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Urinálise: Coleta e Análise

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SUMÁRIO
1. Introdução e Definição ............................................. 3
2. Coleta da Amostra..................................................... 4
3. Análise Física ............................................................... 7
4. Análise Química.......................................................... 8
5. Sedimentoscopia .....................................................15
Referências Bibliográficas .........................................21
3URINÁLISE
1. INTRODUÇÃO 
E DEFINIÇÃO
O exame de urina de rotina é um dos 
procedimentos laboratoriais mais so-
licitados pelos médicos de pratica-
mente todas as especialidades e para 
pacientes com as mais variadas quei-
xas ou mesmo para indivíduos sem 
nenhuma queixa. Essas caracterís-
ticas fazem da urinálise um teste de 
triagem de ampla utilização. 
VOCÊ SABIA? Desde o período paleo-
lítico, o ato de examinar a urina tem sido 
um método utilizado como tentativa de 
diagnosticar e estabelecer o tratamento 
das mais diversas doenças. Inscrições 
em paredes de cavernas das primeiras 
civilizações humanas associam certas 
doenças a alterações urinárias.
O processo de exame da urina é rea-
lizado através de quatro “fases”, são 
elas: coleta, análise física, análise quí-
mica e sedimentoscopia. 
As principais indicações para a uri-
nálise são investigação e acompa-
nhamento de doença renal, acompa-
nhamento de patologias que podem 
cursar com acometimento renal (ex: 
lúpus eritematoso sistêmico, hiper-
tensão arterial, diabetes mellitus, en-
tre outros), investigação de infecções 
do trato urinário e litíase renal. 
INDICAÇÕES DA URINÁLISE
Doença ou condição 
frequentemente associa à 
doença renal
• Lúpus Eritematoso Sistêmico
• Vasculite de pequenos vasos
• Hipertensão Arterial 
• Diabetes Mellitus
Sintomas de infecção urinária
• Disúria
• Dor suprapúbica/dor lombar 
Litíase renal (ou suspeita)
Evidência de doença renal
• Albuminúria 
• Diminuição da TFG
• Aumento das escórias 
nitrogenadas
Suspeita de doença renal
• Edema
• Oligúria
• Hematúria 
4URINÁLISE
2. COLETA DA AMOSTRA
A urina é um material biológico po-
tencialmente contaminado e exige a 
observação de cuidados específicos 
de coleta, a fim de preservar a integri-
dade da amostra e a segurança dos 
profissionais que a manuseiam.
Visando diminuir as variações pré-ana-
líticas, deve-se utilizar urina recém-co-
letada do jato médio (após desprezar o 
primeiro jato), em frasco limpo, após o 
paciente permanecer por um período 
de, pelo menos, 2 horas sem urinar. Im-
portante orientar os pacientes sobre a 
necessidade de higienização do mea-
to uretral e da genitália antes da coleta, 
tanto em homens, como em mulheres. 
Recomenda-se evitar a realização de 
exercício físico extenuante nas 24 ho-
ras que antecedem a coleta, uma vez 
que a desisdratação pode provocar al-
terações na coloração da urina.
SE LIGA!: Algumas situações clínicas 
merecem atenção em relação à coleta. 
São elas: homem incircunciso (o prepú-
cio deve estar retraído e o meato uretral 
limpo), período menstrual (potencial de 
contaminação com a secreção vagina), 
pacientes com cateter vesical de demo-
ra: a amostra de urina deve ser coleta-
da diretamente do tubo de cateter, para 
que seja adquirida uma urina produzida 
recentemente.
A amostra deve ser mantida à tempe-
ratura ambiente, porém, se o exame 
não puder ser realizado em um prazo 
máximo de 2 horas após a coleta, a 
amostra deverá ser refrigerada e pro-
tegida da luz. A amostra nunca deve 
ser congelada, uma vez que esse pro-
cedimento propicia a destruição dos 
componentes celulares presentes.
A tabela 1 apresenta algumas alte-
rações que podem ocorrer nas amos-
tras de urina após a coleta, ao longo 
do tempo. Essas modificações e suas 
potenciais causas devem ser conside-
radas na interpretação dos resultados.
CONSTITUINTE ALTERAÇÃO MECANISMO
pH Elevação Alcalinização por 
produção de amônia 
a partir de ureia, por 
bactérias contami-
nantes
Glicose Redução Pelo consumo pelo 
metabolismo celular
Nitrito Elevação
Redução
Pela produção por 
bactérias eventual-
mente presentes
Pela degradação a 
nitrogênio, seguida 
de evaporação
Cetonas Negativação Por conversão do 
ácido acetoacético 
à acetona e subse-
quente evaporação 
Bilirrubina Redução Pela oxidação à bili-
verdina por exposi-
ção à luz
Urobilinogênio Redução Pela oxidação à uro-
bilina por exposição 
à luz
Eritrócitos Redução Consequência da lise 
celular
Leucócitos Redução Em decorrência da 
degeneração celular
Cilindros Redução Pela solubilização da 
matriz proteica
Tabela 1: Alterações que podem ocorrer nas amostras 
de urina após a coleta.
5URINÁLISE
Na maioria das vezes, a urina para o 
exame de rotina é obtida espontanea-
mente, porém, existem situações par-
ticulares nas quais torna-se necessá-
rio a utilização de recursos especiais, 
como coleta com saco coletor, catete-
rismo vesical ou punção suprapúbica, 
sendo que os dois últimos são opções 
excepcionais devido ao risco de lesão 
e/ou contaminação das vias urinárias. 
A coleta com saco coletor é frequen-
temente realizado em pacientes pe-
diátricos ou geriátricos, nos quais o 
controle da micção esteja comprome-
tido. É realizada através de um saco 
plástico transparente, macio, com 
adesivo hipoalergênico que o fixa na 
área genital (Figura 1).
Figura 1: Saco Coletor Pediátrico. Fonte: Google Ima-
gens.
A amostra cateterizada é coletada, 
sob condições estéreis, através da 
colocação de um cateter da uretra até 
a bexiga. É mais comumente solicita-
da para cultura para bactérias, porém, 
pode ser utilizada também para a 
medida das funções em cada um dos 
rins. Neste caso, a amostra dos rins 
direito e esquerdo é coletada separa-
damente pela passagem de cateteres 
através dos respectivos ureteres.
Ocasionalmente, a amostra de urina 
pode ser coletada através da intro-
dução de uma agulha diretamente 
na bexiga, pelo abdome (Figura 2). 
Como a bexiga é estéril, em condi-
ções normais, a punção suprapúbica 
fornece uma amostra de urina para a 
cultura bacteriana completamente li-
vre de contaminação externa.
Figura 2: Punção suprapúbica para coleta de amostra 
urinária. Fonte: Google Imagens.
6URINÁLISE
FLUXOGRAMA COLETA DA AMOSTRA
COLETA ADEQUADA SITUAÇÕES ESPECIAIS CUIDADOS COM A AMOSTRA
POTENCIAIS 
ALTERAÇÕES APÓS 2 
HORAS DE COLETA
COLETAS ESPECIAIS
Desprezar primeiro jato Homem incircunciso Até 2 horas da coleta: manter em temp. ambiente ↑ pH Saco coletor
Frasco limpo Período menstrual Após 2 horas da coleta: refrigerar e proteger da luz ↓ Glicose Cateterismo vesical
Retenção urinária de 
2 horas (mínimo)
Pacientes com sonda 
vesical de demora NUNCA congelar!
Nitrito: pode ter 
redução ou aumento Punção suprapúbica
Higienização do 
meato uretral e genitália 
antes da coleta
Negativação das cetonas
Evitar atividade 
física extenuante nas 
24 horas antes
↓ Bilirrubina
↓ Urobilinogênio
↓ Eritrócitos
↓ Leucócitos
↓ Cilindros
7URINÁLISE
3. ANÁLISE FÍSICA
A análise física da urina consiste no 
exame macroscópico (aspecto, cor e 
odor), juntamente com a determina-
ção do volume, osmolaridade e den-
sidade da amostra. 
A urina normal apresenta um aspec-
to claro, transparente. Turvações po-
dem aparecer quando ocorrerem for-
mações de uratos amorfos de urinas 
ácidas ou fosfatos amorfos em urinas 
alcalinas (essas formações são mais 
observadas quando a temperatura 
ambiente é baixa). A urina pode se 
apresentar mais clara ou mais escura, 
de acordo com sua concentração.
A coloração da urina normal varia de 
amarelo citrino pálido a escuro (âm-
bar), e resulta da presença de um pig-
mento chamado urocromo. A tabela 2 
apresenta algumas alterações na cor 
da urina e suas possíveis causas.
Laranja
Fenazopiridinas (pyridium), rifam-
picina, varfarina
Rosa
Avermelhada
Porfirinas, mioglobina, hemoglo-
bina, difenilidantoína, metildopa, 
fenolftaleína, fenotiazina
Vermelha Eritrócitos, hemoglobina
Verde
Bilirrubina oxidada, azul de me-
tileno
AzulAzul de metileno
Marrom
Bilirrubina, hemoglobina, meta-
-hemoglobina
Cinza Furazolidona, nitrofurantoína
Preta Melanina, ácido homogentísico
Tabela 2: Colorações da urina e suas possíveis causas.
Figura 3: Colorações mais frequentes da urina. Fonte: 
Google Imagens.
A urina normal tem um odor caracte-
rístico pela presença de ácidos volá-
teis. Como passar do tempo, após a 
coleta ou pela existência de processo 
infeccioso urinário, a urina pode apre-
sentar odor amoniacal, pela trans-
formação da ureia em amônia, como 
resultado do metabolismo bacteriano. 
Em pacientes com quadros de ceto-
acidose, a urina pode apresentar um 
odor adocicado.
O indivíduo adulto produz, em média, 
entre 600 e 2.000 mL de urina por 
dia. Considera-se como oligúria uma 
produção < 0,5mL/kg/hora, enquanto 
a anúria ocorre quando há ausência 
de excreção urinária. 
A osmolaridade normalmente varia 
entre 50 e 1100 mOsm/kg de água. 
Na desidratação, a osmolaridade uri-
nária varia entre 40 a 80mOsm/kg. 
Por fim, os valores da densidade uri-
nária dependem, basicamente, do 
equilíbrio entre a ingestão hídrica e 
as perdas. Em condições habituais, 
8URINÁLISE
considera-se normal o intervalo entre 
1,015 e 1,021.
SE LIGA! A determinação da densida-
de urinária e da osmolaridade urinária 
é muito útil na diferenciação entre Ne-
crose Tubular Aguda e Insuficiência 
pré-renal! Na primeira, a densidade e a 
osmolaridade são baixas (porque os tú-
bulos não conseguem fazer a reabsor-
ção de forma eficaz); já na insuficiência 
pré-renal, a densidade está > 1,020 e a 
osmolalidade urinária, >450mOsm/L.
4. ANÁLISE QUÍMICA
Representa a análise mais importan-
te do exame de urina e é realizada 
através de análise automatizada ou 
pelo uso da fita reagente (método co-
lorimétrico) (figura 4). Os parâmetros 
avaliados são: pH, proteínas, glicose, 
cetonas, urobilinogênio, bilirrubinas, 
hemoglobina, nitrito e leucócitos. 
Figura 4. Fita reagente para análise química da urina. 
Fonte: Google Imagens.
SE LIGA! É importante lembrar que po-
dem ocorrer diferenças significativas na 
sensibilidade e na especificidade das 
tiras reagentes de diferentes procedên-
cias. Por isso, é imprescindível a leitura 
atenta das informações fornecidas pelos 
fabricantes de cada tipo de fita reagente.
O pH varia normalmente entre 4,5 e 
8,0, sendo a urina da manhã normal-
mente mais ácida (em torno de 5,0 a 
6,0). No exame de urina de rotina, a 
determinação do pH pode ser substi-
tuída pela referência apenas da reação 
(ácida, alcalina, ligeiramente ácida...), 
caso seja necessária a determinação 
mais exata do pH, podem ser utiliza-
das fitas reagentes ou pHmetro.
SE LIGA!: Os rins são importantes ór-
gãos reguladores do equilíbrio acidobá-
sico do organismo. O estudo do pH uri-
nário pode auxiliar no diagnóstico e no 
acompanhamento de alguns distúrbios 
eletrolíticos sistêmicos e na monitoração 
de tratamentos que exijam que o pH uri-
nário se mantenha dentro de determina-
do intervalo.
NA PRÁTICA! Urinas ácidas são pro-
duzidas por pessoas mantidas em die-
tas ricas em proteínas de origem animal, 
pacientes em uso de medicamentos aci-
dificantes e em pacientes com diabetes 
mellitus mal controlada (acidose). Urinas 
alcalinas são encontradas no período 
pós-prandial, em pessoas mantidas em 
dietas vegetarianas, pacientes em uso 
de medicamentos alcalinizantes e em 
pacientes com infecção do trato urinário.
9URINÁLISE
A análise da proteína no exame de 
urina é muito importante para a prática 
clínica, uma vez que é um importante 
indicador de lesão renal. As proteínas 
podem ser pesquisadas com o uso de 
fitas reagentes ou com ácido tricloa-
cético (TCA) a quente e dosadas por 
precipitação com TCA-Ponceau. As 
tiras reagentes possuem uma limita-
ção na análise da proteína: detectam 
apenas a albumina, sendo pratica-
mente insensíveis às globulinas e às 
proteínas pequenas (como as cadeias 
leves das imunoglobulinas).
A proteinúria é a excreção elevada de 
proteínas na urina e pode ser classi-
ficada, em termos de intensidade, da 
seguinte forma:
• Proteinúria elevada: excreção > 
3,5g de proteína em 24 horas. É 
característica de 
síndrome nefró-
tica, mas pode 
estar presen-
te em casos de 
glomerulonefri-
te, nefrosclerose, 
amiloidose, lúpus 
eritematoso sis-
têmico, trombose 
da veia renal, in-
suficiência cardí-
aca congestiva ou 
pericardite. 
• Proteinúria mo-
derada: excreção 
entre 0,5 e 3,5g de proteína em 
24 horas. Presente na glomeru-
lonefrite crônica, nefropatia dia-
bética, mieloma múltiplo, nefro-
patia tóxica, pré-eclâmpsia e nas 
alterações inflamatórias malignas, 
degenerativas e irritativas do tra-
to urinário (como a presença de 
cálculo urinário).
• Proteinúria mínima: excreção < 
0,5g de proteína em 24 horas. Está 
associada a glomerulonefrite crô-
nica, doença policística renal, afec-
ção tubulorrenal, fase de convales-
cença de glomerulonefrite aguda e 
vários distúrbios do trato urinário 
inferior. 
Em relação à etiologia, as alterações 
na excreção de proteínas podem ser 
classificadas em: 
• P r o t e i n ú r i a 
postural: ocorre 
quando o pacien-
te permanece em 
posição ereta por 
um longo perío-
do. A excreção 
diária pode atin-
gir até 1g.
• P r o t e i n ú -
ria funcional: é 
a excreção de 
proteínas asso-
ciada a estados 
10URINÁLISE
febris, exposição ao calor ou frio 
intensos, exercícios físicos exte-
nuantes.
• Proteinúria por extravasamento 
(antiga Bence-Jones): correspon-
de à excreção de uma proteína 
específica, de baixo peso molecu-
lar, presente na urina de pacientes 
com mieloma múltiplo. Essa prote-
ína é a cadeia leve livre de imuno-
globulinas, podendo ser kappa ou 
lambda.
• Proteinúria pós-renal: resulta do 
extravasamento de proteínas em 
decorrência de processos inflama-
tórios, infecciosos ou neoplásicos 
em vias urinárias.
• Microalbuminúria: excreção de 
pouca quantidade de albumina. 
Os intervalos podem ser expres-
sos em relação ao volume de 24 
horas/minuto em amostras coleta-
das em períodos curtos ou em re-
lação à concentração de creatinina 
(Tabela 3).
MG/24 HORAS MCG/MINUTO MG/G DE CREATININA
Normal Inferior a 30 Inferior a 20 30
Microalbuminúria Entre 30 e 300 Entre 20 e 200 Entre 30 e 300
Albuminúria Acima de 300 Acima de 200 Acima de 300
Tabela 3: Intervalos de referência para microalbuminúria.
SE LIGA!: Microalbuminúria é um indi-
cador precoce de disfunção renal e está 
associado ao aumento da mortalidade 
cardiovascular, especialmente em pa-
cientes com diabetes mellitus tipo 2.
Em condições normais, praticamente 
toda a glicose filtrada pelos gloméru-
los é reabsorvida no túbulo contorci-
do proximal e a pesquisa de glicose 
na urina, pelos métodos habituais é 
negativa. Níveis sanguíneos glicêmi-
cos acima de 160 mg/dL ultrapassam 
o limiar renal (capacidade de reabsor-
ção tubular) e acarretam em apareci-
mento de glicose na urina. 
Algumas causas de glicosúria estão 
expostas a seguir: 
11URINÁLISE
HORA DA REVISÃO
A principal fonte de energia do corpo 
humano é o metabolismo dos carboi-
dratos (principalmente da glicose). Sem-
pre que a quantidade de carboidratos 
disponíveis for inferior às necessidades 
energéticas, ocorre o catabolismo dos 
ácidos graxos, gerando, como subpro-
dutos, quantidades elevadas de corpos 
cetônicos.
A presença de corpos cetônicos na 
urina (cetonúria) ocorre no jejum pro-
longado, em dietas para redução do 
peso, em estados febris, após exer-
cício físico intenso, no frio intenso e, 
principalmente, no diabetes mellitus. 
Pacientes em uso de levodopa podem 
apresentar resultados falso-positivos. 
Os três corpos cetônicos presentes 
são na cetoacidose diabética são: 
acetoacético (20%), acetona (2%) e 
ácido beta-hidroxibutírico (78%). 
SE LIGA!: A fita reagente só identifica 
o acetoacetato, por isso, pode haver re-
sultados falso-negativos para pacientes 
com cetoacidose diabética.
 
GGLLIICCOOSSÚÚRRIIAA
Diabetes mellitus
Lesão do 
Sistema Nervoso 
Central (SNC)
Gravidez
Período pós-
prandial(após 
ingestão de 
grandes 
quantidades de 
carboidratos
Medicamentos: 
tiazídicos, 
corticosteroides
Estresse 
emocional
Distúrbios das 
glândulas 
pituitárias e 
suprarrenal
Reabsorção 
tubular 
diminuída: Sínd. 
de Fanconi, 
doença renal 
avançada
Fluxograma 4: Principais causas de glicosúria.
12URINÁLISE
A bilirrubina direta, presente na bile, 
é transformada em urobilinogênio 
no intestino. 90% desse urobilinogê-
nio é reabsorvido pela bile e os 10% 
restantes são excretados na urina. Há 
dois grupos de doenças particular-
mente significantes que podem levar 
a alterações nos níveis de excreção 
da bilirrubina e urobilinogênio: doen-
ça hepática (aumento da excreção da 
bilirrubina, diminuição da excreção do 
urobilinogênio – podendo até negati-
var) e doença hemolítica (diminuição 
da excreção da bilirrubina, aumento 
da excreção do urobilinogênio).
O reconhecimento da hemoglobina 
na urina, seja nas hemácias íntegras 
(hematúria), seja na hemoglobina livre 
(hemoglobinúria), é um dado impor-
tante que deve ser relacionado com 
a observação do exame microscópi-
co do sedimento urinário. É possível 
a ocorrência de hemoglobinúria sem 
grande número de hemácias no sedi-
mento, em decorrência, por exemplo, 
de hemólise intravascular.
Os nitritos costumam estar presen-
tar em infecções, já que as bactérias 
gram-negativas transformam o ni-
trato em nitrito através da nitrato-
-redutase. Porém, algumas bactérias 
não têm essa capacidade, por isso, a 
presença de nitrito na urinálise é es-
pecífica, mas pouco sensível para in-
fecções urinárias. Em indivíduos com 
dieta rica em nitratos ou com muito 
tempo de retenção urinária, o resulta-
do pode ser falso-positivo.
A esterase leucocitária é muito sen-
sível na detecção de leucócitos, uma 
vez que é liberada pelos leucócitos 
quando ocorre degeneração celular. 
Sua pesquisa na urina pode ser uti-
lizada como auxiliar para a avaliação 
de leucocitúria. 
SE LIGA!: Os leucócitos não-granulóci-
tos (linfócitos) não produzem esterase, 
portanto, nas linfocitúrias, a pesquisa 
será negativa.
13URINÁLISE
ANÁLISE QUÍMICA
HEMOGLOBINA
ESTERASE LEUCOCITÁRIApH
NITRITOSPROTEÍNA
UROBILINOGÊNIOGLICOSE
CETONAS BILIRRUBINA
Hematúria Hemoglobinúria
Presente: leucócitos 
granulócitos (inflamação)
Presente: 
infecção por 
bactérias 
gram-negativas
Aumentado: 
doença 
hemolítica
Diminuído 
ou ausente: 
síndrome 
colestática
Presente: fração conjugadaPresente: jejum prolongado, dietas para redução de peso, 
estados febris, exercício físico 
intenso, frio intenso, DM...
Presente: DM, gravidez, 
medicamentos, doença renal 
avançada, sínd. Fanconi...
Proteinúria 
elevada: 
> 3,5g/dia
Proteinúria 
moderada: 
entre 0,5 e 
3,5g/dia
Proteinúria 
mínima: < 
0,5g/dia
Normal: 4,5 – 
8,0
Ácidas: dietas ricas em 
proteína animal, 
DM mal controlada
Alcalinas: dietas 
vegetarianas, período 
pós-prandial, ITU
DM: Diabetes mellitus
ITU: infecção do trato urinário
14URINÁLISE
ANÁLISE FÍSICA
VOLUME 
Normal: 600 – 
2.000mL
ODOR
OSMOLARIDADE
DENSIDADE
COR
ASPECTO
Alterado: 
Oligúria, anúria
50 – 1.100mOsm/kg 
água
Alterado: 
desidratação – 
40 a 80 mOsm/kg
50 – 1.100mOsm/kg 
água
Normal: odor 
característico
Alterado: odor 
adocidado, 
amoniacal...
Normal: Claro e 
transparente
Alterado: turvo, 
com espuma...
Normal: 
Amarelo citrino 
pálido a escuro
Alterada: 
Avermelhada, 
marrom, verde, 
preta...
15URINÁLISE
5. SEDIMENTOSCOPIA
A sedimentoscopia representa a 
análise microscópica do exame, que 
permite a detecção de elementos ce-
lulares e acelulares da urina. Reco-
mendada a avaliação com a amostra 
fresca, já que alguns elementos co-
meçam a sofrer lise após cerca de 2 
horas da coleta. Os principais parâ-
metros pesquisados são: hemácias, 
leucócitos, cilindros, cristais, células 
epiteliais, bactérias e fungos. 
O sedimento urinário deve ser repor-
tado qualitativamente (tipos de célu-
las, cilindros, cristais, organismos...) e 
quantitativamente (número de cilin-
dros/campo, células/campo...).
A presença de um número aumenta-
do de hemácias na urina (acima de 2 
hemácias/campo) é denominada he-
matúria, que pode ser micro ou ma-
croscópica, dependendo de sua in-
tensidade. As hematúrias podem ser 
transitórias e benignas ou podem ser 
um sinal de doença dos rins ou do tra-
to urogenital. Hematúria persistente 
indica, em geral, sinais de nefrolitíase, 
doença glomerular ou malignidades 
nos rins ou no trato urinário.
A morfologia das hemácias é útil para 
ajudar a localizar a origem da lesão 
(doença renal ou em outro lugar do 
sistema urinário). Hemácias de con-
formação normal estão relacionadas 
com lesão extraglomerular, já hemá-
cias dismórficas são sugestivas de 
doenças glomerulares. A morfologia 
das hemácias dismórficas é caracte-
rizada por bolhas, brotamentos e per-
da parcial da membrana celular. 
Figura 5: Hemácias Dismórficas. Fonte: SBPC, Realização de Exames em Urina. Ed. 
Manole, 2017.
16URINÁLISE
Os leucócitos podem estar presen-
tes fisiologicamente (até 2 leucóci-
tos/campo). Os neutrófilos são o tipo 
mais comum de leucócitos na urina, 
mas também podem ser observa-
dos eosinófilos e linfócitos. A eleva-
ção anormal do número de leucócitos, 
denominada piúria, pode estar asso-
ciada a infecção do trato urinário, glo-
merulonefrite, nefrite intesticial agu-
da, doença inflamatória pélvica (DIP) 
e afecções intrabdominais. 
Os cilindros são corpos proteicos 
que se formam nos túbulos distais 
e coletores dos rins. Surgem pela li-
gação da proteína de Tamm-Horsfall 
(GTH) com os diferentes elementos 
presentes na estrutura tubular. Em 
várias condições fisiológicas ou pato-
lógicas, as fibrilas de GTH tendem a 
se agregar e se entrelaçar dentro dos 
lúmens tubulares, formando uma es-
trutura cilíndrica. Essa formação é fa-
vorecida pelo pH ácido, osmolaridade 
alta (o que explica o fato de serem in-
comuns em urinas alcalinas e/ou diluí-
das e concentração elevada de sódio) 
ou pela interação com mioglobina, 
hemoglobina e outras substâncias.
Cada cilindro está relacionado com 
patologias ou disfunções específicas, 
como podemos observar na tabela 4. 
TIPO ORIGEM – CARACTERÍSTICA CORREÇÃO CLÍNICA
Acelulares
Hialinos
Secreção tubular da proteína de 
Tamm-Horsfal agregada às fibrilas
Pode ser fisiológico. Desidratação, uso 
de diuréticos, esforço físico, febre.
Céreos
Evolução natural dos cilindros gra-
nulosos patológicos.
Disfunção renal avançada (fluxo tubular 
baixo).
Largos
Diâmetro maior que os outros cilin-
dros – aspecto granular ou céreo.
Insuficiência renal avançada (dilatação 
dos túbulos coletores).
Graxos
Cilindros que estão associados à 
presença de gotículas de gordura
Estados de lipidúria, como a síndrome 
nefrótica.
Celulares
Epitelias
Células epiteliais descamadas dos 
túbulos renais que aderem à matriz 
proteica. Podem evoluir para gra-
nulosos pela degeneração celular.
Lesão tubular renal (como NTA) e nefro-
patias tubulointersticiais.
Granulosos Formados por debris celulares.
Lesão tubular ou glomerular (menos 
comum).
Hemáticos Hemácias que aderem à matriz.
Indicam lesão glomerular – clássico das 
glomerulonefrites.
Leucocitários Leucócitos aderidos à matriz.
Podem ocorrer nas glomerulonefrites, 
mas são clássicos das nefrites tubuloin-
tersticiais (como a pielonefrite).
Tabela 4: Tipos de cilindros urinários e sua origem. 
17URINÁLISE
SE LIGA! A presença de células epite-
liais pode aparecer na sedimentoscopia 
em pessoas normais (por contaminação 
da amostra, por exemplo), mas os cilin-
dros epiteliais quase sempre são pato-
lógicos!
 
A presença de cristais no sedimento 
urinário é denominada cristalúria e é 
um achado frequente. Muitos deles 
são formados em decorrência de al-
terações posteriores à coleta, como 
rebaixamento da temperatura ou 
variações do pH, não apresentando 
maior importância diagnóstica, sen-
do considerados artefatuais. Outros 
refletem características da compo-
sição da dieta habitual do indivíduoou situações metabólicas particu-
lares, mas não patológicas, sendo 
identificados como cristais habituais 
ou comuns.
Há cristais, porém, cuja presença na 
urina pode estar associada a algumas 
doenças metabólicas ou infecciosas, 
sendo, portanto, considerados pato-
lógicos. É importante ter em mente 
que um mesmo cristal, dependendo 
da quantidade, da forma de apresen-
tação e das condições do meio uriná-
rio, pode ter diferentes significados 
clínicos. Os principais tipos de cristais 
e suas característica estão descritos 
na tabela 5. 
TIPO CARACTERÍSTICAS
Ácido úrico
Mais comuns; amarelo-casta-
nho; habitual.
Oxalato de cálcio
Amarelo-castanho; qua-
drados intersectados por 2 
diagonais; habitual. 
Fosfato amorfo Branco-incolor; habitual
Carbonato de cálcio Incolor; habitual
Cistina
Incolor; raros e indicam do-
ença metabólica.
Colesterol Incolor; considerado anormal
Leucina
Amarelo; considerado anor-
mal
Bilirrubina
Amarelo; considerado anor-
mal
Estruvita
Litíase associada a infecções 
urinárias por bactérias pro-
dutoras de urease (Proteus e 
Klebsiella)
Sulfonamidas
Coloração variável; conside-
rado anormal
Ampicilina Incolor; considerado anormal
No sedimento urinário, podem ser ob-
servados três tipos principais de célu-
las epiteliais: células epiteliais esca-
mosas, células epiteliais transicionais e 
células epiteliais tubulares renais. 
As células epiteliais escamosas são 
frequentemente eliminadas e proce-
dem da uretra e vagina, e pequenos 
números, são quase invariavelmente 
presentes no sedimento urinário de pa-
cientes do sexo feminino. Em mulheres 
com vaginite, um número elevado de 
células epiteliais escamosas está fre-
quentemente relacionado a Candida, 
Trichomonas vaginalis e/ou bactérias. 
18URINÁLISE
As células epiteliais transicionais 
derivam do uroepitélio e podem ser 
observadas em grande quantidade 
(uma ou mais por campo de grande 
aumento) em condições caracteriza-
das por dano das camadas profundas 
desse epitélio, como urolitíase, câncer 
de bexiga ou hidronefrose. São tam-
bém frequentemente encontradas na 
urina de pacientes com stents ureté-
ricos ou cateteres na bexiga por perí-
odos prolongados. 
As células epiteliais tubulares renais 
são as que têm mais significado clíni-
co. São essencialmente diagnósticas 
de necrose tubular aguda isquêmica e 
nefrotóxica, e podem estar presentes 
também em doenças glomerulares. 
A presença da bactérias ou fungos 
pode ser consequência de uma con-
taminação da amostra ou de uma in-
fecção franca.
19URINÁLISE
SEDIMENTOSCOPIA
CÉLULAS EPITELIAIS
CRISTAIS
LEUCÓCITOS
HEMÁCIAS
BACTÉRIAS E FUNGOS
CILINDROS
Podem estar presentes 
sem indicar doença
Normal: 
até 2/ campo
Piúria: ITU, 
glomerulonefrite, 
NIA
Normal : 
até 2/ campo
Alterado: 
Hematúria 
micro ou 
macroscópica
Forma 
normal: lesão 
extraglomerular
Dismórficas: 
doenças 
glomerulares
Artefatuais
Habituais: ác. Úrico, 
oxalato de cálcio, fostato 
amorfo, entre outros
Anormais: cistina, 
colesterol, leucina, 
bilirrubina, estruvita, 
ampicilina, sulfonamidas, 
entre outros
Acelulares: 
Hialinos, Céreos, 
Largos e Graxos
Celulares: Epiteliais, 
Granulosos, Hemáticos 
e Leucocitários
Contaminação da amostra 
ou infecção franca
ITU: infecção do trato urinário
NIA: nefrite intersticial aguda
20URINÁLISE
FLUXOGRAMA URINÁLISE
Coleta
Coleta em 
frasco 
plástico
Urinálise
Análise Física Análise Química Sedimentoscopia
Saco Coletor
Punção 
Suprapúbica
Cateterismo 
vesical
Cor
Aspecto
Odor
Volume
Osmolaridade
Densidade
pH
Glicose
Proteínas
Cetonas
Nitritos
Bilirrubina e 
Urobilinogênio
Esteraseleucocitária
Hemoglobina
Hemácias
Leucócitos
Clindros
Cristais
Células Epiteliais
Bactérias e Fungos
21URINÁLISE
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
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-Elsevier, 2012.
NEMER, Aline Silva de Aguiar. Manual de solicitação e interpretação de exa-
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22URINÁLISE

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