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Avaliação clínica do paciente cirurgico

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1 MAELI ANDRADE – Odontologia UFRN 
 
❖ Diagnostico, prognostico e planejamento do tratamento em cima da queixa principal do paciente; 
❖ Avaliação clínica e laboratorial do paciente como um todo; 
❖ Correção das patologias associadas. 
❖ Exames clínicos: 
o Anamnese: identificação, motivo da consulta, história da doença e história médica; 
o Exame físico: inspeção, palpação, percussão, auscultação e olfação; 
o Exames complementares: exames de imagens (tomografia, ultrassonografia, ressonância, radiografias 
etc.) e laboratoriais (bioquímico, urina, secreções, biopsia etc.) 
❖ Anamnese: 
o Identificação: auxilia o profissional ou o auxiliar, para que possua os dados pessoas do paciente em 
questão como nome, endereço, profissão, procedência, estado civil, filiação, idade, sexo, raça, peso. 
Sendo um documento legal que, sempre que necessário, pode ser solicitado por outros profissionais da 
área da saúde ou não e, até mesmo em pesquisas; 
o Sinais: são manifestações subjetivas da doença, percebidos por meio dos sentidos naturais do homem 
como, edema, hematoma, assimetria, hemorragias, lacrimejamento; 
o Sintomas: manifestações subjetivas da doença, que correspondem a desvios do normal que são 
percebidos apenas pelo paciente como, dor, calafrio, dormência, dificuldade respiratório etc. 
o Queixa principal: seria o motivo que levou o paciente a procurar o serviço médico ou odontológico; 
o História da doença atual: questiona-se quando começou, como, onde é as características da queixa; 
o História médica: registra o estado geral do paciente, de patologias pré-existentes como problemas 
cardiovasculares, pulmonares, hematológicos, renais, hepáticos, neurológicos e endócrinos, afim de 
analisar a possibilidade de dar continuidade do tratamento ou não e, a existência de cirurgias anteriores 
ou não; utilização de medicamento, se é um paciente compensado ou não; 
o Antecedentes familiares: refere-se a doenças de cunho genético como, hemofilia, diabetes, epilepsia, 
cardiopatia etc. 
o Hábitos: refere-se ao consumo de álcool ou outros tipos de vícios, que podem implicar no procedimento 
a ser realizado. Ex.: a alveolite, presente em pacientes fumantes; hábitos de higiene implicam diretamente 
no tratamento cirúrgico; 
❖ Regras gerais: 
o Consultar o médico; 
o Controlar a doença; 
o Controlar a ansiedade; 
o Monitorizar sinais vitais; 
Avaliação clínica do paciente cirúrgico 
 
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o Manter contato verbal com o paciente. 
Exemplo de encaminhamento médico: 
 
 
Normalmente, ao receber a resposta do médico, encontra-se a classificação funcional de acordo com a NYHA, em caso 
de cardiologista: 
 
❖ Cálculo do risco: baseado na classificação do estado físico ASA. Mais utilizada no dia-a-dia do consultório. 
 
Asa I, II e III: conseguem ser tratados em ambiente odontológico; 
Asa IV e V: contraindicado o tratamento em ambiente ambulatorial, sendo tratado apenas e casos de urgência, 
sob controle hospitalar. 
 
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❖ Ansiedade: escala de ansiedade de CORAH (modificada); pacientes que se apresente extremamente ansioso, é 
necessário utilizar o protocolo farmacológico de sedação podendo ser por via oral, inalatória ou endovenosa com 
auxílio do anestesista. 
 
❖ Consulta inicial: analisar alimentação, medicamentos, ansiedade do paciente, sinais vitais etc; 
❖ Semiotécnica clássica: 
o Inspeção; 
o Palpação; 
o Percussão; 
o Auscultação 
o Olfação 
❖ Exame físico: 
o Geral: 
▪ Inspeção: postura, biotipo, fácies, trajar, cor e características da pele, aspectos psíquicos; Ex.: 
paciente que possua uma postura que não permita que o mesmo fique posicionado por muito 
tempo na cadeira odontológica; 
▪ Palpação e auscultação: 
• Pulso: Mensuração periférica da frequência e ritmo do coração; 60-90 bpm; volume cheio 
ou vazio; ritmo regular ou irregular; 
• PA: recém-nascido 58/40 mmHg; 10º dia de vida 78/40 mmHg; Puberdade 120/80 mmHg; 
Adulto 140/80 mmHg; quanto maior a PA maiores risco de AVE, doença renal, infarto do 
miocárdio e IC 
 
 
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• Temperatura: locais de tomada, normalmente, pode ser na axila, sublingual, retal, inguinal 
e auricular; parâmetro de aferição da temperatura 36,5ºC (axilar) e 37,5 ºC (sublingual); 
• FR: frequência de 12 a 20 movimentos/ minuto; 
o Local: 
▪ Extrabucal: inspeção e palpação da face; palpação ganglionar; exame de ATMA; exame da região 
peribucal; 
▪ Intrabucal; 
❖ Revisão dos sistemas: 
o Avaliar o risco: natureza, gravidade e a estabilidade; capacidade funcional do paciente; tipo e extensão do 
procedimento; condição emocional do paciente; 
 
o Modificações do tratamento: 
▪ Pré-operatórios: prescrição de antibióticos para evitar risco de endocardite bacteriana; pacientes 
que fazem uso de anticoagulantes podem realizar procedimentos odontológicos pequenos, sob 
controle do tempo de protrombina e o INR; assegurar a ingestão de alimentos para pacientes que 
possuem DM insulina dependente; prescrição de ansiolíticos para pacientes com alto grau de 
ansiedade, como portadores de Angina de Pectoris; 
▪ Transoperatórias: sugeridas durante o atendimento; vasoconstrictores como betabloqueadores 
não seletivos; sedação de pacientes hipertensos ou com arritmias; evitar que o paciente fique na 
posição horizontal, verticalizando-o, em paciente com insuficiência cardíaca congestiva; 
eletrocirurgia deve ser evitada em pacientes portadores de marcapasso, como exemplo 
eletrocalterio, aparelhos ultrassônicos e bisturi eletropolar; 
▪ Pós-operatórias: identificar medidas locais hemostáticas, como pacientes que usam varfarina 
sódica; utilização de antibióticos pós-operatório para evitar infecções, em especial para pacientes 
que possuem DM. 
o Doenças Cardiovasculares: 
▪ HAS: persistência da PA sistólica de 140 mmHg ou mais e a diastólica 90 mmHg; durante o 
tratamento odontológico deve-se identificar, procurar a estabilidade da doença, realizar o 
aferimento da PA; deve reduzir o estresse e a ansiedade durante o atendimento, realização de 
consultas curtas, utilização de boa anestesia (betabloqueadores/antagonistas adrenérgicos), 
 
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evitar fio retrator, monitorar a PA durante o atendimento e promover mudanças lentas para que 
seja evitado a hipotensão ortostática; 
 
As concentrações de vasoconstritores normalmente empregadas nas soluções anestésicos locais para uso 
odontológicos, não estão contraindicados em pacientes com doença cardiovascular controlada, se administrados em 
pequenos volumes, lentamente, após aspiração negativa. 
 
▪ Cardiopatia isquêmica (angina): aperto ou pressão dolorosa, pesada, constritiva na região 
torácica, podendo se irradiar para o braço esquerdo ou direito, para o pescoço ou para a 
mandíbula. Dor curta, de 5-10 min, que passa se o estimulo desencadeador for removido ou com 
o uso do vasodilatador coronariano; identificar doenças associadas que possa piorar o quadro 
clinico como, diabetes, obesidade e hipotiroidismo; promover a redução de fatores de risco como, 
tabagismo, HAS, hiperlipidemia; aplicação de métodos gerais e não farmacológicos; conduta 
farmacológica como, nitratos, betabloqueadores, agentes antiplaquetários; revascularização com 
a angioplastia, enxerto com bypass 
 
 
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▪ Arritmias cardíacas: alterações nos batimentos cardíacos; identificar, estabilidade da doença, 
analise do quadro; redução do estresse e ansiedade; pacientes que fazem uso de varfarina, que 
deve estar inferior a 4; evitar curetas ultrassônicas ou bisturi elétrico em pacientes com marca 
passo; o tratamento em pacientes de alto risco, apenas de urgência, em ambiente hospitalar; 
o Doença endócrino e metabólica: 
▪ DM: tipo 1 o pâncreas não consegue produzir insulina; tipo 2 o organismo desenvolve resistência 
a esse hormônio; diagnostico de DM atravésde exames bioquímicos com, glicemia de jejum, 
testes de tolerância a glicose, hemoglobina glicada; pacientes insulina dependentes, apresentam 
episódios de hipoglicemia; um paciente controlado não dependente de insulina é melhor 
candidato para os tratamentos odontológicos, sendo considerado normal; paciente DM 
controlado que possui dependência da insulina deve-se realizar procedimentos rápidos; pacientes 
descompensados devem ser realizado procedimentos apenas em casos de urgência, sob 
internação junto os profissionais médicos. 
o Doença renal: 
▪ IRC e diálise: são considerados pacientes renais com TFG diminuída em 50%; doença desenvolvida 
pelo agravamento de demais patologias como DM, HAS e glomerulonefrite, promovendo o 
aumento de ureia, creatinina, ac. Úrico e ptns; Evolução de distúrbios hematológicos, de equilíbrio 
ácido-base, minerais e ósseos, gastrointestinais, da função renal, cardiovasculares e alterações 
das funções imunológicas; no tt odontológico é necessário a interconsulta com os demais 
profissionais e classificar o paciente quanto ao tipo do tt conservador ou dialítico. 
o Doença pulmonar: 
▪ Asma: doença inflamatória crônica das vias áreas, no qual são expostas a vários estímulos ou 
fatores desencadeadores tomam-se hiperretivas e obstrutivas, limitando o fluxo de ar através de 
broncoconstrição com produção de muco e aumento da inflamação; no tt odontológico deve-se 
observar o nível de controle da doença, o medicamento de alivio deve sempre estar em alcance, 
como o paciente lida com as crises, fatores desencadeantes, evitar medicamentos que podem 
promover crises (aas, aines, barbitúricos e narcóticos), analisar a suplementação de 
corticosteroides, controlar o estresse e ansiedade e ter epinefrina 1:100 (IM 0,3 mL) 
o Doença hepática: 
 
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Considerações clínicas no tt odontológico deve-se detectar pacientes que possuem hepatopatias pelo consumo 
de álcool, a interconsulta para checar o estado atual do paciente, bem como os medicamentos administrados, 
exames laboratoriais como o TGO/TGP, hemograma completo, TS, TP e TR, minimizar drogas

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