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Vitória Sampaio Medicina Uninove-Oz 1. Composição Molecular 2. Funções Biológicas 3. Saturação Vias Metabólicas Síndrome Metabólica e Esteatose Hepática 4. Armazenamento 5. Lipólise 6. Regulação: hipoglicemia, glucagon, adrenalina, cortisol e Lipase Hormônio Sensível (LHS) 7. Glucagon ou adrenalina 8. Lipase Hormônio Sensível (LHS) 9. Destino do Glicerol: gliconeogênese ou glicólise 10. Destino do AG: β-oxidação ou Ciclo de Lynen o 1ª etapa: ativação e entrada na mitocôndria Resumo Deficiência da Carnitina o 2ª etapa: degradação no interior da mitocôndria Volta de quatro reações Cálculo do número de voltas Questões norteadoras resolvidas 11. Exceções ao Ciclo de Lynen Cadeias muito longas (22+ C), quebra no peroxissomo, até uma cadeia de 18C, esta segue para o ciclo normalmente. Número ímpar, na última volta, produz 1 acetil- CoA e propionil-CoA (esta forma succinil-CoA, intermediário do CK, mas não produz ATP). Insaturados: reduz o aproveitamento energético. 12. Cetogênese: ocorre no fígado e é consumido no músculo o Hipoglicemia Diabetes Descompensada o Corpos Cetônicos em Diferentes Órgãos/Tecidos 13. Dieta Cetogênica 14. Relatos de Casos de Deficiência de Carnitina 15. Relato de Caso de Cetoacidose : Em um primeiro momento, será estudado ácidos graxos e, ao final, corpos cetônicos. Os lipídeo são macromoléculas formadas por 3 ácido graxo + 1 glicerol, unidos por ligações éster, entre o álcool e o ácido carboxílico, compondo a estrutura de um triacilglicerol (TAG). O TAG, principal forma de armazenamento energético no tecido adiposo, é caracterizadas pela insolubilidade em compostos polares. Suas funções biológicas incluem o armazenamento energético e “combustível celular”, composição de estrutural de membranas, isolamento e proteção de órgãos, impermeabilização (ceras), isolante térmico, composição hormonal, anti-oxidantes (vitaminas A e E) e digestiva (sais biliares). Na clínica, os lipídeos biológicos de maior importância são fosfolipídeos, colesterol, TG e AG. Vitória Sampaio Medicina Uninove-Oz Ácidos graxos (AG) podem ser classificados, quanto à presença ou à ausência de ligações pi, em saturados ou insaturados. A gordura saturada é a principal forma de armazenamento em animais, em estrutura de cadeia reta. Não possuem duplas ligações e, geralmente, são sólidos à temperatura ambiente. Já a insaturada não está presente no organismo, sendo adquirida através da dieta, logo, considerados essenciais, principalmente a base de óleos vegetais. Possuem uma ou mais duplas ligações (mono ou poli- insaturados), geralmente líquidos em temperatura ambiente. AG natural apresenta ligações duplas do tipo cis. A gordura trans, por sua vez, é produzida a partir de um processo de hidrogenação de gordura insaturada, como forma de conferir uma maior consistência. Esse tipo de AG são de grande importância clínica, pois estão relacionados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em via de regra, os ácidos graxos encontram-se mobilizados no citoplasma das células adiposas, tecido adiposo, sob a forma de TAG. Para que seja quebrado em outros tecidos, é necessário um sistema de transporte para que ele chegue ao tecido alvo. A Síndrome Metabólica ocasiona maior armazenamento no tecido adiposo, enquanto a Esteatose Hepática resulta de um acúmulo de lipídeos no fígado. A lipólise consiste na via de quebra e retirada dos lipídeos do tecido adiposo, com etapas citoplasmática (lipólise e ativação do AG) e mitocondrial (transporte por carnitina e ciclo de Lynen). Sua regulação é feita através da situação glicêmica, hipoglicemia, dos hormônios e neurotransmissores, glucagon, adrenalina e cortisol, e da enzima marca- passo, Lipase Hormônio Sensível LHS. É INIBIDO PELO MALONIL-COA, PRESENTE NA LIPOGÊNESE. As vias são dependentes da situação glicêmica e, consequentemente, do hormônio envolvido. Em situação de hiperglicemia, o hormônio insulina (via hipoglicemiante) promove a lipogênese. Na lipólise e ciclo de Lynen, levo em consideração o momento pré- prandial ou de jejum, hipoglicemia. Relacionado ao glucagon e a outros sinalizadores hiperglicemiante. Vitória Sampaio Medicina Uninove-Oz O glucagon ou a adrenalina interage com um receptor acoplado à proteína G, nesse momento, há modificação em uma subunidade do receptor, tendo como consequência a ativação da adenilato ciclase. A partir disso, libera-se um segundo mensageiro (AMPc), ativando uma proteína lipase, no caso, uma lipase hormônio sensível, essa etapa consome 2 ATPs. A lipase hormônio sensível é fosforilada, sendo ativada, quebrando ou mobilizando o lipídeo armazenado em AG livre e di-acilglicerol. Por se tratar de uma via hiperglicemiante, concomitantemente, o fígado está realizando gliconeogênese e glicogenólise. A gliconeogênese utiliza o glicerol (também utiliza lactato e aminoácido) liberado pela lipólise da TAG. O glicerol segue para o tecido hepático, onde é convertido em glicerol-3P e, posteriormente, di-hidroxiacteonaP. Esse processo gasta 1 ATP em ADP, mas reduz um NAD+ NADH e forma um H+. Este NADH vai para a CTE (1 NADH = 1,5 ATPs). Além disso, a di-hidroxiacteonaP, intermediário entre glicose e piruvato, pode seguir por duas rotas: produção de glicose, na gliconeogênese, ou produção de ATP, na glicólise. O AG livre sai, por difusão, das células adiposas, pois é lipossolúvel, e é transportado por albumina para os tecidos alvo. Acreditava-se que apenas a lipase hormônio sensível (HSL) era capaz de mobilizar lipídeos, no tecido adiposo. Entretanto, sabe-se que a lipase de tiacilglicerol do tecido adiposo (ATGL) e a monoacilglicerol lipase. TAG + ATGL → DAG (monoacilglicerol lipase) → MAG (HSL) → 3 AG + Glicerol Quanto ao destino dos ácidos graxos, tem-se a β-oxidação dos AG ou Ciclo de Lynen, mecanismo no qual há síntese de ATP em duas etapas, no tecido muscular. Os AG, em outros tecidos, é oxidado a Acetil-CoA e entra no CK (ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico). Esse AG só não é utilizado pela hemácia, pois não há mitocôndria, local onde ocorre CK, por isso que elas fazem gliconeogênese (glicerol). 1ª Etapa: ativação e entrada na mitocôndria Tudo inicia quando o AG une-se à CoA, formando uma molécula de acil-CoA, ativa e rica em energia, com quebra de ATP em AMP (contabiliza-se como a quebra de 2 ATPs – na contagem final). Essa molécula ativa não consegue ultrapassar as membranas da mitocôndria, assim, necessita ligar-se à carnitina. Vitória Sampaio Medicina Uninove-Oz O acil-CoA liga-se à carnitina via ação da carnitina aciltransferase I, liberando a CoA e formando acil-carnitina. Ligado à carnitina, é capaz de entrar para a matriz mitocondrial, por meio de um poro transportador que reconhece a carnitina. Dentro da matriz, o acil ou acetil é reativado, perdendo a carnitina, “carregador”, e ligando-se novamente à CoA, formando acil- CoA ativo. Essa troca ocorre por ação da aciltransferase II. Feito isso, a carnitina retorna para o espaço intramembranoso, reiniciando esse transporte. AG + CoA entra no espaço intermembranoso → AG + carnitina – CoA entra para matriz _____________RESUMO_______________ O transporte do AG para a mitocôndria depende da carnitina, seguindo a sequência de reações: 1. AG chega, transportado pela albumina (hipoglicemia) ou lipoproteína (hiperglicemia) 2. AG é ativado: AG + CoA {carnitina transferase 1} (citoplasma) → Acil-CoA. 3. Acil-CoA + Carnitina → Acil-Carnitica (citoplasma → membrana externa → membrana interna → matriz). 4. Acil-Carnitina + CoA {carnitina transferase 2} → Acil-CoA + Carnitina (matriz). A carnitina,depois disso, retorna para o citoplasma. Obs.: Acetil-CoA é apenas quando o AG possui apenas 2 carbonos. A maioria apresenta 16+ carbonos, sendo chamada, portanto, de acil-CoA. A carnitina é uma amina sintetizada por fígado e rim, a partir de aminoácidos, capaz de ser ligada a um AG, no citoplasma, permitindo sua passagem para a matriz. Clinicamente, possui efeito vasodilatador e antioxidante, reduzindo algumas complicações de doenças isquêmicas, como a doença arterial coronariana, e as consequências da neuropatia diabética. Pacientes em hemodiálise (rim) ou com problemas hepáticos precisam de maior cuidado sobre o quantitativo de carnitina, talvez, suplementação. Ela não é regulada para ser ativada, basta ter o acetil-CoA no citoplasma, Vitória Sampaio Medicina Uninove-Oz entretanto, pode ser inibida na presença de malonil-CoA (será falado em lipogênese). Embora seja produzida pelo próprio organismo, algumas pessoas podem apresentar deficiência de carnitina. Nesses casos, há acúmulo de lipídeos no tecido muscular, redução na produção de ATP no músculo e, em alguns casos, pode ocasionar atrofia muscular e perda de força. Nesses casos, o tratamento indicado é a suplementação exógena da carnitina. Por que a deficiência de carnitina transferase I, no fígado, relacionada ao transporte de AG, prejudica a gliconeogênese (hipoglicemia), se AG não é utilizado como substrato? Porque o AG, ao ser oxidado, produz ATP, necessário para que haja a produção de novas moléculas de glicose (6 ATPs). Nesses casos, indica-se evitar jejum prolongado, consumo de alimentos ricos em carboidratos (para manter a glicemia), evitar ácidos graxos de cadeia longa (pois são dependentes de carnitina) e consumir ácidos graxos de cadeia média (independem da carnitina). ____________________________________ 2ª Etapa: Degradação no interior da mitocôndria – Dentro da matriz mitocondrial, o AG-CoA é degradado em ciclos, perdendo dois carbonos, na forma de acetil-CoA, elétrons e H+ (reduzindo NAD+ a NADH). Chama-se de beta-oxidação, pois ocorre no carbono beta. O NAD+ é oriundo do CK, que produz 3NAD+, 1 FAD+ e 1 ATP por volta. A síntese de ATP por esses ciclos só ocorre em AG saturados e número par de carbonos) e de cadeia com aproximadamente 18 C, no caso de insaturados há uma forma diferente, e a contagem também é diferente em AG de número ímpar. Esse ciclo depende de biotina e de B12 (de origem animal), logo, atenção para pacientes veganos ou vegetarianos muito restritos. Em alguns casos, pode haver anemia megaloblástica (tratada com suplementação de ácido fólico e B12), se for persistente, pode ser pode ser por intoxicação ocupacional, especialmente, em crianças, pois pode haver atraso cognitivo. Ex.: “Chapeleiro Louco”, personagem de Alice no País das Maravilhas. Cada volta no Ciclo de Lynen segue quatro reações que resultam em: 1 FADH2, 1 NADH e 1 acetil-CoA. Segue um exemplo de um AG com 6 carbonos: 1ª reação: AG-CoA (6 C) perde 2 H, formando 1 FADH2. → → Vitória Sampaio Medicina Uninove-Oz 2ª reação: a molécula formada na primeira reação recebe uma molécula de H2O. → 3ª reação: a molécula final da segunda reação perde 2H e forma NADH + H+, a partir de um NAD+. → 4ª reação: a molécula formada ao final da terceira reação perde dois carbonos na forma de acetil-coA e resulta em uma molécula de acil-CoA com 2 carbonos a menos. Primeiro, chega uma CoA e dois carbonos da extremidade são quebrados da cadeia. → → Em seguida, o H da coA se liga à extremidade livre dos carbonos que foram quebrados, formando acetil-CoA e a CoA que se aproximou liga-se ao resto da molécula formando outro acetil-CoA com 4 carbonos (levar em consideração o AG-CoA do exemplo, que era de 6 C). → Esses ciclos repetem-se até que reste apenas uma molécula com 2 carbonos (no caso de um ácido graxo inicial com número par de carbonos) ou uma molécula com 3 carbonos (no caso de um número ímpar). Continuando o exemplo, a última volta formará 2 acetil-coA. O cálculo do número de voltas dada depende do número de carbonos de cada lipídeo (ímpar ou par). Para determinar o número de voltas no ciclo de Lynen é necessário fazer os cálculos, levando em consideração as fórmulas: QUESTÕES NORTEADORAS Calcule o nº de ATPs Formados: a) Na degradação de uma molécula de glicose. 38 ATPS (não faz tabela, pois é um carboidrato, não um lipídeo). b) Na degradação de um AG com 18 carbonos. - Como são 18 carbonos, então o número de voltas na b-oxidação é igual a 18/2 – 2 = 8 voltas. - Cada volta no CK consome 1 acetil-CoA e forma 3 NADH, 1 FADH2 e 1 ATP. - Na CTE, 1 NADH forma 3 ATP e 1 FADH2 forma 2 ATP. 8 voltas na b- oxidação 9 voltas no CK Soma CTE Acetil- CoA 9 - 9 0 NADH 8 9 x 3 = 27 35 3 x 35 = 105 FADH2 8 9 17 2 x 17 = 34 ATP 0 9 9 Ao final, formam-se 9 + 105 + 34 = 148 ATP – 2 ATPs da ativação = 146 ATPs. Vitória Sampaio Medicina Uninove-Oz c) Na degradação de um TG COM 3 AG (20 C CADA). - 20 carbonos, logo, 20/2 -1 = 9 voltas na beta. - Como é 1 acetil-coa para cada ck, tenho 10 voltas no CK. - 1 CK = 3 NADH, 1 FADH2 e 1 ATP. 9 voltas na b- oxidação 10 voltas no CK Soma CTE Acetil- CoA 10 -10 0 NADH 9 3 x 10 = 30 39 3 x 39 = 117 FADH2 9 10 19 2 x 19 = 38 ATP 0 10 10 Somando, encontro 10 + 117 + 38 = 165 – 2 = 163. Como foram 3 ácidos graxos, multiplico o resultado de 1 AG e encontro um total de = 163 x 3 = 489 ATPs. Resumindo, para facilitar o cálculo, posso fazer a seguinte tabela: Voltas na b- oxidação Voltas no CK Soma CTE Acetil- CoA NADH 3 x 3 x = B FADH2 2 x = C ATP A Somo A + B + C subtraio 2, do resultado final, dando o total de ATPs produzidos ao todo. Lembrando que, uma volta no CK produz 3NAD+, 1 FAD+ e 1 ATP e 1 volta corresponde ao número de Acetil-CoA. Lembrando que o número de Acetil-CoA é n° de voltas na b-oxidação + 1. Exceções ao Ciclo de Lynen AG de cadeia muito longa (22+ C) sofrem uma parte da beta-oxidação no peroxissomo, que remove carbonos, até atingir uma cadeia de 18C. Esse encurtamento não forma ATP, mas sim peróxido de hidrogênio (H2O2). No caso de um número ímpar, a volta final forma uma molécula de 3 carbonos (propionil-CoA). Essa molécula sofre reações até formar succinil-coA (molécula de ciclo de Krebs), entrando para a CK. Em insaturados, o ciclo para próximo à instauração, esta é transferida de posição, por outras enzimas, havendo uma redução no rendimento energético. ____________CETOGÊNESE____________ As hemácias são as únicas que não aproveitam corpos cetônicos, pois não possuem mitocôndria para CK. Quem usa muito é músculo esquelético, miocárdio e córtex da renal. A cetogênese é um processo normal de produção de corpos cetônicos (acetoacetato, beta-hidroxibutirato e acetona) a partir da degradação de AG, na matriz mitocondrial dos hepatócitos. Vitória Sampaio Medicina Uninove-Oz Os corpos cetônicos são formados no fígado, a partir de AG, em situação de hipoglicemia, e consumidos no músculo. O excesso acetil-CoA, produto da lipólise, principalmente em situações de hipoglicemia prolongada e DM, induz a síntese desses compostos, caracterizados pela presença de um grupo funcional cetona. Embora seja um evento natural nos indivíduos, está em excesso em pacientes diabéticos descompensados, produzindo 10X mais do que em não diabéticos. A baixa da insulina estimula a lipólise, quebrando o lipídeo em glicerol (gliconeogênese ou glicólise) e AG (beta-oxidação). Nessa situação, a gliconeogênese é aumentada pelo desvio de oxaloacetato. Sem este intermediário, há excesso de acetil-CoA(lipólise), promovendo sua junção, que formará os corpos cetônicos. No fígado: Acetil-CoA + Acetil-CoA → Acetoacetil-CoA Acetoacetil-CoA + Acetil-CoA → HMG-CoA → acetoacetato → acetona ou beta- hidroxibutirato A acetona é volátil, logo, sai pelo pulmão, por isso a característica de hálito da DM. No músculo e no coração: Acetoacetato → Acetil-CoA beta-hidroxibutirato → acetoacetato → acetoacetil-CoA → 2 Acetil-CoA O acetil-CoA segue para o CK. Nos tecidos periféricos, resulta em: Sangue → cetonemia (aumento na concentração de corpos cetônicos nos fluidos corporais) → cetoacidose Rins → cetonúria (presença de corpos cetônicos na urina, sinal de aumento na lipólise e indicativo de diabetes Pulmões → hálito cetônico (ou maçã verde) Dieta Cetogênica Há uma série de condições para as quais a DC é indicada, entretanto, o foco será na epilepsia refratária. Indicada em alguns casos de epilepsia refratária (crises epilépticas que não respondem à medicação), durante 2 anos. Entretanto, é um tratamento sério, que deve ser acompanhado com nutricionista e neurologista. Entre os efeitos colaterais: baixa glicemia, dores de estômago e constipação. Aumento de temporário de colesterol sérico. RELATOS DE CASOS: Deficiência de Carnitina 1) 3 Pacientes sexo masculino, em graus variáveis, apresentavam dificuldades na deglutição, atrofia muscular, dificuldades na mastigação, parestesias em membros Vitória Sampaio Medicina Uninove-Oz inferiores, hepatomegalia e esplenomegalia. Na biópsia muscular, em todos os casos, além do acúmulo de lipídios, miopatia crônica, atrofia de fibras, alterações histológicas sugestivas de atrofia espinhal infantil. Um dos casos de deficiência de carnitina, possuía importante envolvimento miocárdio, vindo a falecer. 2) Paciente de 23a, apresentava episódios de diminuição da força nos músculos do pescoço, com duração de semanas a meses; biópsia muscular evidenciou excessiva quantidade de lipídeos. Duas irmãs gêmeas nas quais a biópsia muscular mostrava acúmulo de lipídios e mioglobinúria. Casos de miopatia metabólica, com acúmulo de lipídios (erro metabólico dos ácidos graxos). Os músculos desses pacientes apresentavam baixos níveis de carnitina, que tem papel preponderante na metabolização dos lipídios (mitocôndrias). RELATO DE CADO: Cetogênese 1) Homem de 35 anos, portador de DM 1, há 3 dias, sem fazer uso de insulina, é encontrado pela mãe, que fala que sentiu um forte odor floral ao entrar na casa do filho. O paciente apresenta-se desidratado, com respiração de Kussumaul. A primeira medida da equipe médica foi hidratar o paciente e encaminhar para o OS. A determinação do pH indica valores de 77,08 (RV = 7,35-7,45). Glicemia de 450 mg/dL (VR = 75-99 mg/dL). Cetônicos de 15mM (VR: 0,2 mM). O paciente encontra-se em acidose metabólica, pelo excesso de corpos cetônicos, em decorrência da dominância constante de glucagon, a respiração é sinal de uma tentativa de compensação. O Oxaloacetato também está diminuindo, pois está desviado para gliconeogênese, o que responde a elevação da insulina. Não aplico insulina de cara, mas isso será entendido na BMF.
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