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Luíza Barreto – Medicina 2021.2 Estudo do Parto/Partograma ANATOMIA DA PELVE: • O canal do parto vai desde o útero até a fenda vulvar • É constituído por partes moles e duras que são responsáveis por dificultar ou facilitar a saída do feto - O trajeto duro é a parte óssea da mãe, e é nele que tem a maioria dos problemas do parto, por não ter mobilidade e capacidade de ajuste. → mesmo com o fenômeno da embebição gravídica, onde as articulações se enchem de água, relaxam mais, ainda assim é uma estrutura óssea, e se tiver alguma desproporção entre o bebê e a pelve, ele não vai conseguir passar. - O trajeto mole é colo do útero, vagina e vulva. - Olhando a pelve de forma lateral, dá pra ver que existem alguns estreitos pelos quais a cabeça do bebê vai ter que passar, e isso vai ser importante para a mecânica do parto. Anatomicamente, a pelve obstétrica está dividida em grande e pequena bacia ou escavação, e a grande também é denominada pelve falsa e se localiza acima da linha terminal, tendo como limite lateral as fossas ilíacas, posteriormente à coluna vertebral e anteriormente à porção inferior da musculatura abdominal. A pelve verdadeira é a parte da bacia obstétrica mais importante do ponto de vista da parturição, seus limites são constituídos superiormente pela linha terminal, posteriormente pela superfície anterior do sacro, lateralmente pela superfície interna dos ísquios, ligamentos e fendas sacrociáticas e anteriormente tem como limite o púbis, o ísquio e o forame obturador. É constituída basicamente por quatro ossos: dois ilíacos, o sacro e o cóccix, que, por sua vez, são constituídos pela união do ílio, ísquio e púbis. Esses ossos se articulam entre si dando origem às articulações denominadas: sínfise púbica, articulações sacroilíacas e sacrococcígea. Esse conjunto ósseo articulado entre si constitui na mulher a parte óssea do canal do parto, que associado às partes moles representadas pela musculatura pélvica, útero e vagina, formam o trajeto ou canal do parto. PEQUENA BACIA: É o canal ósseo por onde o feto passa (canal verdadeiro), e é dividida em três estreitos: 1. Estreito superior 2. Estreito médio 3. Estreito inferior - Vai ser importante para medir durante o exame físico e avaliar se vai ser possível ou não o nascimento do bebê pela pelve da mãe. → Estreito superior: 1. Conjugata anatômica → Distância entre o promontório e a borda superior da sínfise púbica. Mede 11 cm. 2. Conjugata obstétrica → Distância entre o promontório e a borda interna da sínfise púbica. Mede 10,5 cm. (IMPORTANTE) 3. Conjugata diagonal → Distância entre o promontório e a borda da sínfise púbica. Mede 12 cm (conjugata obstétrica mede 1,5 cm a menos). - Quando faz o toque, só é possível pedir a conjugata diagonal, pois não é possível palpar do promontório até o meio da sínfise púbica. Como a conjugata diagonal não é a menor, palpa e diminui 1,5 cm para achar qual é a conjugata obstétrica, que é a menor por onde o bebê vai passar. → Estreito médio: • Nível das espinhas isquiáticas – 10,5 cm • Plano de menor diâmetro da pelve materna • Limites: o Anterior: Borda inferior do osso púbico o Lateralmente: Espinhas isquiáticas o Posterior: Sacro Luíza Barreto – Medicina 2021.2 - O estreito médio tem uma distância de 10,5 cm entre os ossos (espinhas isquiáticas), sendo o menor diâmetro da pelve materna. → Por isso é tão importante quando o paciente passa pelo estreito médio, porque se ele passou pelo menor espaço da pelve, significa que vai nascer (está insinuado), → Estreito inferior: • Diâmetro anteroposterior: Cóccix até a borda inferior do púbis (mede 9,5 cm) • Durante a expulsão fetal ocorre a retropulsão do cóccix, que leva a um aumento de 2 a 3 cm → conjugata exitus. - Ele aumenta porque, durante o trabalho de parto, o cóccix da paciente vai para trás, aumentando esse diâmetro. - É o último estreito pelo qual o bebê vai passar antes de nascer → por isso chama de conjugata exitus. Obs: Vera anatômica é a mesma coisa que conjugata anatômica. - Diz que o bebê está insinuado quando chega no estreito médio, que é o menor diâmetro da pelve. A bacia menor é também denominada escava, escavação ou bacia obstétrica. Didaticamente, ela é dividida nos estreitos superior, médio e inferior e consideram-se seus respectivos diâmetros. Estreito superior: É delimitado, no sentido posteroanterior, pelo promontório, pela borda anterior da asa do sacro, pela articulação sacroilíaca, pela linha inominada, pela eminência ileopectínea e pela borda superior da sínfise púbica. Há um diâmetro anteroposterior, de interesse obstétrico, traçado do promontório até a borda superior da sínfise púbica, cujo nome é diâmetro promonto suprapúbico (conjugata vera anatômica) e mede 11 cm. Também de interesse obstétrico e medindo de 10,5 a 11 cm, o diâmetro promonto púbico mínimo (conjugata vera obstétrica ou diâmetro útil de Pinard), é traçado do promontório à face posterior da sínfise púbica, mais precisamente até o ponto retrossinfisário de Crouzat, situado 3 a 4 mm abaixo da borda superior da sínfise púbica. Estreito médio: Delimitado no sentido posteroanterior pelo ápice do sacro (precisamente entre a quarta e a quinta vértebra sacral), passa pelo processo transverso da quinta vértebra sacral, pela borda inferior dos ligamentos sacroisquiáticos e pelas espinhas isquiáticas e segue anteriormente até a margem inferior da sínfise púbica. Dois diâmetros devem ser citados: o sacro médio-púbico (anteroposterior), que vai do meio da face anterior da terceira vértebra sacral até o meio da face posterior da sínfise púbica, medindo 12 cm; e o biisquiático (transverso), que se estende de uma espinha isquiática à outra, mede 10,5 cm e é o ponto de maior estreitamento do canal de parto. Estreito inferior É delimitado, no sentido posteroanterior, pelo promontório e pela ponta do cóccix; estende-se pela borda inferior do grande ligamento sacroisquiático, pela face interna da tuberosidade isquiática e pela borda inferior do ramo isquiopúbico, até atingir a sínfise púbica. Esse estreito é representado por dois triângulos, tendo como base uma linha que passa pela tuberosidade isquiática. O anterior tem seu ápice no meio da borda inferior da sínfise púbica e o posterior o tem na ponta do cóccix. Existe um diâmetro anteroposterior traçado da ponta do cóccix ao meio do diâmetro bituberoso denominado diâmetro sagital posterior (com 7,5 cm), que não possui interesse obstétrico. Contudo, o diâmetro cóccix-subpúbico, que se estende da ponta do cóccix à borda inferior da sínfise púbica e mede 9,5 cm é de interesse obstétrico e, na fase final da expulsão fetal, após a retropulsão do sacro, amplia-se em 2 a 3 cm, recebendo o nome de conjugata exitus. Já o diâmetro transverso se situa entre as duas faces internas da tuberosidade isquiática, mede 11 cm e é chamado biisquiático ou bituberoso. - Cada mulher tem um tipo de pelve, mas grande maioria das mulheres tem a pelve ginecoide, e é a melhor por ter um diâmetro anteroposterior grande (traz um bom prognóstico para o feto). - O tipo androide, antropoide e platipeloide tem alterações que podem levar a um distorce do trabalho de parto. - Não é possível identificar o tipo de pelve antes do trabalho de parto → existe a pelvimetria externa, mas não é comumente utilizada. A ultrassonografia pode ser utilizada como propedêutica da avaliação da bacia da grávida, entretanto tem aplicação restrita; quando utilizada visa obter, com precisão, as medidas da conjugata vera obstétrica do diâmetro Luíza Barreto – Medicina 2021.2 biespinha ciática, bem como o diâmetro biparietal do concepto. ESTÁTICA FETAL: Estática fetal é como o feto se posiciona dentro do útero. • Situação fetal• Apresentação fetal • Posição fetal • Atitude fetal • Altura da apresentação • Variedade de posição → SITUAÇÃO: Corresponde a relação entre os eixos longitudinais do feto e do útero. - O maior eixo vai ser compreendido a partir da manobra de Leopold. - Se o maior diâmetro for o latero-lateral, o bebê vai estar na situação transversal ou córmica → a medida do fundo do útero vai ser menor. - Longitudinal é quando o maior eixo uterino e fetal coincidem (ocorre em 99,5% das vezes). - A situação oblíqua geralmente é de transição → o bebê logo vai para a longitudinal ou para a transversal (dá para mudar inclusive no exame físico, e geralmente o bebê inclina para a longitudinal) → APRESENTAÇÃO: Região do feto que se relaciona com o estreito superior da bacia (onde ocorre a insinuação). - A apresentação do bebê depende da situação. Se a situação for longitudinal, pode ter uma apresentação cefálica ou pélvica, sendo que a pélvica pode se apresentar de 3 formas. - A pélvica completa é quando as duas pernas estão para cima; a pélvica incompleta é quando o bebê está com as pernas cruzadas; e a apodálica é quando já saiu algum pé do bebê, e essa é a pior apresentação, pois significa que se saiu só um pé, o outro ficou preso na pelve da mãe (isso é uma urgência e tem indicação de cesariana de urgência). A apresentação é definida como a região fetal que ocupa o estreito superior e nele vai se insinuar. É importante salientar que a apresentação pode ser bem definida após o sexto mês, pois o volume da região fetal deve ser capaz de encontrar obstáculo na sua passagem pela bacia, e antes desse período os diâmetros dos polos fetais são muito inferiores aos da bacia. A partir da vigésima semana, o útero se converte da forma piriforme ou esférica para a forma cilíndrica e vai se alongando progressivamente com velocidade maior até 32 semanas. Existe aumento na dimensão transversa da região fúndica, a qual avança até 36 semanas de gestação. O útero gestante torna-se mais amplo no fundo e suas paredes procuram manter o feto em situação longitudinal. Na situação longitudinal, a apresentação pode ser cefálica ou pélvica, de acordo com a região que ocupa a área do estreito superior. Na situação transversa, a apresentação é denominada córmica. - A fontanela anterior é maior e tem formato de losango e a fontanela posterior é menor e tem formato de triângulo. A cabeça fetal se constitui no principal ponto de dificuldade a passar pelos estreitos da pelve. É representada por: suturas, fontanelas, diâmetros, circunferências e formações especiais. O crânio fetal é constituído por sete ossos: dois ossos frontais, dois temporais, dois parietais, um occipital, um esfenoide e um etmoide. No feto esses ossos estão apenas justapostos e separados por espaços membranosos (suturas), cuja união limita alguns pequenos espaços (fontanelas). Bregma: conhecida também como fontanela anterior, quadrangular, grande ou maior. É formada pela junção das suturas sagital, coronária e metópica. Tem forma de losango ou quadrangular. Não desaparece com os fenômenos plásticos do parto (cavalgamento ósseo e bossa serossanguínea), por isso é excelente ponto de referência para identificação da apresentação, posição e variedade de posição. Lambda: conhecida também por fontanela posterior, occipital, triangular, pequena ou menor. É formada pela junção das suturas sagital e occipitoparietal. Recebeu esse nome por lembrar a letra grega λ (lambda) (quando não está deformada devido aos fenômenos plásticos do parto). Com o decorrer do parto, vai perdendo sua forma triangular, devido à sobreposição do osso occipital sob os parietais, tornando-se angular, e constitui o sinal do Luíza Barreto – Medicina 2021.2 compasso de Varnier, onde só é possível se tocar as bordas posteriores dos parietais. - A cabeça do bebê tem vários diâmetros, e o menor é o diâmetro subocciptobrregmático (mede 9,5 cm) → Se o menor estreito da mãe mede 9,5 cm, precisa que o bebê esteja com a cabeça na posição para passar por esse estreito. - Para atingir esse menor diâmetro, o bebê precisa estar na posição fletida. - Quando faz o toque, tem que palpar a fontanela posterior, indicando que o bebê está com a cabeça fletida. - Se no toque vaginal palpar a fontanela anterior, a cabeça não está totalmente fletida para sair → ele pode sair, mas vai ter uma dificuldade maior (defletido de 1º grau). - Se no toque, palpar a fronte do bebê (a testa), ele está defletido de 2º grau e não vai passar na pelve da mãe, da mesma forma se palpar a face do bebê (defletido de 3º grau → não vai nascer de jeito nenhum, precisa da cesárea). - O ideal é que o bebê desça pela pelve da mãe com a cabeça fazendo os movimentos, mas sempre voltando para a posição do meio, onde a sutura sagital vai estar em uma distância parecida entre o promontório e o púbis. - Se no toque vaginal a sutura vaginal não está equidistante entre o promontório e o púbis, isso é chamado de assinclitismo (posição da cabeça diferente do habitual) → é quando o bebê geralmente faz uma bossa na cabeça ao nascimento, porque faz mais edema de um lado. - Para saber se é assinclitismo anterior ou posterior, é quando faz o toque vaginal: se tocar a região posterior da cabeça do bebê é posterior, e se tocar a região anterior é anterior. → é em relação à parte da cabeça do bebê que está tocando, e não em relação à posição da sutura sagital. → POSIÇÃO: Relação entre o dorso fetal e o lado do abdome materno. - Consegue sentir na manobra de Leopold. Quando o paciente está longitudinal, saber a posição ajuda no trabalho de parto, porque se o dorso está à esquerda, geralmente são bebês que nascem mais rápido, porque encaixam na pelve à esquerda e isso facilita o trabalho de parto da mãe. O propósito da posição fetal é encontrar a melhor localização para se realizar a ausculta dos batimentos cardíacos fetais que, na maioria das vezes, será homolateral ao dorso fetal, com ressalva às apresentações cefálicas defletidas de terceiro grau, em que a ausculta é mais bem realizada na face anterior do tórax do feto. → ATITUDE: Relação das diversas partes fetais entre si → Flexão generalizada. - A flexão generalizada ajuda a atingir o menor diâmetro para passar pelos estreitos da mãe. A atitude ou hábito fetal diz respeito às relações das diversas partes do feto entre si. Como já mencionado, o feto de termo mede cerca de 50 cm e, para caber dentro do útero, que mede 30 cm, ele precisa se adaptar, admitindo atitude característica. Em condições habituais, o feto se aloja na cavidade uterina em atitude de flexão generalizada, apresenta encurvamento da coluna vertebral, produzindo concavidade voltada para sua face anterior, com a cabeça levemente fletida, de maneira que o mento se aproxima do esterno. Os membros se apresentam flexionados e anteriorizados; nos membros inferiores, as coxas ficam fletidas sobre o abdome e as pernas fletidas sobre as coxas. Nos membros superiores, com os antebraços fletidos sobre os braços e aconchegados ao tórax. Nesse modo, o eixo fetal (distância entre o lambda ao cóccix) mede 25 cm, metade do seu comprimento total. → ALTURA: Luíza Barreto – Medicina 2021.2 - O estreito médio (a nível da espinha isquiática) corresponde ao plano 0 de DeLee → menor diâmetro da pelve. - O plano de DeLee corresponde à altura da cabeça do bebê durante o trabalho de parto → Para saber se o bebê está descendo ou se continua no mesmo lugar. - O plano 0 de DeLee determina que o bebê está insinuado, e tudo antes disso (antes da espinha isquiática) recebe uma pontuação negativa. → Se tiver 1cm acima é -1, 2 cm acima é -2, 5 cm acima -5, etc. - Tudo que tiver abaixo da linha do plano 0 de DeLee recebe pontuação positiva→ 1 cm abaixo é +1, 2 cm abaixo é +2... - Quando está no +4, já é possível ver o cabelo do bebê saindo pela pelve da mãe. - Muito pouco utilizado na prática, não precisa gravar, só saber que existe. - O terceiro plano do plano de Hodge corresponde ao plano 0 de DeLee. → VARIEDADE DE POSIÇÃO DO BEBÊ: A primeira letra se refere à apresentação fetal (identificado na palpação e toque): O (occipício), B (bregma), N (naso), M (mento), S (sacro) e A (acrômio). A segunda letra se refere à posição (lado materno para o qual está direcionado o ponto de referência fetal): D (direita) e E (esquerda). A segunda letra vai existir nas variedades anteroposteriores (púbica e sacral). As posições esquerdas são mais frequentes. A terceira letra se refere à variedade de posição, em que o feto está voltado para o ponto de referência da bacia materna: A (anterior – eminência ileopectínea), T (transversa – extremidade do diâmetro transverso), P (posterior – sinostose sacroilíaca ou púbis), S (sacro). - O símbolo vai corresponder à referência que foi percebida no toque vaginal. Ex: Na apresentação córmica vai palpar a clavícula do paciente (acrômio), sendo utilizado a letra A no símbolo. - Isso vai ser importante por conta dos pontos de referência do feto, já que quando o médico vai avaliar, vê a mãe de frente, • Primeira letra: Ponto de referência fetal • Segunda letra: Lado materno (direito ou esquerdo) • Terceira letra: Anterior ou posterior - A grande maioria dos pacientes vão estar na situação longitudinal, com apresentação cefálica, fletida, sendo palpável a fontanela posterior → o ponto de referência é a letra O, que vai ser a primeira letra. - Tudo o que está mais próximo do púbis da mãe é anterior e o que está mais próximo ao sacro é posterior. Ex: OEA = occipto-esquerdo-anterior; ODA = occipto-direito- anterior; OET = occipto-esquerdo-transverso; ODT = occipto- esquerdo-transverso; OEP = occipto-esquerdo-posterior; ODP = occipto-direito-posterior. ATIVIDADE UTERINA: - As contrações de Braxton Hicks são as contrações de treinamento, que iniciam por volta da 30ª semana de Lado D da mãe Lado E da mãe Luíza Barreto – Medicina 2021.2 gestação, mas são contrações espaçadas, não são rítmicas e não são dolorosas. - A medida que começa o trabalho de parto, as contrações ficam rítmicas e dolorosas → considera trabalho de parto quando tem uma frequência e aparece a cada 10 minutos mais de uma contração, e a medida que vai aumentando a dilatação e a fase de expulsão, essa contração vai ficando mais frequente. - As contrações de trabalho de parto é quando tem pelo menos 3 contrações dolorosas em 10 minutos e faz mudança do colo uterino (a contração de treinamento não faz mudança no colo). - O bebê nasce e as contrações não param de vez logo após o parto, continua contraindo até 24h do parto para que o útero contraia, faça hemostasia, diminua seu tamanho e não faça hemorragia no pós-parto da paciente. → Apagamento e dilatação do colo: - A contração do útero é do tipo tríplice gradiente descendente, ou seja, ela começa na parte superior do útero e vai descendo (contrai primeiro em cima e empurra o bebê para baixo) → tem uma patologia relacionada a isso que é quando a paciente faz contração do tipo tríplice gradiente reverso e começa a contrair do colo (não consegue empurrar o bebê). - As contrações fazem um apagamento e dilatação do colo do útero. Antes de dilatar ocorre o apagamento (o colo que era grosso começa a sumir), e depois disso o colo começa a dilatar (afastamento do colo). Até 28 semanas de gestação, a atividade uterina é muito baixa. São diminutas contrações que se restringem a pequenas áreas uterinas, são indolores e se confundem com os movimentos fetais. Segundo os estudos de Alvarez e Caldeyro-Barcia, variam de 2 a 8 mmHg. Após 30 semanas, as contrações uterinas se tornam mais frequentes e perceptíveis, até que quatro semanas antes do parto, chamado de período pré-parto, ganham intensidade e se difundem por área maior no globo uterino. Essas contrações denominam-se contrações de Braxton-Hicks. Sua intensidade chega a 8 mmHg em média, com frequência de três contrações por hora. No período pré-parto, as contrações têm a função de encurtar o corpo uterino e tracionar longitudinalmente o segmento e o colo uterino, que progressivamente se apaga e gradativamente se dilata. As contrações do pré-parto adaptam e insinuam a apresentação fetal na bacia. Depois, a cada contração do corpo uterino, o segmento inferior é estirado no sentido longitudinal. Há adelgaçamento de suas paredes. Ao termo da gravidez, o orifício externo cervical atinge em média 2 cm de dilatação com apagamento de 70% nas nulíparas, e 2,5 cm de dilatação e pagamento de 50%, nas multíparas. As contrações são habitualmente indolores até que a sua intensidade ultrapasse 15 mmHg (valor médio para parturientes sem analgotocia). Obs: Curioso pensar que, apesar de existir atividade uterina durante a gestação, não há descolamento placentário em condições fisiológicas. Isso ocorre pelo fenômeno chamado de “bloqueio progesterônico”. Na área de inserção placentária, há alto nível de progesterona, produzida pela placenta que acaba sendo absorvida pelo miométrio antes de ser levada pela circulação sanguínea. A progesterona tem ação local sobre a condução elétrica e consequentemente a contração uterina, especificamente no sítio placentário. Isso protege a paciente de um descolamento placentário durante a gestação, trabalho de parto e durante o próprio período expulsivo. No trabalho de parto, as contrações uterinas são frequentes, intensas e dolorosas. Ocorre transição gradativa com acréscimo da intensidade e da frequência, de forma a passar do período pré-parto para o franco trabalho de parto. Em média, as contrações atingem 30 mmHg, com frequência de duas a três em 10 minutos e duração média de 30 segundos, durante o período inicial da dilatação (2 a 3 cm), até atingir 40 mmHg de intensidade com frequência de quatro a cinco contrações em 10 minutos no período final da dilatação. Durante o período expulsivo, as contrações chegam a 5 em 10 minutos, com duração média de 50 segundos e intensidade de 50 mmHg. Os ligamentos redondos se contraem como o útero, tracionando o fundo para diante, colocando o eixo longitudinal da matriz na direção do eixo da escavação pélvica, facilitando a progressão do feto. Também no período expulsivo, somam-se às contrações uterinas movimentos involuntários de fechamento da glote com retesamento dos músculos abdominais, como uma vontade incontrolável de fazer força como nas evacuações: esse fenômeno se denomina “puxo”. Da mesma forma que as contrações uterinas do período expulsivo, os puxos têm intensidade de 50 mmHg, que então, somados (contrações do período expulsivo e puxos), chegam à incrível intensidade de 100 mmHg. Também durante o trabalho de parto, o útero vai encurtando e espessando na região do fundo, à medida que as contrações vão evoluindo e o colo uterino dilatando. O istmo é tracionado para cima e, em conjunto com a pressão exercida pela bolsa amniótica ou pelo polo cefálico, contra o colo, atuando em forma de cunha, constitui também fator determinante para a dilatação cervical. Em média, o trabalho de parto de uma primípara demora 10 a 12 horas e o de multíparas 6 a 8 horas. Triplo gradiente descendente: No útero da mulher, próximos de cada inserção tubária, existem marca-passos (à direita e à esquerda). Até o momento, acredita-se que o marca- passo direito seria soberano, contudo, alguns estudos demonstraram que esses poderiam funcionar independente e/ou conjuntamente. A constatação de que as ondas Luíza Barreto – Medicina 2021.2 contráteis uterinas têm início, são mais intensas e mais duradourasnas partes superiores do útero e vão decrescendo até as partes mais baixas denomina-se “triplo gradiente descendente”. O triplo gradiente descendente auxilia inquestionavelmente à medida que o colo dilata para que as contrações sejam de fato expulsivas, e não constritivas. Apagamento e dilatação do colo: Nas nulíparas, geralmente o esvaecimento do colo precede a dilatação, enquanto nas multíparas esses processos são concomitantes. Começa com contrações uterinas (metrossístoles) intensas, dolorosas e regulares que se iniciam a cada 30 minutos e vão aumentando de intensidade e frequência. Para um efetivo trabalho de parto, essas contrações devem apresentar frequência regular entre duas e três contrações a cada 10 minutos, intensidade em média de 40 mmHg e duração entre 30 e 90 segundos (média de 60 segundos). A sensação dolorosa se deve à hipóxia das fibras musculares do útero durante as contrações. Essas contrações, ditas efetivas, provocarão a dilatação do colo devido à tração que as fibras musculares do corpo uterino exercem sobre o segmento inferior e pela apresentação fetal insinuada, que exerce pressão hidrostática sobre a cérvix. MECANISMO DO PARTO: - Para que o tempo principal ocorra, precisa do tempo acessório. - Primeiro o bebê insinua, depois desce, desprende a cabeça e depois faz uma rotação externa para restituir a cabeça, mas para que o bebê possa insinuar, precisa fletir a cabeça; para que desça, precisa fazer uma rotação interna; para que desprenda a cabeça tem que fazer uma deflexão e para que faça uma rotação externa precisa desprender os ombros. → Insinuação: É quando ocorre a passagem do diâmetro biparietal pelo estreito superior, ou seja, quando o vértice da apresentação está ao nível das espinhas isquiáticas. → Quando o maior diâmetro da cabeça do bebê passa pelo plano 0 de DeLee. • Flexão: Mento fetal próximo ao tórax → diâmetro subocciptobregmático (se o bebê estiver defletido, ele não vai conseguir insinuar. - Se o bebê não conseguir chegar no plano 0 de DeLee, pode suspeitar de uma desproporção encéfalo-pélvica. Se o bebê conseguir chegar no plano 0, ele provavelmente vai descer, porque já passou pelo menor diâmetro da pelve. Nas primíparas, a insinuação pode ocorrer antes do início do trabalho de parto, num período que se chama de pré-parto e pode anteceder o desencadeamento do parto em 15 dias. Nas multíparas ocorre imediatamente antes da descida, normalmente durante o trabalho de parto. A insinuação da cabeça possui dois movimentos: orientação e flexão. Orientação acomoda o diâmetro OF ao diâmetro mais favorável do estreito superior da pelve materna. A flexão se dá pela contração do útero pressionando o fundo uterino sobre a nádega e a coluna vertebral do feto. → Descida: Movimento complementar à insinuação. • Rotação interna: Ocorre durante a descida, para que a cabeça fetal fique no diâmetro antero- posterior (em direção ao púbis da mãe). → para descer, ele faz essa rotação interna para deixar o diâmetro antero-posterior da cabeça dele de acordo com o diâmetro antero-posterior da mãe, ajudando a descer mais rápido. A descida ocorre utilizando o diâmetro oblíquo ou o transverso ao qual se orientou. A descida pode ser de duas formas: sinclítica – quando os dois parietais descem de forma simultânea e assinclítica – quando acontecem movimentos de inclinação lateral, movimentos em “badalo de sino”, de forma que um dos parietais desce antes que o outro. O assinclitismo pode ser anterior ou posterior. No anterior, desce primeiro o parietal anterior, logo, a sutura sagital fica mais próxima do sacro. É chamado de “obliquidade de Nägele”. No assinclitismo posterior, desce primeiro o parietal posterior, logo, a sutura sagital fica mais próxima do pube. É chamado de “obliquidade de Litzman”. Normalmente, o assinclitismo é transitório e considerado acomodação da apresentação. O assinclitismo permanente configura distocia. → Desprendimento: Quando ocorre a expulsão do polo cefálico. • Deflexão: Ocorre deflexão da cabeça para a saída → empurra a cabeça para cima para conseguir desprender. Obs: Todos esses movimentos e etapas são feitos sozinhos, dificilmente o médico precisa fazer alguma coisa. O desprendimento se realiza por deflexão, chamado movimento de “chifrada”. A cabeça avança e recua a cada contração. Há oposição da vagina, vulva e períneo. Este se abaula e o ânus se entreabre. Aparecem os parietais Luíza Barreto – Medicina 2021.2 e a grande fontanela. A base do nariz se encontra em contato com o cóccix. Sai o resto da cabeça com a face voltada para o chão → Rotação externa: A cabeça fetal roda para o lado que estava no momento da insinuação → posicionar os ombros no sentido anteroposterior. • Desprendimento dos ombros: Ombro anterior → ombro posterior. - Por exemplo, se o bebê insinuou na posição transversa, ele volta para a posição transversa. - Lembrando que o médico NÃO roda a cabeça do bebê, ele faz isso sozinho para conseguir soltar o ombro anterior e posterior. Ao desprendimento da cabeça se segue o desprendimento das espáduas. Primeiro o ombro anterior, por baixo do pube e, depois, o posterior, que distende o períneo. FASES CLÍNICAS DO PARTO: ANTES: Período premonitório + Fase latente 1. Primeiro período: Fase ativa 2. Segundo período: Período expulsivo 3. Terceiro período: Secundamento 4. Quarto período: Período de Greenberg - O período premonitório e fase latente é aquela que a mãe começa a sentir contrações, que são contrações de treinamento que estão ficando cada vez mais frequentes, mas ainda não tem alteração do colo do útero. Friedman definiu a fase latente como o momento em que a parturiente percebe as contrações uterinas regulares, pouco dolorosas. Normalmente, é o período até a dilatação de 3 a 5 cm, definido como limite de dilatação da fase latente e o início da fase ativa. A dilatação nessa fase é em média de 0,35 cm por hora, com duração variável, de difícil delimitação. A fase latente é considerada prolongada quando se estende por mais de 20 horas nas nulíparas e 14 horas nas multíparas. 1º período: Inicia-se com o trabalho de parto e termina com a dilatação total (10 cm). - Geralmente esse primeiro período nas primíparas tem duração de 8h e nas multíparas de 5h. - Nesse período, deve fazer ausculta fetal a cada 30 minutos. - Para das diagnóstico do início do trabalho de parto: • Contrações dolorosas, ritmicas (pelo menos 3 contrações em 10 min) • Dilatação cervical > 4 cm A fase ativa tradicionalmente se inicia com entre 3 e 4 cm; multíparas evoluem, em média, 1,5 cm por hora, com 2,4 horas (máximo de 5,2 horas) de duração, e nulíparas, 1,2 cm por hora, com 4,6 horas (máximo de 11,7 horas) de duração. 2º período: Início com a dilatação total do colo (10 cm) e termina com a expulsão do feto. - Geralmente em nulíparas pode durar até 2h e em multíparas dura em torno de 1h. - Período expulsivo: • Dilatação de 10 cm • Contrações uterinas em média de 5 a cada 10 minutos, durando 60-70 segundos • Desejo de evacuar / agitação / puxos maternos Obs: Puxo materno é o desejo de expulsar o bebê. Obs: Quando já está no período expulsivo, deve fazer ausculta fetal a cada 5 minutos. - Depois que o bebê nasce, vai esperar de 1 a 3 minutos, clampear o cordão e separar o bebê da mãe. Alguns fatores podem influenciar no tempo de duração desse período; no caso de mulheres com pelve contraída, feto grande a para idade gestacional ou com efeito de analgesia, esse período pode tornar-se mais duradouro. 3º período: É depois do nascimento do bebê, quando ocorre o descolamento e a expulsão da placenta (até 30 minutos após o período expulsivo). • Baudelocque-Schuitze: Saída da placenta → hemorragia. Placenta fundica. • Baudelocque-Duncan:Hemorragia → saída da placenta. Placenta lateral. - Primeiramente, para que ela possa sair, o médico faz uma tração controlada do cordão umbilical (pega a parte do cordão e fica contraindo para que o útero também possa contrair e a placenta possa se desprender). - O ministério da saúde preconiza a aplicação de 10 unidades de ocitocina intramuscular. Em qualquer situação, deve fazer essas 10 unidades de ocitocina para prevenir hemorragia pós-parto e ajudar que o útero contraia mais e a placenta saia. - A placenta pode sair de dois jeitos. A Baudelocque- Schuitze geralmente é aquela placenta que estava grudada no fundo do útero, por isso sai primeiro a placenta para depois sangrar. Já a Baudelocque-Duncan é quando a placenta está lateral, por isso primeiro sai o sangue e depois a placenta. → vão ser importantes para diferenciar quando o sangramento é pela forma da saída da placenta ou quando é uma hemorragia pós-parto. Após a expulsão do feto, as contrações uterinas se mantêm, a fim de promover o desprendimento da placenta da sua área de inserção, para que ocorra a dequitação. Geralmente as três primeiras contrações desinserem a placenta da sua topografia, e demora em média 6 minutos até que ela atinja o segmento inferior, chamado de tempo corporal. O segmento inferior não tem força contrátil para expulsá-la. Para tanto, a mulher sente novamente necessidade dos puxos ou, em alguns casos, é necessária a intervenção do obstetra. Contudo, essas contrações, mesmo sendo tão intensas quanto as do parto, não têm a sobreposição dos puxos e ocorrem no período em que a paciente, vivendo a plenitude pelo nascimento e também o cansaço, não as percebe. Alguma percepção dessas contrações pode surgir Luíza Barreto – Medicina 2021.2 no momento exato em que a placenta será expulsa através da vagina. Baudelocque-Schultze (BS): mecanismo central de decedura, em que a placenta se encontra inserida posteriormente no fundo do útero: no momento do descolamento, ocorrerá primeiro a exteriorização pela face fetal da placenta, para então haver a eliminação do coágulo (hematoma retroplacentário). Acontece em 85% dos casos. Baudelocque-Duncan (BD): mecanismo periférico, menos comum, de secundamento, a placenta se encontra inserida na parede lateral do útero: no momento do descolamento pela face materna, ocorre primeiro o sangramento e logo em seguida a exteriorização da placenta. 4º período: Do final do secundamento até 1 h após o parto. Essa é a hora de ouro na obstetrícia porque é o período de maior risco de hemorragia. - Como já vai ter feito a ocitocina para evitar a hemorragia, deixa a paciente em observação para avaliar a contração do útero. Denominado de quarto período de Greenberg, corresponde à primeira hora após a dequitação. Nesse período, após o desprendimento da placenta, ocorre a retração uterina com a formação de coágulos fisiológicos. Deve-se ter cuidado particular nesse período, devido ao fato de que poderão ocorrer hemorragias significativas, tendo como causa a atonia uterina. - Os mecanismos de hemostasia vão evitar a hemorragia pós-parto e ajudar para que o útero pare de contrair. - A contração uterina leva às ligaduras vivas de Pinard (ligadura dos vasos); depois ocorre a coagulação do sangue (tombotamponagem, por isso tem uma tendência maior de trombose); indiferença miouterina é quando o útero começa a contrair e relaxar repetidamente para comprimir os vasos; e depois faz uma contração uterina “fixa”, mantem o tono uterino e diminui o sangramento. - Outro fator para diminuir o sangramento é colocar o bebê para mamar, porque durante a amamentação tem liberação de ocitocina, que estimula as contrações do útero e diminui a chance de sangramento. Após 12 horas de ocorrido o parto, as contrações uterinas diminuem até a frequência de 1 a cada 10 minutos. A atividade uterina nessa fase é indispensável para inibir a hemorragia pós-parto, sendo as contrações uterinas que selam os vasos sangrantes da zona de inserção placentária, sem as quais, a mulher sangraria até a morte. São também as contrações uterinas responsáveis pela expulsão dos coágulos e dos lóquios durante o puerpério. Após as primeiras 24 horas, em geral, essas contrações são perceptíveis no momento do aleitamento, quando a puérpera sente cólicas, chamadas de dores de tortos. São responsáveis pelo retorno uterino gradativo para a pelve feminina durante o transcurso das fases puerperais. No período de Greenberg é caracterizado por mecanismos que atuarão na prevenção fisiológica do sangramento do leito uteroplacentário. O primeiro mecanismo é a contração do útero, pós-dequitação, provocando obliteração dos vasos miometriais pela contração muscular, o miotamponamento, descrito por Pinard e denominado de ligaduras vivas de Pinard. Provocando um tamponamento devido à formação de trombos intravasculares que obliteram os grandes vasos uteroplacentários e de coágulos que preenchem a cavidade uterina, fase conhecida como segunda fase de proteção contra a hemorragia, o trombotamponamento. Conforme Greenberg, a retirada desses coágulos, por manobras de expressão do útero no pós-parto, deve ser evitada e considerada não fisiológica. Na fase de indiferença miouterina, o útero intercala períodos de contração e relaxamento miometrial, podendo haver períodos de sangramento por enchimento de sangue intrauterino. Alguns fatores podem prolongar essa fase de indiferença miouterina e comprometer a hemostasia uterina, como: trabalho de parto prolongado ou excessivamente rápido, gestações múltiplas, fetos macrossômicos ou polidrâmnio, por hiperdistensão uterina. Após 1 hora do parto, o útero evoluirá com a fase de contração uterina fixa, por adquirir maior tônus, mantendo a hemostasia. PARTOGRAMA: - Inicia quando estiver em fase ativa do trabalho de parto. - É a apresentação gráfica do trabalho de parto que serve para acompanhar e avaliar se o parto está evoluindo de forma habitual ou não, para saber quando deve intervir. O partograma pode ser utilizado durante todos os trabalhos de parto conduzidos em ambiente hospitalar e, quando fora dele, apenas em casos de gestação de risco habitual, a termo e com início espontâneo. - Colocar nome da paciente, centímetros de dilatação (do lado esquerdo), o plano de DeLee (do lado direito), contrações da paciente (embaixo) de acordo com a duração de cada contração e no final tem para colocar se Luíza Barreto – Medicina 2021.2 a bolsa está íntegra ou já rompeu, se o líquido amniótico está claro ou se tem líquido meconial (o bebê fez cocô) e se a paciente está usando ocitocina ou não. - A dilatação pinta com um triângulo, e a altura da apresentação pinta com uma bolinha - Existe a linha de alerta e a linha de ação. A linha de alerta é aquela traçada depois que começa a dilatação, enquanto a linha de ação é 4h após a linha de alerta → Significa que quando o bebê está passando da linha de alerta já tem que ficar atento e tomar alguma atitude para que esse trabalho de parto evolua, e se ele passou da linha de ação, já passou do limite para ele nascer, aí precisa intervir de verdade, se não vai ocorrer algum problema para a mãe ou para o bebê. - O normal é ver a dilatação subir (aumentar o triângulo) e a apresentação do bebê descer (cair a bolinha). - Também deve marcar o dia e a hora do trabalho de parto para avaliar quantas horas durou. • A taxa normal de dilatação é de 1 a 1,5 cm por hora (pode ter uma variação para mais ou para menos dependendo da paciente ser nulípara ou multípara). • Ultrapassou a linha de alerta: Melhor observação do trabalho de parto. • Ultrapassou a linha de ação: Necessidade de intervenção. DISTOCIAS DO TRABALHO DE PARTO: - É aquele trabalho de parto que não está evoluindo da forma habitual.- É aquela que ultrapassa a linha de alerta porque ocorre uma demora para a dilatação atingir 10 cm. Isso acontece geralmente porque a mulher não está contraindo de forma adequada (quem faz o colo do útero mudar é a contração uterina). - Para corrigir esse problema, pode romper a bolsa da paciente (amniotomia) ou aplicar ocitocina para que a mãe comece a contrair melhor. A principal causa dessa anormalidade é a presença de contrações em número ou qualidade insuficiente para promover a dilatação do colo uterino. Portanto, sua correção é feita, em um primeiro momento, pelo emprego de movimentação da parturiente priorizando posturas verticalizadas e por alívio de dor. Caso não se obtenha o resultado desejado, administração de ocitocina ou rotura artificial das membranas são outras opções para correção do quadro. - O período pélvico prolongado também é chamado de período expulsivo prolongado. - Para ser um período expulsivo prolongado, precisa ter 10 cm de dilatação (que é o que determina o início do período expulsivo). O período expulsivo prolongado é quando o bebê está demorando para descer → pode corrigir com amniotomia ou com ocitocina. Obs: Cada coluna do partograma representa 1 hora. Essa distocia é diagnosticada no partograma quando a descida da apresentação é progressiva, porém ocorre em velocidade inferior à esperada para a paridade e condições clínicas da paciente. - É quando o bebê tem dilatação completa, mas não desce (não passou do plano 0 de DeLee) → está tendo uma desproporção céfalo-pélvica (DCP) ou alguma alteração na apresentação do bebê (se tiver algum tipo de deflexão, ele não nasce). Luíza Barreto – Medicina 2021.2 - Se for por algum motivo que não é possível corrigir, deve ir para a cesárea. Se o bebê passou do plano 0 de DeLee e ficou preso no +1 ou +2, pode utilizar o fórceps e tirar o bebê de lá (mas ele tem que estar abaixo do plano 0, se não não nasce). Nesse caso, a distocia é definida como ausência de progressão da descida em dois exames cervicais sucessivos, com intervalo de 1 hora ou mais. Como o principal motivo dessa intercorrência é a desproporção cefalopélvica, sua correção deve ser rápida e por meio de intervenções que promovam o mecanismo de parto, especialmente as rotações. Logo, a verticalização da parturiente, rotura de bolsa e rotação manual do polo cefálico podem auxiliar na sua correção. - É o colo do útero que parou de dilatar, e provavelmente é por uma desproporção céfalo-pélvica e o bebê não vai nascer. - Para fazer esse diagnóstico de forma objetiva, faz dois toques vaginais e o colo não saiu do lugar. - A indicação geralmente é de cesariana nesses casos Obs: Mesmo que faça ocitocina durante o parto por conta de alguma distocia, ainda assim precisa fazer as 10 unidades de ocitocina intramuscular no pós-parto. Nesse caso, a distocia é definida como ausência de progressão da dilatação em dois exames cervicais sucessivos, com intervalo maior de 2 horas, na presença de contrações uterinas adequadas. A causa dessa distocia é a desproporção cefalopélvica, que na maioria dos casos, é relativa e secundária a apresentações fetais defletidas ou em variedades de posição transversas ou posteriores. Logo, para sua correção, devem-se utilizar estratégias que auxiliem o mecanismo de parto, tais como priorização de posturas verticalizadas, alívio importante da dor (incluindo analgesia farmacológica) e rotura artificial das membranas. Vale destacar que, nessa condição, as contrações uterinas geralmente são em número e intensidade adequados, assim a prescrição de ocitocina não deve ser vista como intervenção. Quando necessária, deve ser realizada com cuidado. - É o parto rápido que ocorre taquissistolia (contração exagerada do períneo → mais do que 5 contrações em 10 minutos), e isso acontece quando o útero está contraindo demais, de forma que o bebê vai ser expulso mais rápido. - É quando ocorre dilatação, descida e expulsão em menos de 4h de trabalho de parto. - Tem um risco enorme de fazer hemorragia pós-parto ou laceração do canal de parto, por ter evoluído para a expulsão muito rápido. - Nesse caso, só dá para corrigir o que estava sendo feito. Se a paciente estava recebendo ocitocina, suspende a ocitocina e coloca uma hidratação. Distocia diagnosticada, frequentemente de maneira retrospectiva, quando o período que se estende do início da fase ativa da dilatação e a expulsão do feto é de 4 horas ou menos. O padrão de contrações é de taquissistolia e a principal causa dessa intercorrência é o uso iatrogênico de ocitocina. Nesse caso, a parada de infusão de ocitocina é mandatória. No partograma, a curva de dilatação se distancia da linha de alerta para a esquerda. Essa distocia está associada a maiores riscos de hemorragia puerperal, tanto por atonia uterina quanto por lacerações de trajeto, e sofrimento fetal agudo. Portanto, recomenda-se especial atenção à vitalidade fetal e à assistência no terceiro e quarto períodos. REFERÊNCIA: Tratado de obstetrícia (FEBRASGO) e aula
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