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FAP/ESTÁCIO Disciplina: Psicologia nas Organizações Prof.ª Drª. Rosa de Fátima Carvalho 1 O que são paradigmas? Para Gustavo Boog (1999), são referenciais que usamos continuamente para balizar nossas decisões. São “lentes” que condicionam nossa visão de mundo. No passado eram quase que imutáveis, ninguém os questionava. É comum encontrar resistências aos novos paradigmas. É difícil descartar o tradicional, o costumeiro. Guimarães Rosa possui uma frase muito interessante: “Tudo o que muda na vida vem quieto, no escuro, sem preparos de avisar”. Paradigmas em transição OS NOVOS PARADIGMAS DO MUNDO EMPRESARIAL Paradigma Mecanicista Paradigma Holístico A empresa é uma máquina e as pessoas, as engrenagens. No mundo dos negócios, a abertura e a franqueza são secundárias. A competição é a mola que move a empresa. Só o topo da empresa deve conhecer as estratégias e metas. Recursos Humanos Um bom gerente deve ser um bom técnico. A produção é o centro. Estilo centralizado e diretivo. A empresa é um sistema dinâmico e orgânico. Abertura e a franqueza são as bases do sucesso. A cooperação é a mola que move a empresa. Todo pessoal-chave participa e conhece as estratégias e metas. Talentos e Seres Humanos. Um bom gerente tem habilidades, técnicas, humanas e conceituais. O cliente é o centro. Estilo descentralizado e participativo. Joel Baker – Futurólogo Efeito Paradigma Elevada resistência a mudanças, impossibilitando novas idéias mesmo quando aceitas e justificadas. Exemplos de paralisia de paradigmas Relógios Suíços Máquinas de fotocópias “XEROX” PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL 12 A PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL AO REDOR DO MUNDO A Psicologia teve como fase pioneira o período de 1860 a 1912, desenvolvida sobretudo pelos trabalhos de Wundt na Alemanha. 14 A emancipação da Psicologia do Trabalho da Psicologia Geral Lançamento dos livros em 1913: • Psicologia e Eficiência Industrial. • Fundamentos Básicos da Psicotécnica, por Münsterbeg (Gabassi, 1979). Pioneiros da aplicação psicológica. • Frederick W. Taylor – Final do séc.XXI e início do séc. XX: engenheiro que exerceu larga influência no controle do comportamento do trabalhador e a definição do campo da administração. Walter Dill Scott: 1ª pessoa que realmente pode ser chamada de psicólogo industrial. Frank Gilbreth: Estudo com pedreiros – Tempo e movimentos. Joseph Tiffin: publica em 1942 o livro Psicologia Industrial e influencia os psicólogos brasileiros. •Gabassi(1979) destaca a influencia dos autores dos Estados Unidos a partir da década de 30. •Atualmente, outros países como a Índia e Austrália tem contribuído para esta ciência. Evolução da Psicologia Organizacional • Durante muitos anos os psicólogos industriais voltaram- se apenas para o que acontecia dentro das organizações. • A Psicologia Organizacional contemporânea enfatiza a interação das características do trabalhador, a natureza do trabalho, a estrutura organizacional e o ambiente externo. • Pioneiros na divulgação da necessidade de ampliar a aplicação do comportamento individual em organizações. •Schein – Livro: Psicologia Organizacional; •Katz e Kanh – Livro: Psicologia Social das Organizações. •Psicologia Industrial: assim chamada após o advento da psicotécnica. •Psicologia Organizacional e do Trabalho - ampliação do conceito. •Trabalhador e trabalho não podem ser desvinculados do contexto organizacional, “qualquer tipo de trabalho ocorre ou está associado de algum modo, a uma organização ou várias organizações”. (ZANELLI – 2002) OUTRAS DENOMINAÇÕES • Psicologia aplicada à Administração; • Psicologia Aplicada aos negócios; • Psicologia Social das Organizações; • Comportamento Humano em Organizações; •Desenvolvimento Organizacional; • Administração de RH, etc. DEFINIÇÕES O’brien (1986, p.05) – “O estudo científico do comportamento humano em organizações de trabalho”. ESTUDA Eficiência/produtividade das organizações; Saúde/bem-estar dos funcionários; Aplicação de princípios psicológicos no ambiente de trabalho; Desenvolvimento/descoberta de princípios psicológicos científicos no trabalho. 24 ÁREAS ESPECÍFICAS DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL. Recrutamento, seleção e treinamento. Avaliação de desempenho. Definição e análise de tarefas. Determinar os sentimentos das pessoas com relação ao trabalho. Estudar o motivo pelo qual as pessoas agem de determinada forma no trabalho. Os efeitos do trabalho nas pessoas, e os efeitos que as pessoas causam umas nas outras. Estudar as estruturas e funcionamento das organizações. ORGANIZAÇÕES Schein (1982, p.12) : “uma organização é a coordenação planejada de atividades de uma série de pessoas para a consecução de algum propósito ou objetivo comum, explicito, por meio da divisão de trabalho e função e por meio de uma hierarquia de autoridade e responsabilidade”. Hall(1984, p. 23): é uma coletividade com uma fronteira relativamente identificável, uma ordem normativa, escalas de autoridade, sistemas de comunicação e sistemas de coordenação de afiliação. ORGANIZAÇÕES Exemplos de Organizações Fábricas, escritórios, hospitais, escolas, organizações militares, igrejas, clubes, governos, sindicatos, associações de bairro, etc. Muchinsky (1990, p. 7-10) – divide a área da psicologia Industrial e Organizacional em 6 ramos ou subespecialidades: 1. Psicologia de Pessoal: ramo tradicional, o psicólogo concentra-se nos aspectos das diferenças individuais. Realiza seleções, avalia desempenhos, etc. 2. Comportamento Organizacional: a organização determina e é determinada pelos indivíduos e grupos. Estuda a liderança, padrões de comunicação, comprometimento com os objetivos da organização, etc. 3. Ergonomia: também chamada de Psicologia de Engenharia ou Psicologia dos Fatores Humanos. Busca compreender o desempenho humano no trabalho associado às relações estabelecidas pelos sistemas Homem – Máquina. 4. Aconselhamento de Carreira e Vocacional: preocupa-se com a integração da pessoa com o trabalho, visando a satisfação do trabalhador. 5. Desenvolvimento Organizacional: busca a eficiência da organização por meio do diagnóstico de seus problemas e o planejamento de mudanças. Envolve modificações no sistema psicossocial, sistema técnico e nos procedimentos de trabalho. 6. Relações Industriais: diz respeito aos problemas das relações entre empregados e empregadores. O psicólogo deve conhecer a legislação trabalhista, interagir com sindicatos e intermediar as negociações entre os segmentos da força de trabalho. Especificidades da área da Psicologia. (Dubrin,1990; Landy, 1989; Muchinsky, 1990; Saal e Knigth, 1988) Domínio da área: métodos e pesquisa em Psicologia organizacional; análise do trabalho; testes e técnicas de mensuração psicológica; recrutamento e seleção; treinamento e desenvolvimento; satisfação, clima, conflitos interpessoais; liderança; saúde mental e bem- estar; acidentes no trabalho, etc. Psicologia no Brasil • Florescimento: década de 30 - Instituto de Organização Racional do Trabalho – IDORT. • Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP(1938); Serviço de Seleção Profissional da Estrada de Ferro Central do Brasil (1939) e do Laboratório de Psicotécnica do SENAI(1942), deram nova feição às atividades da área. • Regulamentação em 1960. Acusação à Psicologia – Manter o Status quo. •Baritz (1960) manifesta o uso de técnicas oriundas da Psicologia para manipular trabalhadores nas indústrias americanas. •A Administração científica de Taylor, difundiu a idéia dohomem almejando obter o máximo de dinheiro em troca do mínimo esforço possível. • Os psicólogos surgem neste contexto como grandes aliados do capital, aqueles que se preocupam com a aplicação, sem questionar sua finalidade: os servos do poder. A psicologia organizacional é uma área que se insere no campo relativo ao trabalho e tem estreito vínculo com as atividades administrativas. Suas metas extrapolam a visão tradicional de ajustamento do indivíduo ao trabalho e a busca de eficiência máxima. Trata-se de priorizar o desenvolvimento da pessoa, por meio de mudanças planejadas e participativas, nas quais o homem possa adquirir maior controle do ambiente.
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