante quando o 
paciente passa pelo estreito médio, porque se ele passou 
pelo menor espaço da pelve, significa que vai nascer (está 
insinuado), 
→ Estreito inferior: 
• Diâmetro anteroposterior: Cóccix até a borda 
inferior do púbis (mede 9,5 cm) 
• Durante a expulsão fetal ocorre a retropulsão do 
cóccix, que leva a um aumento de 2 a 3 cm → 
conjugata exitus. 
 
- Ele aumenta porque, durante o trabalho de parto, o cóccix 
da paciente vai para trás, aumentando esse diâmetro. 
- É o último estreito pelo qual o bebê vai passar antes de 
nascer → por isso chama de conjugata exitus. 
 
Obs: Vera anatômica é a mesma coisa que conjugata 
anatômica. 
- Diz que o bebê está insinuado quando chega no estreito 
médio, que é o menor diâmetro da pelve. 
A bacia menor é também denominada escava, escavação 
ou bacia obstétrica. Didaticamente, ela é dividida nos 
estreitos superior, médio e inferior e consideram-se seus 
respectivos diâmetros. 
Estreito superior: É delimitado, no sentido posteroanterior, 
pelo promontório, pela borda anterior da asa do sacro, pela 
articulação sacroilíaca, pela linha inominada, pela 
eminência ileopectínea e pela borda superior da sínfise 
púbica. Há um diâmetro anteroposterior, de interesse 
obstétrico, traçado do promontório até a borda superior da 
sínfise púbica, cujo nome é diâmetro promonto suprapúbico 
(conjugata vera anatômica) e mede 11 cm. 
Também de interesse obstétrico e medindo de 10,5 a 11 cm, 
o diâmetro promonto púbico mínimo (conjugata vera 
obstétrica ou diâmetro útil de Pinard), é traçado do 
promontório à face posterior da sínfise púbica, mais 
precisamente até o ponto retrossinfisário de Crouzat, situado 
3 a 4 mm abaixo da borda superior da sínfise púbica. 
Estreito médio: Delimitado no sentido posteroanterior pelo 
ápice do sacro (precisamente entre a quarta e a quinta 
vértebra sacral), passa pelo processo transverso da quinta 
vértebra sacral, pela borda inferior dos ligamentos 
sacroisquiáticos e pelas espinhas isquiáticas e segue 
anteriormente até a margem inferior da sínfise púbica. 
Dois diâmetros devem ser citados: o sacro médio-púbico 
(anteroposterior), que vai do meio da face anterior da 
terceira vértebra sacral até o meio da face posterior da 
sínfise púbica, medindo 12 cm; e o biisquiático (transverso), 
que se estende de uma espinha isquiática à outra, mede 
10,5 cm e é o ponto de maior estreitamento do canal de 
parto. 
Estreito inferior É delimitado, no sentido posteroanterior, pelo 
promontório e pela ponta do cóccix; estende-se pela borda 
inferior do grande ligamento sacroisquiático, pela face 
interna da tuberosidade isquiática e pela borda inferior do 
ramo isquiopúbico, até atingir a sínfise púbica. Esse estreito 
é representado por dois triângulos, tendo como base uma 
linha que passa pela tuberosidade isquiática. O anterior tem 
seu ápice no meio da borda inferior da sínfise púbica e o 
posterior o tem na ponta do cóccix. 
Existe um diâmetro anteroposterior traçado da ponta do 
cóccix ao meio do diâmetro bituberoso denominado 
diâmetro sagital posterior (com 7,5 cm), que não possui 
interesse obstétrico. Contudo, o diâmetro cóccix-subpúbico, 
que se estende da ponta do cóccix à borda inferior da 
sínfise púbica e mede 9,5 cm é de interesse obstétrico e, na 
fase final da expulsão fetal, após a retropulsão do sacro, 
amplia-se em 2 a 3 cm, recebendo o nome de conjugata 
exitus. Já o diâmetro transverso se situa entre as duas faces 
internas da tuberosidade isquiática, mede 11 cm e é 
chamado biisquiático ou bituberoso. 
 
- Cada mulher tem um tipo de pelve, mas grande maioria 
das mulheres tem a pelve ginecoide, e é a melhor por ter 
um diâmetro anteroposterior grande (traz um bom 
prognóstico para o feto). 
- O tipo androide, antropoide e platipeloide tem alterações 
que podem levar a um distorce do trabalho de parto. 
- Não é possível identificar o tipo de pelve antes do trabalho 
de parto → existe a pelvimetria externa, mas não é 
comumente utilizada. 
A ultrassonografia pode ser utilizada como propedêutica da 
avaliação da bacia da grávida, entretanto tem aplicação 
restrita; quando utilizada visa obter, com precisão, as 
medidas da conjugata vera obstétrica do diâmetro 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
biespinha ciática, bem como o diâmetro biparietal do 
concepto. 
ESTÁTICA FETAL: 
Estática fetal é como o feto se posiciona dentro do útero. 
• Situação fetal• Apresentação fetal 
• Posição fetal 
• Atitude fetal 
• Altura da apresentação 
• Variedade de posição 
→ SITUAÇÃO: Corresponde a relação entre os eixos 
longitudinais do feto e do útero. 
 
- O maior eixo vai ser compreendido a partir da manobra 
de Leopold. 
- Se o maior diâmetro for o latero-lateral, o bebê vai estar 
na situação transversal ou córmica → a medida do fundo 
do útero vai ser menor. 
- Longitudinal é quando o maior eixo uterino e fetal 
coincidem (ocorre em 99,5% das vezes). 
- A situação oblíqua geralmente é de transição → o bebê 
logo vai para a longitudinal ou para a transversal (dá para 
mudar inclusive no exame físico, e geralmente o bebê 
inclina para a longitudinal) 
→ APRESENTAÇÃO: Região do feto que se relaciona com o 
estreito superior da bacia (onde ocorre a insinuação). 
 
- A apresentação do bebê depende da situação. Se a 
situação for longitudinal, pode ter uma apresentação 
cefálica ou pélvica, sendo que a pélvica pode se 
apresentar de 3 formas. 
- A pélvica completa é quando as duas pernas estão para 
cima; a pélvica incompleta é quando o bebê está com as 
pernas cruzadas; e a apodálica é quando já saiu algum pé 
do bebê, e essa é a pior apresentação, pois significa que se 
saiu só um pé, o outro ficou preso na pelve da mãe (isso é 
uma urgência e tem indicação de cesariana de urgência). 
A apresentação é definida como a região fetal que ocupa 
o estreito superior e nele vai se insinuar. É importante salientar 
que a apresentação pode ser bem definida após o sexto 
mês, pois o volume da região fetal deve ser capaz de 
encontrar obstáculo na sua passagem pela bacia, e antes 
desse período os diâmetros dos polos fetais são muito 
inferiores aos da bacia. 
A partir da vigésima semana, o útero se converte da forma 
piriforme ou esférica para a forma cilíndrica e vai se 
alongando progressivamente com velocidade maior até 32 
semanas. Existe aumento na dimensão transversa da região 
fúndica, a qual avança até 36 semanas de gestação. O 
útero gestante torna-se mais amplo no fundo e suas paredes 
procuram manter o feto em situação longitudinal. Na 
situação longitudinal, a apresentação pode ser cefálica ou 
pélvica, de acordo com a região que ocupa a área do 
estreito superior. Na situação transversa, a apresentação é 
denominada córmica. 
 
- A fontanela anterior é maior e tem formato de losango e a 
fontanela posterior é menor e tem formato de triângulo. 
A cabeça fetal se constitui no principal ponto de dificuldade 
a passar pelos estreitos da pelve. É representada por: 
suturas, fontanelas, diâmetros, circunferências e formações 
especiais. 
O crânio fetal é constituído por sete ossos: dois ossos frontais, 
dois temporais, dois parietais, um occipital, um esfenoide e 
um etmoide. No feto esses ossos estão apenas justapostos e 
separados por espaços membranosos (suturas), cuja união 
limita alguns pequenos espaços (fontanelas). 
Bregma: conhecida também como fontanela anterior, 
quadrangular, grande ou maior. É formada pela junção das 
suturas sagital, coronária e metópica. Tem forma de losango 
ou quadrangular. Não desaparece com os fenômenos 
plásticos do parto (cavalgamento ósseo e bossa 
serossanguínea), por isso é excelente ponto de referência 
para identificação da apresentação, posição e variedade 
de posição. 
Lambda: conhecida também por fontanela posterior, 
occipital, triangular, pequena ou menor. É formada pela 
junção das suturas sagital e occipitoparietal. Recebeu esse 
nome por lembrar a letra grega λ (lambda) (quando não 
está deformada devido aos fenômenos plásticos do parto). 
Com o decorrer do parto, vai perdendo sua forma 
triangular, devido à sobreposição do osso occipital sob os 
parietais, tornando-se angular, e constitui o sinal do 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
compasso de Varnier, onde só é possível se tocar as bordas 
posteriores dos parietais. 
 
- A cabeça do bebê tem vários diâmetros, e o menor é o 
diâmetro subocciptobrregmático (mede 9,5 cm) → Se o 
menor estreito da mãe mede 9,5 cm, precisa que o bebê 
esteja com a cabeça na posição para passar por esse 
estreito. 
- Para atingir esse menor diâmetro, o bebê precisa estar na 
posição fletida. 
 
- Quando faz o toque, tem que palpar a fontanela posterior, 
indicando que o bebê está com a cabeça fletida. 
- Se no toque vaginal palpar a fontanela anterior, a cabeça 
não está totalmente fletida para sair → ele pode sair, mas 
vai ter uma dificuldade maior (defletido de 1º grau). 
- Se no toque, palpar a fronte do bebê (a testa), ele está 
defletido de 2º grau e não vai passar na pelve da mãe, da 
mesma forma se palpar a face do bebê (defletido de 3º 
grau → não vai nascer de jeito nenhum, precisa da 
cesárea). 
 
- O ideal é que o bebê desça pela pelve da mãe com a 
cabeça fazendo os movimentos, mas sempre voltando para 
a posição do meio, onde a sutura sagital vai estar em uma 
distância parecida entre o promontório e o púbis. 
- Se no toque vaginal a sutura vaginal não está equidistante 
entre o promontório e o púbis, isso é chamado de 
assinclitismo (posição da cabeça diferente do habitual) → é 
quando o bebê geralmente faz uma bossa na cabeça ao 
nascimento, porque faz mais edema de um lado. 
- Para saber se é assinclitismo anterior ou posterior, é quando 
faz o toque vaginal: se tocar a região posterior da cabeça 
do bebê é posterior, e se tocar a região anterior é anterior. 
→ é em relação à parte da cabeça do bebê que está 
tocando, e não em relação à posição da sutura sagital. 
→ POSIÇÃO: Relação entre o dorso fetal e o lado do 
abdome materno. 
 
- Consegue sentir na manobra de Leopold. Quando o 
paciente está longitudinal, saber a posição ajuda no 
trabalho de parto, porque se o dorso está à esquerda, 
geralmente são bebês que nascem mais rápido, porque 
encaixam na pelve à esquerda e isso facilita o trabalho de 
parto da mãe. 
O propósito da posição fetal é encontrar a melhor 
localização para se realizar a ausculta dos batimentos 
cardíacos fetais que, na maioria das vezes, será homolateral 
ao dorso fetal, com ressalva às apresentações cefálicas 
defletidas de terceiro grau, em que a ausculta é mais bem 
realizada na face anterior do tórax do feto. 
→ ATITUDE: Relação das diversas partes fetais entre si → 
Flexão generalizada. 
- A flexão generalizada ajuda a 
atingir o menor diâmetro para 
passar pelos estreitos da mãe. 
A atitude ou hábito fetal diz 
respeito às relações das diversas 
partes do feto entre si. Como já 
mencionado, o feto de termo 
mede cerca de 50 cm e, para 
caber dentro do útero, que mede 30 cm, ele precisa se 
adaptar, admitindo atitude característica. Em condições 
habituais, o feto se aloja na cavidade uterina em atitude de 
flexão generalizada, apresenta encurvamento da coluna 
vertebral, produzindo concavidade voltada para sua face 
anterior, com a cabeça levemente fletida, de maneira que 
o mento se aproxima do esterno. Os membros se 
apresentam flexionados e anteriorizados; nos membros 
inferiores, as coxas ficam fletidas sobre o abdome e as 
pernas fletidas sobre as coxas. Nos membros superiores, com 
os antebraços fletidos sobre os braços e aconchegados ao 
tórax. Nesse modo, o eixo fetal (distância entre o lambda ao 
cóccix) mede 25 cm, metade do seu comprimento total. 
→ ALTURA: 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
 
- O estreito médio (a nível da espinha isquiática) 
corresponde ao plano 0 de DeLee → menor diâmetro da 
pelve. 
- O plano de DeLee corresponde à altura da cabeça do 
bebê durante o trabalho de parto → Para saber se o bebê 
está descendo ou se continua no mesmo lugar. 
- O plano 0 de DeLee determina que o bebê está insinuado, 
e tudo antes disso (antes da espinha isquiática) recebe uma 
pontuação negativa. → Se tiver 1cm acima é -1, 2 cm acima 
é -2, 5 cm acima -5, etc. 
- Tudo que tiver abaixo da linha do plano 0 de DeLee recebe 
pontuação positiva→ 1 cm abaixo é +1, 2 cm abaixo é +2... 
- Quando está no +4, já é possível ver o cabelo do bebê 
saindo pela pelve da mãe. 
 
- Muito pouco utilizado na prática, não precisa gravar, só 
saber que existe. 
- O terceiro plano do plano de Hodge corresponde ao plano 
0 de DeLee. 
→ VARIEDADE DE POSIÇÃO DO BEBÊ: 
 
A primeira letra se refere à apresentação fetal (identificado 
na palpação e toque): O (occipício), B (bregma), N (naso), 
M (mento), S (sacro) e A (acrômio). A segunda letra se refere 
à posição (lado materno para o qual está direcionado o 
ponto de referência fetal): D (direita) e E (esquerda). A 
segunda letra vai existir nas variedades anteroposteriores 
(púbica e sacral). As posições esquerdas são mais 
frequentes. A terceira letra se refere à variedade de 
posição, em que o feto está voltado para o ponto de 
referência da bacia materna: A (anterior – eminência 
ileopectínea), T (transversa – extremidade do diâmetro 
transverso), P (posterior – sinostose sacroilíaca ou púbis), S 
(sacro). 
- O símbolo vai corresponder à referência que foi percebida 
no toque vaginal. Ex: Na apresentação córmica vai palpar 
a clavícula do paciente (acrômio), sendo utilizado a letra A 
no símbolo. 
- Isso vai ser importante por conta 
dos pontos de referência do feto, já 
que quando o médico vai avaliar, 
vê a mãe de frente, 
 
• Primeira letra: Ponto de referência fetal 
• Segunda letra: Lado materno (direito ou esquerdo) 
• Terceira letra: Anterior ou posterior 
 
- A grande maioria dos pacientes vão estar na situação 
longitudinal, com apresentação cefálica, fletida, sendo 
palpável a fontanela posterior → o ponto de referência é a 
letra O, que vai ser a primeira letra. 
- Tudo o que está mais próximo do púbis da mãe é anterior 
e o que está mais próximo ao sacro é posterior. 
Ex: OEA = occipto-esquerdo-anterior; ODA = occipto-direito-
anterior; OET = occipto-esquerdo-transverso; ODT = occipto-
esquerdo-transverso; OEP = occipto-esquerdo-posterior; 
ODP = occipto-direito-posterior. 
ATIVIDADE UTERINA: 
 
- As contrações de Braxton Hicks são as contrações de 
treinamento, que iniciam por volta da 30ª semana de 
Lado D 
da mãe 
Lado E 
da mãe 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
gestação, mas são contrações espaçadas, não são rítmicas 
e não são dolorosas. 
- A medida que começa o trabalho de parto, as contrações 
ficam rítmicas e dolorosas → considera trabalho de parto 
quando tem uma frequência e aparece a cada 10 minutos 
mais de uma contração, e a medida que vai aumentando 
a dilatação e a fase de expulsão, essa contração vai 
ficando mais frequente. 
- As contrações de trabalho de parto é quando tem pelo 
menos 3 contrações dolorosas em 10 minutos e faz 
mudança do colo uterino (a contração de treinamento não 
faz mudança no colo). 
- O bebê nasce e as contrações não param de vez logo 
após o parto, continua contraindo até 24h do parto para 
que o útero contraia, faça hemostasia, diminua seu 
tamanho e não faça hemorragia no pós-parto da paciente. 
→ Apagamento e dilatação do colo: 
 
- A contração do útero é do tipo tríplice gradiente 
descendente, ou seja, ela começa na parte superior do 
útero e vai descendo (contrai primeiro em cima e empurra 
o bebê para baixo) → tem uma patologia relacionada a isso 
que é quando a paciente faz contração do tipo tríplice 
gradiente reverso e começa a contrair do colo (não 
consegue empurrar o bebê). 
- As contrações fazem um apagamento e dilatação do colo 
do útero. Antes de dilatar ocorre o apagamento (o colo que 
era grosso começa a sumir), e depois disso o colo começa 
a dilatar (afastamento do colo). 
Até 28 semanas de gestação, a atividade uterina é muito 
baixa. São diminutas contrações que se restringem a 
pequenas áreas uterinas, são indolores e se confundem com 
os movimentos fetais. Segundo os estudos de Alvarez e 
Caldeyro-Barcia, variam de 2 a 8 mmHg. 
Após 30 semanas, as contrações uterinas se tornam mais 
frequentes e perceptíveis, até que quatro semanas antes do 
parto, chamado de período pré-parto, ganham intensidade 
e se difundem por área maior no globo uterino. Essas 
contrações denominam-se contrações de Braxton-Hicks. 
Sua intensidade chega a 8 mmHg em média, com 
frequência de três contrações por hora. 
No período pré-parto, as contrações têm a função de 
encurtar o corpo uterino e tracionar longitudinalmente o 
segmento e o colo uterino, que progressivamente se apaga 
e gradativamente se dilata. As contrações do pré-parto 
adaptam e insinuam a apresentação fetal na bacia. 
Depois, a cada contração do corpo uterino, o segmento 
inferior é estirado no sentido longitudinal. Há 
adelgaçamento de suas paredes. Ao termo da gravidez, o 
orifício externo cervical atinge em média 2 cm de dilatação 
com apagamento de 70% nas nulíparas, e 2,5 cm de 
dilatação e pagamento de 50%, nas multíparas. 
As contrações são habitualmente indolores até que a sua 
intensidade ultrapasse 15 mmHg (valor médio para 
parturientes sem analgotocia). 
Obs: Curioso pensar que, apesar de existir atividade uterina 
durante a gestação, não há descolamento placentário em 
condições fisiológicas. Isso ocorre pelo fenômeno chamado 
de “bloqueio progesterônico”. Na área de inserção 
placentária, há alto nível de progesterona, produzida pela 
placenta que acaba sendo absorvida pelo miométrio antes 
de ser levada pela circulação sanguínea. A progesterona 
tem ação local sobre a condução elétrica e 
consequentemente a contração uterina, especificamente 
no sítio placentário. Isso protege a paciente de um 
descolamento placentário durante a gestação, trabalho de 
parto e durante o próprio período expulsivo. 
No trabalho de parto, as contrações uterinas são frequentes, 
intensas e dolorosas. Ocorre transição gradativa com 
acréscimo da intensidade e da frequência, de forma a 
passar do período pré-parto para o franco trabalho de 
parto. Em média, as contrações atingem 30 mmHg, com 
frequência de duas a três em 10 minutos e duração média 
de 30 segundos, durante o período inicial da dilatação (2 a 
3 cm), até atingir 40 mmHg de intensidade com frequência 
de quatro a cinco contrações em 10 minutos no período 
final da dilatação. Durante o período expulsivo, as 
contrações chegam a 5 em 10 minutos, com duração 
média de 50 segundos e intensidade de 50 mmHg. Os 
ligamentos redondos se contraem como o útero, 
tracionando o fundo para diante, colocando o eixo 
longitudinal da matriz na direção do eixo da escavação 
pélvica, facilitando a progressão do feto. Também no 
período expulsivo, somam-se às contrações uterinas 
movimentos involuntários de fechamento da glote com 
retesamento dos músculos abdominais, como uma vontade 
incontrolável de fazer força como nas evacuações: esse 
fenômeno se denomina “puxo”. Da mesma forma que as 
contrações uterinas do período expulsivo, os puxos têm 
intensidade de 50 mmHg, que então, somados (contrações 
do período expulsivo e puxos), chegam à incrível 
intensidade de 100 mmHg. 
Também durante o trabalho de parto, o útero vai 
encurtando e espessando na região do fundo, à medida 
que as contrações vão evoluindo e o colo uterino dilatando. 
O istmo é tracionado para cima e, em conjunto com a 
pressão exercida pela bolsa amniótica ou pelo polo 
cefálico, contra o colo, atuando em forma de cunha, 
constitui também fator determinante para a dilatação 
cervical. Em média, o trabalho de parto de uma primípara 
demora 10 a 12 horas e o de multíparas 6 a 8 horas. 
Triplo gradiente descendente: No útero da mulher, próximos 
de cada inserção tubária, existem marca-passos (à direita e 
à esquerda). Até o momento, acredita-se que o marca-
passo direito seria soberano, contudo, alguns estudos 
demonstraram que esses poderiam funcionar independente 
e/ou conjuntamente. A constatação de que as ondas 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
contráteis uterinas têm início, são mais intensas e mais 
duradourasnas partes superiores do útero e vão 
decrescendo até as partes mais baixas denomina-se “triplo 
gradiente descendente”. O triplo gradiente descendente 
auxilia inquestionavelmente à medida que o colo dilata 
para que as contrações sejam de fato expulsivas, e não 
constritivas. 
Apagamento e dilatação do colo: Nas nulíparas, 
geralmente o esvaecimento do colo precede a dilatação, 
enquanto nas multíparas esses processos são 
concomitantes. Começa com contrações uterinas 
(metrossístoles) intensas, dolorosas e regulares que se iniciam 
a cada 30 minutos e vão aumentando de intensidade e 
frequência. Para um efetivo trabalho de parto, essas 
contrações devem apresentar frequência regular entre 
duas e três contrações a cada 10 minutos, intensidade em 
média de 40 mmHg e duração entre 30 e 90 segundos 
(média de 60 segundos). A sensação dolorosa se deve à 
hipóxia das fibras musculares do útero durante as 
contrações. Essas contrações, ditas efetivas, provocarão a 
dilatação do colo devido à tração que as fibras musculares 
do corpo uterino exercem sobre o segmento inferior e pela 
apresentação fetal insinuada, que exerce pressão 
hidrostática sobre a cérvix. 
MECANISMO DO PARTO: 
 
- Para que o tempo principal ocorra, precisa do tempo 
acessório. 
- Primeiro o bebê insinua, depois desce, desprende a 
cabeça e depois faz uma rotação externa para restituir a 
cabeça, mas para que o bebê possa insinuar, precisa fletir 
a cabeça; para que desça, precisa fazer uma rotação 
interna; para que desprenda a cabeça tem que fazer uma 
deflexão e para que faça uma rotação externa precisa 
desprender os ombros. 
→ Insinuação: É quando ocorre a passagem do diâmetro 
biparietal pelo estreito superior, ou seja, quando o vértice da 
apresentação está ao nível das espinhas isquiáticas. → 
Quando o maior diâmetro da cabeça do bebê passa pelo 
plano 0 de DeLee. 
• Flexão: Mento fetal próximo ao tórax → diâmetro 
subocciptobregmático (se o bebê estiver defletido, 
ele não vai conseguir insinuar. 
- Se o bebê não conseguir chegar no plano 0 de DeLee, 
pode suspeitar de uma desproporção encéfalo-pélvica. Se 
o bebê conseguir chegar no plano 0, ele provavelmente vai 
descer, porque já passou pelo menor diâmetro da pelve. 
Nas primíparas, a insinuação pode ocorrer antes do início do 
trabalho de parto, num período que se chama de pré-parto 
e pode anteceder o desencadeamento do parto em 15 
dias. Nas multíparas ocorre imediatamente antes da 
descida, normalmente durante o trabalho de parto. 
A insinuação da cabeça possui dois movimentos: 
orientação e flexão. Orientação acomoda o diâmetro OF 
ao diâmetro mais favorável do estreito superior da pelve 
materna. A flexão se dá pela contração do útero 
pressionando o fundo uterino sobre a nádega e a coluna 
vertebral do feto. 
→ Descida: Movimento complementar à insinuação. 
• Rotação interna: Ocorre durante a descida, para 
que a cabeça fetal fique no diâmetro antero-
posterior (em direção ao púbis da mãe). → para 
descer, ele faz essa rotação interna para deixar o 
diâmetro antero-posterior da cabeça dele de 
acordo com o diâmetro antero-posterior da mãe, 
ajudando a descer mais rápido. 
 
A descida ocorre utilizando o diâmetro oblíquo ou o 
transverso ao qual se orientou. A descida pode ser de duas 
formas: sinclítica – quando os dois parietais descem de 
forma simultânea e assinclítica – quando acontecem 
movimentos de inclinação lateral, movimentos em “badalo 
de sino”, de forma que um dos parietais desce antes que o 
outro. O assinclitismo pode ser anterior ou posterior. No 
anterior, desce primeiro o parietal anterior, logo, a sutura 
sagital fica mais próxima do sacro. É chamado de 
“obliquidade de Nägele”. No assinclitismo posterior, desce 
primeiro o parietal posterior, logo, a sutura sagital fica mais 
próxima do pube. É chamado de “obliquidade de Litzman”. 
Normalmente, o assinclitismo é transitório e considerado 
acomodação da apresentação. O assinclitismo 
permanente configura distocia. 
→ Desprendimento: Quando ocorre a expulsão do polo 
cefálico. 
• Deflexão: Ocorre deflexão da cabeça para a saída 
→ empurra a cabeça para cima para conseguir 
desprender. 
 
Obs: Todos esses movimentos e etapas são feitos sozinhos, 
dificilmente o médico precisa fazer alguma coisa. 
O desprendimento se realiza por deflexão, chamado 
movimento de “chifrada”. A cabeça avança e recua a 
cada contração. Há oposição da vagina, vulva e períneo. 
Este se abaula e o ânus se entreabre. Aparecem os parietais 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
e a grande fontanela. A base do nariz se encontra em 
contato com o cóccix. Sai o resto da cabeça com a face 
voltada para o chão 
→ Rotação externa: A cabeça fetal roda para o lado que 
estava no momento da insinuação → posicionar os ombros 
no sentido anteroposterior. 
• Desprendimento dos ombros: 
Ombro anterior → ombro 
posterior. 
- Por exemplo, se o bebê insinuou 
na posição transversa, ele volta 
para a posição transversa. 
- Lembrando que o médico NÃO 
roda a cabeça do bebê, ele faz 
isso sozinho para conseguir soltar o 
ombro anterior e posterior. 
Ao desprendimento da cabeça se segue o desprendimento 
das espáduas. Primeiro o ombro anterior, por baixo do pube 
e, depois, o posterior, que distende o períneo. 
FASES CLÍNICAS DO PARTO: 
ANTES: Período premonitório + Fase latente 
1. Primeiro período: Fase ativa 
2. Segundo período: Período expulsivo 
3. Terceiro período: Secundamento 
4. Quarto período: Período de Greenberg 
- O período premonitório e fase latente é aquela que a mãe 
começa a sentir contrações, que são contrações de 
treinamento que estão ficando cada vez mais frequentes, 
mas ainda não tem alteração do colo do útero. 
Friedman definiu a fase latente como o momento em que a 
parturiente percebe as contrações uterinas regulares, 
pouco dolorosas. Normalmente, é o período até a dilatação 
de 3 a 5 cm, definido como limite de dilatação da fase 
latente e o início da fase ativa. A dilatação nessa fase é em 
média de 0,35 cm por hora, com duração variável, de difícil 
delimitação. A fase latente é considerada prolongada 
quando se estende por mais de 20 horas nas nulíparas e 14 
horas nas multíparas. 
1º período: Inicia-se com o trabalho de parto e termina com 
a dilatação total (10 cm). 
- Geralmente esse primeiro período nas primíparas tem 
duração de 8h e nas multíparas de 5h. 
- Nesse período, deve fazer ausculta fetal a cada 30 minutos. 
- Para das diagnóstico do início do trabalho de parto: 
• Contrações dolorosas, ritmicas (pelo menos 3 
contrações em 10 min) 
• Dilatação cervical > 4 cm 
A fase ativa tradicionalmente se inicia com entre 3 e 4 cm; 
multíparas evoluem, em média, 1,5 cm por hora, com 2,4 
horas (máximo de 5,2 horas) de duração, e nulíparas, 1,2 cm 
por hora, com 4,6 horas (máximo de 11,7 horas) de duração. 
2º período: Início com a dilatação total do colo (10 cm) e 
termina com a expulsão do feto. 
- Geralmente em nulíparas pode durar até 2h e em 
multíparas dura em torno de 1h. 
- Período expulsivo: 
• Dilatação de 10 cm 
• Contrações uterinas em média de 5 a cada 10 
minutos, durando 60-70 segundos 
• Desejo de evacuar / agitação / puxos maternos 
Obs: Puxo materno é o desejo de expulsar o bebê. 
Obs: Quando já está no período expulsivo, deve fazer 
ausculta fetal a cada 5 minutos. 
- Depois que o bebê nasce, vai esperar de 1 a 3 minutos, 
clampear o cordão e separar o bebê da mãe. 
Alguns fatores podem influenciar no tempo de duração 
desse período; no caso de mulheres com pelve contraída, 
feto grande a para idade gestacional ou com efeito de 
analgesia, esse período pode tornar-se mais duradouro. 
3º período: É depois do nascimento do bebê, quando ocorre 
o descolamento e a expulsão da placenta (até 30 minutos 
após o período expulsivo). 
• Baudelocque-Schuitze: Saída da placenta → 
hemorragia. Placenta fundica. 
• Baudelocque-Duncan:Hemorragia → saída da 
placenta. Placenta lateral. 
- Primeiramente, para que ela possa sair, o médico faz uma 
tração controlada do cordão umbilical (pega a parte do 
cordão e fica contraindo para que o útero também possa 
contrair e a placenta possa se desprender). 
- O ministério da saúde preconiza a aplicação de 10 
unidades de ocitocina intramuscular. Em qualquer situação, 
deve fazer essas 10 unidades de ocitocina para prevenir 
hemorragia pós-parto e ajudar que o útero contraia mais e 
a placenta saia. 
- A placenta pode sair de dois jeitos. A Baudelocque-
Schuitze geralmente é aquela placenta que estava 
grudada no fundo do útero, por isso sai primeiro a placenta 
para depois sangrar. Já a Baudelocque-Duncan é quando 
a placenta está lateral, por isso primeiro sai o sangue e 
depois a placenta. → vão ser importantes para diferenciar 
quando o sangramento é pela forma da saída da placenta 
ou quando é uma hemorragia pós-parto. 
Após a expulsão do feto, as contrações uterinas se mantêm, 
a fim de promover o desprendimento da placenta da sua 
área de inserção, para que ocorra a dequitação. 
Geralmente as três primeiras contrações desinserem a 
placenta da sua topografia, e demora em média 6 minutos 
até que ela atinja o segmento inferior, chamado de tempo 
corporal. O segmento inferior não tem força contrátil para 
expulsá-la. Para tanto, a mulher sente novamente 
necessidade dos puxos ou, em alguns casos, é necessária a 
intervenção do obstetra. 
Contudo, essas contrações, mesmo sendo tão intensas 
quanto as do parto, não têm a sobreposição dos puxos e 
ocorrem no período em que a paciente, vivendo a 
plenitude pelo nascimento e também o cansaço, não as 
percebe. Alguma percepção dessas contrações pode surgir 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
no momento exato em que a placenta será expulsa através 
da vagina. 
Baudelocque-Schultze (BS): mecanismo central de 
decedura, em que a placenta se encontra inserida 
posteriormente no fundo do útero: no momento do 
descolamento, ocorrerá primeiro a exteriorização pela face 
fetal da placenta, para então haver a eliminação do 
coágulo (hematoma retroplacentário). Acontece em 85% 
dos casos. 
Baudelocque-Duncan (BD): mecanismo periférico, menos 
comum, de secundamento, a placenta se encontra inserida 
na parede lateral do útero: no momento do descolamento 
pela face materna, ocorre primeiro o sangramento e logo 
em seguida a exteriorização da placenta. 
4º período: Do final do secundamento até 1 h após o parto. 
Essa é a hora de ouro na obstetrícia porque é o período de 
maior risco de hemorragia. 
- Como já vai ter feito a ocitocina para evitar a hemorragia, 
deixa a paciente em observação para avaliar a contração 
do útero. 
Denominado de quarto período de Greenberg, 
corresponde à primeira hora após a dequitação. Nesse 
período, após o desprendimento da placenta, ocorre a 
retração uterina com a formação de coágulos fisiológicos. 
Deve-se ter cuidado particular nesse período, devido ao 
fato de que poderão ocorrer hemorragias significativas, 
tendo como causa a atonia uterina. 
 
- Os mecanismos de hemostasia vão evitar a hemorragia 
pós-parto e ajudar para que o útero pare de contrair. 
- A contração uterina leva às ligaduras vivas de Pinard 
(ligadura dos vasos); depois ocorre a coagulação do 
sangue (tombotamponagem, por isso tem uma tendência 
maior de trombose); indiferença miouterina é quando o 
útero começa a contrair e relaxar repetidamente para 
comprimir os vasos; e depois faz uma contração uterina 
“fixa”, mantem o tono uterino e diminui o sangramento. 
- Outro fator para diminuir o sangramento é colocar o bebê 
para mamar, porque durante a amamentação tem 
liberação de ocitocina, que estimula as contrações do útero 
e diminui a chance de sangramento. 
Após 12 horas de ocorrido o parto, as contrações uterinas 
diminuem até a frequência de 1 a cada 10 minutos. A 
atividade uterina nessa fase é indispensável para inibir a 
hemorragia pós-parto, sendo as contrações uterinas que 
selam os vasos sangrantes da zona de inserção placentária, 
sem as quais, a mulher sangraria até a morte. São também 
as contrações uterinas responsáveis pela expulsão dos 
coágulos e dos lóquios durante o puerpério. Após as 
primeiras 24 horas, em geral, essas contrações são 
perceptíveis no momento do aleitamento, quando a 
puérpera sente cólicas, chamadas de dores de tortos. São 
responsáveis pelo retorno uterino gradativo para a pelve 
feminina durante o transcurso das fases puerperais. 
No período de Greenberg é caracterizado por mecanismos 
que atuarão na prevenção fisiológica do sangramento do 
leito uteroplacentário. O primeiro mecanismo é a contração 
do útero, pós-dequitação, provocando obliteração dos 
vasos miometriais pela contração muscular, o 
miotamponamento, descrito por Pinard e denominado de 
ligaduras vivas de Pinard. Provocando um tamponamento 
devido à formação de trombos intravasculares que 
obliteram os grandes vasos uteroplacentários e de coágulos 
que preenchem a cavidade uterina, fase conhecida como 
segunda fase de proteção contra a hemorragia, o 
trombotamponamento. Conforme Greenberg, a retirada 
desses coágulos, por manobras de expressão do útero no 
pós-parto, deve ser evitada e considerada não fisiológica. 
Na fase de indiferença miouterina, o útero intercala 
períodos de contração e relaxamento miometrial, podendo 
haver períodos de sangramento por enchimento de sangue 
intrauterino. Alguns fatores podem prolongar essa fase de 
indiferença miouterina e comprometer a hemostasia 
uterina, como: trabalho de parto prolongado ou 
excessivamente rápido, gestações múltiplas, fetos 
macrossômicos ou polidrâmnio, por hiperdistensão uterina. 
Após 1 hora do parto, o útero evoluirá com a fase de 
contração uterina fixa, por adquirir maior tônus, mantendo 
a hemostasia. 
PARTOGRAMA: 
- Inicia quando estiver em fase ativa do trabalho de parto. 
- É a apresentação gráfica do trabalho de parto que serve 
para acompanhar e avaliar se o parto está evoluindo de 
forma habitual ou não, para saber quando deve intervir. 
O partograma pode ser utilizado durante todos os trabalhos 
de parto conduzidos em ambiente hospitalar e, quando fora 
dele, apenas em casos de gestação de risco habitual, a 
termo e com início espontâneo. 
 
- Colocar nome da paciente, centímetros de dilatação (do 
lado esquerdo), o plano de DeLee (do lado direito), 
contrações da paciente (embaixo) de acordo com a 
duração de cada contração e no final tem para colocar se 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
a bolsa está íntegra ou já rompeu, se o líquido amniótico 
está claro ou se tem líquido meconial (o bebê fez cocô) e 
se a paciente está usando ocitocina ou não. 
- A dilatação pinta com um triângulo, e a altura da 
apresentação pinta com uma bolinha 
- Existe a linha de alerta e a linha de ação. A linha de alerta 
é aquela traçada depois que começa a dilatação, 
enquanto a linha de ação é 4h após a linha de alerta → 
Significa que quando o bebê está passando da linha de 
alerta já tem que ficar atento e tomar alguma atitude para 
que esse trabalho de parto evolua, e se ele passou da linha 
de ação, já passou do limite para ele nascer, aí precisa 
intervir de verdade, se não vai ocorrer algum problema para 
a mãe ou para o bebê. 
 
- O normal é ver a dilatação subir (aumentar o triângulo) e 
a apresentação do bebê descer (cair a bolinha). 
- Também deve marcar o dia e a hora do trabalho de parto 
para avaliar quantas horas durou. 
• A taxa normal de dilatação é de 1 a 1,5 cm por hora 
(pode ter uma variação para mais ou para menos 
dependendo da paciente ser nulípara ou 
multípara). 
• Ultrapassou a linha de alerta: Melhor observação do 
trabalho de parto. 
• Ultrapassou a linha de ação: Necessidade de 
intervenção. 
DISTOCIAS DO TRABALHO DE PARTO: 
- É aquele trabalho de parto que não está evoluindo da 
forma habitual.- É aquela que ultrapassa a linha de alerta porque ocorre 
uma demora para a dilatação atingir 10 cm. Isso acontece 
geralmente porque a mulher não está contraindo de forma 
adequada (quem faz o colo do útero mudar é a contração 
uterina). 
- Para corrigir esse problema, pode romper a bolsa da 
paciente (amniotomia) ou aplicar ocitocina para que a 
mãe comece a contrair melhor. 
A principal causa dessa anormalidade é a presença de 
contrações em número ou qualidade insuficiente para 
promover a dilatação do colo uterino. Portanto, sua 
correção é feita, em um primeiro momento, pelo emprego 
de movimentação da parturiente priorizando posturas 
verticalizadas e por alívio de dor. Caso não se obtenha o 
resultado desejado, administração de ocitocina ou rotura 
artificial das membranas são outras opções para correção 
do quadro. 
 
- O período pélvico prolongado também é chamado de 
período expulsivo prolongado. 
- Para ser um período expulsivo prolongado, precisa ter 10 
cm de dilatação (que é o que determina o início do período 
expulsivo). O período expulsivo prolongado é quando o 
bebê está demorando para descer → pode corrigir com 
amniotomia ou com ocitocina. 
Obs: Cada coluna do partograma representa 1 hora. 
Essa distocia é diagnosticada no partograma quando a 
descida da apresentação é progressiva, porém ocorre em 
velocidade inferior à esperada para a paridade e 
condições clínicas da paciente. 
 
- É quando o bebê tem dilatação completa, mas não desce 
(não passou do plano 0 de DeLee) → está tendo uma 
desproporção céfalo-pélvica (DCP) ou alguma alteração 
na apresentação do bebê (se tiver algum tipo de deflexão, 
ele não nasce). 
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- Se for por algum motivo que não é possível corrigir, deve ir 
para a cesárea. Se o bebê passou do plano 0 de DeLee e 
ficou preso no +1 ou +2, pode utilizar o fórceps e tirar o bebê 
de lá (mas ele tem que estar abaixo do plano 0, se não não 
nasce). 
Nesse caso, a distocia é definida como ausência de 
progressão da descida em dois exames cervicais sucessivos, 
com intervalo de 1 hora ou mais. 
Como o principal motivo dessa intercorrência é a 
desproporção cefalopélvica, sua correção deve ser rápida 
e por meio de intervenções que promovam o mecanismo 
de parto, especialmente as rotações. Logo, a verticalização 
da parturiente, rotura de bolsa e rotação manual do polo 
cefálico podem auxiliar na sua correção. 
 
- É o colo do útero que parou de dilatar, e provavelmente é 
por uma desproporção céfalo-pélvica e o bebê não vai 
nascer. 
- Para fazer esse diagnóstico de forma objetiva, faz dois 
toques vaginais e o colo não saiu do lugar. 
- A indicação geralmente é de cesariana nesses casos 
Obs: Mesmo que faça ocitocina durante o parto por conta 
de alguma distocia, ainda assim precisa fazer as 10 unidades 
de ocitocina intramuscular no pós-parto. 
Nesse caso, a distocia é definida como ausência de 
progressão da dilatação em dois exames cervicais 
sucessivos, com intervalo maior de 2 horas, na presença de 
contrações uterinas adequadas. 
A causa dessa distocia é a desproporção cefalopélvica, 
que na maioria dos casos, é relativa e secundária a 
apresentações fetais defletidas ou em variedades de 
posição transversas ou posteriores. Logo, para sua correção, 
devem-se utilizar estratégias que auxiliem o mecanismo de 
parto, tais como priorização de posturas verticalizadas, alívio 
importante da dor (incluindo analgesia farmacológica) e 
rotura artificial das membranas. Vale destacar que, nessa 
condição, as contrações uterinas geralmente são em 
número e intensidade adequados, assim a prescrição de 
ocitocina não deve ser vista como intervenção. Quando 
necessária, deve ser realizada com cuidado. 
 
- É o parto rápido que ocorre taquissistolia (contração 
exagerada do períneo → mais do que 5 contrações em 10 
minutos), e isso acontece quando o útero está contraindo 
demais, de forma que o bebê vai ser expulso mais rápido. 
- É quando ocorre dilatação, descida e expulsão em menos 
de 4h de trabalho de parto. 
- Tem um risco enorme de fazer hemorragia pós-parto ou 
laceração do canal de parto, por ter evoluído para a 
expulsão muito rápido. 
- Nesse caso, só dá para corrigir o que estava sendo feito. Se 
a paciente estava recebendo ocitocina, suspende a 
ocitocina e coloca uma hidratação. 
Distocia diagnosticada, frequentemente de maneira 
retrospectiva, quando o período que se estende do início 
da fase ativa da dilatação e a expulsão do feto é de 4 horas 
ou menos. O padrão de contrações é de taquissistolia e a 
principal causa dessa intercorrência é o uso iatrogênico de 
ocitocina. Nesse caso, a parada de infusão de ocitocina é 
mandatória. No partograma, a curva de dilatação se 
distancia da linha de alerta para a esquerda. Essa distocia 
está associada a maiores riscos de hemorragia puerperal, 
tanto por atonia uterina quanto por lacerações de trajeto, e 
sofrimento fetal agudo. Portanto, recomenda-se especial 
atenção à vitalidade fetal e à assistência no terceiro e 
quarto períodos. 
 
REFERÊNCIA: Tratado de obstetrícia (FEBRASGO) e aula

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