Prévia do material em texto
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DE TRAUMA ABCDE I • O que mais mata no trauma? • Choque hemorrágico – subtipo do choque hipovolêmico. Diferente do que mata mais rápido, que é a obstrução de vias aéreas. • Avaliação primária no trauma: C • Hemorragias • Cada hemácia é importante – deve se avaliar o paciente como um todo buscando hemorragias; • Considerar perdas sanguíneas externas e internas associadas as fraturas; • Estimar a perda de sangue; • 6 P’s: • Pele: cor, temperatura, umidade e enchimento capilar (2’’); • Pulso: presença, regularidade e qualidade – pulso bilateral; • Peito: ausculta cardíaca – bulhas cardíacas normo-fonéticas; • ‘’Pança’’ – abdômen. Buscar equimoses sugestivas de lesão em órgãos da região. Inspeção e palpação; • Pelve: inspeção e palpação apenas uma vez e pelo socorrista mais experiente; • Pernas e braços: ossos longos – Alinhar o membro em posição anatômica para diminuir dor e presença de sangramento. • Hemorragia arterial: pulsa, o sangue jorra. • Hemorragia venosa: sangue escorre. • Capilar: lesão mais superficial. • Controle de hemorragias • Pressão direta • Curativo compressivo • Agente hemostático tópico • Torniquete – alguns autores afirmam ser contraindicado OSSO FRATURADO PERDA SANGUÍNEA INTERNA EM ML Costela 125 Rádio ou ulna 250 – 500 Úmero 500 – 750 Tíbia ou fíbula 500 – 1000 Fêmur 1000 – 2000 bacia 1000 – maciça • Classificando o choque hemorrágico • Choque hipovolêmico derivado da perda de sangue CLASSE I CLASSE II CLASSE III CLASSE IV Perda (ml) Até 750 70-1500 1500-2000 >2000 Perda (%) Até 15 15-30 30-40 >40 FC <100 >100 >120 >140 PA Normal Normal Diminuída Diminuída Pr. Pulso Normal ou aumentada Diminuída Diminuída Diminuída FR 14-20 20-30 30-40 >35 Diurese (ml/h) >30 20-30 5-15 Desprezível SNC Levemente ansioso Moderadamente ansioso Ansioso confuso Confuso, letárgico • Reposição volêmica • O soro Ringer com Lactato é a solução isotônica de escolha: • 3L de SRL a cada 1L de sangue perdido; • Menor sobrecarga clorídrica, evitando o desenvolvimento de acidose hiperclorêmica; • Fonte potencial de bicabornato de cálcio e potássio; • Transporte rápido do paciente à Unidade de Referência, é extremamente necessário. • Dicas • Todo paciente traumatizado com pele fria e taquicardia está em choque hipovolêmico até que se prove o contrário; • Soluções cristaloides não repõem hemácias, portanto, não recupera a capacidade de carrear oxigênio. Além do mais, elas não adicionam as plaquetas necessárias no processo de coagulação e controle de hemorragias. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DE TRAUMA ABCDE II • Qual a primeira conduta ao paciente na avaliação inicial? • Garantir a establiação de coluna cervical e desobstrução de vias aéreas. • Avaliação primária no trauma: A • A de ‘’air way’’ vias aéreas em inglês; • Assegurar a permeabilidade das vias aéreas e controle da coluna cervical; • Técnicas de manutenção das vias aéreas • ‘’chin lift’’: elevação do queixo; • Uso de aspirador de ponta rígida, pois este evita um falso trajeto; • ‘’jaw thrust’’: anterioriazação da mandíbula. • Cânula orofaringe (guedel) – não permite a queda da base da língua e até reverte o quadro. É medido através da rima labial até o ângulo da mandíbula; • Dispositivo de oxigeno terapia de alto fluxo – máscara não reinalante. • Fatores relacionados a maior risco de problemas nas vias aéreas • Ferimentos penetrantes no pescoço; • Fratura de laringe/traqueia; • Queimaduras de vias aéreas – uma das indicações de intubação; • Rebaixamento do nível de consciência – Glasgow menor que 9; • Queda da base da língua; • Corpos estranhos – exemplo: unidades dentárias, prótese; • Trauma de face. • Vias aéreas com controle da coluna cervical • Via aérea avançada – é todo dispositivo invasivo ao paciente. Podem ser: máscara laríngea, tubo esofágico; • Via aérea definitiva – um tubo dentro da traqueia com cuff e balão insuflado com fixação externa, conectada a uma fonte de oxigênio. Toda via aérea definitiva é avançada. Exemplo: tubo orotraqueal, cricotomia, traqueostomia. • Indicações para a via aéra definitiva • Apneia – ausência de movimento respiratório; • Impossibilidade de manter uma via adequada por outros métodos; • Proteção das vias aéreas contra aspirações; • Comprometimento iminente ou potencial das vias aéreas – laceração, fratura de traqueia; • Glasglow < 9; • Trauma raquimedular - TRM; • Necessidade de via aérea adequada antes de afastar lesão cervical. • Intubação orotraqueal • Método mais rápido; • Estabilização cervical; • Não exacerba lesões cervicais quando bem realizadas. • Intubação nasotraqueal • Indicações: • Fratura de coluna cervical; • Impossibilidade de Rx de coluna cervical. • Contraindicação: • Fraturas de base de crânio e médio faciais; • Apneia. • Via aérea cirúrgica • Tipos • Cricotireoidostomia por punção; • Cricotireoidostomia cirúrgica; • Traqueostomia. • Indicações: • Impossibilidade na intubação orotraqueal; • Edema de glote; • Fratura de laringe; • Hemorragia copiosa (muito intensa); • Lesões faciais extensas. • Controle da coluna cervical • Imobilizar a cabeça do paciente com as mãos e se identificar; • Colar cervical; • Coxins laterais de cabeça; • Cintos de mento e testa. • Qual presente de todo paciente com via aérea pérvia? • Oxigênio a 100 % • Confirmação de intubação • Insuflar cuff e fixar tubo; • Testar com estetoscópio; • Ausência de borborigmo epigástrico e ruídos respiratórios presentes; • Abordar se apresentando ao paciente, informando que quer ajudar; • Considere uma lesão da coluna cervical em todo doente com traumatismos multissistêmicos. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA DE TRAUMA ABCDE I • Qual o local de toracocentese de alívio no adulto com pneumotórax? • 5° espaço intercostal, linha hemimaxilar. • Observação: é o mesmo para adultos e crianças. • Avaliação primária do trauma ‘’b’: • B de ‘’breathing’’, respiração em inglês; • Expor o tórax do paciente; • Inspeção, palpação, ausculta (nos focos pulmonares), percussão; • Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado – através do preenchimento capilar, simetria de tórax, não está taquipnéico; • Via aérea pérvia não significa uma ventilação adequada – pode existir uma fratura ou qualquer outra condição; • Não há necessidade de exame complementar para diagnosticar lesões potencialmente fatais – deve tratar de imediato; • Nesta fase o oxímetro de pulso pode ser conectado (se disponível) ao paciente, contudo não é essencial. • Fatores relacionados a maiores problemas na ventilação e respiração: • Pneumotórax hipertensivo; • Pneumotórox aberto; • Hemotórax – presença de sangue na cavidade; • Tórax instável – fratura de 2 ou mais arcos intercostais; • Contusão pulmonar; • Tamponamento cardíaco – saco pericárdico se enche de sangue e comprime o coração, não permitindo os movimentos de sístole e diástole. • Qual o exame necessário para diagnosticar o pneumotórax hipertensivo? Ou qualquer problema no ‘’B’’ • Avaliação clínica, sem necessidade de exame complementar • Dicas: • Problemas no B devem ser identificados e tratados ainda na avaliação primária. • Caso detecte um problema que não consegue resolver no local, o tratamento já está definido, encaminhamento imediato à unidade de referência.