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PDADesenvolvimento da linguagem e da subjetividade

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Desenvolvimento da linguagem e da subjetividade
Taísa Costa Vliese
A comunicação através da linguagem é um fato tão importante em nossa vida que nos questionamos por que os bebês não nascem falando? A resposta é simples, mas explica sobre a complexidade do desenvolvimento do nosso cérebro. 
Os bebês nascem muito antes de seus cérebros estarem completamente formados e vão necessitar de muitos estímulos e de todo um processo de desenvolvimento para que o ser humano possa se comunicar eficientente através da linguagem oral.
O cérebro do bebê muda consideravelmente depois do nascimento. São milhares de conexões a serem formadas. Aumentam o tamanho da cabeça, o peso do cérebro e a espessura do córtex cerebral, onde se localizam as sinapses. Conexões a longa distância não se completam antes do nono mês e a mielinização continua se formando durante toda a infância. As sinapses aumentam significativamente entre o nono e o vigésimo quarto mês, a ponto de terem 50% a mais de sinapses que os adultos. A atividade metabólica atinge níveis adultos entre o nono e o décimo mês, mas continuam aumentando até os quatro anos. 
Dessa forma, podemos afirmar que a aquisição da linguagem dependa da maturação cerebral e que as fases de balbucio, primeiras palavras e aquisição de gramática exijam níveis mínimos de tamanho cerebral, de conexões a longa distância e de sinapses, particularmente nas regiões responsáveis pela linguagem. 
Antes disso, o bebê passará por um processo de desenvolvimento que envolve a compreensão dos gestos e expressões, diálogos tônicos e manifestações emocionais que serão reguladas por setores subcorticais do nosso cérebro, setores mais maduros e responsáveis pela nossa comunicação. Juntamente com o desenvolvimento da linguagem estará sendo desenvolvido o nosso psiquismo, uma constituição complexa que leva os primeiros anos da infância para ser consolidado.
Dividimos o estágio inicial da aquisição de linguagem em duas fases: pré-lingüística e lingüística. No estágio pré-lingüístico, a capacidade lingüística da criança desenvolve-se sem qualquer produção lingüística identificável. Os sons emitidos são balbucios e se iniciam aproximadamente aos seis meses de idade. Estes sinalizam o começo da aquisição da linguagem. 
Esse período é marcado por uma variedade de sons e é descrito como pré-lingüístico porque o bebê emite sons que não são associados a nenhum significado. A criança constitui seu repertório fonético conforme o sistema de linguagem materna, quer dizer, os modelos que ela ouve corretamente. 
O primeiro estágio lingüístico da criança é o estágio de uma palavra que aparece a poucos meses delas completarem um ano. Durante esse estágio, as suas falas se limitam a uma palavra, que são pronunciadas de maneira um pouco diferente da dos adultos. As palavras que são ditas são repetições das palavras ouvidas, desta forma, as crianças geralmente repetem as palavras mama, papa, dá e não.
Posteriormente temos o estágio da fala com sintaxe em que a criança utiliza entonações e já reconhece a sintaxe de sua língua natal.
Como não nascemos sabendo falar, é importante afirmar que a linguagem pode e deve ser estimulada, pois juntamente com ela estarão se desenvolvidas as funções psicológicas mais complexas como a inteligência, o pensamento e simbolização entre outros. E para estimular:
- Durante a amamentação e os momentos de interação entre os cuidadores e o bebê já se inicia o desenvolvimento da linguagem, mas da linguagem corporal, tônica e expressiva. O bebê precisa aprender a reconhecer sentimentos e nas expressões humana.
- Antes da linguagem oral, o bebê compreende a corporal, a forma como é segurado, acariciado e cuidado. 
- Amamente seu filho, pois a sucção do seio fortalece a musculatura da boca que dará sustentação ao parelho fonador.
- Se optar pelo uso de chupetas, ofereça apenas as ortodônticas para não provocar más oclusões na postura dentária.
- a cuidadora deve aproveitar a rotina de atividades diárias (banho, troca de roupas, passeio) para estabelecer diálogos com o bebê, já que por volta dos 2 meses ele já produz algumas vogais, mas ainda sem características lingüísticas bem definidas;
- fale com a criança sobre situações que estejam ocorrendo no momento. 
- Ao iniciar as primeiras palavras, valorize suas tentativas com reforços positivos;
- Se não compreender o que a criança quis dizer não compartilhe dessa linguagem autônoma, fale normalmente com ela.
- as palavras erradas devem ser aceitas, mas "devolvidas" de forma adequada. Não imite o erro e nem se utilize de fala infantilizada;
- a partir dos 2 anos, pode-se estimular os aspectos cognitivos da linguagem. As funções básicas de linguagem como: esquema corporal, noções de cor, forma, tamanho, quantidade, espessura, percepção espacial (em cima, em baixo, dentro, fora, frente, atrás), percepção temporal (dia, noite, hoje, ontem, amanhã), noção de direita e esquerda.
Brinquedos pedagógicos como jogos de montar e blocos educativos são ótimos para o estímulo das funções básicas de linguagem;
- não corrija as primeiras palavras (as omissões e substituições de fonemas fazem parte do início do desenvolvimento de linguagem);
- fale com a criança de coisas que são interessantes para ela. Em qualquer tipo de aprendizagem é importante a motivação.
- desde muito cedo utilize-se de livros para contar estórias, faça encenações, dramatizações com jogos onomatopéicos utilizando os sons produzidos pelos animais, objetos. 
	Muitos problemas de relacionamento e de raciocínio acontecem por falhas na comunicação ou nos padrões de linguagem. Utilizar corretamente a língua portuguesa é mais importante do que se comunicar plenamente, é estar inserido na cultura do seu povo e se preparar para a próxima etapa que é a de representação através dos desenhos e da escrita.
	Crianças aprendem a escrever naturalmente, pois nossa sociedade é letrada e nos coloca a necessidade da escrita o tempo todo de modo imperativo. 
	Estimule a criança a escrever, desenhar, carimbar e pintar livremente. Ela precisa compreender a lógica da representação que nada mais é que a capacidade de representar simbolicamente o que ela fala ou faz. A escrita pode ser livre, espontânea com materiais diversificados.
Dessa forma, estarão contribuindo para a formação de grande oradores, leitores e escritores.

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