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Exercício Estágio Supervisionado – Contrato (23/09/2021) Aluno: Samara Martensen Andrade RA: 6666737 Turma: 3108A02 Questão 01 – Fernando foi contratado para trabalhar na época de Natal como Vendedor de uma loja de departamentos, a priori seu contrato seria de 90 dias (experiência). Seu horário de labor era das 8h00 as 18h00 com uma hora de intervalo para almoço e descanso, de segunda a sexta e no sábado trabalhava 6 horas com 15 minutos de intervalo. O empregado deveria registrar o ponto em seus devidos horários. Cumpre ressaltar que para prestação de serviço Fernando receberia sempre comissões e nenhum salário fixo. Diante da situação acima responda acima exposta responda: a) É possível visualizar alguma irregularidade no contrato de Fernando, quanto a seu horário de trabalho? (explique e fundamente sua resposta). Fernando pode receber somente comissões? Qual a garantia mínima salarial do trabalhador brasileiro regido pelas normas trabalhistas? Explique e fundamente juridicamente sua resposta. Existe irregularidade no contrato de trabalho de Fernando. A jornada de horas trabalhadas extrapola o limite diario estabelecido em lei, segundo rege o artigo 7º, XIII CF e artigo 58 CLT, o qual determina um limite diário de 8 horas, somando 44 horas semanais e, no caso apresentado, Fernando trabalha 9 horas diárias de segunda a sexta e aos sabados somava um total de 5h45m trabalhadas, totalizando 51 horas semanais. Dado o limite imposto por lei, Fernando acumula 7 horas extras semanais, devendo estas serem remuneradas de acordo com os artigos supra sitados. Ademais, as horas extras, constituem verbas remuneratórias que refletem nas verbas contratuais do trabalhador, devendo portanto serem declaradas como tais, pois influem no aviso prévio, saldo de salário, ferias, adicional de ferias, ferias proporcionais, DSR e depósitos do FGTS. Fernando pode receber apenas comissões, pois faz jus a categoria de comissionista puro, sendo aquele que recebe apenas as comissões pelas vendas que promove, tendo assim remuneração variável. Ademais, segundo preceitua o artgo 7º, VII CF, a categoria do comissionista puro, não pode perceber remuneração inferior ao salário mínimo nacional ou do piso da catergoria, caso de ACT e CCT. No que se refere a garantia mínima salarial do trabalhador brasileiro, estabelece o artigo 7º, IV CF, que devem ser respeitados os acordos e convenções coletivas que trouxerem piso mínimo salarial superior ao descrito na Constituição Federal/88. b) No caso acima Fernando está em experiência de 90 dias, é possível prorrogar esse contrato de experiência? Quantas vezes? Que modalidade de contratação se encaixa o contrato de experiência? Caso ultrapasse os 90 dias como fica a situação de Fernando – explique destacando o princípio a ser aplicado no caso? O contrato de experiência é uma modalidade de contrato por prazo determinado, sendo possivel sua prorrogação por uma vez (art. 443, § 2º, alínea “c”), não podendo exceder o prazo de 90 dias (Art. 445, pu CLT e Sum 188 TST). Findos os 90 dias, não é necessário tomar nenhuma atitude caso ambas as partes tenham decidido prosseguir com o vínculo empregatício. O contrato passa automaticamente a ser válido por tempo indeterminado, pelo princípio da continuidade, e os direitos e deveres subsequentes seguem as regras da CLT. E, no caso de desligamento, não há multa de 40% sobre o FGTS e nem o aviso prévio, uma vez que ambos cumpriram o contrato e não o rescindiram antes da data limite. O que deve ser pago ao contratado, é somente o saldo salário, férias proporcionais (com ⅓ a mais) e o 13º salário proporcional. Questão 02 – O empregado Walmir tomou conhecimento, por meio de seus colegas de trabalho que durante reunião da CIPA o titular da empresa Fungos S/A afirmou que ele não era empregado merecedor de confiança, eis que costumeiramente apropriava-se de pequenos valores da tesouraria (fato inverídico). O empregado sentiu que sua honra fora maculada. Diante da situação acima responda: Walmir poderá ele reincidir o contrato de trabalho e garantir todas suas verbas rescisórias? Explique e fundamente juridicamente e legalmente sua resposta. Diante da atitude inverídica imputada ao empregado, caberia a rescisão indireta do contrato de trabalho, esta, uma modalidade que se dá atraves do cometimento de falta grave cometida pelo empregador para com o empregado, segundo rege o artigo 482 CLT. Trata de uma demissão por justa causa inversa, do empregado para o empregador, onde dá direito ao empregado receber as mesmas verbas rescisórias, em regra, saldo de salário, 13.º salário proporcional, férias vencidas e férias por vencer, com indenização do aviso prévio. Tendo o empregado também, direito ao saque do FGTS com a multa de 40%, e Seguro Desemprego (se cabível ao caso dadas as exigêngias legais para sua percepção). Questão 03 – A empregada Ocitelta sofre um acidente em piso molhado e escorregadio sem sinalização, nas dependências da empresa “Z”, a qual é funcionária a 6 meses. Em virtude do acidente a empregada ficará afastada do serviço por 8 meses. Pergunta-se: O contrato de Ocitelta deverá ser interrompido ou suspenso? explique os dois institutos. A empresa “Z” pretende demiti-la sem justa causa logo no seu retorno. E possível essa demissão imediata? Ou a empregada possui alguma proteção legal que lhe preserve a condição de empregada? Responda esse último apontamento justificando jurídica e legalmente a questão. O contrato de trabalho da empregada sera interrompido até o 15º dia de afastamento e após o 15º dia ele será suspenso. No caso da interrupção do contrato de trabalho, a empregada irá receber o pagamento do salário por parte do empregador e o tempo de serviço é computado para todos os efeitos. No caso da suspensão do contrato de trabalho, o INSS fica responsável pelo pagamento do auxílio doença acidentário, sendo necessário para sua percepção a realização de perícia médica junto ao INSS, ainda sim, o período de férias deve ser computado durante os primeiros 6 meses do afastamento, conforme disposto nos arts. 131, III c/c 133, IV CLT. Ademais, diante do afastamento superior a 15 dias, a empregada terá direito a estabilidade acidentária, segundo rege o artigo 118 da lei 8.213/90 e Sum 378 TST, onde alcança os 12 meses subsequentes após seu retorno ao trabalho.
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