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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Mecanismos fisiopatológicos envolvidos na perda de peso • Aumento da demanda metabólica: envolve o processo de catabolismo acelerado, com redução dos depósitos corporais de gordura e massa proteica - estados de debilidade crônica do organismo; o Neoplasias, processos febris, síndrome da resposta inflamatória sistêmica, sepse, insuficiência cardíaca congestiva, doenças infecto-parasitárias crônicas, pós-traumatismo acidental ou cirúrgico extenso e em pessoas com atividades físicas extenuantes ou que estão em período de estirão do crescimento; o Também ocorrem no uso contínuo de psicotrópicos (anfetaminas, cocaína, heroína). • Perda excessiva de nutrientes/calorias: perda de nutrientes através de vômito, diarreia, glicosúria, proteinúria e drenagem fistulosa; o Diabetes mellitus, nefropatias e processos de má-absorção secundários a tumores, doenças inflamatórias, infecções e parasitoses intestinais e a uso de medicamentos; • Emagrecimento em virtude de aumento do apetite sugere a presença de diabetes mellitus ou hipertireoidismo; FISIOPATOLOGIA • O mecanismo preciso da perda de peso é desconhecido em muitos pacientes; • Componentes que determinam o peso: ingestão calórica, absorção, utilização e perda; o Desequilíbrio destes componentes afeta a capacidade de manter o peso; o Ingestão calórica: pode ser modificada pelo cheiro ou sabor alterado, anorexia, náuseas, saciedade anormal; o Absorção: pode ser modificada pela motilidade gastrointestinal alterada, função exócrina pancreática, capacidade de absorção da mucosa, bactérias intestinais e medicamentos, etc; o Utilização: afetada pela taxa metabólica, a qual é afetada pela resposta inflamatória sistêmica de várias condições médicas ou por situações de hipermetabolismo (hipertireoidismo); • Perda excessiva de calorias pode ser secundária a doenças da pele e dos rins; • Mediadores de anorexia e perda de peso: citocinas (fator de necrose de tumor e interleucinas) e agentes anorexígenos (fator de liberação de corticotropina); ETIOLOGIA • A perda involuntária de peso pode ser dividida em etiologias orgânicas, psicossociais e idiopáticas; Etiologias orgânicas: • Câncer: pacientes apresentam múltiplos mecanismos para explicar a perda de peso - baixa ingesta calórica, dor abdominal, náuseas, vômitos, distensão, disfagia, saciedade precoce, entre outros mecanismos; o Neoplasias do trato gastrointestinal, hepatobiliar, hematológica, pulmão, mama, trato genito-urinário, ovário e próstata. • Distúrbios gastroenterológicos: etiologia orgânica benigna mais comumente identificada; o Mecanismos: anorexia, dor abdominal, saciedade precoce, disfagia, diarreia, inflamação crônica; o Etiologias: doença ulcerosa péptica, doença inflamatória intestinal, síndromes de motilidade (gastroparesia e pseudo-obstrução), pancreatite crônica, doença celíaca, constipação, gastrite atrófica, e problemas orais (má dentição, doença periodontal e xerostomia); • Doenças endócrinas: diabetes mellitus do tipo 1, hipertireoidismo e hipotireoidismo; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo o Hipertireoidismo: devido ao hipermetabolismo; é associado com aumento de apetite e hiperfagia; • Infecçção: principalmente em associação ao HIV e às infecções crônicas; o Tuberculose, doença fúngica, doença parasitária, endocardite bacteriana subaguda e outras infecções ocultas; • Medicações: anticonvulsivantes, antidepressivos, metformina, exenatide, liraglutide, entre outras; • Doenças cardiovasculares: devido ao aumento da procura metabólica e diminuição do apetite e da ingestão calórica; o Estágios avançados de insuficiência cardíaca – influencia da produção aumentada de TNF- alfa; • Doenças neurológicas: quadros demenciais e de AVC; o Lesão ou degeneração do sistema nervoso podem contribuir para a disfunção visceral (disfagia, constipação) e outras limitações funcionais que prejudicam a ingestão calórica; o Parkinson: associada com dismotilidade intestinal, disfunção de defecação e crescentes exigências calóricas; • Doenças pulmonares: em fases avançadas; o Doença pulmonar obstrutiva crônica grave: pode levar a um aumento na demanda metabólica secundária ao aumento do uso de músculos acessórios da função respiratória; o Dispneia, aerofagia e efeitos adversos de medicação muitas vezes produzem anorexia, saciedade precoce, distensão abdominal e dispepsia; • Doenças renais: a uremia é frequentemente associada com anorexia, náuseas e vômitos; o Perda de proteína na urina (síndrome nefrótica) pode levar a um desequilíbrio de calorias; o Hemodiálise é acompanhada por oscilações no equilíbrio metabólico; • Doenças do tecido conectivo: doenças inflamatórias agudas e crônicas podem aumentar a demanda metabólica; o Podem produzir distúrbios de motilidade - disfagia, esvaziamento gástrico retardado, pseudo-obstrução e constipação; o Supercrescimento bacteriano pode exacerbar a má absorção de nutrientes; HIPERTIREOIDISMO • A glândula tireoide secreta hormônios em excesso; • O hipertireoidismo aumenta o consumo de oxigênio e a produção metabólica de calor - devido ao calor interno gerado, os pacientes têm pele quente e suada e podem queixar-se de intolerância ao calor; • O excesso de hormônios aumenta o catabolismo das proteínas e pode causar fraqueza muscular; perda de peso; • Efeitos do excesso de hormônios: reflexos hiperexcitáveis (hiporreflexia) e transtornos psicológicos – irritabilidade; insônia; psicose; • Hormônios da tireoide influenciam receptores adrenérgicos cardíacos, acentuando seus efeitos com a hipersecreção – taquicardia, aumento da força de contração; • Causa mais comum: doença de Graves; o Tumores da glândula tireoide - outra causa do hipertireoidismo primário; o Tumores hipofisários secretores de TSH – hipotireoidismo secundário; Doença de Graves: • O corpo produz anticorpos - imunoglobulinas estimuladoras da tireoide (TSI) – que mimetizam a ação do TSH por se ligarem aos receptores de TSH na glândula tireoide e os ativarem; • Esse mecanismo leva a formação de bócio, hipersecreção de T3 e T4 e sintoma do excesso desses hormônios; • Os altos níveis de T3 e T4 exercem retroalimentação negativa, diminuindo os níveis de secreção de TRH e TSH; • Frequentemente acompanhada por exoftalmia - olhos saltados causada pelo aumento dos músculos e tecidos na órbita mediado por reação imune; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASTER, K. A. Robbins Patologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Brasileiro Filho, Geraldo. Bogliolo, Patologia. 9. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Hall, John E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Patologia: processos gerais. 6. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2015. Rasslan Z, Castelluccio JF, Lima CAC. Síndrome consumptiva. Sociedade Brasileira de Clínica Médica; Lopes AC, Cipullo JP, Kubiak CAP, organizadores. PROCLIM Programa de Atualização em Clínica Médica: Ciclo 12. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2015. SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. 7. ed. Artmed, 2017.
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