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PRECEDENTES DE DEFERIMENTO DE PRISÃO DOMICILIAR HUMANITÁRIA A PESSOAS COM DOENÇAS GRAVES TJRS: AGRAVO. EXECUÇÃO PENAL. PRISÃO DOMICILIAR. Embora o benefício da prisão domiciliar seja exclusivo dos presos em regime aberto, estando pendente de realização exame para fins de indulto humanitário, é possível que o agravado, mesmo diante de nova condenação que regrediu seu regime prisional para o fechado, aguarde em prisão domiciliar sua feitura, pois acometido de doença grave, a qual poderá agravar-se ainda mais com seu retorno a estabelecimento prisional. Recurso improvido.(Agravo, Nº 70010799856, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Antônio Ribeiro de Oliveira, Julgado em: 06- 04-2005) AGRAVO EM EXECUÇÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE. REGIME SEMI-ABERTO. PRISÃO DOMICILIAR. GRAVE DOENÇA. CASO EXCEPCIONAL. Não há falar em nulidade da decisão em face do indeferimento do pedido de esclarecimentos formulado pelo Ministério Público. Isso porque, a critério do Juízo, o laudo médico constante nos autos foi considerado suficiente para comprovação de que o agravado necessitava de cuidados especiais não disponíveis na casa penitenciária. O art. 117 da Lei de Execução Penal estabelece as hipóteses taxativas para o implemento da prisão domiciliar: condenado maior de setenta anos, acometido de doença grave, condenada com filho menor ou deficiente, ou, ainda, em se tratando de gestante. No entanto, em situações excepcionais, a jurisprudência tem entendido pela possibilidade do deferimento da prisão domiciliar quando, embora não preenchidos todos os requisitos, mostre-se evidente a ofensa direta a direitos fundamentais do indivíduo. Tratando-se de casos envolvendo doenças graves, que exijam cuidados especiais, capazes de tornar inviável o cumprimento da sanção corporal em estabelecimento prisional, é justificável seu cumprimento da pena em prisão domiciliar, mesmo que se trate de reprimenda nos regimes semi-aberto ou fechado. No caso concreto, trata-se de apenado portador de patologia traqueal (estenose) em decorrência de trauma craniano. Segundo avaliação médica oficial, elaborada pelo médico da penitenciária modulada especial de Ijuí, o agravado necessita de cuidados especiais respiratórios não disponíveis no estabelecimento prisional. Assim, embora esteja cumprindo pena em regime semi-aberto, faz-se necessário o tratamento do apenado em prisão domiciliar. PRELIMINAR REJEITADA. RECURSO MINISTERIAL DESPROVIDO(Agravo, Nº 70023162019, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Naele Ochoa Piazzeta, Julgado em: 03-04-2008) EXECUÇÃO. CONDENADO COM GRAVE ENFERMIDADE. PRISÃO DOMICILIAR. REGIME FECHADO. POSSIBILIDADE. Com preciosidade, já se afirmou (Radbruch) que o Direito deve-se prolongar para fora de nós mesmos, para que o façamos coincidir com a realidade, aplicá-lo de acordo com as necessidades do caso concreto. Muitas vezes será necessário abandoná- lo diante dos princípios e dos sentimentos de eqüidade que todos os homens se orgulham de possuir. É que ocorre na hipótese em tela, como destacou o Magistrado em sua decisão: ¿No caso concreto, trata-se de preso portador da síndrome de Guillain-Barré... Por meio do primeiro laudo, foi informado a este juízo que a doença é grave, permanente, exigindo cuidados contínuos e que, no momento, não está o apenado incapacitado severamente. No segundo laudo, os esclarecimentos demonstram que seu estado de saúde é realmente grave, de evolução rápida, por se tratar de doença infecciosa que leva ao enfraquecimento muscular. É justificável o cumprimento da pena em regime de prisão domiciliar quando se torna inviável o cumprimento da reprimenda em estabelecimento carcerário, sobretudo nos casos de doenças graves, que exijam cuidados especiais. Sabe-se muito bem da falta de condições dos nossos presídios, impossibilitados que estão de cuidar até mesmo dos presos saudáveis, pela falta de pessoal (dentre estes, de equipe médica especializada) e recursos financeiros.¿ DECISÃO: Agravo ministerial desprovido. Unânime.(Agravo em Execução, Nº 70028389245, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Julgado em: 05-03-2009). Assunto: Execução penal. Condenação. Grave enfermidade. Prisão domiciliar. Regime fechado. Possibilidade. AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL. REGIME FECHADO. PRISÃO DOMICILIAR. QUADRO CLÍNICO VULNERÁVEL. GRUPO DE RISCO. COVID-19. COMPROVAÇÃO. POSSIBILIDADE. INSURGÊNCIA MINISTERIAL. DECISÃO MANTIDA. A concessão de prisão domiciliar fora das hipóteses previstas no artigo 117 da Lei de Execução Penal depende da demonstração da efetiva necessidade da medida, diante de situação excepcional. No caso dos autos, conforme se atesta do laudo médico, o apenado possui asma, fazendo uso, inclusive, de medicação, e segue acompanhado pela unidade de saúde prisional da Pecan, o que deflagra a necessidade de tratamento contínuo da sua doença. Ainda, necessário atentar-se ao quadro de transtorno de ansiedade, à positividade para o HIV e à necessidade de renovação do transplante de córnea. Embora não haja documento que ateste qualquer risco contraído pelo acusado em razão dessas circunstâncias, os laudos acostados aos autos demonstram a realização do transplante referido pelo apenado, evidenciando a vulnerabilidade do quadro clínico verificado no caso em tela. Ademais, não desconhece, igualmente, este juízo, do memento enfrentado no país, no qual todos os setores da sociedade buscam se adaptar à nova realidade imposta pela pandêmica causada pelo novo Coronavírus – Covid-19, principalmente os estabelecimentos prisionais. Para isso, inclusive, foi elaborada a Recomendação 62 do CNJ, que possibilita a concessão do benefício da prisão domiciliar com monitoramento eletrônico, o que vem sendo cumprido devidamente pelo apenado. Assim, inexistem motivos para a reforma da decisão atacada. Decisão mantida na integra. AGRAVO MINISTERIAL DESPROVIDO.(Agravo de Execução Penal, Nº 70084247378, Terceira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rinez da Trindade, Julgado em: 27-08-2020) STJ: PENAL. PROCESSUAL. EXECUÇÃO. REGIME FECHADO. PRISÃO DOMICILIAR. SEPTUAGENARIO ACOMETIDO DE DOENÇA GRAVE. SUBSTITUIÇÃO. ADMISSIBILIDADE. "HABEAS-CORPUS". 1. CONTANDO O PACIENTE COM MAIS DE 85 ANOS, E ESTANDO ACOMETIDO DE DOENÇA GRAVE, CABIVEL A INTERPRETAÇÃO ANALOGICA DO ART. 117, DA LEP, EMBORA CONDENADO A REGIME FECHADO. 2. PEDIDO CONHECIDO E DEFERIDO PARA DETERMINAR QUE O PACIENTE SEJA COLOCADO NO REGIME DE PRISÃO DOMICILIAR, GUARDANDO-SE AS DEVIDAS CAUTELAS. (HC 5.466/SP, Rel. Ministro EDSON VIDIGAL, QUINTA TURMA, julgado em 24/03/1997, DJ 15/09/1997, p. 44397) PENAL. PROCESSUAL. EXECUÇÃO PENAL. PRISÃO DOMICILIAR. EXAME DE PROVAS. "HABEAS CORPUS". RECURSO.1. Na linha de precedentes deste STJ, tem direito ao regime domiciliar o condenado ao regime fechado portador de doença grave (LEP, Art. 117, II), desde que comprovada, efetivamente, a existência da enfermidade. 2. Se os impetrantes deixam de trazer aos autos prova incontroversa de que o paciente depende de tratamento médico que não pode ser administrado no presídio em que se encontra recolhido, deve ser negado o benefício. 3. As provas, em "Habeas Corpus", devem ser incontroversas, e os fatos, convergentes. 4. "Habeas Corpus" conhecido; pedido indeferido. (HC 10.991/MG, Rel. Ministro EDSON VIDIGAL, QUINTA TURMA, julgado em 15/02/2000, DJ 20/03/2000, p. 87) CRIMINAL. RHC. EXECUÇÃO. AIDS. PEDIDO DE CONTINUIDADE DA PRISÃO DOMICILIAR PARA TRATAMENTO. CONCESSÃO ANTERIOR PARA TRATAMENTO ANTI- DROGAS. PECULIARIDADE. NECESSIDADE EVIDENCIADA. RECURSO PROVIDO. I. Se o paciente já se encontrava em regime de prisão domiciliar para tratamento anti-drogas, não há como embasar a negativaà continuidade do benefício no simples rigorismo penal, por se tratar de réu condenado a regime fechado, devendo-se atentar às peculiaridades do caso: a superveniência de doença mais grave - AIDS - que, comprovadamente, vem recebendo tratamento pela Saúde Pública. II. É consabido que o Sistema Penitenciário não pode oferecer tratamento adequado para a doença grave do condenado, o Poder Judiciário não pode obstaculizar o direito ao tratamento médico eficiente que ele já vem encontrando na Saúde Pública. III. A assertiva de que o réu deveria buscar médico particular não se coaduna com a efetiva condição social da maioria dos presos. IV. Recurso provido para, cassando o acórdão recorrido, permitir a continuidade do benefício da prisão domiciliar, mediante condições a serem estabelecidas pelo Julgador de 1º grau. (RHC 10.603/ES, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 15/02/2001, DJ 02/04/2001, p. 311) HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. CONDENADO CUMPRINDO PENA EM REGIME FECHADO ACOMETIDO DE DOENÇA GRAVE. REGIME DOMICILIAR. INCABIMENTO. 1. A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça é firme no sentido de que o regime domiciliar concedido ao apenado em regime fechado, comprovadamente acometido de doença grave, é medida de exceção, cabível apenas naquelas hipóteses em que inviável o tratamento no interior do próprio estabelecimento prisional. 2. Ordem denegada. (HC 40.448/SC, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 21/02/2006, DJ 05/02/2007, p. 385) HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. PRISÃO DOMICILIAR. PACIENTE IDOSO E COM ESTADO DE SAÚDE DEBILITADO. ARTS. 117, I, E 146-B, IV, DA LEP. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. 1. Conforme a jurisprudência deste Superior Tribunal, a prisão domiciliar pode ser deferida ao sentenciado maior de 70 anos, em cumprimento de pena em regime fechado ou semiaberto, quando acometido de doença grave. 2. No caso, embora cumprindo pena no regime fechado, o paciente possui quase 85 anos de idade, cumpre pena desde 6/1/2018 e é portador de obstrução arterial significativa, doença isquêmica e coronária, doença asterosclerótica do eixo aorto-ilíaco, estenose significativa e claudicação intermitente. 3. Ordem concedida para deferir ao paciente prisão domiciliar com monitoração eletrônica (arts. 117, I, e 146-B, IV, da LEP), na Execução n. 0001250-33.2018.8.26.0521, da Unidade Regional de Departamento Estadual de Execução Criminal - DEECRIM 10ª RAJ da comarca de Sorocaba/SP. (HC 453.657/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 30/05/2019, DJe 07/06/2019)
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