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ATIVIDADE DE ESTÁGIO: EDUCAÇÃO INFANTIL E/OU ENSINO FUNDAMENTAL Nome do estudante: Giovanna Gabriele Bock RA: 0533579 Turma: 2019/2 Polo: Novo Hamburgo Modalidade: ( x ) Educação Infantil ( ) Ensino Fundamental RELATÓRIO SOBRE A ENTREVISTA REALIZADA COM O(A) PROFESSOR(A) Este relatório visa apresentar como uma professora de educação infantil continua trabalhando com seus alunos em meio a pandemia com educação a distância. No dia 01 de outubro, realizei uma entrevista com a professora Luana Bonfante de Quadros, de 33 anos, que atua na Educação Infantil como professora a 6 anos e tem pós Graduação em Gestão Escolar – Supervisão, Orientação e Coordenação Escolar. Atualmente atua na Escola de Educação Infantil do Sesc/NH (Sesquinho), que é uma escola particular localizada na Rua Bento Gonçalves, 1537 bairro Boa Vista, em Novo Hamburgo, RS. No momento atual realiza seu trabalho com a turma 5, a turma mais velha da escola, que conta com 25 alunos de 5 a 6 anos. A entrevista cedida pela professora vai tratar do ensino remoto, devida a pandemia, que ocasionou a fechamentos das escolas. Comecei questionando como ela tem planejado as atividades pedagógicas, se ele é realizado coletivamente, com outros profissionais da escola, ou individualmente, cada um planeja e realiza o planejamento da turma que leciona e ainda se os professores tem algum apoio ou orientação da escola ou da Secretaria de Educação. Ela iniciou relatando que seu planejamento atual (que é feito coletivamente) é realizado através de uma planilha onde ela escreve a proposta, a finalidade, os matérias utilizados e ferramentas que tornem possível a realização da atividade (via zoom, Google Meet, WhatsApp, entre outros). Conta também que a escola acordou em enviar duas propostas pedagógicas por semana para que as famílias consigam realizar juntamente com as crianças. Tudo sempre com a supervisão da Supervisora Pedagógica da escola. Perguntei sobre sua rotina de trabalho, se há projetos elaborados para as crianças, quais as atividades permanentes são propostas e como ela organiza a rotina. Ela diz que não há um projeto específico, que planeja conforma seus conhecimentos e relação com as crianças, levando em conta a convivência durante o período presencial, onde leva em consideração seus interesses e o nível em que se encontram. Ainda completa dizendo que mesmo no curto período em que pode relacionar-se com as crianças diariamente, já foi possível perceber gostos e interesses, mas deixa claro que tem ciencia que os interesses vão mudando e amadurecendo, portanto, os “imprevistos” e novidades são bem relevantes para nortear os novos planejamentos. Sobre sua organização da rotina de trabalho ela diz que varia conforme as horas trabalhadas, por exemplo, hoje, a escola reduziu 50%, portanto, ela trabalha todas as tardes durante 4 horas. Mas relata que já ouve meses em que a redução foi para 70%. Também conta que as propostas que já se repetiram e podem se repetir (não diria propostas permanentes), são as chamadas de vídeos via WhatsApp com as crianças e famílias, encontros via ferramenta de Zoom e drive thru mensal (onde ocorre uma interação com os alunos e suas famílias). Questionei quais materiais e recursos ela tem utilizado para planejar suas atividades e se os recursos tecnológicos estão presentes e sim, programas como word, power point e canva estão presentes no planejamento, relata a professora Luana, utiliza também pesquisas no Google, o caderno de proposta pedagógica do Sesc, a Rede S, que é um sistema do Sesc também, notebook, celular e, além disso, livros infantis conforme o tema da proposta. Com a ausência da sala de aula no desenvolvimento das atividades, perguntei quais espaços ou ambientes ela utiliza para desenvolver essas atividades, ela respondeu que usa a sala e o quarto de sua casa como também um sistema de escala e rodízio para ela e suas colegas irem presencialmente na escola. E sobre a avaliação desses alunos, interpelei-a sobre de que forma isso ocorre e como são registrados os avanços e/ou dificuldades deles e ela já começou com uma reflexão bem importante ao dizer que é muito difícil saber com certeza se realmente são as crianças que fazem e participam do processo ou se simplesmente as atividades são realizadas por um adulto. Na maioria das propostas ela relata que pede um registro através de foto ou vídeo, assim, é possível acompanhar (mesmo que a distância) a execução da atividade proposta. E ainda completa dizendo “Penso ser importante manter o vínculo com as crianças em meio à pandemia, e propor algo pedagógico nessas horas. É algo saudável e necessário para não ficarem somente na frente de tv, tablet ou celular. É dar continuidade de uma maneira diferente a educação da criança.” E acrescenta que os pais também auxiliam nesse processo de avaliação da criança, onde a chamam através do WhatsApp sinalizando se há dificuldade, ou às vezes, até para dar mais detalhes sobre algo, por vezes algo mais íntimo, que não gostariam de expor no grupo da turma (mas ela diz que essas situações aconteceram raras vezes). Ela relata que os pais se sentem à vontade para dividir no grupo da turma as conquistas e dificuldades de seus filhos nesse período ao realizar as atividades propostas. E sobre os registros de cada aluno, ela conta que faz um geral com escrita e fotos sobre as propostas pedagógicas enviadas, até para revisitar o documento depois e conseguir reavaliar algo, sem necessário. Mas registra no individual se há algo relevante. Com relação a organização do trabalho docente, nessa época de pandemia, ela conta que se organiza em pastas salvas no notebook e em seu pen drive. Além, é claro, de muitas trocas de e-mails, reuniões e formações virtuais, planilhas com cronograma de propostas pedagógicas mensais, planilha de produção (participação), organização das fotos que são enviadas pelas pais e muita pesquisa e leitura sobre a atualidade. Uma grande dúvida que tive foi saber quais os maiores desafios do trabalho neste período de distanciamento social e alterações nas atividades docentes, ela me esclareceu dizendo que ela é professora presencial, então trabalhar a distância já é um grande desafio. Completa dizendo que educação infantil é relação, afeto, interação, olhar atento, contato, brincadeira, troca, barulho e que tudo isso não combina com o mundo virtual. O trabalho docente muda completamente, pois tudo muda, planejamento, registro; este distanciamento social não é fácil e não é confortável para os professores de educação infantil. Questionei sobre o que ela acredita que daria uma maior qualidade em relação à aprendizagem de seus alunos e alunas e ela logo disse que com certeza seria a relação de igual para igual, voltar a conviver presencialmente com as crianças. Mas como no momento isso não é possível, ela diz que pensa que o que dá mais qualidade em relação a aprendizagem é dar maior valorização as pequenas aprendizagens, mas não menos significativas, do cotidiano mesmo. Da autonomia, dos afazeres em casa, da relação familiar, da atenção devida dos pais, do tempo disponível dos pais para com as crianças, de olho no olho, etc. Tudo isso sendo vivenciado de forma natural e correta, auxilia para que as demais aprendizagens da criança ocorram da melhor forma possível. Luana finaliza deixando claro que planeja as duas propostas semanais pensando na criança como um todo. Algo que é importante e que faria presencialmente. Expõe que discorda de certas “atividades” para educação infantil que tem visto escolas “aplicarem”, matando a infância que ela tanto preserva e antecipando aprendizagens que não seriam para o momento. Durante a realização da entrevista, foi possível aplicar meu instinto curioso, o que é imprescindível para um pedagogo, que deve estar sempre procurando conhecimento e se atualizando para dar amelhor formação aos seus alunos (o que ficou evidente na realização da conversa com a professora), inclusive em um momento tão delicado como o que estamos vivendo; revendo medidas para que a qualidade do ensino continue sendo de excelência mesmo em aulas remotas (o que é bastante complicado principalmente na educação infantil). Realizar este estágio foi muito gratificante e significativo para meu processo de formação acadêmica. E também muito reflexivo, uma vez que, através do relato da professora, pude entender e perceber medidas para continuar tendo proximidade com as crianças, medidas pedagógicas que sigam fazendo seu papel, de desenvolver a criança no tempo certo e conforme sua capacidade, tudo isso mesmo em momentos adversos, como o que estamos passando; mas nunca deixar de se preocupar com o desenvolvimento desse aluno que está inserido na educação infantil. A realização deste estágio me possibilitou ampliar minha visão em relação aos múltiplos fatores que podem influenciar o modo como se trabalha com esses alunos; a forma que a professora trabalha certas atividades a distância certamente é alterado do modo que presencialmente, mas o foco é o mesmo e o resultado também. Mostrando que o profissional deve ser dinâmico em suas ações, estar sempre se qualificando e estudando para transmitir o conhecimento sempre da melhor forma, sabendo adequá-lo para cada situação. Ao concluir este relatório, posso perceber a importância de vivências como esta em minha formação docente, é muito relevante essa troca com profissionais da área, que nos passam suas experiências e que irão favorecer nossas vidas profissionais e pessoais. Assim, tal experiência nos possibilita fazer uma combinação entre os conhecimentos teóricos, que temos em aula, com a prática educativa, que me foi passado através dos relatos da professora Luana. Por fim, entendo que a educação infantil necessita da aproximação, da convivência com seus professores e colegas, mas que, devido ao que estamos vivendo, se necessita de certas medidas para continuar o processo, mesmo que a distância, e o profissional precisa estar preparado e fazer desse momento único e especial para nossas crianças.
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