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Ana Luiza Bittencourt DIREITO CIVIL I – TEORIA GERAL DO DIREITO PRIVADO I Bens - Conceito: pode ser definido com enfoque genérico ou jurídico: • Enfoque genérico: tudo aquilo que nos traz satisfação. Toda utilidade em favor do ser humano. • Enfoque jurídico: tudo aquilo que é suscetível de valoração jurídica e pode servir de objeto de relações jurídicas. É a utilidade, material ou imaterial que podem ser objeto de direitos subjetivos (dependem da vontade do sujeito, de requerer seus direitos a um bem ou não). - As relações jurídicas são formadas por: sujeito, objeto e vínculo. - O sujeito pode ser ativo ou passivo, sendo aquele que requer seus direitos ou aquele que violou os direitos relacionados a um bem (objeto) de outrem. Logo, o objeto é um bem sobre o qual recairá o direito subjetivo do sujeito ativo (de requerer ou não os direitos), permitindo- lhe exigir do sujeito passivo um comportamento esperado. Todo direito subjetivo traz em seu objeto um bem jurídico. - Ser objeto da relação jurídica = sofrer dominação do sujeito nos termos e limite concedidos pela relação jurídica. - Ex.: José é proprietário de uma casa > o objeto (casa) é dominado (tem o domínio) de José. A casa de José é invadida por Mauro > Mauro violou um direito de José, que terá um direito subjetivo de proteção sobre sua casa, que é seu bem jurídico. - Os bens jurídicos podem ser dotados ou não de economicidade, bem como podem ter existência material ou não. - São considerados bens jurídicos tanto um imóvel e uma joia, quanto a honra e a imagem. O imóvel é um objeto do direito (subjetivo) de propriedade, a imagem é objeto de direito (subjetivo) da personalidade. Bem e coisa - Bem é gênero, do qual a coisa é espécie. Bens Jurídicos Coisa Material Com valor > casa Sem valor > patrimônio cultural Bem Abstrato (Imaterial) Com valor > direitos autorais Sem valor > horna, privacidade Geral Obs.: quando o bem violado é uma coisa, tem-se uma ação possessória. Quando o bem violado é abstrato, tem-se uma ação indenizatória. A indenização não precifica o bem, ela tem o objetivo de compensação (minimizar o sofrimento a vítima), de prevenir situação lesiva e de punir o infrator. Resumo: - Com natureza econômica + material = COISA - Com natureza econômica + imaterial = BEM Teoria do patrimônio mínimo da pessoa - Patrimônio = conjunto de relações jurídicas economicamente apreciáveis de uma pessoa > universalidade de direitos. Ele adere à pessoa, representando-a economicamente, servindo então de um elemento fundamental da dignidade da pessoa humana. - Ninguém pode ser privado do mínimo existencial > isso garante a manutenção do mínimo que a pessoa possui > se o indivíduo não tem um patrimônio, a lei não dará um para o sujeito, mas caso ele tenha, o Estado deve garantir sua manutenção para que ele não o perca > impenhorabilidade. - Ex.: uma pessoa fez um contrato referente ao pagamento de uma dívida, porém ela não tem como pagar, pois precisa do dinheiro para cuidados pessoais e possui apenas sua casa, onde mora. Sendo assim, o credor não pode penhorar a casa do indivíduo, conforme a teoria do patrimônio mínimo da pessoa, uma vez que o Estado deve garantir a manutenção desse patrimônio. Caso essa pessoa tenha um carro que não seja instrumento de trabalho, esse carro poderá ser penhorado, pois teoricamente, ele não está relacionado ao mínimo existencial > é possível andar a pé, de transporte público... Obs.: o ordenamento jurídico veda a doação de todos os bens, sem reserva de parte suficiente para evitar a miserabilidade do doador (art. 548, CC). Classificação dos bens - Na prática, a classificação dos bens auxilia na identificação das disposições que deverão reger as relações patrimoniais e a própria tutela de cada uma das categorias dos bens jurídicos. Bens considerados em si mesmos (analisam-se os bens em sua individualidade): • Bens corpóreos e incorpóreos: - Corpóreos = possuem existência material, perceptível pelos nossos sentidos, como os bens móveis (livros, joias, etc) e imóveis (terrenos, etc.) - Incorpóreos = são abstratos; não possuem existência materializável; de visualização ideal, como os direitos autorais. Eles não contam com tutela possessória (súmula 228/STJ: “é inadmissível o interdito proibitório para a proteção do direito autoral”). A proteção dos direitos incorpóreos é feita através de ação indenizatória. Por não serem materiais e não existir posse, os bens incorpóreos não são suscetíveis de usucapião, nem podem ser objeto de tradição (não tem como entregar). • Bens móveis e imóveis: - Imóveis = não se pode transportar de um lugar para o outro sem a alteração de sua substância (ex.: um lote urbano). Só são adquiridos por escritura pública; prazos maiores para usucapião de bens imóveis (5, 10 ou 15 anos); podem ser objeto de comodato (empréstimo de bem imóvel); a hipoteca é a garantia real destinada a bens imóveis; ações reais imobiliárias exigem a citação. Classificados em: a) Imóveis por natureza: o solo com sua superfície, subsolo, espaço aéreo. b) Imóveis por acessão artificial, física ou industrial: tudo aquilo que o homem incorporar permanentemente ao solo (ex.: semente lançada ao solo, os edifícios, as construções, de modo que não se pode retirar sem destruição ou dano). c) Imóveis por acessão natural: tudo aquilo que se prende naturalmente ao solo (ex.: árvores e frutos). d) Imóveis por disposição legal: art. 80 Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. - Móveis = suscetíveis de movimento próprio ou remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (ex.: computador). São adquiridos pela simples tradição; prazo menor para usucapião (3 ou 5 anos); podem ser objeto de mútuo (empréstimo de bem móvel); o penhor é a garantia real destinada a bens móveis; ações imobiliárias exigem a citação; somente bem imóveis são passíveis de furto e roubo. Classificados em: a) Móveis pela própria natureza: aqueles que, sem deterioração de sua substância, se deslocam de um lugar para o outro sem perder sua substância (ex.: navios, aeronaves, automóveis). b) Móveis por disposição legal: art. 83 Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. c) Móveis por antecipação: são bens que, embora incorporados ao solo, são destinados a serem destacados e convertidos em móveis, como é o caso das árvores destinadas ao corte. Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. • Bens fungíveis e infungíveis: diz respeito à possibilidade de sua substituição. - Fungíveis= são aqueles que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. É uma classificação típica dos bens móveis. Ex.: café, soja; dinheiro. O mútuo é empréstimo de coisa fungível. A compensação só pode ser efetuada entre dívidas líquidas, vencidas e fungíveis. O contrato de locação de coisas e o de usufruto têm como objeto coisas infungíveis (art. 565). - Infungíveis = são aqueles de natureza insubstituível (ex.: uma obra de arte). Em razão de sua qualidade individual, os bens infungíveis possuem valor especial, inadmitindo substituição sem que isso modifique o seu conteúdo. O comodato é empréstimo de bem infungível. O credor de coisa infungível não pode ser obrigado a aceitar outra, ainda que de valor superior. - Em Direito Civil, emprega-se ainda, em relação às obrigações de fazer e não fazer, distinguindo aquelas que só podem ser cumpridas pelo próprio devedor (infungíveis) de outras espécies de obrigações que podem ser realizadas por outra pessoa (fungíveis). Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. • Bens consumíveis e inconsumíveis: - Consumíveis = bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, bem como aqueles destinados à alienação. Cite-se como exemplo a roupa colocada à venda na loja, pois a aquisição pelo consumidor vai implicar o exaurimento de sua finalidade. Neste particular, o bem consumível de fato, pode tornar-se inconsumível pela vontade das partes, como uma garrafa de bebida rara emprestada para uma exposição. - Inconsumíveis = são aqueles que suportam uso continuado, sem prejuízo de seu perecimento progressivo e natural (ex.: automóvel). Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. • Bens divisíveis e indivisíveis: - Juridicamente, a divisibilidade decorre de um critério utilitarista, ou seja, da manutenção do seu valor econômico proporcionalmente às coisas divididas. - Divisíveis: podem ser divididos em partes reais e distintas, formando cada uma delas um todo perfeito, sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam. Art. 87. (ex.: uma saca de café). - Indivisíveis: são os bens que não podem se fracionar sem alterar a substância ou diminuir-lhe consideravelmente o valor (ex.: um livro, um animal). - Os bens poderão ser indivisíveis: a) por sua própria natureza: quando a impossibilidade de fracionamento advém da substância da coisa, como, por exemplo, um animal. a) por determinação legal: exemplo servidões prediais – art. 1386 b) por convenção (vontade das partes): citamos como exemplo as obrigações em dinheiro, quando as partes estabelecem o pagamento em uma só parcela. - A importância da distinção centra-se na possibilidade de cumprimento parcial das obrigações divisíveis ao contrário das indivisíveis. Exemplo: extinção de condomínio – se divisível o bem será “Ação de Divisão”, se indivisível “Ação de Extinção”. Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. • Bens singulares e coletivos: - Singulares: coisas consideradas em sua individualidade, mesmo que reunidas. São representadas por uma unidade autônoma e, por isso, distinta de quaisquer outras. Podem ser: a) Simples: cujas partes encontram-se ligadas naturalmente, como uma árvore; um cavalo. b) Compostas: quando a coesão de seus componentes decorre do engenho humano, como um avião; um relógio. - Coletivos (ou universais): são os que, sendo compostos por várias coisas singulares, são considerados em conjunto, formando um todo homogêneo. Ex.: a árvore (singular e simples) e a floresta (coletivo). Transforma-se num todo único com individualidade própria. Podem ser: a) Universalidade de fato: ligados pela vontade humana para a consecução de um fim. Ex.: uma biblioteca; um rebanho. b) Universalidade de direito: complexo de direitos e obrigações a que a ordem jurídica atribui caráter unitário, como o dote ou a herança > a norma jurídica dá a unidade. Ex.: patrimônio, herança, massa falida. Bens reciprocamente considerados: - Esse critério leva em conta o liame (ligação) jurídico existente entre o bem jurídico principal e o acessório. - Principal: é o bem que possui autonomia estrutural, ou seja, que existe sobre abstrata ou concretamente > é aquele que existe por si, exercendo sua função e finalidade, independendo de outro, como o solo. Ex.: direitos autorais. - Acessório: não tem existência própria, dependendo de um outro bem – que é o principal > sua existência supõe a do principal. Ex.: obra de um autor (compõe os direitos autorais). “A coisa acessória segue a principal, salvo disposição especial em contrário.” Classificação dos bens acessórios: a) Frutos: utilidades que a coisa principal periodicamente produz. Podem ser: - Civis: verdadeiros rendimentos, como um aluguel, juros, dividendo; - Naturais: proveem da força animal ou vegetal da natureza; - Industriais: decorrem da atuação humana; - Pendentes: aqueles que ainda estão unidos à coisa, não tendo sido destacados; - Percebidos ou colhidos: são os frutos já separados da coisa, mas ainda existentes; - Estantes: embora separados, encontram-se armazenados, estocados; - Percipiendos: os que deveriam ter sido separados mas ainda não foram; - Consumidos: os frutos que não mais existem. b) Produtos: utilidades que a coisa principal produz, cuja extração altera a substância, diminuindo-a. Ex.: petróleo, pedras e metais que se extraem das minas. c) Benfeitorias: obra realizada pelo homem, na estrutura da coisa principal, com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Obs.: os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos na coisa sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor não são consideradas benfeitorias. Existem 3 espécies de benfeitorias: - Voluptuárias: destinadas a tornar a coisa mais formosa, bela, servindo para mero deleite. Ex.: piscina. - Úteis: aquelas que aumentam ou facilitam o uso da coisa, dando maior conforto. Ex.: abertura de uma nova entrada que servirá de garagem para a casa. - Necessárias: indispensáveis à conservação da coisa, evitando deterioração ou destruição. Ex.: reparos realizados em uma viga. Obs.: interessa a distinção relativa às benfeitorias porque a lei (art. 1219, CC) permite que o possuidor de boa-fé tenha direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, e ainda o direito à retenção pelo seu valor; e quanto às voluptuárias, se não pagas, poderá levantá-las, quando puder, sem danificar o bem > enquanto não ressarcir, a outra pessoa ficará com a benfeitoria (retenção pelo valor). - Pertenças: não constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo duradouro, ao uso, ao serviço, ou ao aformoseamento de outro. São as coisas destinadas a conservar ou facilitar o uso das coisas principais > estão a serviço da finalidade econômica de outro bem, mantendo a sua individualidade e autonomia. Ex.: aparelho de ar condicionado, máquinas utilizadas em uma fábrica. Pertença não se confunde com acessório, posto que a ideia da pertença é a autonomia funcional, mesmo quando acoplada a outra. - Partes integrantes: são bens que se unem ao principal, formando um todo, uma massa única, desprovidas de utilidade material própria, embora mantenham sua utilidade. As partes integrantes se incorporam a uma coisa, completando-a e tornando possível seu uso. Ex.: lâmpada de um abajur; pneus de um automóvel. Partes integrantes não se confundem com acessório, pois constituem elementos componentes do próprio bem principal.Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. §2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. §3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. Bens em relação ao sujeito: - Quanto ao titular do domínio, os bens poderão ser públicos ou particulares. - Públicos: são aqueles cujo titular é uma pessoa jurídica de direito público ou uma pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, quando o referido bem estiver vinculado à prestação deste serviço público. São bens do domínio público de entidades federais, estaduais ou municipais. Espécies: • Bens de uso comum = admitem a utilização por qualquer pessoa, indiscriminadamente, a título gratuito ou oneroso. Exemplo nítido são as praças, os mares e as ruas. Os bens de uso comum não perdem sua característica mesmo que por regulamentos administrativos condicionem o horário de uso ou o pagamento de taxas para a utilização (pagamento de retribuição – art. 103). Exemplo: pedágios, cobrança de ingressos em museus, jardins botânicos. • Bens de uso especial = bens utilizados pelo próprio poder público para instalações do próprio serviço público, como os prédios que servem para os tribunais e escolas. • Bens dominicais (ou dominiais) = são bens que integram o patrimônio disponível estatal, compondo relações economicamente apreciáveis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios > são bens públicos não afetados à utilização direta e imediata do povo, nem aos usuários de serviços, mas que pertencem ao patrimônio estatal. Ex.: terrenos de marinha e terras devoluta. Podem ser alienados. - Características dos bens públicos: inalienabilidade, impenhorabilidade e imprescritibilidade: • O pagamento das dívidas do poder público deve ser feito através do sistema precatório; • Os bens públicos não são passíveis de aquisição por usucapião; • Os bens públicos não podem ser onerados (hipoteca, penhor). - Particulares (privados): são aqueles que não pertencem ao domínio público, mas à iniciativa privada. Estes são, em regra, alienáveis, penhoráveis e prescritíveis. Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
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