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O crescimento do marketing no ponto de venda (Shopper Marketing) Com base em pesquisas que sugerem que de 70% a 80% das decisões de compras são tomadas dentro da loja, as empresas reconhecem cada vez mais a importância de influenciar os consumidores no momento da compra. O marketing do ponto de venda é a forma como os fabricantes e varejistas usam os estoques, os displays e as promoções para afetar os consumidores no processo de aquisição de um produto. Onde e como um produto é exposto e comercializado pode exercer considerável impacto sobre as vendas. Uma forte defensora do marketing no ponto de venda, a Procter & Gamble chama a presença na loja de “primeiro momento da verdade”, o uso e o consumo do produto constituem o segundo momento. A P&G observou o poder dos displays em um projeto do Walmart destinado a impulsionar as vendas de fraldas premium, como a Pampers. Ao criar a primeira ala infantil na qual produtos infantis - antes espalhados pela loja - foram reunidos em um único corredor, o novo layout de prateleiras incentiva os pais a permanecer no local por mais tempo e a gastarem mais, elevando as vendas da Pampers. Outra promoção bem-sucedida, desta vez para a marca de cosméticos Cover Girl da P&G, explorou a tendência de maquiagem do “olho esfumaçado”, desenvolvendo kits para o Walmart e conectando-se com clientes em potencial no Facebook oferecendo instruções, blogs e uma galeria de fotos. Os varejistas também usam a tecnologia para influenciar os clientes no momento da compra. Alguns supermercados empregam aplicativos de celular ou “carrinhos de compras inteligentes” que ajudam os clientes a localizar itens na loja, descobrir liquidações e ofertas especiais e pagar com mais facilidade. Um estudo acadêmico constatou que o feedback de gastos em tempo real fornecido por um carrinho inteligente estimulava os compradores com restrições orçamentárias a gastar mais (adquirindo mais marcas nacionais), mas levava os compradores sem restrições orçamentárias a gastar menos (substituindo marcas nacionais por marcas de loja). A Mondelêz, spinoff da Kraft Foods, usa a tecnologia de smart shelf, instalando nas prateleiras perto dos caixas sensores capazes de detectar a idade e o sexo do consumidor e, em virtude de análises avançadas, segmentá-los com anúncios e promoção de lanche em uma tela de vídeo (Isso é muito black mirror). A tecnologia também desempenha papel de pesquisa crucial na elaboração de programas de marketing no ponto de venda. Alguns varejistas ocupam seus corredores com sensores ou usam câmeras de vídeo de segurança ou outros meios para monitorar a movimentação de seus consumidores. Outros usam óculos infravermelhos ou câmeras de vídeo para registrar o que os clientes realmente veem. Uma descoberta foi que muitos clientes ignoravam os produtos ao nível dos olhos - a localização ideal ficava entre a cintura e o nível do peito. Outra pesquisa acadêmica descobriu que as compras não planejadas aumentavam quanto mais um produto fosse tocado, quanto mais uma compra fosse ponderada, quanto mais próximo um cliente estivesse na prateleira, quanto menos itens estivessem expostos nas prateleiras e quanto mais rapidamente os consumidores pudessem acessar informações externas. Para capitalizar essas conclusões, os pesquisadores recomendam que os varejistas coloquem QR codes próximos aos produtos para serem digitalizados com celulares. Pesquisas demonstraram que até mesmo o simples ato de tocar um produto na tela aumenta a intenção de compra. Fonte: KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 15ª ed. Pág.588-589. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.
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